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Tema de Redação Master Bernardo Soares e Eduardo Valladares Semana 10 A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema O caso WhatsApp: a quebra de sigilo em investigações criminais e a privacidade dos usuários em perigo, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1 Em maio deste ano, a Justiça de Sergipe mandou as maiores operadoras de telefonia do Brasil suspenderem o acesso dos brasileiros ao aplicativo WhatsApp por 72 horas. A decisão foi do juiz Marcel Maia Montalvão, da Vara Criminal de Lagarto, em Sergipe. O bloqueio foi pedido porque o Facebook, dono do WhatsApp, não cumpriu uma decisão judicial anterior de compartilhar informações que subsidiariam uma investigação criminal, iniciada após uma apreensão de drogas na cidade de Lagarto. Segundo o delegado do caso, Aldo Amorim, existe uma organização criminosa na cidade, e o não fornecimento das informações do Facebook está obstruindo o trabalho de investigação da polícia. Não é a primeira vez que um tribunal decide pela suspensão do acesso ao serviço de bate- papo no Brasil. Um bloqueio anterior ocorreu em dezembro de 2015, quando a Justiça de São Paulo ordenou que as empresas impedissem a conexão por 48 horas em represália ao WhatsApp ter se recusado a colaborar com uma outra investigação criminal. Adaptado de: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2016/05/ usuarios-relatam-bloqueio-do-whatsapp-nesta-segunda-feira.html Texto 2 Luiz Moncau, pesquisador da FGV Direito Rio, afirma que existem alguns tipos de dados que as empresas são obrigadas a guardar, segundo o Marco Civil da Internet, uma lei que funciona como uma Constituição para o uso da rede no Brasil. As empresas devem conceder dados como, por exemplo, as horas em que o sujeito utilizou o aplicativo, seu ID, com quem ele se comunicou. Um provedor de aplicações, como o WhatsApp, é obrigado a guardar esse tipo de informação por seis meses. Adaptado de: http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2016/05/por-que-juiz-pode-bloquear- whatsapp-no-brasil-veja-perguntas-e-respostas.html Texto 3 O advogado especialista em Direito Digital Leonardo Serra de Almeida Pacheco diz que o Judiciário cumpriu com todos os passos previstos no Marco Civil e que a suspensão do WhatsApp foi “correta e proporcional”. Ele reprova a recusa do WhatsApp em fornecer Tema de Redação Master Bernardo Soares e Eduardo Valladares Semana 10 informações. “Não cabe às empresas de internet decidir se devem ou não entregar dados solicitados pela Justiça. O que temos visto recentemente é empresas de internet agindo com covardia e fugindo da responsabilidade”, opina Pacheco. Adaptado de: ttp://www.bbc.com/portuguese/ noticias/2015/12/151217_desbloqueio_whatsapp_repercussao_rb Texto 4 Um dos principais nomes nas áreas de governança e estrutura da internet no Brasil, o advogado Ronaldo Lemos avalia que o bloqueio do WhatsApp constitui um “exagero e um equívoco” e adverte que a banalização da quebra de sigilo na internet pode levar a uma “sociedade de vigilância”. Em entrevista à BBC Brasil, Lemos analisou os potenciais impactos da decisão no Brasil e em outros países e disse que é preciso buscar um equilíbrio entre direito à privacidade e investigações criminais. “Mais decisões como essa (da Justiça brasileira) poderiam ter consequência desastrosa para a internet e para os cidadãos brasileiros. Caso haja uma banalização crescente da quebra de sigilo na internet, podemos estar caminhando, aos poucos, de decisão em decisão, rumo a uma perigosa sociedade de vigilância, em que as pessoas estarão expostas ao controle do que fazem online, e isso é inadmissível”, diz Lemos. E acrescenta: “por mais genuína e importante que seja uma investigação, há que se ter cautela ao decidir colocar em risco toda a estrutura de sigilo da internet por conta dela”. Adaptado de: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/ 160301_entrevista_ronaldo_lemos_facebook_jp
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