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Farmacologia Professora: Adriana Alves Anestésicos Locais Ésteres ou aminas que bloqueiam de forma reversível a condução nervosa evitando ou aliviando a dor. Mecanismo de ação: Agem na membrana celular; Impedem a geração e a condução do impulso Bloqueio dos canais de sódio Histórico Nativos das montanhas peruanas: uso de folhas de coca para evitar a fome, fadiga e elevar o espírito; Isolamento da cocaína da Erythroxylon coca: Niemann(1859); Estudo da sua farmacologia: Von Anrep (1880); Alivio da dor em procedimentos oftalmológicos: Carl Koller (1884); Estudo de anestésicos locais que não induzam dependência: Einhorn (1892) – 12 anos depois surgiu a Procaína. Anestésicos Locais Requisitos desejáveis Bloqueio reversível do nervo; Irritação mínima para os tecidos; Boa difusibilidade através dos tecidos; Baixa toxidade sistêmica; Eficácia; Inicio rápido de ação; Duração do efeito adequada. Fatores que interferem na ação Tamanho molecular; Solubilidade lipídica; Tipo de fibra bloqueada; pH do meio; Concentração do anestésico; Associação com vasoconstritores. Lidocaína É uma amina; Atualmente o anestésico local mais usado; É um anestésico de ação intermediaria e inicio rápido; Também é utilizada como antiarrítmico; Pode vir associada com epinefrina. Bupivacaína Amina Capaz de proporcionar anestesia prolongada; Longa duração de ação e inicio lento; Bloqueio mais sensível que motor Mais cardiotóxica que a lidocaína. Ropivacaína Amina Menos tóxico que a bupivacaína e da ação mais prolongada. Adequada para anestesias epidural e regional; Poupa mais ainda a atividade motora que a bupivacaína. Outros anestésicos Procaína: Éster Primeiro anestésico local sintético (1905); Uso atual restrito para anestesia infiltrativa; Baixa potencia: inicio lento e curta duração e ação. Tetracaína: Éster de longa ação e inicio lento; Mais potente que a procaína; Amplo uso em anestesia espinhal e em varias preparações de uso tópico. Efeitos sistêmicos e toxidade Fenômenos alérgicos Raros; Anestésicos do tipo éster; Dermatite alérgica; Crise asmática. SNC Estimulação inquietação e tremor; ou até mesmo convulsões; Depressão. Músculo liso Deprimem as contrações do intestino Relaxam os músculos lisos vasculares e brônquios. Sistema cardiovascular Reduz a contração miocárdica; Dilatação arteriolar Hipotensão Sangue Lise de eritrócitos; Formação de meta-hemoglobina. Metabolismo e Excreção Ésteres: hidrolisados e inativados por uma esterease plasmática Amidas: são degradadas pelo reticulo endoplasmático hepático. A excreção pode ser renal, pulmonar ou biliar. Usos clínicos Anestesia tópica: Anestesia das mucosas do nariz, da boca, da garganta, trato geniturinário, arvore traqueobrônquica, esôfago... Não penetra em pele intacta Lidocaína e tetracaína são mais usadas; Vasoconstritor associado: fenilefrina. Anestesia infiltrativa e por bloqueio de campo Anestésicos mais utilizados: Lidocaína: até 4,5mg/kg Procaína: até 7mg/kg Bupivacaína: até 2mg/kg A associação com epinefrina praticamente duplica a duração da anestesia. Não deve ser usada em tecidos supridos por artérias terminais: gangrena. Anestesia por bloqueio nervoso e anestesia espinhal O anestésico nunca é injetado diretamente no nervo, injeta o mais próximo possível. Anestésicos mais utilizados: Lidocaína Tetracaína Bupivacaína Anestesia regional intravenosa Uso dos vasos para levar o anestésico aos troncos e nervos e terminações nervosas; Uso de manguito: garroteamento Mínimo: 15 a 30 minutos Maximo: 2horas: dor e isquemia A lidocaína é o fármaco de escolha: até 4mg/kg Analgésicos Opióides Terminologia: opióide refere-se aos compostos relacionados ao Ópio (termo grego para suco) da Papaver somniferum, como a morfina, codeína e tebaina (todos naturais) além dos derivados semi-sintéticos. Compostos naturais se ligam a receptores opióides: beta endorfina. Histórico 300 a.C – árabes introduziram 1806 fomos isoladas a morfina (Morfeus) 1832/1848 isolaram codeína e papaverina 1972 naloxano revertem analgesia 1976 endorfinas foram isoladas Classificação I análogos da Morfina: Agonistas: Morfina, heroína, codeína Antagonistas parciais: Nalorfina e Levalorfan Antagonistas: Naloxona, naltrexona II derivados sintéticos: Fenilpiperidinas (Meperidina e Fentanil) Metadona (Metadona e Dextropropoxifeno) Benzomorfan (Pentazocina) Tebaina (Etorfina) Mecanismo de ação Os receptores opióides pertencem a família dos receptores acoplados a proteína G. Inibem adenilciclase e reduzem cAMP Provocam abertura dos canais de K e inibem os de Ca na membrana: diminuem assim atividade neuronal aumentam quando inibir sistemas inibitórios. Diminuem liberação de neurotransmissores. Ações farmacológicas Analgesia: dores agudas e crônicas Euforia: poderosa sensação de bem-estar e contentamento, dependendo da situação; Disforia: mediada por receptores K; Depressão respiratória; Depressão do reflexo da tosse; Náusea e vômito: ocorre em 40% dos pacientes; Constrição pupilar; Trato-gastrintestinal: aumenta o tônus e dimunui a motilidade, constipação. Libera histamina: efeito local =coceira Abstinência Irritabilidade, perda de peso, febre, midríase, náuseas, diarréia, insônia, convulsões... Máximo em 2 dias. Desaparece em 8 dias. Aspectos farmacocinéticos Absorção oral é irregular, codeína melhor que a morfina. Sofrem efeitos da primeira passagem Meia-vida plasmática de 3 à 6 horas Neonato tem difícil metabolismo, o que aumenta depressão respiratória. Principais Opióides Diacetilmorfina (heroína): obtida à partir da morfina, mais lipossolúvel, > dependência. Codeína: obtida da morfina, bem absorvida por via oral, antitussígeno, baixa potencia analgésica (cefaléia, dores nas costas, etc), não induz euforia, constipação intensa. Dextropropoxifeno: similar a codeína, com duração mais longa, dependência discutível. Meperidina: similar a morfina,< duração e não sedação, euforia e dependência < duração efeito, dependência, útil anestésico no parto, hipertermia e convulsões. Fentanil: derivados da fenilpiperidina, ação similar a morfina de curta duração. Usos em anestesia. Etorfina: análogo de grande potencia (1000 vezes), utilizado para imobilizar grandes animais. Metadona: semelhante a morfina com menor efeito sedativo; longa duração (1/2 vida>24horas); menor dependência; síndrome de abstinência menos severa. Na presença de metadona injeções de morfina causam menos euforia e abstinência. Pentazocina: misto agonista-antagonista. Em baixas doses potencia similar a morfina, sem correspondente aumento com altas doses causando: depressão respiratória e disforia. Administrada junto com morfina reduz seus efeitos, com tendência a causar dependência. Antagonistas Opióides Nalorfina: estreutura semelhante a morfina antagonista µ; disforia, analgesia, depressão respiratória, altas doses mimetisa morfina e produz dependência, baixas doses síndrome de abstinência em dependentes, antídoto substituído pela naloxona. Naloxona: antagonista puro µ. Reverte depressão respiratória por opióides. Efeito curto (i.v. 1-2 horas) Naltrexona: similar ao Naloxona, porem com duração mais longa (1/2 vida=10horas). Uso experimental não clinica. Principais Usos Dores agudas severas origem traumáticas (fentanil, morfina); Dores medias origem inflamatória (codeína, pentazocina, propoxifeno); Dores severas crônicas (morfinas); Dores crônicas neuropáticas não respondem (amitriptilina). Outros fármacos analgésicos Principalmente para dores neuropáticas: Tramadol (metabótico da trazodona) Inibidores da captura de NE Tricíclicos: (imipramina e amitriptilina) Inibidores da captura de NE Carbamazepina e Gabapentina
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