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1 O PAIUB O PAIUB concebia a autoavaliação como etapa inicial que se estendia a toda universidade e se completava com a avaliação externa. Praticamente todas as universidades federais implantaram o PAIUB, mas no governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso o PAIUB passou a ser a um processo de avaliação interna das universidades, sem o relevo anterior. A Lei 9131/95 criou o novo Conselho Nacional de Educação e propôs pela primeira vez que uma das atribuições do MEC seria formular e avaliar a política nacional de educação e zelar pela qualidade do ensino. Previu a criação de um conjunto de avaliações periódicas das instituições e dos cursos superiores e da realização de um exame nacional com o objetivo de aferir conhecimentos e competências adquiridos pelos alunos em fase de conclusão de curso. O ENC O Exame Nacional de Curso – ENC- tinha como proposta analisar o ensino através do desempenho do aluno ao realizar as questões da prova, classificando-o de acordo com uma escala de conceitos ordenados em 5 níveis crescentes Os resultados eram amplamente divulgados na mídia em uma relação das 10 melhores instituições do país e as 10 piores. O objetivo da divulgação era prestar contas aos pais e responsáveis, à população em geral, da qualidade do ensino oferecido pelas instituições de ensino superior. O MEC concebeu o exame como um instrumento que possibilitaria construir bases para uma possível fiscalização, regulação e controle, por parte do Estado, baseada na lógica de que a qualidade de um curso é igual à qualidade de seus alunos. Na verdade, o exame se constituiu, ao longo dos anos, em um importante instrumento de propaganda das universidades privadas que conseguem se destacar nesse cenário. A nova LDB, Lei nº 9394/96, estabeleceu no seu art. 9º que a avaliação deveria ser incumbência da União e ser realizada para garantir o ensino de qualidade e para a regulação do sistema evitando a disseminação incontrolada de instituições privadas. 2 Achamos importante destacar os seguintes incisos: pelo inciso V deve “coletar, analisar e disseminar informações sobre educação”. No inciso VI trata diretamente da avaliação quando determina que seja incumbência da União “assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino”. O inciso VII determina que a União deva “baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação” e o inciso VIII “assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidades sobre este nível de ensino”. O processo de regulação está previsto no inciso IX quando estabelece a competência do governo federal para, “autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar respectivamente os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino”. PNE O Plano Nacional de Educação (PNE), para o período de 2001/2011, editado por meio da Lei 10172/01 tem sua origem no art. 214 da Constituição Federal de 1988 e na Lei 9394/96. Fica disposto no art. 4º que a União instituirá o Sistema Nacional de Avaliação e estabelecerá os mecanismos necessários ao acompanhamento das metas constantes do Plano Nacional de Educação. O PNE enfatiza a importância de se garantir a qualidade do ensino ministrado, sem inibir a necessária expansão do sistema e aponta como caminho a institucionalização de um amplo sistema de avaliação associada à ampliação dos programas de pós- graduação. 3 O novo Plano Nacional de Educação encontra-se em tramitação no Senado, mas o projeto de lei reafirma o compromisso em desenvolver um sistema nacional de avaliação para a garantia do padrão de qualidade nas escolas brasileiras. Atualmente A seguir vamos falar sobre o processo atual de avaliação do ensino superior instituído pela Lei 10.861 de, 14 de abril de 2004, como forma de alcançar: a melhoria da qualidade da educação superior; a regulação da expansão da oferta; o aumento da eficácia institucional e efetividade acadêmica e social; o aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais das instituições; a valorização da missão pública. A avaliação do desempenho dos estudantes dos cursos de graduação será realizada mediante a aplicação do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - ENADE. O ENADE O ENADE aferirá o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de graduação, suas habilidades para ajustamento às exigências decorrentes da evolução do conhecimento e suas competências para compreender temas exteriores ao âmbito específico de sua profissão, ligados à realidade brasileira e mundial e a outras áreas do conhecimento. De acordo com a Lei 10.681/04 que institucionalizou o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, a Avaliação Institucional divide-se em 2 modalidades: 4 Autoavaliação – Coordenada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) de cada instituição e orientada pelas diretrizes emanadas da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior - CONAES. Avaliação externa – Realizada por comissões designadas pelo Inep. A avaliação externa tem como referência os padrões de qualidade para a educação superior expressos nos instrumentos de avaliação e nos relatórios das autoavaliações. O processo de avaliação externa independente de sua abordagem se orienta por uma visão multidimensional que busque integrar sua natureza formativa e de regulação, em uma perspectiva de globalidade. Legislação da Avaliação da Educação Superior Da análise da legislação que originou os mecanismos e os instrumentos de avaliação desde a Constituição de 1988 até a Lei 10.861/04 que implantou o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES - pode-se identificar que houve um progresso no reconhecimento da importância da avaliação associada à ideia de melhoria da qualidade do ensino. O INEP foi constituído como uma nova agência reguladora e à comunidade acadêmica caberia atuar como objeto e sujeito do seu fazer e do seu saber, visto que o novo modelo previa a participação dos professores universitários em comissões de especialistas para a elaboração das diretrizes a serem seguidas pelos cursos e ainda, em visitas externas às instituições para a verificação das condições de oferta dos cursos de graduação. Anteriormente à Lei 10.861/04 a avaliação era regulamentada pelo Decreto Federal 2.026/96 que estabeleceu os procedimentos para a avaliação dos cursos e das instituições de ensino superior. Nesse modelo, a avaliação individual de cada instituição ou curso era feita por comissão externa que deveria levar em conta a autoavaliação realizada pela organização. O Decreto Federal nº 2.026/96 foi revogado pelo de nº 3.860/01 que dispôs sobre a avaliação e os procedimentos operacionais, entre outras coisas. 5 Esse decreto vigorou até o ano de 2006 quando o Decreto Federal 5.773/06 regulamentou a Lei 10.861/04 estabelecendo os mecanismos das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino. Esse decreto sofreu algumas alterações no ano de 2007, que não modificaram a operacionalização dos procedimentos estabelecidos anteriormente.O Decreto Federal 5.773/06 estabeleceu que a avaliação realizada pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES - constituirá referencial básico para os processos de regulação e supervisão da educação superior, a fim de promover a melhoria de sua qualidade do ensino nas instituições superiores do país. CONAES A CONAES (Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior) é o órgão coordenador e supervisor do SINAES. Sua função coordenadora do sistema dará respaldo político e técnico e legitimidade ao SINAES, além de assegurar por sua função supervisora o bom funcionamento e a melhoria do sistema mediante a capacitação de pessoal, organização sistemática de comissões avaliação, recebimento e distribuição de relatórios, coordenação de pareceres, encaminhamento de recomendações às instâncias competentes, gestão para a interpretação sistemática de informações, divulgação ao público das análises realizadas.
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