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AULAS DE BIOGEOGRAFIA

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1 
1. CONCEITO E SUBDIVISÃO DA BIOGEOGRAFIA 
Dentre os conceitos de Biogeografia se destacam: 
 
- Biogeografia – Bio=Vida – Geo=Terra – Grafia= estudo. 
 
 É a parte da Geografia que estuda a distribuição dos seres vivos na 
superfície da Terra. 
 Este é o conceito mais tradicional da Biogeografia envolvendo a 
distribuição dos seres vivos na superfície da Terra. 
 
- É o estudo das plantas e animais na superfície da Terra, suas 
repartições, seus agrupamentos e suas relações com outros elementos do 
mundo físico e humano.(ELHAI, 1968). 
 
- A Biogeografia tem por objeto o estudo da distribuição dos seres vivos 
na superfície do globo e põem em evidência as causas que regem essa 
distribuição. Deste modo, a causa da amplitude e da diversidade dos 
fenômenos que deve abordar para alcançar este objetivo, as vezes 
descritivo e explicativo, esta ciência se relaciona não somente com a 
Geografia, mas também com diversas disciplinas como a Botânica,l a 
Zoologia, a Pedologia ou a Climatologia. Assim, a Biogeografia apresenta 
um caráter de ampla ciência de síntese, isto é, a partir de dados analíticos 
postos a seu alcance por diferentes especialistas, é possível deduzir dentre o 
conjunto de casos particulares que oferece ao mundo vivo, certas leis 
fundamentais da distribuição dos organismos. Portanto, para alcançar um 
compreensão geral da biosfera, o Biogeógrafo procura compreender as 
relações dos seres vivos com seu meio, isto é, com as condições climáticas, 
edáficas e bióticas que os rodeiam.(LACOSTE , SALANON, 1973, p.15). 
 
- Pesquisa as razões da distribuição dos organismos, das comunidades 
vivas (Biocenoses) e dos ecossistemas nas paisagens, países e continentes 
do mundo.(MUELLER, 1976). 
 
- Estuda as interações, a organização e os processos espaciais, dando 
ênfase aos seres vivos – vegetais e animais – que habitam determinado 
local: o Biotopo – onde constituem Biocenoses. (TROPPMAIR, 1976). 
 
- É a descrição do estudo da biosfera e dos efeitos do homem sobre as 
plantas e os animais e dos sistemas ecológicos dos quais estes fazem 
parte.(SIMMONS, 1982, p.3). 
 
- É ciência que se preocupa em documentar e compreender modelos 
espaciais de biodiversidade. É o estudo da distribuição dos organismos, 
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tanto no passado quanto no presente, e dos padrões de variação ocorridos 
na Terra, relacionados à quantidade e aos tipos de seres vivos.(BROWN , 
LOMOLINO, 2006, p.3). 
 
Em todas estas definições, a Biogeografia está associada ao enfoque 
espacial, fato que a diferencia da Biologia, da Botânica, da Zoologia e da 
Ecologia. 
A Biogeografia pode ser dividida em: 
 
1. Fitogeografia – estuda a distribuição das plantas na superfície da Terra. 
 
2. Zoogeografia – estuda a distribuição dos animais na superfície da Terra. 
 
Essas duas subdivisões podem ser desdobradas em: 
 
a1) Biogeografia Florística –Faunística – estuda a distribuição geográfica e 
as causas da ocorrência de determinada espécie vegetal ou animal em um 
espaço. Ex: Onde e por que a espécie “X” é encontrada. 
 
a2) Biogeografia Sociológica – se divide em Fitossociologia e 
Zoosociologia – estuda as espécies que participam de determinada 
biocenose ou ecossistema. Ex: Que vegetais e/ou animais ocorrem em 
determinada mata, lago ou andar vegetal? 
 
a3) Biogeografia Histórica – se subdivide em Fitogeografia e Zoogeografia 
Histórica – estuda as causas da atual distribuição, a diferenciação e a 
extinção de espécies da flora e da fauna. Ex: Como se deu a evolução da 
espécie “X” na América do Sul? 
 
a4) Biogeografia Fisionômica – estuda os aspectos fisionômicos dos seres 
vivos, ou seja, sua expressão no mosaico (aparência, forma) da paisagem. 
Ex: A vegetação é densa ou aberta? 
 
a5) Biogeografia Econômica – se divide em Fitogeografia e Zoogeografia 
Econômica – estuda o valor e o aproveitamento econômico das espécies da 
Flora e da Fauna. Ex: Qual é o valor de determinada mata que abriga esta 
ou aquela espécie? 
 
a6) Biogeografia Regional – se divide em Fitogeografia e Zoogeografia 
Regional – estuda as espécies vegetais e animais que ocorrem em 
determinada região ou Geossistema integrando o mosaico da paisagem. Ex: 
Quais espécies da flora e fauna que ocorrem em determinada região ou 
área. 
 3 
 
a7) Biogeografia Médica – estuda a distribuição e a causas da ocorrência de 
pragas e moléstias. Ex: Onde, como e por que uma praga ou moléstia 
ocorre em determinado espaço? 
 
a8) Biogeografia Ecológica – estuda as inter-relações dos seres vivos com 
as condições geoecológicas do meio ambiente em determinado espaço. Ex: 
Qual é a relação da água do solo com a mata galeria. 
 
a9) Biogeografia Antrópica ou Social – estuda a distribuição e as causas dos 
impactos ambientais da atividade humana na superfície da Terra. 
 
A Biogeografia Antrópica e Social e a Biogeografia Ecológica por 
trabalharem com os problemas ambientais do momento são as de maior 
interesse e aceitação. 
 
2. IMPORTÂNCIA DA BIOGEOGRAFIA PARA A GEOGRAFIA 
A Biogeografia por considerar os seres humanos como integrante do 
ecossistema/geossistema como agente transformador que retira sua 
manutenção deste, retirando o caráter de seres humanos como agente de 
interferência mais: o caráter multidisciplinar; o desenvolvimento e 
aplicação de novas tecnologias (uso de sensores remotos, Sigs, 
Geoprocessamento, Computadores e Geoestatística) e o crescimento da 
importância dos estudos dos impactos humanos na superfície da Terra 
levaram a Biogeografia a uma posição de relevância entre as Ciências do 
meio ambiente. 
 
3. MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADAS 
A Biogeografia no seu desenvolvimento ao estudar o meio ambiente 
utiliza-se de uma série de metodologias que variam conforme o objetivo do 
trabalho a ser executado. Assim, vai-se do uso de imagem de satélite para a 
quantificação do impacto ambiental de uma mata galeria até a aplicação de 
um questionário sócio econômico ambiental junto aos proprietários rurais 
destas matas para saber-se como eles a utilizam e o que pensam delas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. EVOLUÇÃO, CAMPO E TENDÊNCIAS ATUAIS DA 
BIOGEOGRAFIA 
 
a) Evolução 
 
- Início – 372 a 288 AC 
- Observações de animais – 1181 e 1193 
- Século XVI – Navegações – avanço – Botânica 
 - Zoologia 
- Humboldt – Fisionomia da Vegetação – 1769 a 1859 
 Fundamentos da Fitogeografia – Considerado o Pai da Fitogeografia 
 
BRASIL 
 
- Naturalistas Europeus- 
. Viajantes - Saint Hillaire (1799 a 1853) 
 Spix (1781 a 1826) 
 Von Martius (1794 a 1868) – distribuição da 
Vegetação Bras. 
 “Flora Brasiliensis” – 40 volumes. 
 Warming – Final do séc. XIX – estudos em Lagoa 
Santa-MG. 
 Wettsein (1904) 
- Sampaio (1929) 
 Fitogeografia do Brasil 
- Maack (1950) – vegetação do estado do Paraná 
- Mello Leitão (1945) – Zoogeografia do Brasil 
 
- Escola Brasileira 
. 1934 – Criação da Fac. de Filosofia da Universidade de São Paulo 
. 1937 – Criação do Conselho Nacional de Geografia 
. Botânicos – Rawistwher (1944) 
 Ferri ( Mário Guimarães) – pioneiro de trabalhos de Ecologia 
no Brasil 
. Conselho Nacional de Geografia 
Trabalhos de: Santos (1953)- Vegetação Geral do Brasil 
 Kuhlmann (1953) 
 Romariz (1953, 1955) – Aspectos Regionais 
 Dansereau(1948) – Níveis da Biogeografia 
 Waibel (1948) – Capítulos de Geografia Tropical 
 Hueck (1953) – Vegetação da Serra do Mar 
 
 5 
- Hoje – Presença de vários Centros de Pesquisa de Flora e Fauna 
. USP – Ab’Saber – Paleoclimas 
 - Domínios Morfoclimáticos e Fitogeográficos do 
Brasil e América do Sul 
 
. UNESP – Troppmair – Biogeografia Ecológica 
 
 
b) Campo 
Estuda a Geobiocenose (sistema de interações – abióticos e bióticos) 
numa visão horizontal, ou seja, a distribuição, a estrutura, a dinâmica 
espacial que envolve os componentes abióticos e bióticos. E também pode-
se considerar em decorrência da intensificação da atividade humana na 
superfície da Terra os problemas ambientais. 
 
c) Tendências Atuais da Biogeografia 
Abordagem integrada e sistêmica dos seres vivos com o meio ambiente. 
Desenvolvimento de abordagens integrativas entre os seres abióticos e bi 
óticos incluindo neste último os seres humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. A ESTRUTURA DO SISTEMA MEIO AMBIENTE 
Conceitos Básicos 
 
a) Ecologia - palavra criada pelo biólogo alemão Ernest Haeckel em 
1866 - derivada de dois vocábulos grego - oikos (casa) e logos(estudo). 
Ecologia significa o estudo da casa ou, em outras palavras, o estudo do 
lugar onde se vive. Assim, esta ciência estuda as relações que ocorrem 
entre os seres vivos e entre estes e o meio ambiente. 
 
b) Ecossistema - sob o ponto de vista biológico e ecológico considera os 
organismos e o ambiente como uma unidade operacional básica. 
 
 Tansley(1935) criador do termo Ecossistema. 
 
 FOSBERG (1963) "é um sistema de interações em funcionamento 
composto de um ou mais organismos vivos e seus ambientes reais, tanto físicos 
como biológicos". 
 
 ODUM(1958) - definiu o Ecossistema como um conjunto das comunidades 
vivas de uma região mais as coisas sem vida. 
 
Ecossistema - Eco = Casa 
 - Sistema = Sistema Sistema Casa 
 
 
 
 
 
 
c) Meio Ambiente - "é o conjunto de elementos favoráveis ou 
desfavoráveis que cercam determinado ser vivo, como luz, calor, ventos, 
chuvas, condições edáficas (relativas ao solo) e a presença de outros seres 
vivos".(PINHEIRO;MONTEIRO, 1992, p.2). 
 
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"Conjunto de todas as condições e influências externas circundantes, que 
interagem com um organismo, uma população, ou uma 
comunidade".(GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA, 1987, p. 120 e 121). 
 
d) Poluição - "efeito que um poluente produz no 
ecossistema"(GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA, 1987, p.138). 
 
- " mudança indesejável no ambiente, geralmente a introdução de 
concentrações exageradamente altas de substâncias prejudiciais ou 
perigosas, calor ou ruído. A poluição refere-se geralmente aos resultados da 
atividade humana, mas as erupções vulcânicas e a contaminação de um 
corpo de água por animais mortos ou por excrementos de animais são 
também poluição".(DICIONÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS 
AMBIENTAIS, 1998, p.419). 
 
Tipos de Poluição - Poluição Agrícola - "aquela proveniente de dejetos 
sólidos e líquidos de todos os tipos de agricultura, incluindo enxurrada de 
pesticidas e fertilizantes, erosão e poeira de solo arado, fezes e carcaças de 
animais, resíduos de safras e detritos diversos".(GLOSSÁRIO DE 
ECOLOGIA, 1987, p. 138). Poluição Química - "aquela em que o poluente 
é um elemento ou substância ou uma mistura química".(GLOSSÁRIO DE 
ECOLOGIA, 1987, p.138). Poluição Sólida - "aquela em que o poluente é 
um material sólido, tipicamente metal, plástico, entulho, vidro e 
sedimento". (GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA, 1987, p.138). Poluição 
Sonora - "aquela produzida por ruídos excessivos durante um período 
prolongado".(GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA, 1987, p.138). Poluição do Ar 
- "contaminação do ar por substâncias que interferem direta ou 
indiretamente na saúde e conforto humanos, diminuem a segurança pela 
redução da visibilidade, ou prejudicam a propriedade corroendo o metal ou 
a pedra. Embora a poluição do ar seja produzida geralmente pela atividade 
humana, inclui também substâncias naturais como pólen, poeira e emissões 
vulcânicas".(DICIONÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS 
AMBIENTAIS, 1998, p.419). 
 
e) Degradação - "Deterioração de substâncias por ação 
biológica".(GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA, 1987, p. 52). 
Degradação Ambiental - "processo gradual de alteração negativa do 
ambiente resultante de atividade humana que podem causar desequilíbrio e 
destruição parcial ou total, dos ecossistemas".(GLOSSÁRIO DE 
ECOLOGIA, 1987, p.52). 
- "esgotamento ou destruição de um recurso potencialmente renovável, 
como o solo, pastagem, floresta ou vida selvagem por sua utilização num 
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ritmo mais rápido do que o de seu reabastecimento natural".(DICIONÁRIO 
DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS, 1998, p.147). 
 
f) Impacto Ambiental - "mudança induzida pelo homem no ambiente 
natural".(DICIONÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS, 
1998, p.290). 
- "toda ação ou atividade natural ou antrópica que produz alterações 
bruscas em todo o meio ambiente ou apenas em alguns dos seus 
componentes. De acordo com o tipo de alteração pode ser ecológico, social 
e/ou econômico. Ex: efeitos resultantes da construção de uma represa, de 
erupções vulcânicas, de variações climáticas bruscas, derrame de 
petróleo".(GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA, 1987, p.106). 
- "o impacto em um sistema ambiental pode ser entendido como a ação 
que este sistema sofre ao ser submetido a uma ou mais forças que são 
capazes de alterar a busca de seu clímax".(CHRISTOFOLETTI, 1998). 
 
Clímax - estado de equilíbrio de um ambiente. 
 
Equilíbrio - é uma condição em que complexas distribuições de forças no 
sistema conduzem a um balanceamento e a uma tendência à manutenção da 
condição de equilíbrio. 
 
5.1. Estrutura do Meio Ambiente 
 
 O Ecossistema é composto por componentes bióticos e abióticos. 
 
1. Componentes Bióticos ou Vivos 
 São os seres vivos que no seu desenvolvimento necessitam de 
alimentação. Portanto, tem-se: 
 
a) Seres Autótrofos 
 Auto = próprio 
 trophos = nutrir 
 
São as formas de vida capazes de fabricar (produzir) seu próprio 
alimento realizando a fotossíntese. Sintetizam matéria orgânica a partir de 
substâncias inorgânicas. A maioria dos seres autótrofos usa energia solar 
para sintetizar alimentos. Já algumas bactérias sintetizam compostos 
orgânicos obtendo a energia necessária para o processo de síntese através 
de reações químicas que provocam no meio ambiente sendo chamadas de 
quimiossintetizantes. 
Sintetizar significa formar alguma coisa complexa partindo de 
substâncias mais simples. 
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b) Seres Heterótrofos 
 São os seres vivos incapazes de produzir seu próprio alimento 
retirando-o do meio externo. Se alimentam de compostos orgânicos 
existentes no meio ambiente, como outros organismos ou seus produtos. 
São representados pelos animais, fungos e a grande maioria das bactérias. 
 Vê-se que as plantas são indispensáveis aos seres vivos que não são 
capazes de sintetizar substâncias orgânicas, fornecendo direta ou 
indiretamente todos os nutrientesde que necessitam. 
 Existe algumas espécies de seres heterótrofos que se alimentam de 
matéria orgânica morta e de dejetos biológicos promovendo a reciclagem 
da matéria no ambiente físico, fornecendo elementos minerais que vão 
servir aos produtores. Estes seres, representados principalmente pelas 
bactérias e fungos, são denominados decompositores, microconsumidores, 
ou Saprófitos. 
 
2. Componentes Abióticos 
 São os fatores físicos do meio, no caso, Geologia, Geomorfologia, 
Pedologia, Hidrografia e Climatologia. 
 
Em relação a estrutura do ecossistema, ODUM(1963) destaca que esta é 
constituída por 4 elementos, no caso: 
 
1. Substâncias Abióticas, Elementos básicos e Componentes do meio; 
 
2. Produtores, os organismos autotróficos, principalmente as plantas 
verdes; 
 
3. Os Grandes Consumidores ou Macroconsumidores, organismos 
heterotróficos, principalmente animais, que ingerem outros organismos ou 
determinada matéria orgânica; 
 
4. Os Decompositores ou Microconsumidores (também chamados 
Saprófitos), organismos heterotróficos, principalmente as bactérias e 
fungos que decompõem os componentes complexos de protoplasma morto, 
absorvem alguns dos produtos da decomposição e liberam substâncias 
simples utilizáveis pelos produtores. 
 
Cadeia Alimentar ou Trófica - é o estabelecimento entre os autótrofos e 
heterótrofos de um inter-relacionamento alimentar, onde um ser se alimenta 
do outro, formando um Cadeia Alimentar. 
 
 
 
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Nível Trófico - corresponde a posição que o ser vivo ocupa dentro da 
cadeia alimentar no processo de obtenção de energia. De acordo com o seu 
nível trófico, os seres vivos são classificados em Produtores (vegetais 
clorofilados), Consumidores (animais) e Decompositores (fungos e 
bactérias). 
 
Neste contexto, existe uma cadeia trófica onde a maioria dos animais 
utiliza como alimento várias outras espécies. Portanto, em um Ecossistema 
- os Produtores são os autótrofos da comunidade. As Bactérias e Fungos, 
heterótrofos que decompõem o material orgânico, são os Decompositores. 
Todos os heterótrofos, predadores de plantas ou de outros animais, são os 
Consumidores da comunidade. Assim, os Consumidores são subdivididos 
em: os que se alimentam diretamente de vegetais, no caso, são os 
Consumidores de Primeira-Ordem; os que são predadores dos 
consumidores de primeira-ordem, que são os Consumidores de Segunda-
Ordem; os predadores dos consumidores de segunda-ordem são os 
Consumidores de Terceira-Ordem e assim por diante. 
Esta hierarquia dos consumidores é determinada principalmente pelo 
tamanho do alimento. Geralmente um animal captura e come presas mais 
fracas do que ele. Por outro lado, um predador geralmente não pode utilizar 
animais muito pequenos como fonte de alimento. Gastará mais energia para 
achá-lo e capturá-lo do que a que ele obtêm comendo-o. 
 
Por outro lado, uma mesma espécie pode participar de várias cadeias 
alimentares e ocupar diferentes níveis tróficos ao mesmo tempo. Ao 
conjunto de Cadeias Alimentares que se entrelaçam denominamos Teia 
Alimentar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. A BIOSFERA E A EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES 
 Constitui-se no mundo dos seres vivos, pois Bio= a vida e 
Sfera=esfera, portanto, esfera da vida. 
 
2. Biosfera 
2.1. Conceito 
- Sistema integrado de organismos vivos e seus suportes, compreendendo o 
envelope periférico do planeta Terra com a atmosfera circundante 
estendendo-se para cima e para baixo até onde exista naturalmente qualquer 
forma de vida. (GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA, 1987, p. 21). 
- A união de todos os espaços onde há vida na Terra forma uma tênue 
cobertura de processos vitais em interação: a biosfera(CONTI ; FURLAN, 
1996:110). 
- É o espaço terrestre onde se desenvolve a vida(TROPPMAIR, 1987:21). 
 
 
 
 
 
 
 
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2.2. Principais Ciclos Biogeoquímicos que se realizam na Biosfera 
 É na Biosfera que se realizam os ciclos biogeoquímicos, quando 
através dos ecossistemas, circulam por meio de fluxos, os elementos 
químicos Carbono(C), Nitrogênio(N), Oxigênio(O), Cálcio(Ca), 
Enxofre(S), além dos metais pesados(ferro, manganês, silício), 
provenientes do meio abiótico(solo) e biótico. 
 
3. Evolução das Espécies 
 Processo evolutivo - o agrupamento de tipos naturais com caracteres 
comuns são denominados espécies(John Ray, século XVII). 
Hoje: agrupamento natural com mesma característica estrutural e com 
possibilidade de cruzamento e produção de descendentes férteis. 
- Séc. XVIII – Naturalista Linné – Sistema de Classificação 
Taxonômico para animais e plantas. 2 suposições: 
. cada espécie poderia ser comparada a um tipo ideal, isto é, a um espécie 
padrão; 
. o número e os tipos de espécies era fixo e imutável; 
- Princípio filosófico da evolução foi formulado desde a antiguidade 
pelos filósofos gregos- Anaximandro, Heráclito e Empédocle que já 
tinham em mente o processo da seleção natural; 
- 1809- Livro Filosofia Zoológica que o biólogo francês Jean Baptiste 
Lamarch propós a evolução das espécies. Duas propostas: - as 
características que um organismo adquire através de influências 
ambientais podem ser transmitidas aos seus descendentes, tendo 
origem assim, novos tipos ou novas espécies. Essa suposição é falsa, 
pois não pode ser provada. – lei do uso e desuso. 
- Charles Darwin 1857 – livro A Origem das Espécies – Seleção 
Natural. 
- 
 
 3.1. Conceito Biológico de Espécies 
 São agrupamentos de populações naturais intercruzantes, 
reprodutivamente isolados de outros grupos com as mesmas características. 
 É uma unidade morfológica, ou seja, são as diferenças de forma que 
distinguem um ser vivo do outro(CONTI & FURLAN,1996:190). 
 
3.2. Teoria Sintética da Evolução 
 Baseia-se em dois mecanismos: 
3.2.1. Variabilidade Genética 
a) os indivíduos da mesma espécie diferem entre si quanto ao seu 
patrimônio genético. 
b) as diferenças genéticas correspondem à diferenças morfológica, 
fisiológicas e de comportamento. 
 19 
3.2.2. Seleção Natural 
a) os indivíduos portadores de certos caracteres geneticamente 
determinados, têm maior probabilidade de deixar descendentes. 
b) Isto tende com o tempo à aumentar a incidência desses caracteres na 
população. 
 
4. Especiação Geográfica 
- Processo que diz respeito a origem das espécies. 
As barreiras reprodutivas entre as espécies aparecem quando uma 
população pequena torna-se geograficamente isolada da população original 
durante longo intervalo de tempo. Assim, a seleção natural atuaria sobre 
essas populações isoladas no decorrer de muitos milhares de gerações, 
conduzindo assim a diferenças que poderiam impedir o intercruzamento e o 
conseqüente fluxo de genes, na eventualidade de uma aproximação 
posterior entre as duas populações consideradas. As barreiras que evitam o 
intercruzamento entre espécies são denominadas mecanismos isoladores, 
que por sua vez, podem ser de diversos tipos. O mais simples deles é a 
separação geográfica- barreira geográfica(cadeia montanhosa e abertura de 
oceanos).4.1. Tipos de Barreiras 
- Barreira Ecológicas – no caso de haver divergência no hábito 
alimentar, ou então, mesmo dentro da área em comum em que 
vivem, quando as espécies tem preferências por diferentes locais. 
 
4.2. Graus de Isolamento Reprodutivo 
 As barreiras podem ser temporárias e as populações podem ser 
colocadas de novo em contato após a separação. 
 
4.2.1. Especiação Alopatrica 
É o surgimento de novas espécies a partir do isolamento geográfico. 
Ex. deriva dos continentes 
 
4.2.2. Incompatibilidade entre as Espécies 
Deste modo, no estado inicial, temos uma espécie vivendo em seu meio, 
com o aparecimento da barreira, teremos o isolamento entre elas, passando 
cada uma delas a viver no seu meio. A barreira poderá dar origem a duas 
espécies. Assim, então teremos a divergência entre elas. 
No caso de incompatibilidade tem-se: 
 
4.2.2.1. Simpatria 
São espécies que vivem juntas, ou seja, a barreira originou 2 espécies, no 
entanto, após a retirada da barreira, as duas passaram a viver juntas no 
mesmo território. Mas, apresentam comportamento e nicho ecológico 
 20 
diferente. Assim, uma não atrapalha a outra pelo fato das necessidades de 
ambas serem diferentes. 
 
4.2.2.2. Parapatria 
Após a retirada da barreira, as duas espécies passam a viver no mesmo 
território, possuindo um limite natural determinado por elas. Não há 
barreira geográfica, seria uma zona de transição. 
 
4.2.2.3. Extinção 
Após a retirada da barreira, as espécies entram em contato, mas mantendo 
uma competição, utilizando as duas o mesmo nicho ecológico, tendo as 
mesmas necessidades. Uma espécie elimina a outra ou emigra. 
 
4.2.3. Compatibilidade entre as Espécies 
No caso de compatibilidade(espécies semelhantes) podemos ter: 
 
4.2.3.1. Fusão 
Após a retirada da barreira, as espécies entram em contato, se 
intercruzando, resultando em uma única espécie. 
 
4.2.3.2. Subespécie 
Após a retirada da barreira, as espécies entram em contato no mesmo 
território, resultando em uma zona de contato entre elas, e em áreas que 
uma espécie vive separada da outra. 
 
5. Endemismo 
Organismo ocorre em uma única área. 
 
6. Cosmopolitismo 
Organismos difundidos pelo mundo. É raro e só ocorre excepcionalmente. 
Ex. Falcão-peregrino(Falco peregrinus). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 
 
 22 
6.1. Fatores Ecológicos ou Reguladores 
 Dá-se o nome de Meio ( habitat ou ambiente) ao conjunto de todos 
os fatores e elementos que cercam uma dada espécie de ser vivo. Deste 
modo, os fatores e elementos ambientais ( Fatores – agem localmente, ou 
seja, sua ação é mais restrita enquanto que, os Elementos agem de forma 
mais ampla, ou seja, abrangente), são de três ordens diferentes: 
 
1. de ordem fisica também chamados de abióticos; 
2. de ordem química também chamados de abióticos; 
3. de ordem biótica ou social também chamados de bióticos. 
 
 São os fatores ambientais que influenciam o desenvolvimento das 
diferentes espécies de seres vivos. Os fatores ecológicos ditos abióticos 
representam as condições climáticas (Luz, Temperatura e Água), edáficas e 
químicas do meio enquanto que, os fatores bióticos compreendem as 
interações que ocorrem entre os seres vivos, como associações biológicas 
de parasitismo, predação e competição.(PINHEIRO ; MONTEIRO, 1998). 
 Deste modo, os seres vivos que habitam uma determinada região 
encontram-se adaptados às condições ambientais do meio, representadas 
pelos fatores abióticos e bióticos, que regulam o equilíbrio populacional e 
os limites para o desenvolvimento de um ecossistema.(PINHEIRO ; 
MONTEIRO, 1998). 
 Entretanto, qualquer fator que tenda a baixar o crescimento potencial 
em um ecossistema é entendido como um fator limitante.Quando este fator 
que age como um freio é importante na sobrevivência do ser vivo em 
questão, o termo fator regulador é mais apropriado. Assim, os organismos 
adaptados respondem a esses fatores de tal maneira que a comunidade 
adquire o máximo de homeostase possível nestas condições.(ODUM, 
1986). 
 Nicho Ecológico – é a maneira de viver de cada organismo, seus 
hábitos, a forma de obtenção de energia e as interações das quais ele 
participa dentro do ecossistema. 
 Habitat – é o local onde determinada espécie vive e desempenha seu 
nicho ecológico. Algumas espécies de seres vivos conseguem se adaptar a 
diferentes condições ambientais, o que lhes confere uma maior distribuição 
geográfica e, portanto, um habitat mais amplo. Já outras espécies não 
suportam grandes variações das condições do meio, possuindo um habitat 
mais restrito. 
 Por outro lado, duas espécies de seres vivos podem coexistir em um 
mesmo habitat desde que possuam nichos ecológicos diferentes. Exemplo – 
os organismos do fitoplâncton e os do zooplâncton que habitam as águas 
superficiais de um corpo aquático. Os seres que compõem o fitoplâcton 
sintetizam sua própria matéria orgânica a partir da radiação solar, enquanto 
 23 
os seres do zooplâncton atuam como consumidores na obtenção de 
nutrientes. 
 Já, em relação aos principais fatores e elementos abióticos que 
regulam os limites do desenvolvimento de diferentes espécies de seres 
vivos tem-se: a luz, a temperatura, a água como os elementos ambientais 
mais importantes em terra e a luz, a temperatura e a salinidade nos 
oceanos. 
 
6.1.1. Fatores Abióticos 
 
6.1.1.1. Luz 
 Constitui-se na fonte de energia para os seres produtores, que a 
convertem em energia química armazenada em seus compostos orgânicos. 
A quantidade de energia disponível em um ecossistema limita o número de 
indivíduos que o interagem. Quanto ao crescimento das plantas em relação 
a presença de luz tem-se a seguinte classificação: 
 
a) Vegetais Heliófitos 
São aqueles que crescem proporcionalmente ao aumento da luz. Precisam 
de muita luz. Ex: Grama. 
 
b) Vegetais Ciófitos 
São aqueles que pouco crescem com a presença da luz, também chamados 
de umbrófitos. 
 
 No caso dos animais, a luz solar é indispensável aos processos óticos 
dos órgãos visuais destes. Também é importante na pigmentação cutânea, 
ou seja, animais que vivem expostos à radiação solar mais intensa ( como 
nos desertos e nas montanhas) são normalmente mais pigmentados ao 
passo que os que vivem em lugares sombrios ( cavernas) são 
despigmentados, são albinos. 
Ainda, tem-se: 
 
- Eurífotos – seres vivos que suportam uma grande variação luminosa. 
- Estenófotos – seres vivos que só conseguem viver dentro de estreita faixa 
de luminosidade. 
 
6.1.1.2. Temperatura 
 Ao lado da luz e da água, a temperatura é um dos mais importantes 
fatores ecológicos que influi na distribuição de vegetais e animais na 
superfície da Terra. 
 Assim, os limites de temperatura compatíveis com o 
desenvolvimento de seres vivos situam-se, de maneira geral, entre -5º C e 
 24 
45º C. As diferentes espécies de seres vivos se adaptam a temperaturas que 
lhes permitam uma melhor atividade de seu metabolismo. Deste modo, os 
animais podem ser de dois tipos gerais, segundo a temperatura corporal: 
 
a) Animais Homeotermos 
Possuem a temperatura do corpo constante. São os animais que conseguem 
manter a temperatura do corpo constante em conseqüência de seus 
processos metabólicos apesar das variações da temperatura do ambiente. 
São chamados de sangue quente como os mamíferos e aves. 
 
b) Animais Pecilotermos 
Possuem a temperatura corporal variável. São animais que não conseguem 
manter a temperatura constante. Ela desce ou sobe acompanhando as 
flutuações do meio. Isto ocorre com os Invertebrados,com os Peixes, 
Répteis e os Anfíbios. 
 
 Deste modo, os primeiros possuem ampla distribuição geográfica no 
mundo, enquanto que, os segundos (Pecilotermos), não resistindo a estas 
variações em grandes amplitudes (seres estenotérmicos), só vivem dentro 
de uma estreita faixa de distribuição na face da Terra. Em sua maioria, os 
seres marinhos vivendo em um ambiente onde estas variações térmicas não 
são pronunciadas como no meio terrestre, são muito sensíveis a qualquer 
alteração na temperatura. 
 
6.1.1.3. Água 
 A água é a substância predominante nos seres vivos. Ela age como 
veículo de assimilação e eliminação de muitas substâncias pelos 
organismos, além de atuar no equilíbrio da temperatura corporal destes. 
 A umidade do ar representa a quantidade de água presente na 
atmosfera na forma de vapor. Geralmente, em regiões quentes, a umidade 
do ar é alta e, em regiões mais frias, o vapor de água atmosférico se 
condensa precipitando-se na forma de chuva, diminuindo os teores da 
umidade atmosférica. 
 Assim, os vegetais precisam de água que sob a forma de solução 
nutritiva no solo, é absorvida pelas raízes e, sob forma de seiva, alcança as 
folhas onde se realiza a fotossíntese. A necessidade de água varia entre as 
espécies. Já os animais necessitam da água para sobreviver: água para 
beber e um certo teor de umidade no ar. Deste modo, vegetais e animais 
podem ser classificados conforme a exigência de água em: 
 
 
 
 
 25 
1. Hidrófitos 
São os vegetais que vivem na água (da qual retiram as substâncias 
nutritivas), podendo fixar-se no fundo do leito ou serem flutuantes. Os 
animais aquáticos são chamados de Hidrófilos. 
2. Higrófitos 
Plantas que preferem locais muito úmidos. Apresentam folhas largas e 
finas, desprovidos de mecanismos para redução da transpiração. 
 
3. Higrófilos 
São animais que necessitam de ambientes úmidos. Apresentam o corpo 
desprotegidos contra a perda de água como anelídeos ( vermes, minhocas e 
lesmas). 
 
4. Xerófitos 
São os vegetais que suportam longo período de seca, pois necessitam de 
pouca água. O aspecto xerófitico manifesta-se na própria estrutura e 
aparência das plantas que apresentam recursos para reduzir a transpiração 
como redução da superfície foliar (folhas pequenas e espinhosas), cobertura 
de cera ou pelos, ou película courácea com menos número de estômatos, 
recursos fisiológicos para acumulação de água nas folhas, troncos e raízes. 
 
5. Xerófilos 
São os animais que precisam apenas de pequenas quantidades de água, pois 
têm meios de defesa contra a seca como proteção por uma pele espessa ou 
cutícula resistente. Ex: girafas e camelos. 
 
 O alto teor de umidade reflete-se nos animais e vegetais por uma 
pigmentação mais forte enquanto nas regiões secas a coloração é mais 
clara. 
 
6.1.1.4. Fatores Edáficos 
 O solo fértil é constituído de rocha desagregada, água, ar, seres vivos 
e material orgânico em decomposição. 
 O solo fornece para as plantas água e sais minerais, possibilitando o 
desenvolvimento de vegetais e animais. 
 Um dos fatores , o ph do solo, influência as espécies vegetais que 
nele se desenvolvem. 
 
6.1.2. Fatores Bióticos 
 São as interrelações e interdependências desenvolvidas entre os seres 
vivos que podem ser de diferentes formas, favorecendo ou prejudicando 
determinadas espécies vegetais ou animais. Estas interrelações porém, 
apresentam no sistema natureza condições que contribuem para estabelecer 
 26 
a dinâmica e o equilíbrio das populações com reflexos na sua distribuição 
espacial. As principais interrelações são: 
 
1. Parasitismo 
 É quando um organismo vivo se alimenta de célula, tecido ou fluído de 
outro ser vivo, chamado de hospedeiro, o qual comumente é prejudicado 
por este processo. Ex: É comum entre vermes e insetos. 
 
2. Saprofitismo 
 É quando os seres vivos se alimentam a partir de matéria orgânica em 
decomposição. Ex: Bactéria e fungos. 
 
3. Epifetismo 
 É quando as plantas utilizam outras apenas como suporte, sem prejudicá-
las.Ex: Plantas heliófitas que vivem no sub-bosque apoiando-se sobre 
troncos e galhos da copa de indivíduos de grande porte e o caso das 
orquídeas. 
 
4. Simbiose 
 É quando ocorre uma associação de dois ou mais seres vivos com 
beneficio mútuo. 
 
5. Comensualismo 
 É quando uma espécie se benéfica de outra sem reflexos positivos ou 
negativos para esta. As espécies ciófitas aproveitam da sombra projetada e 
do microclima criado pelas espécies de maior porte. 
 
6. Predação 
 É o processo de destruir de forma violenta outro ser vivo. Ocorre entre 
os animais.Ex: lobos e jacarés em grupos e o gavião de forma individual. 
 
7. Competição 
 É a luta contínua na biosfera para ocupar o espaço vital que se 
caracteriza pela luz, pela sombra, pela umidade e por outras condições 
ambientais necessárias á sobrevivência das diferentes espécies vegetais e 
animais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27 
6.2. Ciclos Biogeoquímicos 
 O fluxo unidirecional de energia solar proporciona condições para 
síntese da matéria orgânica pelos seres autótrofos e sua decomposição e 
retorno ao meio como elementos inorgânicos por meio da ação dos 
microconsumidores heterótrofos. Assim, a matéria percorre caminhos 
cíclicos, sendo constantemente reaproveitada pelos seres produtores. 
 Deste modo, as plantas verdes transformam substâncias inorgânicas, 
como carbono, nitrogênio, fósforo e potássio, em compostos orgânicos que 
são transferidos ao longo da cadeia alimentar. Estes, por ação dos seres 
decompositores, são devolvidos ao solo, água e atmosfera em sua forma 
inorgânica, ficando novamente à disposição dos seres produtores. Portanto, 
os elementos químicos que constituem os organismos estão sendo 
constantemente reciclados na natureza através do ambiente físico e 
biológico, sendo de grande importância para a manutenção dos 
ecossistemas. 
 
3.1. Conceito 
 - É o ciclo dos elementos químicos entre o meio biótico e o meio 
abiótico geofísico. 
 - Bio = porque os organismos vivos interagem no processo de síntese 
orgânica e decomposição dos elementos; Geo = porque o meio terrestre é a 
fonte dos elementos e Químicos porque são ciclos de elementos químicos. 
 Se distingue três tipos de ciclos biogeoquímicos: 
 
1. Ciclo Hidrológico – da água. 
2. Ciclos Sedimentares dos Elementos Químicos – o reservatório que supre 
os elementos e os recebe de volta é a litosfera.Ex: Fósforo, Enxofre, 
Cálcio, Magnésio e Potássio. 
3. Ciclos Gasosos dos Elementos Químicos – o reservatório que supre os 
elementos e os recebe de volta é a atmosfera. Ex: Carbono, Nitrogênio e 
Oxigênio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
 
 
 
 
3.2. Os Ciclos 
3.2.1. Ciclo Hidrológico ou da Água 
 A água é a substância mais abundante na biosfera, sendo encontrada 
nos estados sólido, líquido e gasoso. O volume total de água em seus três 
estados físicos é estimado em aproximadamente 1,5 bilhão de quilômetros 
cúbicos. 
 Assim, é o principal componente dos organismos vivos. Seu 
percentual no peso dos seres varia entre 70 e 90, sendo mais abundante em 
tecidos jovens do que nos idosos. A água pode ser consumida pelos seres 
por diversos meios, seja ingerindo-a diretamente, seja utilizando a água 
contida nos alimentos ou ainda pela penetração por meio da pele. A perda 
de água, por sua vez, dá-se basicamente por evapotranspiração, respiração, 
excreções urinárias e dejeções. 
 A água presente nos corpos hídricos como mares, rios e lagos e na 
superfície dos solossofre um processo de evaporação pela ação da radiação 
solar, passando à atmosfera sob a forma de vapor. Este, sofrendo 
resfriamento, condensa-se na forma de nuvens. A água é então devolvida à 
superfície terrestre na forma de chuvas, neblina, neve ou granizo. 
 No solo, a água pode infiltrar-se pelos poros do terreno, onde, além 
de abastecer o lençol freático, fica disponível para as plantas. A água de 
precipitação pode escoar sobre a superfície do solo, abastecendo os corpos 
hídricos. Parte desta água pode também evaporar na superfície do solo. 
 
 
 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
3.2.2. Ciclo do Carbono 
 O carbono é o componente fundamental da matéria orgânica, sendo o 
constituinte básico de todos os organismos vivos. 
 O carbono utilizado pelos seres vivos encontra-se associado ao 
oxigênio, na forma de gás carbônico (CO2) presente na atmosfera ou 
dissolvido nas águas. Assim, os seres autótrofos captam o gás carbônico do 
ar atmosférico, utilizando-o na produção de matéria orgânica que será 
consumida e incorporada aos tecidos heterótrofos ao longo da cadeia 
alimentar. A oxidação de matéria orgânica através dos processos 
respiratórios dos seres vivos, libera parte do carbono assimilado na forma 
de gás carbônico. A matéria orgânica das plantas e animais mortos é 
utilizada como alimento pelos microorganismos decompositores, 
possibilitando o retorno do carbono, também na forma de gás carbônico 
para o meio. 
 O ciclo do carbono é um ciclo perfeito, pois o carbono é devolvido 
ao meio à mesma taxa a que é sintetizado pelos produtores. 
 Por outro lado, algumas vezes, a matéria orgânica pode não ser 
totalmente degradada pelos seres decompositores, permanecendo 
armazenada no subsolo na forma de depósitos fósseis como carvão e 
petróleo. 
 Os grandes reservatórios de carbono são representados pelos 
carbonatos presentes na hidrosfera e litosfera. Estes não participam do ciclo 
ativo do carbono, apenas contribuindo com grandes quantidades de gás 
carbônico que é lançada à atmosfera por ocasião das erupções vulcânicas. 
Ainda, o carbono também é utilizado na formação da estrutura das conchas 
que após a morte do ser, passa a integrar o depósito calcário. 
 Portanto, em termos de ciclo do carbono, pode-se distinguir um ciclo 
principal, por meio do qual os produtores, consumidores e decompositores 
participam respectivamente dos processos de fotossíntese e respiração, é 
um ciclo secundário, mais lento, do decaimento de plantas e animais que 
foram incorporados por processos geológicos na crosta terrestre. Nesses 
processos, os organismos foram transformados em combustíveis fósseis e, 
em calcário que ficam à margem do ciclo principal. 
 A partir da Revolução Industrial, os seres humanos passaram a fazer 
uso intenso dessa energia armazenada, e no processo de queima 
(respiração) passou a devolver o CO2 à atmosfera a uma taxa superior à 
capacidade assimiladora das plantas (pela fotossíntese) e dos oceanos (pela 
reação e difusão). Esse desequilíbrio do ciclo natural pode ter implicações 
na alteração do chamado “efeito estufa”, com conseqüente aumento da 
temperatura global da Terra. Sabe-se hoje que, aproximadamente 50 por 
cento do excesso de CO2 gerado é absorvido pelos oceanos. Até que ponto 
os oceanos suportarão o aumento de dióxido de carbono (CO2 ) se constitui 
 31 
em uma pergunta de difícil resposta pela multiplicidade de fatores que 
intervêm no mecanismo da recuperação do sistema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
3.2.3. Ciclo do Nitrogênio 
 O nitrogênio faz parte da composição das moléculas de proteínas e 
bases nitrogenadas dos ácidos nucléicos, sendo indispensável à 
continuidade da vida. 
 Embora, a atmosfera seja rica em nitrogênio (78%) é difícil sua 
assimilação pela maioria dos seres vivos. Desta maneira, o nitrogênio 
molecular (N2 ) penetra nos seres pela atividade respiratória e retorna ao 
meio sem tomar parte nos processos biológicos. 
 Assim, grande parte do nitrogênio existente nos organismos vivos 
não é obtida diretamente da atmosfera, uma vez que a principal forma de 
nutriente para os produtores são os nitratos. Esses nitratos são fruto da 
decomposição de matéria orgânica, na qual o nitrogênio do protoplasma é 
quebrado em uma série de compostos orgânicos e inorgânicos por 
bactérias com funções especializadas em cada parte do processo. Os 
nitratos podem ainda ser obtidos por meio da ação de bactérias fixadoras de 
nitrogênio e das descargas elétricas que ocorrem na atmosfera. 
 O nitrogênio atmosférico ou dissolvido em água, pode ser fixado por 
bactérias simbiônticas, como as do gênero rhizobium, que vivem em 
nódulos das raízes de plantas leguminosas como amendoim, feijão, soja; 
por bactérias de vida livre no solo como as do gênero azotobacter 
(aeróbias), clostridium (anaeróbias) e rhodospirilum (fotossintetizantes); e 
por algas cianofícias dos gêneros anabaena e nostoc, que vivem na água ou 
em solos encharcados. 
 Estes seres fixam o nitrogênio molecular (N2) transformando-o em 
compostos orgânicos nitrogenados que são convertidos, por ocasião de sua 
morte, em íons nitratos (NO3), através de um processo denominado de 
Nitrificação.Estes, solúveis em água, são então absorvidos pelos vegetais e 
utilizados na síntese dos compostos orgânicos nitrogenados, que chegam 
aos consumidores ao longo da cadeia alimentar. 
 A matéria orgânica dos organismos vivos, por ocasião de sua morte, 
é degradada pelos microorganismos decompositores que transformam as 
proteínas e aminoácidos em amônia (NH3). Estes microorganismos atuam 
também sobre os excretas nitrogenados, subprodutos do metabolismo dos 
seres consumidores, como amônia, ácido úrico e uréia. Este processo é 
denominado de Amonificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
3.2.4. Ciclo do Fósforo 
 O fósforo é um importante elemento integrante da estrutura dos 
ácidos nucléicos. 
 As reservas de fósforos se constituem nas rochas fosfatadas 
originadas nas eras geológicas. Através da são do intemperismo, estas 
rochas são desagregadas, fornecendo fosfatos que serão utilizados pelos 
seres produtores, ficando disponíveis para os seres consumidores ao longo 
da cadeia alimentar. Entretanto, parte desses fosfatos liberados é carregada 
para os oceanos em decorrência da erosão, onde se perde em depósitos a 
grandes profundidades, ou é consumida pelo fitoplâcton. 
 Os meios de retorno do fosfato para os ecossistemas a partir dos 
oceanos são insuficientes para compensar a parcela que se perde. Esse 
retorno tem por principais agentes os peixes e as aves marinhas. Exemplo 
disso são os extensos depósitos de guano ( fosfato de cálcio originário dos 
excrementos das aves marinhas) existentes na costa do Peru e Chile.A ação 
predadora dos seres humanos sobre esses pássaros faz com que a taxa de 
retorno reduza-se ainda mais. Ao mesmo tempo em que reduzem a taxa de 
retorno, os seres humanos, agindo sobre a natureza com a exploração da 
mineração, ocupação desordenada do solo, desmatamentos e agricultura, 
entre outras atividades, aceleram o processo de perda de fósforo do ciclo. 
Estima-se que, atualmente, um a dois milhões de toneladas de fosfato são 
produzidas a partir da mineração de rochas fosfatadas. Desse total, apenas 
60 mil toneladas retornam pelos meios acima referidos. 
 Ainda, por ocasiãoda morte das plantas e animais os seres 
decompositores degradam a matéria orgânica liberando o fósforo na forma 
de fosfato assimilável pelos seres autótrofos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
 
 
 
 
 
 
 
 37 
3.2.5. Ciclo do Enxofre 
 É encontrado nas rochas, nos sedimentos e em menor quantidade na 
atmosfera. A principal forma de assimilação do enxofre pelos seres 
produtores é como sulfato inorgânico. O processo biológico envolvido 
nesse ciclo compreende uma série de microorganismos com funções 
especificas de redução e oxidação. 
 A ação do homem interfere nesse ciclo por meio de grandes 
quantidades de dióxido de enxofre liberadas nos processos de queima de 
carvão e óleo combustível em indústrias e usinas termoelétricas. É tóxico 
destruindo os tecidos dos vegetais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38 
7. CAUSAS ATUAIS DA DISTRIBUIÇÃO DOS VEGETAIS 
 As mudanças climáticas ocorridas durante o Quaternário da Era 
Cenozóica influenciaram profundamente a distribuição da vegetação na 
América do Sul e, especificamente no Território brasileiro. 
 Assim, para um melhor entendimento do quadro de distribuição 
vegetacional existente hoje na América Latina se faz necessário 
compreender as alterações climáticas ocorridas no Terciário e Quaternário 
da Era Cenozóica. 
 Deste modo, do período Cretáceo da Era Mesozóica até o Eoceno do 
Terciário da Era Cenozóica as condições climáticas (quentes e úmidas) 
favoreceram o desenvolvimento de uma vegetação florestal em ampla 
escala. Verifica-se assim, à ocorrência na Sibéria, Alaska e Groenlândia de 
grandes árvores de gêneros, hoje temperados e mesmo, tropicais como a 
Sequóia e Ocotea entre outros. 
 Os períodos subseqüentes ao Eoceno, no caso, Oligoceno, Mioceno e 
início do Plioceno se caracterizaram no Continente Sul-Americano pela 
predominância de um clima seco atestado por enclaves de vegetação 
campestre na Amazônia e áreas descontínuas de vegetações secas e 
espinhosas como o “Monte Argentino” e a “Caatinga” brasileira. 
Conseqüentemente, tem-se um recuo das formações florestais e uma 
expansão das formações abertas, no caso, vegetação campestre e xerófita 
sobre as áreas ocupadas pelas primeiras. 
 No final do Plioceno, se acentua a queda de temperatura que vai 
resultar nas glaciações do Pleistoceno. Mas, somente a última glaciação do 
Quaternário, que não foi das mais intensas, ou glaciação de Wurm, é bem 
conhecida e apresenta fases seguramente datadas (análises polínica e 
radiocarbono) com respeito aos trópicos. 
 Desta forma, o Quaternário caracterizou-se pela alternância de climas 
quentes e úmidos (correspondentes aos períodos interglaciais) com climas 
secos e frios (correspondentes aos períodos glaciais). 
 Portanto, o avanço das geleiras pleistocênicas acompanhado da 
diminuição da temperatura do ar e do mar causou nas regiões tropicais e 
subtropicais uma redução das precipitações. Desta forma, os climas 
anteriormente úmidos, tornaram-se áridos a semi-áridos. 
 Percebe-se assim, que os períodos glaciais (secos e frios) estão 
relacionados principalmente, aos avanços das geleiras e ao abaixamento da 
temperatura enquanto que, os interglaciais (úmidos e quentes) ao recuos 
destas. 
 Com relação à vegetação, tem-se de uma forma geral, durante o 
Quaternário na América do Sul um recuo ou retração das florestas nas fases 
secas, cedendo lugar para o desenvolvimento de formações abertas 
xerófitas, e reexpansão das florestas nas fases úmidas. 
 39 
 Por outro lado, os enclaves de caatingas e cerrados que são 
encontrados em áreas predominantemente florestais como Oeste Paulista, 
Noroeste do Paraná são justificados como uma adaptação dessas 
vegetações a instalação de um clima mais úmido, e constituindo-se essas, 
em vegetações relíquias de um clima passado, no caso, da última 
glaciação. 
 
Quadro 1 – Glaciações Ocorridas no Quaternário 
 
Glaciações Interglaciais 
 Atual 
 Último Interglaciar_______________________Holoceno 
 ___________________________________________________________________ 
4. Wurm 
 
3. Riss → Interglaciar - Riss - Wurm 
 Pleistoceno 
2. Mindell → Interglaciar - Mindell – Riss 
 
1. Gunz 
 ___________________________________________________________________ 
 
. Alternaram-se num período de 1000.000 até 8.000 ou 10.000 anos atrás. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 41 
8. ABORDAGENS ECOSSISTÊMICAS E GEOSSISTÊMICAS NAS 
PESQUISAS GEOGRÁFICAS 
 Na Geografia, as formas de abordagens do “meio físico” têm variado 
freqüentemente em decorrência das propostas elaboradas pelas correntes 
geográficas para a definição e objeto da Ciência Geográfica. 
Conjuntamente a este fato, tem-se o avanço tecnológico representando pelo 
desenvolvimento da abordagem sistêmica e, das técnicas de análise 
multivariada que possibilitaram primeiramente ao Geógrafo, o emprego da 
terminologia “ Ecossistema ”representando uma unidade funcional 
ecológica básica para o estudo da natureza/meio ambiente. E, 
posteriormente, a utilização do termo “ Geossistema ”que pode ser 
entendido como uma unidade funcional básica geográfica para o estudo 
das condições naturais/meio ambiente. Na realidade, o Geossistema se 
constitui em unidade de classificação criada para o estudo do meio 
ambiente com base nas formas topográficas da Geomorfologia. Em 
síntese é uma hierarquia geográfica da paisagem.(FRANCISCO, 1989, 
p. 1). 
 Tendo em vista o fato das questões ambientais envolverem vários 
aspectos com graus diferentes de complexidade e encadeamentos na 
estruturação e funcionamento dos ambientes torna-se necessário o 
desenvolvimento de estudos de natureza interdisciplinares. 
 
8.1. Conceito de Ecossistema 
 A terminologia “Ecossistema” sob o ponto de vista biológico e 
ecológico considera os organismos e o ambiente como uma unidade 
operacional básica. Segundo Tundisi (1978, p.4), o ecossistema é “uma 
unidade com características físicas e químicas e com seu componentes 
biológicos – plantas e animais”. Essa terminologia foi proposta em 1935 
pelo biólogo Tansley como um termo geral tanto para o bioma como para o 
seu habitat. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 42 
 
 
 
8.1.1. Estrutura e Aspectos Funcionais do Ecossistema 
 Entendido como uma unidade operacional ecológica básica, o 
Ecossistema apresenta constituição, estrutura e funcionamento cujo 
estudo é necessário para sua melhor compreensão. 
 Deste modo, um Ecossistema apresenta-se composto por elementos 
abióticos (meio físico), bióticos (seres vivos) e antrópicos (representado 
pela ação humana que tem atuado de forma incisiva no desequilíbrio entre 
os sistemas, freqüentemente ocasionando alterações nos processos e nas 
formas). Os componentes físico-químicos da natureza são os elementos 
abióticos enquanto que, os seres vivos são os elementos bióticos.Os 
primeiros podem ser divididos em fatores climáticos (pluviosidade, luz, 
temperatura, etc...), fatores litológicos (rochas), fatores edáficos (estrutura 
do solo, porosidade, impermeabilidade, etc...) e fatores hidrológicos (água) 
e o segundo em espécies vivas distribuídas sobre a superfície terrestre em 
comunidades bióticas. Em relação ao fluxo de energia e matéria, as 
espécies encontram-se ligadas a estes através de redes intrincadas dando-se 
a transferência das plantas para os animais. 
 43 
 Desta maneira, o funcionamento de um Ecossistema implica em uma 
série de ciclos: um ciclo de energia que se apresenta ligado à utilização da 
radiação solar; um ciclo da água, onde o solo faz o papel de regulador da 
porcentagem entre a água infiltrada e a água que flui superficialmente e o 
ciclo dos elementos nutritivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8.1.2. Propriedades dos Ecossistemas 
 O uso do Ecossistema na Geografia está vinculado a existência de 
algumas propriedades básicas dessa terminologia e a função dessas. Deste 
modo, quatro dessas propriedades são destacadas por Stoddart (1974): 
 
1. O Ecossistema é Monístico – isto é, reúne categorias diferenciadas 
(ambiente + os mundos humano + vegetal e animal) numa estrutura única 
dentro da qual a interação entre os componente pode ser analisada; 
 
2. Os Ecossistemas são estruturados, ou seja, de uma forma mais ou 
menos ordenada, racional e compreensível. Assim, uma vez identificadas, 
as estruturas, estas podem ser investigadas e estudadas. 
 
3. Os Ecossistemas funcionam – consistem eles de uma interpenetração 
continua de matéria e energia...Uma vez definida a estrutura, pode ser 
possível quantificar as interações e os intercâmbios entre as partes 
componentes e, pelo menos nos ecossistemas simples, todo complexo pode 
ser definido quantitativamente. 
 
4. O Ecossistema é um tipo de sistema geral e possui os atributos dos 
sistemas gerais. Em termos de sistema geral, o ecossistema é um sistema 
aberto que tende no sentido de um estado estável sob as leis da 
termodinâmica do sistema aberto. 
 
8.1.3. Vantagens do Uso da Terminologia Ecossistema pela Geografia 
Física 
 Mesmo utilizando-se de uma unidade funcional não geográfica, os 
Geógrafos Físicos forma favorecidos por uma série de vantagens do 
Ecossistema. 
 
 
 
a) A capacidade de estruturação matemática precisa dentro de uma 
estruturação teórica torna a terminologia ecológica mais forte e eficiente na 
análise; 
 
b) A flexibilidade de limite do conceito possibilita seu enquadramento em 
qualquer nível, do mais simples ao mais complexo; 
 
c) A interpretação dos sistemas em termos cibernéticos possibilita a 
construção de modelos teóricos simples; 
 
 45 
d) O desenvolvimento da cibernética proporciona a terminologia ecológica 
ser analisada em função dos fluxos de energia. 
 
 
 
 
 
8.1.4. Críticas dos Geógrafos Físicos ao Uso da Terminologia Ecossistema 
 Apesar dessas vantagens, a partir da década de setenta desenvolve-se 
um período de críticas fundamentadas aos Geógrafos Físicos pelo uso da 
terminologia “Ecossistema”. Dentre essas, destacam-se: 
 
1. O ecossistema não tem nem escala nem suporte espacial bem definido. 
Pode ser o oceano, mas também pode ser o pântano com rãs. Não é, 
portanto um conceito geográfico.(STODDART, 1974). 
 
2. A análise feita por biólogos e ecólogos do Ecossistema é sob o ponto de 
vista vertical, ou seja, da ciclagem de nutrientes. 
 46 
 
3. Vêem os seres humanos como agentes de interferência ao Ecossistema 
não havendo uma abordagem de compatibilização entre atividade humana 
através das atividades econômicas desenvolvidas e o meio ambiente. 
 
8.2. Conceito de Geossistema 
 É a unidade funcional básica geográfica para o estudo do meio 
ambiente. Constitui-se assim, em uma unidade de classificação criada 
para o estudo do meio ambiente com base nas formas topográfica da 
Geomorfologia. Em síntese é uma hierarquia geográfica da paisagem. 
Para Bertrand(1971, p.11) o Geossistema constitui-se em “uma paisagem 
nítida e bem circunscrita que se pode, por exemplo, identificar 
instantaneamente nas fotografia aéreas”. 
 Nesta definição fica claro que o conceito de paisagem envolve a 
noção de escala. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8.2.1.Estrutura e Aspectos Funcionais do Geossistema 
 Os Geossistemas são caracterizados pela combinação de fatores 
geomorfológicos (natureza das rochas e dos mantos superficiais, 
declividade, dinâmica das vertentes), fatores climáticos (precipitações, 
temperatura, balanço hídrico), hidrológicos (profundade e flutuações do 
lençol freático, afloramento e nascentes) e pedológicos (textura, nutrientes, 
ph) cuja exploração biológica é representada pela cobertura vegetal, fauna e 
atividade antrópica. 
 Segundo Betrand(1971, p.16-17), o seu sistema de hierarquização da 
paisagem é composto por: 
 
1. Geofácies – no interior de um mesmo Geossistema, o Geofácies vem a 
corresponder a um setor fisionomicamente homogêneo onde desenvolve-se 
uma mesma fase geral de evolução do Geossitema. 
Ex: Geossistema : Município de Seropédica 
Geofácies – Morros Isolados 
 
2. Geótopo – corresponde a menor unidade geográfica homogênea 
identificável na superfície terrestre. Suas condições ecológicas podem ser 
diferenciadas das do Geossistema e do Geofácies em que se econtram. 
Ex: Geossistema: Município de Seropédica 
 Geofácies: Morros Isolados 
 Geotópos: Fundo de vales dos morros isolados

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