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Revista ATO V14N10 2014 10 20140912214112

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613 
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
AMORIM, F. R. G. Contaminação por mercúrio na Odontologia como problema de saúde ocupacional. Rev. 
Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA 
ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA 
DE SAÚDE OCUPACIONAL – 
UMA NOVA VISÃO * 
 
 
MERCURY CONTAMINATION IN 
DENTISTRY AS A PROBLEM 
OCCUPATIONAL HEALTH - 
A NEW VISION 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fabiana Ribeiro Gomes AMORIM ** 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
_______________________________________ 
* Monografia apresentada à Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic para a 
obtenção do título de Especialista em Odontologia do Trabalho. Orientador: Prof. 
Dr. Urubatan Vieira de Medeiros. 
** Cirurgiã Dentista e Especializanda em Odontologia do Trabalho. 
614 
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
AMORIM, F. R. G. Contaminação por mercúrio na Odontologia como problema de saúde ocupacional. Rev. 
Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
RESUMO 
 
 O presente trabalho tem como objetivo demonstrar, através de 
revista da literatura, a ocorrência de contaminação por exposição ao 
mercúrio dos profissionais de Odontologia. Ocorre através da realização de 
obturações de amálgama dentário durante os processos de seu preparo e 
remoção, causando a liberação de vapores de mercúrio para o meio 
ambiente de trabalho sendo, inalados pelo Cirurgião Dentista e sua equipe. 
Este estudo aponta ainda para a necessidade de conhecimento e 
treinamento dos profissionais de Odontologia quanto à possibilidade de risco 
ocupacional por mercúrio nos consultórios odontológicos, quanto aos 
métodos adequados de manuseio e, descarte, de resíduos de amálgama e 
as consequentes alterações a esta exposição na saúde bucal, geral e, na 
qualidade de vida. São identificados como melhor meio de promoção e 
manutenção da saúde para os profissionais de Odontologia, a prevenção, 
com uso de EPIs, adequação do ambiente físico, aplicação das normas 
preventivas e atuação do odontólogo do trabalho dentro da equipe de saúde 
ocupacional. Conclui a pesquisa, a existência da inter-relação ambiente 
ocupacional odontológico/doenças por exposição ao mercúrio e, comenta 
sobre a nova visão da população e da classe odontológica sobre a 
continuidade de utilização do amálgama dentário como material obturador 
apesar do seu potencial toxicológico e, à despeito da existência de materiais 
restauradores alternativos. 
 
ABSTRACT 
 
 The present work aims to demonstrate, through a literature 
review, the occurrence of contamination by mercury exposure from worker 
dentistry that is through the realization of dental amalgam fillings during the 
processes of their preparation and removal, causing the release mercury 
vapor into the working environment and are then inhaled by a dentist and his 
dental team. This study also points to the need for knowledge and training of 
dental professionals about the possibility of occupational risk from mercury in 
dental offices, as the proper methods of handling and disposal of amalgam 
waste and the resulting changes to this exhibition in oral health, general 
health, quality of life and the environment. They are identified as the best 
means of promoting and maintaining health for dental professionals the 
prevention, use of EPIs, suitability of the physical environment, the 
application of standards and preventive action of the dentist's work within the 
occupational health team. Concludes the research, the existence of a 
relation between occupational environment dental and diseases by exposure 
to mercury; and comments on the new vision of the population and the dental 
professional about the continuing use of dental amalgam as a filling material 
despite its potential toxicological and despite the existence of alternative 
restorative materials. 
 
UNITERMOS: Doença Ocupacional; Amálgama Dentário; Mercúrio. 
 
 
UNITERMS: Occupational Disease; Amalgam; Mercury. 
615 
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
AMORIM, F. R. G. Contaminação por mercúrio na Odontologia como problema de saúde ocupacional. Rev. 
Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
INTRODUÇÃO 
 
 As doenças ocupacionais resultam da exposição contínua do 
trabalhador a um agente agressor no seu ambiente de trabalho. Estão 
diretamente relacionadas à atividade desempenhada pelo trabalhador ou às 
condições de trabalho que está submetido. Estes agentes podem ser de 
origem física, biológica, ergonômica e, química (NOGUEIRA, 1972; PINTO; 
IACOBUCCI; FICHMAN, 1990; SPENCER, 2000; PÉCORA, 2003; 
PATIÑO; RÉGIS FILHO, 2005; SHEIHAM, 2005; SALES PERES; 
THEODORO; RIBEIRO et al., 2006; TELES; ALMEIDA; CANGUSSU et al., 
2006; TANNOUS; SILVA, 2007; OLIVEIRA; MOLINA; PEREIRA, 2011; 
OLIVEIRA; NESI; FRETTA et al., 2011; RIBEIRO; GUERRA; GALHARDI 
et al., 2012 e RIBEIRO; SANTOS, 2013). 
 A Odontologia é uma das profissões que se destaca quanto à 
exposição de seus trabalhadores a riscos e doenças ocupacionais por 
mercúrio. Através do amálgama dentário que contém na sua formulação 
grande quantidade de mercúrio os Cirurgiões Dentistas, equipe de saúde 
odontológica, pacientes e alunos de graduação em Odontologia são 
contaminados constantemente em seu ambiente laboral, pelos vapores de 
mercúrio advindos das técnicas operatórias e, processos de uso do 
amálgama dentário como material obturador (NOGUEIRA, 1972; PINTO; 
IACOBUCCI; FICHMAN, 1990; SPENCER, 2000; PÉCORA, 2003; 
PATIÑO; RÉGIS FILHO, 2005; SHEIHAM, 2005; SALES PERES; 
THEODORO; RIBEIRO et al., 2006; TELES; ALMEIDA; CANGUSSU et al., 
2006; TANNOUS; SILVA, 2007; KAMETANI; VICCO; CALIXTO JÚNIOR et 
al., 2009; JESUS; MARINHA; MOREIRA, 2010; OLIVEIRA; MOLINA; 
PEREIRA, 2011; OLIVEIRA; NESI; FRETTA et al., 2011; RIBEIRO; 
GUERRA; GALHARDI et al., 2012 e RIBEIRO; SANTOS, 2013). 
 O mercúrio é uma substância química considerada tóxica para 
os seres vivos e meio ambiente, estando presente na vida de vários 
indivíduos através de suas atividades ocupacionais como ocorre na 
Odontologia (NOGUEIRA, 1972; LANGAN; FAN; HOOS, 1987; PINTO; 
IACOBUCCI; FICHMAN, 1990; SPENCER, 2000; PÉCORA, 2003; 
PATIÑO; RÉGIS FILHO, 2005; SHEIHAM, 2005; SALES PERES; 
THEODORO; RIBEIRO et al., 2006; TELES; ALMEIDA; CANGUSSU et al., 
2006; TANNOUS; SILVA, 2007; OLIVEIRA; MOLINA; PEREIRA, 2011; 
OLIVEIRA; NESI; FRETTA et al., 2011; RIBEIRO; GUERRA; GALHARDI 
et al., 2012 e RIBEIRO; SANTOS, 2013), ainda, desfavorável e de existir 
alternativas ao seu uso como material restaurador, ainda é amplamente 
utilizado no Brasil (NOGUEIRA, 1972; OLIVEIRA; NESI; FRETTA et al., 
2011; RIBEIRO; GUERRA; GALHARDI et al., 2012 e RIBEIRO; SANTOS, 
2013). 
 Está presente na rotina dos profissionais de Odontologia tanto 
do setor privado quanto do setor público e seu uso justifica-se muitas vezes, 
pela falta de informação dos profissionais quanto ao seu potencial danoso à 
saúde e devido às propriedades físicas e mecânicas do amálgama que é 
considerado um material de fácil manuseio e baixo custo (NOGUEIRA, 
1972; PÉCORA, 2003; PATIÑO; RÉGIS FILHO, 2005; SHEIHAM, 2005; 
SALES PERES; THEODORO; RIBEIRO et al., 2006; TELES; ALMEIDA; 
CANGUSSU et al., 2006; TANNOUS; SILVA, 2007; OLIVEIRA; MOLINA; 
616 
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
AMORIM, F. R. G. Contaminação por mercúrio na Odontologia como problema de saúde ocupacional. Rev. 
Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
PEREIRA, 2011; OLIVEIRA; NESI; FRETTA et al., 2011; RIBEIRO; 
GUERRA; GALHARDIet al., 2012 e RIBEIRO; SANTOS, 2013). 
 Hoje em dia, devido à facilidade de acesso á novas pesquisas 
e informações, os profissionais e pacientes são mais exigentes e 
questionadores devendo ter direito de escolha quanto aos materiais e 
técnicas com que trabalham e adquirem objetivando a manutenção de sua 
saúde e do meio ambiente (NOGUEIRA, 1972; PINTO; IACOBUCCI; 
FICHMAN, 1990; SPENCER, 2000; PÉCORA, 2003; PATIÑO; RÉGIS 
FILHO, 2005; SHEIHAM, 2005; SALES PERES; THEODORO; RIBEIRO et 
al., 2006; TELES; ALMEIDA; CANGUSSU et al., 2006; TANNOUS; SILVA, 
2007; OLIVEIRA; MOLINA; PEREIRA, 2011; OLIVEIRA; NESI; FRETTA et 
al., 2011; RIBEIRO; GUERRA; GALHARDI et al., 2012 e RIBEIRO; 
SANTOS, 2013). 
 A atuação dos profissionais de Odontologia do trabalho e 
equipe de saúde do trabalhador, de organizações, dos representantes das 
classes trabalhistas e políticos, têm papel crucial na intervenção e 
desenvolvimento do bem estar e qualidade de vida dos cidadãos. Através 
da criação e implementação de políticas de serviços e saúde e do respeito 
às leis trabalhistas, contribuem para evitar o impacto negativo que 
substâncias e tecnologias possam causar aos trabalhadores e seres vivos 
de um modo geral, protegendo o meio ambiente e as gerações futuras 
(NOGUEIRA, 1972; PINTO; IACOBUCCI; FICHMAN, 1990; GLINA; 
SATUT; ANDRADE, 1997; SPENCER, 2000; CLARO; ITO; BASTOS et al., 
2003; IHEJIAWU; STEPHENSON; JOHNSON et al., 2003; PÉCORA, 2003; 
PATIÑO; LACAZ; GOMEZ, 2005; RÉGIS FILHO, 2005; SHEIHAM, 2005; 
SALES PERES; THEODORO; RIBEIRO et al., 2006; TELES; ALMEIDA; 
CANGUSSU et al., 2006; TANNOUS; SILVA, 2007; GRIGOLETTO; 
OLIVEIRA; MUÑOZ et al., 2008; OLIVEIRA; MOLINA; PEREIRA, 2011; 
OLIVEIRA; NESI; FRETTA et al., 2011; LIMA; MELO; RIBEIRO et al., 
2012; RIBEIRO; GUERRA; GALHARDI et al., 2012;DE CARLI; DE CARLI; 
SILVA et al., 2012; CONSOLARO, 2013 e RIBEIRO; SANTOS, 2013). 
 
PROPOSIÇÃO 
OBJETIVO GERAL 
 
 Realizar uma revista da literatura sobre a contaminação por 
mercúrio nos profissionais de Odontologia em seu ambiente de trabalho. 
 
OBJETIVOS 
ESPECÍFICOS 
 
 1. Identificar os riscos ambientais relacionados ao mercúrio 
para os profissionais de Odontologia e suas consequências. 
 2. Relacionar a importância do ambiente laboral na saúde dos 
trabalhadores de Odontologia. 
 3. Comentar as consequências da exposição ocupacional ao 
mercúrio. 
 4. Enfatizar a importância da promoção de saúde na saúde do 
trabalhador. 
617 
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
AMORIM, F. R. G. Contaminação por mercúrio na Odontologia como problema de saúde ocupacional. Rev. 
Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
REVISÃO DA LITERATURA 
 
AMÁLGAMA DENTÁRIO E MERCÚRIO X 
DOENÇA OCUPACIONAL NA ODONTOLOGIA 
 
 A ANVISA considera como riscos ocupacionais a possibilidade 
de perda ou dano e a probabilidade de que tal perda ou dano ocorra (Brasil, 
2006). Os riscos mais frequentes que estão sujeitos os profissionais que 
atuam em assistência odontológica são os físicos, os químicos, os 
ergonômicos, os mecânicos ou de acidente, ou ainda aqueles advindos da 
falta de conforto e higiene, além dos biológicos. Os riscos consistem na 
exposição dos profissionais a agentes químicos (poeiras, névoas, vapores, 
gases, mercúrio, produtos químicos em geral e outros), tendo como 
principais causadores os amalgamadores, desinfetantes químicos (álcool, 
glutaraldeído, hipoclorito de sódio, ácido peracético, clorexidina, entre 
outros) e, aqueles gases medicinais (óxido nitroso e outros) (NOGUEIRA, 
1972; PINTO; IACOBUCCI; FICHMAN, 1990; SPENCER, 2000; PÉCORA, 
2003; PATIÑO; RÉGIS FILHO, 2005; SHEIHAM, 2005; SALES PERES; 
THEODORO; RIBEIRO et al., 2006; TELES; ALMEIDA; CANGUSSU et al., 
2006; TANNOUS; SILVA, 2007; KAMETANI; VICCO; CALIXTO JÚNIOR et 
al., 2009; JESUS; MARINHA; MOREIRA, 2010; OLIVEIRA; MOLINA; 
PEREIRA, 2011; OLIVEIRA; NESI; FRETTA et al., 2011; RIBEIRO; 
GUERRA; GALHARDI et al., 2012 e RIBEIRO; SANTOS, 2013). 
 Inúmeras doenças podem ser adquiridas pelo trabalhador no 
seu ambiente de trabalho, são as doenças profissionais, que podem ser 
causadas por agentes físicos, mecânicos, biológicos e químicos. Muitas 
doenças ocupacionais apresentam manifestações bucais podendo ser 
diagnosticadas pelo Cirurgião Dentista do trabalho (NOGUEIRA, 1972; 
JESUS; MARINHA; MOREIRA, 2010; OLIVEIRA; MOLINA; PEREIRA, 
2011; OLIVEIRA; NESI; FRETTA et al., 2011; RIBEIRO; GUERRA; 
GALHARDI et al., 2012 e RIBEIRO; SANTOS, 2013). Os trabalhadores 
com intoxicação por mercúrio podem apresentar problemas bucais pela 
absorção sistêmica deste metal tóxico como a saliva viscosa, a irritação da 
mucosa oral, o gosto metálico, gengivas coloridas em cinzento, inflamadas e 
ulceradas, os lábios secos, os lábios e a língua edemaciados, além das 
glândulas salivares aumentadas de volume (NOGUEIRA, 1972; JESUS; 
MARINHA; MOREIRA, 2010; OLIVEIRA; MOLINA; PEREIRA, 2011; 
OLIVEIRA; NESI; FRETTA et al., 2011; RIBEIRO; GUERRA; GALHARDI 
et al., 2012 e RIBEIRO; SANTOS, 2013). 
 A Odontologia juntamente com outros profissionais da saúde, 
contribui para qualidade da saúde do trabalhador, tendo papel relevante na 
prevenção de doenças. Atuam na realização de diagnóstico precoce das 
doenças verificando as condições do ambiente de trabalho, as substâncias 
químicas e riscos de intoxicações a que são expostos e solucionando 
problemas decorrentes da atividade laboral (SALES-PERES et al., 2006). 
 O maior meio de contaminação dos seres vivos pelo mercúrio é 
a sua exposição ocupacional. Destaca-se, entre outras profissões, a 
Odontologia onde a contaminação ocorre devido ao uso do amalgama 
dentário contendo mercúrio, como material restaurador (JESUS; MARINHA; 
MOREIRA, 2010). Através da manipulação do amálgama, os profissionais 
618 
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
AMORIM, F. R. G. Contaminação por mercúrio na Odontologia como problema de saúde ocupacional. Rev. 
Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
da saúde bucal estão diariamente expostos ao mercúrio e aos riscos de 
contaminação (BRASIL, 2010). 
 O Cirurgião Dentista é um profissional que apresenta risco 
ocupacional ao mercúrio podendo desenvolver o mercuralismo, portanto 
deve tomar cuidados como uso de máscaras, evitar derramar o mercúrio, 
fazer o acondicionamento de forma adequada e, se submeter a exames para 
detectar os níveis de mercúrio no sangue, urina e cabelos (PATINÕ; RÉGIS 
FI, 2005) (Fig. 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 1 – Apresentação do mercúrio na Odontologia. 
FONTE - SPENCER, A. J. Dental amalgam and mercury in dentistry. Austral. dent. J. v. 45, 
n. 4, p. 224-34, 2000. 
 
 Existem riscos advindos da exposição ao mercúrio usado na 
odontologia aos profissionais da saúde bucal e aos pacientes. O mercúrio é 
elemento tóxico e quando não manipulado adequadamente na Odontologia 
pode causar problemas físicos e neurológicos (CLARO; ITO; BASTOS et 
al., 2003) (QUADRO 1). Cuidados devem ser dados na armazenagem e 
despejo adequado de seus resíduos, para proteção dos profissionais, 
pacientes, estudantes de Odontologia, além do meio ambiente. 
 Ocorre inalação de vapores de mercúrio durante o preparo do 
amálgama e quando é feita sua substituição. O mercúrio produz efeitos 
tóxicos locais ou sistêmicos ao organismo, portanto sua manipulação, a 
armazenagem dos resíduos e, o despejo do amálgama devem ser 
executados com cuidados, visando à proteção dos profissionais, dos 
pacientes, além do meio ambiente (KAMETANI; VICCO; CALIXTO JÚNIOR 
et al., 2009). 
 Os resíduos de amálgama gerados na prática odontológica 
constituem importante fonte de liberação de mercúrio para o meio ambiente 
sedescartados no lixo comum ou descarregados no sistema de esgoto, 
enfatizando a importância do cumprimento dos protocolos de 
armazenamento e/ou descarte resíduos de amálgama, com ênfase ao 
controle dos fatores de risco à exposição mercurial (ALVES-REZENDE et 
al., 2008). 
619 
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
AMORIM, F. R. G. Contaminação por mercúrio na Odontologia como problema de saúde ocupacional. Rev. 
Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
QUADRO 1 - FONTES DE CONTAMINAÇÃO E ABSORÇÃO DO MERCÚRIO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE - Manual de Biossegurança no Atendimento Odontológico (Secretaria Estadual de 
Saúde de Pernambuco, 2001). 
 
 Os profissionais da Odontologia como Cirurgiões Dentistas, 
equipes auxiliares e, acadêmicos apresentam intoxicação por mercúrio. Há 
necessidade de se adotar medidas preventivas para evitar a intoxicação 
(RIBEIRO; SANTOS, 2013). 
 O potencial toxicológico do mercúrio assim como sua 
capacidade de se alojar em tecidos e órgãos humanos foi testado. Afirmam 
ainda que o mercúrio contido no amálgama dental do uso odontológico muito 
contribui para surgimento de sérias doenças de origem ocupacional e, para a 
contaminação ambiental. Adverte os profissionais da equipe de saúde bucal 
quanto a conscientização dos riscos e cuidados a serem tomados para a 
utilização e manipulação do o amálgama odontológico (GRIGOLETO; 
OLIVEIRA; MUÑOZ et al., 2008). 
 O manual de biossegurança no atendimento odontológico de 
Pernambuco cita que, dentre os materiais utilizados nos consultórios 
odontológicos, merece destaque o mercúrio, que por sua alta toxicidade 
pode causar lesões agudas ou crônicas, além de incapacitar e, até mesmo 
matar. Tem como característica a capacidade de efeito cumulativo no 
organismo potencializando seus efeitos e, agressão ao meio ambiente. É 
considerado como responsável por doenças ocupacionais em diversas 
profissões, incluindo a Odontologia, pelo seu uso nas restaurações dentárias 
620 
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
AMORIM, F. R. G. Contaminação por mercúrio na Odontologia como problema de saúde ocupacional. Rev. 
Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
como componente do amálgama dentário segundo a Secretaria Estadual de 
Saúde de Pernambuco (BRASIL, 2001). 
 Avaliação da exposição ocupacional ao vapor de mercúrio 
durante a preparação amálgamas, utilizando a técnica de pré-encapsulada 
demonstrou que a utilização de cápsulas que contenham amálgama 
misturada diminui o potencial de exposição e, de geração de vapor de 
mercúrio na clinica dentária (IHEJIAWU; STEPHENSON; JOHNSON et al., 
2003). 
 O nível de mercúrio no organismo pode ser avaliado através de 
exames de urina, sangue e, pelo fio de cabelo. Entretanto, a grande maioria 
dos profissionais da Odontologia nunca efetuou teste algum (OLIVEIRA et 
al., 2011). 
 Os níveis de mercúrio sistêmico decorrentes da exposição ao 
amálgama dental foram avaliados em profissionais de Odontologia (clínicos 
geral), acadêmicos e pacientes, sendo observado aumento na taxa de 
concentração do mercúrio em função do período de manipulação do 
amálgama dental (OLIVEIRA; NESI; FRETTA et al., 2011). 
 O fato de que uma pessoa média com amálgama dentária 
recebe10 vezes exposição diária ao mercúrio do que uma pessoa média 
sem amálgama dentária (BAN MERCURY WORKING GROUP, 2003). 
 Em relatório feito para Programa das Nações Unidas para o 
Meio Ambiente, é enfatizado que os níveis de mercúrio no ambiente global 
nos últimos 100 anos triplicaram e, devido sua capacidade de bioacumular e, 
persistir no meio ambiente, o mercúrio é considerado uma ameaça mundial 
(BAN MERCURY WORKING GROUP, 2003). 
 Cita como fontes primárias de exposição humana ao mercúrio: 
Consumo de Frutos do Mar Contaminados, Exposição Ocupacional; 
Amálgama Dentário, Vacinas e, o Uso Doméstico. Testes de laboratório 
mostraram que a amálgama dentária é a fonte predominante de mercúrio em 
sistemas de esgoto (BAN MERCURY WORKING GROUP, 2003). 
 Projeto de lei que “Independente da forma que se apresenta, 
quando o mercúrio é absorvido de forma continuada, ainda que em baixas 
concentrações, representa um grave risco para os seres vivos em geral. O 
mercúrio possui efeito cumulativo, portanto causa perturbação crônica e 
progressiva das funções metabólicas e celulares dos indivíduos a ele 
exposto.” (Lei 2354/2013;Brasil, 2013 – Deputada Aspásia Camargo). 
 
O AMBIENTE LABORAL E OS MÉTODOS PREVENTIVOS 
NA SAÚDE DO TRABALHADOR 
 
 As disposições do Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria 
de Estado da Saúde de São Paulo, sobre áreas físicas dos estabelecimentos 
de assistência odontológica, são enfatizadas recomendando que estes 
estabelecimentos devam apresentar boa iluminação, ventilação que 
possibilite circulação e renovação de ar, pisos e paredes com material 
lavável e impermeável, sem a presença de trincas, ou descontinuidades, 
além de as superfícies devem ser lisas e pouco absorventes (GRICOLETO; 
OLIVEIRA; MUÑOZ et al., 2008). 
 Recomendações relativas à higiene do mercúrio feitas pela 
American Dental Association como a de armazenar o mercúrio em 
621 
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
AMORIM, F. R. G. Contaminação por mercúrio na Odontologia como problema de saúde ocupacional. Rev. 
Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
recipientes inquebráveis e hermeticamente vedados, realizar todas as 
operações que envolvam o mercúrio em superfícies impermeáveis, limpar 
imediatamente qualquer mercúrio derramado e, lançar sobre ele uma 
quantidade abundante de enxofre em pó ("flor de enxofre"), que se 
combinará com o mercúrio formando uma substância que não venha a 
oferecer riscos (Ministério da Saúde), além de usar cápsulas 
hermeticamente vedadas durante a amalgamação. Além disso, usar técnica 
de manipulação de amálgama que evitem o toque das mãos, usando EPI 
(luvas, máscara e gorro) e pinças clínicas, acumular todos os restos de 
amálgama, armazenando-os em recipiente de vidro com água, trabalhar em 
locais bem ventilados e, piso do consultório devendo ser impermeável e liso 
(não poroso), sem frestas. Ainda, manter o máximo de cuidado com a 
limpeza, higiene e manutenção do consultório, eliminar o emprego de 
soluções contendo mercúrio, não aquecer o mercúrio ou o amálgama, 
manter o amalgamador longe de fontes de calor, não armazenar mercúrio 
próximo à estufa ou em locais quentes, na remoção do amálgama, usar jatos 
de água e sucção e, além disso, usar procedimentos convencionais de 
compactação do amálgama dentário, manual e mecânico, porém não 
empregar condensadores de amálgama ultrassônicos. Também, realizar, 
anualmente, determinações de mercúrio em todo o pessoal regularmente 
empregado no consultório odontológico, realizar determinações periódicas 
do nível de vapor de mercúrio nos consultórios odontológicos, alertar todo o 
pessoal envolvido na manipulação de mercúrio, especialmente nos períodos 
de treinamento, sobre os perigos potenciais do seu vapor, além de a 
necessidade de observar boas práticas de higiene, realizando programas de 
educação continuada (Secretaria Estadual de Saúde, PE, 2011). 
 Visando a prevenção e controle de riscos no ambiente de 
trabalho para evitar que ocorra o acúmulo de fungos (bolores), gases e 
vapores condensados. Os serviços odontológicos devem possuir ventilação 
natural ou forçada sendo que sua eliminação não deverá causar danos ou 
prejuízos às áreas próximas. Para os profissionais da equipe de saúde 
odontológica, é recomendado o uso de equipamentode proteção individual 
(EPI), destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e 
a saúde no trabalho do tipo gorro, máscara, óculos de proteção, avental, 
luvas e calçados (ANVISA, Brasil; 2006). 
 Após pesquisa em clínica de faculdade de odontologia onde se 
realizavam atividades com amalgama dentário concluiu-se que um medidor 
portátil de análise quantitativa de vapores de mercúrio é útil para a inspeção 
e monitoração de locais passíveis de contaminação tóxica por mercúrio e, 
principalmente nas situações de acidentes (CAMPOS; LACERDA; FRAGA 
et al., 2012). 
 Os níveis de exposição no ambiente de trabalho que têm como 
limiar do valor limite de concentração de vapor de mercúrio: ILV = 0,05 
mg/m³ de ar, foram avaliados. Destaca-se como importante que toda a 
equipe odontológica deva realizar, anualmente, o exame sanguíneo para 
avaliação do nível de mercúrio e, cita para os níveis de exposição no 
sangue: normal até 0,1mg/100ml; acima de 6mg/100ml, torna-se significativo 
e como limite de mercúrio no sangue , de 20mg/10ml (Secretaria Estadual 
de Saúde PE, 2011). 
622 
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
AMORIM, F. R. G. Contaminação por mercúrio na Odontologia como problema de saúde ocupacional. Rev. 
Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
 É destacada também, a importância de exaustor na 
Odontologia como mais uma ferramenta de biossegurança. Os exaustores 
são apropriados para fazer a renovação do ar dos consultórios retirando do 
ambiente odontológico os gases e vapores químicos tóxicos nocivos à saúde 
humana, bem como os pós e poeiras, de forma que o ar inalado ou ingerido 
não cause prejuízo à saúde dos profissionais. Revela ainda, a falta de 
orientação dos Cirurgiões Dentistas quanto ao seu uso e, conclui que há a 
necessidade de capacitação dos profissionais sobre o assunto, bem como 
criar uma norma legal que venha a determinar a instalação de exaustores 
em consultórios odontológicos (MEDEIROS; SOUZA; BASTOS, 2003 e 
MEDEIROS; SILVA; CARVALHO, 2009). 
 Medidas preventivas tais como o cuidado durante manipulação 
do mercúrio para evitar o derramamento acidental, pisos de fácil limpeza, 
utilização de refrigeração abundante, brocas novas, uso de isolamento 
absoluto e bombas de sucção, ventilação do ambiente, troca periódica de 
filtros de ar condicionados, além da armazenagem adequada dos resíduos e 
a instalação de fontes geradoras de calor em ambiente distantes de onde 
ocorre a manipulação. Estas medidas poderão minimizar os riscos de 
intoxicação aguda e crônica pelo metal para a equipe odontológica, evitando 
danos ao meio ambiente (RIBEIRO; SANTOS, 2013). 
 Para a prevenção da exposição ocupacional ao mercúrio pode-
se encontrar: 1o- avaliação permanente da presença de vapores de mercúrio 
no ambiente do consultório odontológico, podendo ser usado papel de filtro 
com cloreto de paládio exposto no ambiente do consultório para detecção de 
vapores de mercúrio. 2o- armazenamento do mercúrio em recipientes 
fechados e inquebráveis. 3o- uso somente de cápsulas que permaneçam 
seladas durante a amalgamação e, mesmo assim a colocação de papel de 
filtro com cloreto de paládio é indicado. 4o- armazenamento dos resíduos de 
amálgama em recipientes fechados contendo solução fixadora radiográfica 
até dezessete dias. Entre as substâncias testadas para evitar a passagem 
do vapor de mercúrio dos resíduos de amálgama para o ambiente, a solução 
de Fixador Radiográfico (Kodak) que impediu a passagem do vapor de 
mercúrio por dezessete dias, foi a que melhor resultados apresentaram 
(SAQUY, 1996). 
 A remoção de obturações de amálgama dentário com brocas 
em alta rotação gera nuvens de partículas e mercúrio no ar que são 
respiradas e absorvidas sistemicamente pelo paciente e, a equipe 
odontológica. Métodos físicos que protejam pacientes, profissionais e que 
diminuem a concentração de vapor de mercúrio no ambiente são 
apresentados como o uso de dique de borracha, preferencialmente do tipo 
nitrílica ao invés de látex e vinil, a sucção potente, os separadores de 
mercúrio e partículas, a cobertura para face com toalhas de papel ou campo 
cirúrgico, óculos de proteção, luvas profissionais preferencialmente de 
borracha nitrílica e, também, máscaras descartáveis, manter janela aberta, 
uso de purificadores de ar e aspirador central (IAOMT, sep. 25, 2012). 
 Foi, também, avaliado o impacto da remoção de restaurações 
amálgama, nos níveis de mercúrio sistêmico, através de exame na urina de 
pacientes onde o método de avaliação laboratorial realizado para 
determinação do mercúrio foi a espectrofotometria de absorção atômica a 
vapor frio (CV-AAS). Resultou que todos os pacientes apresentaram 
623 
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
AMORIM, F. R. G. Contaminação por mercúrio na Odontologia como problema de saúde ocupacional. Rev. 
Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
aumento nos níveis de mercúrio sistêmico, independentemente do uso de 
dique de borracha (OLIVEIRA; MOLINA; PEREIRA, 2011). 
 Ainda sobre os resíduos de amálgama, cuidados importantes a 
ser tomado, como o uso de amalgamadores mecânicos seguros, que não 
apresentam vazamentos de mercúrio, isolamento absoluto para evitar a 
queda de amálgama na cavidade bucal durante a inserção e, remoção das 
restaurações de amálgama. Ainda, brocas novas para cortar mais rápido, 
gerando menor aquecimento, água gelada no reservatório do alta rotação 
para baixar a temperatura e com menos mercúrio emanado da restauração. 
Também, máscara, para o profissional, pessoal auxiliar e paciente, sucção 
de alta potência durante o processo de remoção da restauração para que o 
mercúrio emanado não venha a entrar em contato com as pessoas, 
permanecendo no consultório. Orienta ainda, para que a coleta do resíduo 
de amálgama odontológico seja feita em recipiente dotado de boca larga e 
de material inquebrável, com uma lâmina de água sobre o resíduo, fechado 
e devendo ser enviados para o laboratório de reciclagem de recuperação de 
resíduos químicos (PÉCORA, 2003). 
 
CONSEQUÊNCIAS DA EXPOSIÇÃO 
AO MERCÚRIO 
 
 Os efeitos biológicos diversos do mercúrio são apresentados 
no Manual de Biossegurança no atendimento odontológico, incluindo: a 
Sensibilização, nos casos de paciente que tiveram contato prévio com o 
mercúrio e, foram expostos a vapores de mercúrio das restaurações de 
amalgama. O Micromercuralismo onde exposição a baixas concentrações e 
em longo prazo, leva à queda de produtividade, o aumento de fadiga; 
irritabilidade nervosa, a perda de memória, a perda de autoconfiança, a 
astenia muscular, a depressão e o sono agitado. Ainda, o hidrargirismo ou 
mercurialismo que é intoxicação mais severa e aguda, sendo a causa de 
tremores finos podendo evoluir para convulsão, a perda de apetite, a 
depressão, a fadiga, a insônia, a dor de cabeça, as ulcerações na mucosa 
bucal, a pigmentação escura na mucosa bucal. Também, na gengiva 
marginal, a perda de dentes, as alterações no comportamento social, na 
personalidade e caráter, as desordens na fala (gaguejo), os tremores nos 
lábios, língua ou mandíbula, as alterações da caligrafia, evoluindo para 
escrita ilegível, a marcha instável, a sensibilidade e dor nas extremidades, a 
diminuição do campo visual e, o problema de acomodação e, o gosto 
metálico na boca (SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE, PE, 2011). 
 A exposição ao metil mercúrio danifica o cérebro, rins e fígado, 
e causa problemas de desenvolvimento, desordem no sistema reprodutivo, 
distúrbios cognitivos, prejudica a fala e a visão, causa dificuldades para ouvir 
e caminhar, distúrbios mentais e a morte (BAN MERCURY WORKING 
GROUP, 2003). 
 Doenças como a LLO (lesõesliquenóides orais) estão 
relacionadas a restaurações de amálgama e, ocorrem como reações de 
contato da mucosa oral crônicas ao amálgama dentário. Os Cirurgiões 
Dentistas devem saber como fazer o diagnóstico correto para assim 
recomendar a melhor forma de tratamento (BARBOSA; SILVA; 
CARVALHO et al., 2011). 
624 
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
AMORIM, F. R. G. Contaminação por mercúrio na Odontologia como problema de saúde ocupacional. Rev. 
Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
 Várias doenças ocupacionais apresentam manifestações 
bucais. Os trabalhadores que manejam mercúrio podem apresentar 
alterações gustativas, gosto metálico, viscosidade da saliva e irritação da 
mucosa oral. Os lábios ficam secos, edemaciados e com fissuras. As 
gengivas ficam coloridas em cinza com gengivite e ulcerações que podem se 
estender da mucosa bucal à faringe. A língua pode estar edemaciada, 
dolorida e ulcerada com marcas dentárias nos bordos. Aumento de volume 
e dor à palpação pode ocorrer às glândulas salivares (DE CARLI; DE 
CARLI; SILVA et al., 2012) (QUADRO 2). 
 Após estudo com Cirurgiões Dentistas e alunos de Odontologia 
sobre perda auditiva induzida por motores de alta rotação, que os 
profissionais que apresentaram alterações auditivas de grau moderado para 
severo, foram aqueles que apresentavam taxa de mercúrio acima do 
permitido no organismo (BERBARE; FUKUSIMA, 2003). 
 
QUADRO 2 - Relação de doenças causadas pelo agente mercúrio - Lista de doenças 
relacionadas ao trabalho relação de agentes ou fatores de risco de natureza ocupacional, 
com as respectivas doenças que podem estar com eles relacionadas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: BRASIL<Ministério da Saúde, Portaria 1.339, de 18 de dez. de 1999. 
AGENTES ETIOLÓGICOS OU 
FATORES DE 
RISCO DE NATUREZA 
OCUPACIONAL 
DOENÇAS CAUSALMENTE 
RELACIONADAS COM OS 
RESPECTIVOS AGENTES OU 
FATORES DE RISCO (DENOMINADAS 
E CODIFICADAS CID-10) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mercúrio e seus compostos tóxicos 
Outros transtornos mentais decorrentes 
de lesão e disfunção cerebrais e de 
doença física (F06.-). 
Transtornos de personalidade e de 
comportamento decorrentes de doença, 
lesão e de disfunção de personalidade 
(F07.-). 
Transtorno Mental Orgânico ou 
Sintomático não especificado (F09.-) 
Episódios Depressivos (F32.-). 
Neurastenia (Inclui “Síndrome de 
Fadiga”) (F48.0). 
Ataxia Cerebelosa (G11.1). 
Outras formas especificadas de tremor 
(G25.2). 
Transtorno extrapiramidal do movimento 
não especificado (G25.9). 
Encefalopatia Tóxica Aguda (G92.1). 
Encefalopatia Tóxica Crônica (G92.2). 
Arritmias cardíacas) (I49.-). 
Gengivite Crônica (K05.1). 
Estomatite Ulcerativa Crônica (K12.1). 
Dermatite Alérgica de Contato (L23.-). 
Doença Glomerular Crônica (N03.-). 
Nefropatia Túbulo-Intersticial induzida por 
metais pesados (N14.3). 
Efeitos Tóxicos Agudos (T57.1). 
625 
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
AMORIM, F. R. G. Contaminação por mercúrio na Odontologia como problema de saúde ocupacional. Rev. 
Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
PROMOÇÃO DA SAÚDE PARA PROFISSIONAIS 
DA EQUIPE DE ODONTOLOGIA 
 
 Há necessidade de se investir em treinamentos teórico-práticos 
sobre manuseio adequado dos resíduos tóxicos de mercúrio e, em educação 
ambiental. A promoção contínua de trabalhos educativos para conscientizar 
a população e, principalmente os profissionais da equipe de saúde bucal 
sobre os danos à saúde humana e ao meio ambiente, as formas de seu 
gerenciamento adequado e, de um sistema de monitoramento e controle dos 
geradores destes resíduos, são medidas que podem colaborar para 
minimizar a contaminação do ambiente de trabalho e de todo ecossistema 
(GRICOLETO; OLIVEIRA; MUÑOZ et al., 2008). 
 No âmbito da saúde ocupacional, o Ministério do Trabalho e 
Emprego (MTE) instituiu o Programa Nacional do Mercúrio para reduzir a 
sua utilização. A importância de avaliar o custo comparativo das alternativas 
existentes é citada em, como educar e sensibilizar os colaboradores sobre a 
eficácia das alternativas e as razões para mudar para outra (BRASÍLIA, 
2010). 
 Os exames admissionais e periódicos são importantes para 
realização de diagnósticos precoces, evitando, desta forma, agravos à saúde 
e o absenteísmo decorrente de patologias bucais. Também, o profissional 
mais adequado para a realização de exames odontológicos com finalidade 
ocupacional é o Cirurgião Dentista do trabalho, visto que há necessidade de 
se ter conhecimento sobre as patologias e acidentes de origem bucal, 
legislação, além de sua relação com a atividade laboral (CAVALCANTI DE 
SÁ, 2008). 
 A importância da integração entre medicina, enfermagem e 
Odontologia e, o quanto o CD do trabalho pode e deve interagir com a 
equipe ocupacional para cuidar da saúde do trabalhador é ressaltada. 
Destacam ainda os autores que esta integração é capaz de promover, 
preservar e restaurar a saúde dos trabalhadores contribuindo para que 
custos de produção decorrentes de faltas ao trabalho, de pagamento de 
benefícios, de indenizações e tratamentos em decorrência do 
desenvolvimento das doenças ocupacionais pelos trabalhadores, sejam 
minimizados (SANTOS; MEDEIROS, 2012 ). 
 A inclusão do CD nas equipes profissionais dos Centros de 
Referência em Saúde do trabalhador, na Rede Nacional de Atenção Integral 
à Saúde do Trabalhador - RENAST, além de nos serviços especializados em 
Saúde e em Segurança do Trabalhador vem contribuindo para a 
integralidade da atenção à saúde do trabalhador, visando o bem estar e a 
qualidade de vida do trabalhador (GARBIN; CARCERERI, 2006). 
 A profissão do CD está também exposta a vários riscos de 
natureza ocupacional, desconhecidos por grande parte deles. Assim, é 
destacado o quanto é importante a inclusão do ensino da Odontologia do 
Trabalho na graduação dos Cursos de Odontologia preparando a classe 
odontológica para lidar com a implantação de programas de saúde bucal 
para os trabalhadores. Objetiva, desta maneira, a inclusão da promoção de 
saúde nas práticas de saúde bucal ocupacional (PERIN.; SALES-PERES.; 
SALES-PERES et al., 2012). 
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CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
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Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
 Para registros em posteriores estudos estatísticos sobre 
doenças prevalentes relacionadas com a atividade laboral de cada grupo 
faz-se importante a inserção do Odontologista do Trabalho na equipe de 
saúde ocupacional (TANNOUS; SILVA, 2007). 
 Cirurgiões Dentistas e alunos de Odontologia desconhecem 
sobre os agentes químicos que utilizam diariamente e, quais os riscos 
oferecidos pela exposição a cada um destes agentes, podendo acarretar 
doenças ocupacionais (ARPONE; TEIXEIRA; SITOLINO et al., 2012). 
 Os resultados da pesquisa realizada em Contagem, MG com 
225 dentistas demonstraram que os profissionais desconhecem algumas 
normas da Agência de Vigilância Sanitária relativas à prevenção contra 
agentes químicos e físicos no consultório. Além disso, a conscientização 
quanto a saúde ocupacional está mais presente nos profissionais com 
menos tempo de graduação do que naqueles com mais experiência 
profissional (MELO; RADICCHI; CARVALHO et al., 2008). 
 A gestão de problemas compreende ações referentes às 
tomadas de decisões nos aspectos administrativo, operacional, financeiro, 
social e ambiental, tendo no planejamento, um importante instrumento para 
o gerenciamentodos resíduos de mercúrio em todas as suas etapas, como a 
geração, segregação, acondicionamento e transporte, tratamento, 
reciclagem e destinação, até a disposição final. Sabendo-se que os 
resíduos gerados nos serviços odontológicos causam risco à saúde pública 
e ocupacional, a ANVISA (BRASIL, 2006) recomenda o gerenciamento de 
resíduos como um processo capaz de minimizar ou até mesmo impedir os 
efeitos adversos causados pelos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), do 
ponto de vista sanitário, ambiental e ocupacional, sempre que realizado 
racional e adequadamente. O acondicionamento dos resíduos contendo 
mercúrio (Hg) deve ser feito em recipientes sob selo d’água e, 
encaminhados para recuperação. Coletar os resíduos em recipiente dotado 
de boca larga e de material inquebrável, deixar uma lâmina de água sobre o 
resíduo, manter o recipiente hermeticamente fechado e em local de baixa 
temperatura, isento de luz solar direta são estratégias de gerenciamento de 
resíduos de amálgama dentário (BRASÍLIA, 2010). 
 Também é proposto o desenvolvimento de um instrumento 
obrigatório internacional para coordenar e harmonizar em níveis locais, 
nacionais e regionais as ações visando reduzir ou eliminar todas as 
emissões de mercúrio por todos os meios, na máxima extensão possível, 
dentro de um prazo especificado (BAN MERCURY WORKING GROUP, 
2003). 
 Medidas e regulamentos estão sendo revistos e atualizados por 
alguns países em relação ao mercúrio dentário. Os governos da Noruega, 
Suécia e Dinamarca já baniram restaurações de amálgama. Alemanha e 
Canadá têm limitado seu uso nas mulheres grávidas. França, Finlândia e 
Áustria recomendam que apenas os materiais dentários não contendo 
mercúrio sejam usados em mulheres grávidas (VAZQUEZ-TIBAU; JUST, 
2012). 
 O uso do mercúrio tem seus dias contados até 2020. O 
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente ou PNUMA fechou um 
acordo com todos os países do mundo para abolir o uso de mercúrio na 
produção, exportação e importação de produtos que o contêm. Na 
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CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
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Convenção de MINAMATA sobre mercúrio em outubro de 2013, o 
documento será assinado e entrará em vigor assim que ratificada por 50 dos 
países signatários (CONSOLARO, 2013). 
 O uso de materiais contendo o mercúrio constitui uma 
preocupação a nível mundial, tanto que mais de 140 representantes de 
Estado e de Governo reunidos em um fórum do Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) das Nações Unidas, em Genebra, 
na Suíça, aprovaram no dia 19/01/2013 a Convenção de MINAMATA sobre 
Mercúrio. Foi estabelecido o controle e a redução de uma gama de 
produtos, processos e indústrias onde o mercúrio é utilizado. É apresentado 
projeto de lei que dispõe sobre a proibição de fabricação, comercialização, 
uso, armazenamento e reparo de instrumentos de medição como 
esfigmomanômetros e termômetros contendo mercúrio e dá outras 
providências (Deputada Aspásia Camargo - Projeto de Lei nº 2354/2013, 
Brasil, 2013). 
 A prática da Odontologia Biológica, onde os efeitos de 
materiais dentários e, os próprios procedimentos odontológicos sobre o 
organismo devem ser considerados e, a escolha entre os materiais sintéticos 
para funções restauradoras e estéticas, devem se basear no seu potencial 
toxicológico visando à saúde geral do indivíduo e, o impacto ambiental que 
representam. Questiona a continuidade da exposição das pessoas ao 
mercúrio quando há tantos outros métodos de restauração e alternativas de 
materiais reabilitadores (IAOMT, 2012). 
 
DISCUSSÃO 
 
 Os Cirurgiões-Dentistas estão expostos a diversos riscos 
ocupacionais, sejam eles químicos, físicos, mecânicos, ergonômicos ou de 
acidentes. Em relação aos riscos químicos destaca-se a contaminação por 
mercúrio. Os níveis de mercúrio no ambiente e a contaminação dos 
indivíduos vêm aumentando nos últimos anos de forma alarmante criando 
impactos significativos na saúde humana e na natureza. 
 A absorção do mercúrio pode se dar através do consumo 
regular de pescados provenientes de águas contaminadas por mercúrio; 
através de vacinas com o thimerosal, um conservante cuja fórmula contém o 
mercúrio; através de fontes domésticas de mercúrio tais como termostatos, 
termômetros, manômetros, baterias, interruptores de luz, lâmpadas 
fluorescentes, pesticidas e reguladores de gás; através de exposição 
ocupacional ao mercúrio em diversos trabalhos como na produção de cloro-
soda, em fábricas de termômetros, mineração primária de mercúrio, 
produção de ouro, prata, chumbo, cobre e níquel, nas usinas termoelétricas 
de carvão e em clínicas odontológicas (BAN MERCURY WORKING 
GROUP, 2003). 
 A Odontologia se destaca entre as profissões responsáveis 
pela contaminação por mercúrio dos seres vivos e do meio ambiente como 
relatou Jesus (2010). A exposição ao mercúrio se dá através do uso de 
amalgama dentário como material restaurador que emite no ambiente 
odontológico, vapores e partículas tóxicas de mercúrio. O amálgama é uma 
liga composta por prata (Ag), estanho (Sn), mercúrio numa percentagem 
variando entre 43 e 54, e outros metais. Estas partículas e vapores ao 
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CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
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serem absorvidos de forma contínua pelo organismo humano causam 
diversos problemas de saúde aos profissionais de odontologia (JESUS; 
MARINHA; MOREIRA, 2010). 
 Os dentistas e equipe trabalhadora em clínicas odontológicas 
formam um grupo de trabalhadores de alto risco, pois o amálgama dental – 
uma liga composta de prata, cobre, latão e aproximadamente 50% de 
mercúrio – é a maior fonte de exposição humana ao mercúrio. É sabido 
ainda, que o tempo de exposição ao amálgama dentário influencia no 
aumento dos níveis de mercúrio sistêmico dos profissionais de Odontologia. 
Aqueles que possuem maior tempo de exercício da profissão lidando com o 
amálgama têm um maior risco de elevação da concentração de mercúrio em 
seu organismo (OLIVEIRA; MOLINA; PEREIRA, 2011). 
 Como o amálgama dentário é a maior fonte de contaminação 
por mercúrio para a Odontologia, cuidados específicos devem ser tomados 
ao se trabalhar com este material, tornando seguro seu manejo. Os 
profissionais da equipe de Saúde Odontológica, não devem negligenciar o 
uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), do tipo gorro, máscara, 
óculos de proteção, avental, luvas e calçados; destinados à proteção de 
riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (ANVISA, 
BRASIL, 2006). 
 Medidas preventivas devem ser aplicadas para minimizar ou 
erradicar os riscos de contaminação por mercúrio nos consultórios 
odontológicos, tais como o cuidado para evitar derramamento acidental; 
preparo adequado do espaço físico do ambiente de trabalho utilizando pisos, 
paredes e bancadas de fácil limpeza. Ainda, a utilização de refrigeração 
abundante, brocas novas, uso de isolamento absoluto e bombas de sucção, 
ventilação do ambiente, troca periódica de filtros de ar condicionados, além 
de uma armazenagem adequada dos resíduos. Também, a instalação de 
fontes geradoras de calor como estufas e autoclaves em ambiente distantes 
de onde ocorre a manipulação do amálgama, como são recomendadas 
(RIBEIRO; SANTOS, 2013). Sempre a instalação de exaustor como mais 
uma ferramenta de biossegurança (MEDEIROS; SILVA; CARVALHO, 
2009). A presença de equipamentos geradores de calor como estufas e 
autoclavesnos consultórios dentários assim como as turbinas com baixa 
refrigeração aumentam a volatilização do mercúrio para o ar do recinto, 
ampliando as chances de contaminação da equipe odontológica. 
 Estudos demonstram que a utilização de amálgama pré-
capsulada, ao eliminar as operações de manipulação de mercúrio, reduzem 
assim o potencial de geração de vapor de mercúrio (RIBEIRO; SANTOS, 
2013). 
 A avaliação do meio ambiente laboral é de grande importância 
para detecção da presença de vapores de mercúrio, podendo ser usado 
para este teste, papel de filtro com cloreto de paládio exposto no ambiente 
do consultório. Medidores portáteis de análise quantitativa de vapores de 
mercúrio são de grande utilidade para monitoração dos ambientes sujeitos à 
contaminação por vapores tóxicos de mercúrio. Seu uso deve ser adotado 
como pratica preventiva a fim de evitar riscos à saúde dos profissionais, 
equipe auxiliar e pacientes. Os profissionais da odontologia devem efetuar 
testes para monitorar o nível de mercúrio no organismo avaliando-o através 
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CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
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Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
de exames de urina, sangue e, também, pelo fio de cabelo (OLIVEIRA; 
NESI; FRETTA et al., 2011). 
 O meio ambiente, também, é atingido quando resíduos de 
amálgama são lançados na natureza através do esgoto e do lixo (ALVES-
RESENDE et al., 2008). Os resíduos de amálgama que são gerados na 
prática odontológica constituem importante fonte de liberação de mercúrio 
para o ambiente, não devendo ser descartados no lixo comum ou ainda 
descarregados no sistema de esgoto. Os protocolos de armazenamento 
e/ou descarte de resíduos devem ser cumpridos adequadamente. Além dos 
cuidados preventivos a intoxicação ocupacional por mercúrio, o CD deve se 
preocupar em não exercer o papel de agente contaminador e, não eliminar 
resíduos de amálgama (mercúrio metálico + limalha de prata) no meio 
ambiente (águas de rios e solo) através dos ralos de pias, cuspideira e do 
lixo do consultório odontológico. É dever do CD fazer um controle rígido 
dos resíduos de amálgama provenientes das restaurações, auxiliando assim, 
a não poluição do meio ambiente e, não intoxicação por mercúrio. O 
controle da exposição ocupacional a este metal deve feito sempre e sabendo 
que ocorre evaporação de mercúrio nos resíduos de amálgama, estes 
devem receber tratamento adequado com armazenamento em recipientes 
fechados contendo água ou solução fixadora radiográfica (SAQUY, 1996). 
 O potencial toxicológico do mercúrio é atestado e, como 
consequência à exposição ao mercúrio contido no amálgama dental de uso 
odontológico, tem-se o surgimento de sérias doenças de origem ocupacional 
(GRIGOLETO; OLIVEIRA; MUÑOZ et al., 2008). Entre outras doenças, a 
exposição ao metilmercúrio danifica o cérebro, rins e fígado causando 
problemas de desenvolvimento, desordem no sistema reprodutivo, distúrbios 
cognitivos, prejudica a fala e a visão, causa dificuldades para ouvir e 
caminhar, distúrbios mentais e a morte (GRIGOLETO; OLIVEIRA; MUÑOZ 
et al., 2008). Os trabalhadores que manejam mercúrio podem apresentar 
manifestações bucais tais como alterações gustativas, gosto metálico, 
viscosidade da saliva, além de irritação da mucosa oral (DE CARLI; DE 
CARLI; SILVA et al., 2012). 
 Cirurgiões-dentistas e alunos do curso de Odontologia não 
possuem conhecimento suficiente dos agentes químicos que estão expostos 
na prática do trabalho e, os riscos causados por eles, destacando–se o 
mercúrio. Esta conscientização é fundamental para sua proteção contra 
doenças ocupacionais. Os profissionais de saúde odontológica devem 
conhecer os riscos iminentes à exposição ao mercúrio para a sua saúde e, a 
dos pacientes, utilizando todos os meios e métodos preventivos para evitar e 
minimizar as consequências geradas pelo seu contato. Para isso não 
devem negligenciar o uso de EPIs e higiene ambiental do local do trabalho, 
adotando dispositivos e equipamentos técnicos que venham auxiliar a limitar 
as possibilidades de contaminação (ARPONE; TEIXEIRA; SITOLINO et al., 
2012). 
 Diante do apelo estético que se vivencia nos dias de hoje, as 
trocas de obturações de amálgama são mais frequentes no dia-a-dia dos 
estabelecimentos odontológicos e, na maioria das vezes efetuadas de forma 
inadvertida quanto à saúde ocupacional e do paciente. Além de todo 
aparato preventivo que deve ser usado é prudente que a remoção destas 
obturações seja feita com alta refrigeração e, em cortes de fragmentos 
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CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA ODONTOLOGIA COMO PROBLEMA DE 
SAÚDE OCUPACIONAL - UMA NOVA VISÃO 
AMORIM, F. R. G. Contaminação por mercúrio na Odontologia como problema de saúde ocupacional. Rev. 
Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 10, p. 613-634, out., 2014. 
 
grandes evitando pulverizá-lo e, assim, gerando nuvens de partículas tóxicas 
(IAOMT, 2012). 
 Para direcionar os serviços de saúde de Odontologia no 
ambiente laboral é relevante a divulgação e a inserção de normas e padrões 
de biossegurança da prática odontológica. É de grande importância, 
também, o desenvolvimento de programas de vigilância toxicológica para 
que os níveis de exposição do ambiente laboral e, níveis de contaminação 
de pessoas para que sejam avaliados e quantificados. A promoção de 
saúde e prevenção de doenças ocupacionais dos profissionais de 
Odontologia é dever e objetivo da equipe de Saúde do Trabalho e, em 
particular do dentista do trabalho, tornando-se imprescindível sua presença e 
atuação nos ambientes laborais (SANTOS; MEDEIROS, 2012). 
 
CONCLUSÔES 
 
 Após análise e discussão dos estudos da revista bibliográfica 
foi possível chegar-se às seguintes conclusões: 
 1. Os profissionais de odontologia estão expostos ao risco de 
contaminação por mercúrio em seu ambiente de trabalho. Ocorre durante a 
prática de suas atividades profissionais, especificamente devido ao 
manuseio do amálgama dentário como material restaurador contendo o 
mercúrio em sua composição, cujo potencial toxicológico é reconhecido. 
 2. O ambiente laboral do profissional de Odontologia está 
intimamente relacionado à possibilidade de desenvolvimento de doenças 
ocupacionais. Os métodos preventivos como adequação do espaço físico, 
proteção individual, cumprimento de normas e protocolos de manuseio e, 
descarte de resíduos do amálgama contribuem para minimizar os riscos de 
contaminação ocupacional por mercúrio. 
 3. Através da exposição contínua e inalação dos vapores do 
mercúrio durante o preparo e remoção das obturações de amálgama, o 
profissional de Odontologia pode adquirir uma série de doenças, muitas com 
manifestações bucais, comprometendo sua saúde e qualidade de vida. 
 4. A prevenção é o melhor meio de evitar agravos à saúde. Os 
profissionais de Odontologia do Trabalho inseridos na equipe de saúde do 
trabalhador muito contribuem para minimizar os riscos de doenças 
ocupacionais através de informação, treinamento, conscientização dos 
dentistas e sua equipe, adequação ambiental e individual dos trabalhadores 
de Odontologia, avaliação quanto ao uso de técnicas alternativas ao 
amálgama dentro de uma visão custo-benefício, proteção ambiental e 
promoção de saúde. 
 
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