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Automação Industrial Sistemas de Numeração e Lógica Combinacional Prof° Lucas Silvestre Chaves lucas.chaves@prof.una.br Representação Numérica • Há dois modos de se representar valores: – Analógico: neste modo de representação, os valores podem variar ao longo de um faixa contínua (infinita) de valores. Como exemplos de representação analógica temos a balança de ponteiro e o termômetro de mercúrio; – Digital: neste modo de representação, os valores são representados por combinações de um número finito de símbolos chamados dígitos. Nesse caso, os valores variam ao longo de uma faixa discreta (finita) de valores. Como exemplos de representação digital temos a balança digital e o termômetro digital. 2 Vantagens dos Sistemas Digitais • Maior armazenamento de dados: armazena uma maior quantidade de dados em um menor espaço físico quando comparado aos sistemas analógicos. • Maior estabilidade: é mais fácil manter a precisão e exatidão no sistema digital uma vez que o sinal digitalizado contém informações que não se deterioram ao ser processadas. • Possibilidade de programação do sistema: a operação de um sistema digital pode ser controlada por um programa que contém um conjunto de instruções. • Maior imunidade aos ruídos: os sistemas digitais são mais imunes a ruídos. • Circuitos mais compactos: os CI’s (Circuitos Integrados) digitais nos circuitos digitais são menores, de complexidade inferior e bem mais eficientes. 3 Limitações dos Sistemas Digitais • Uma vez que o mundo real é quase que totalmente analógico os sistemas digitais necessitam de dispositivos de conversão A/D (Analógico para Digital) para que os sinais analógicos possam ser representados em sinais digitais e assim processados. Esta conversão não é perfeita e portanto o sinal digital sempre será uma aproximação do sinal analógico real. • Os processos de conversão A/D ou D/A (Digital para Analógico) existentes nos sistemas digitais e o processamento dos sinais digitais levam tempo para acontecer • As duas limitações citadas acima podem inviabilizar ou encarecer o desenvolvimento de alguma aplicação. Porém, elas podem ser contornadas escolhendo-se dispositivos de conversão e técnicas de processamento adequadas para a aplicação desejada. 4 Sistemas de Numeração • Decimal – É o sistema mais conhecido: 10 símbolos => (0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9) • Binário – Utilizado nos sistemas digitais: 2 símbolos => (0 e 1) • Octal – Já foi muito utilizado para representar números binários mas encontra-se em desuso: 8 símbolos => (0,1,2,3,4,5,6 e 7) • Hexadecimal – Muito utilizado para representar números binários de uma forma mais compacta: 16 símbolos => (0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,A,B,C,D,E,F) 5 Sistemas de Numeração 6 Sistemas Decimal • Sistema de base 10, pois possui 10 numerais, símbolos ou dígitos: 0,1,2,3,4,5,6,7,8,9. • Valor posicional: o valor de cada digito depende da posição dele no número, exemplo: 32110 = 3.10 2 + 2.101 + 1.100 • Com N dígitos contamos 10N números diferentes. O maior número é dado por 10N - 1. Exemplos: – com 2 números podemos representar até 102 = 100 números diferentes sendo o maior deles dado por 102 - 1 = 99; – com 3 números podemos representar até 103 = 1000 números diferentes sendo o maior deles dado por 103 - 1 = 999. 7 Sistema Binário • Sistema de base 2 pois possui 2 dígitos: 0 e 1. • Valor posicional: o valor de cada digito depende da posição dele no número, exemplo: 1012 = 1.2 2 + 0.21 + 1.20 = 510 • Chamamos de LSB o bit menos significativo próximo ao (subscrito 2) e MSB o bit mais significativo ou de maior peso; • Com N bits contamos 2N números diferentes. O maior número equivalente no sistema decimal é dado por 2N – 1, exemplo: – com 3 bits podemos representar até 23 = 8 números diferentes. O maior deles no sistema binário é o número 1112 que representa o número decimal 23 - 1 = 710 . 8 Sistema Hexadecimal • Sistema de base 16 pois possui 16 símbolos: (0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,A,B,C,D,E,F) • Cada símbolo representa um número de 4 bits, exemplo: A2D716 = 1001|0010|1101|01112 • Valor posicional: o valor de cada digito depende da posição dele no número, exemplo: 18E16 = 1.16 2 + 8.161 + ’15’.160 = 39810 • Com N símbolos contamos 16N números diferentes. O maior número equivalente no sistema decimal é dado por 16N - 1. Por exemplo, com 3 símbolos podemos representar até 163 = 4096 números diferentes. O maior deles é o número: FFF16 = 1111|1111|11112 = (16 3 - 1)10 = 409510 9 Byte, Nibble e Palavra • A maioria dos microcomputadores opera dados binários em grupos de 8 bits. Desta forma a sequência de 8 bits recebe um nome especial => Byte; • Byte – grupo de 8 bits igual a 1 B (Bytes), exemplo: 101010102; • Nibble – metade de 1 B (1 Byte), ou seja, 4 bits. • Palavra (word) – grupo de bits que representa uma certa unidade de informação. O tamanho da palavra pode ser definido como o número de bits da palavra binária sobre o qual o sistema opera, exemplo: “O sistema tem um tamanho de palavra de 64 bits.” 10 RESOLUÇÃO DE EXEMPLOS EM SALA DE AULA! 11 Representação de Quantidades Binárias A figura (a) mostra faixas de valores da tensão analógica e seus respectivos valores em binário. Observa-se que não importa o valor exato da tensão, mas sim a faixa de valores na qual ela esta inserida. A figura (b) traça graficamente o comportamento de um sinal digital ao longo do tempo. Este gráfico é conhecido como diagrama temporal de um sinal. 12 Circuitos Digitais e Circuitos Lógicos • Circuitos digitais: são circuitos projetados para interpretar tensões de entrada e produzir tensões de saída que se encontre dentro das faixas de tensões determinadas para os níveis lógicos 0 e 1. • Circuitos lógicos: corresponde ao conjunto de regras lógicas obedecidas pelo circuito digital. • A lógica do circuito está relacionada com a maneira como a saída varia em relação as mudanças dos valores de entrada. • A e B são as entradas e X a saída do circuito lógico. • A relação entre as entradas e a saída pode ser descrita pela álgebra de Boole através de expressões lógicas também conhecidas come expressões booleanas: X = f(A,B). 13 Álgebra de Boole • A álgebra de Boole foi desenvolvida pelo matemático George Boole quando em 1854 escreveu o livro cujo título era: “Uma investigação das leis do pensamento”. Nesta obra ele destacou a importância das tomada de decisões e concluiu que o modo na qual tomamos decisões se baseia em circunstancias verdadeira ou falsas. Exemplos: – A luz pode estar acesa ou apagada. – A porta pode estar aberta ou fechada. – Pode estar chovendo ou não. – O piso pode estar seco ou molhado. • A álgebra de Boole usa símbolos para representar uma expressão lógica que possui um de dois valores possíveis (0 ou 1). A expressão lógica pode representar por exemplo a seguinte situação: “Se o alarme estiver ligado e a porta ou a janela estiverem abertas o alarme dispara!”. • Resumidamente a álgebra de Boole é uma ferramenta matemática de análise e projeto de circuitos digitais. 14 Tabela Verdade • A tabela verdade descreve como a saída depende da entrada do circuito lógico. A tabela verdade relaciona todas as combinações possíveis de entradas e os correspondentes resultados na saída. • O número de combinações de entrada é igual a 2N para uma tabela verdade de N entradas. 15 Diagrama Temporal • Descreve como a saída do circuito lógico depende da(s) entrada(s) no tempo. • Os diagramas temporais não tem o compromisso de representar todas as combinações das entradas de um circuito lógico, exemplo: 16 Portas lógicas elementares OR – (OU): A B S 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 S = A + B Símbolo Expressão Booleana Tabela de verdade• O circuito abaixo funciona de acordo com a lógica OU: A B S + _ A B S • A lâmpada acende quando pelo menos uma das chaves estiver acionada. 17 Portas lógicas elementares AND – (E): S = A x B Símbolo Expressão Booleana Tabela de verdade • O circuito abaixo funciona de acordo com a lógica E: • A lâmpada acende somente se as duas chaves estiverem fechadas. A B S A B S 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 1 + _ A B S 18 Portas lógicas elementares NOT – (Inversora): Símbolo Expressão Booleana Tabela de verdade • O nível lógico da saída S é a negação do nível lógico da entrada A. S = A = A’ A S 0 1 1 0 19 Obtendo a expressão Booleana e a tabela verdade a partir de um circuito lógico 20 Obtendo o circuito lógico e a tabela verdade a partir de uma expressão Booleana 21 Método 1 – Soma dos produtos (mintermos): Mintermos => Termo-produto no qual cada variável de entrada aparece exatamente uma vez invertida (se a variável de saída = 0) ou não (se a variável de saída = 1). A expressão Booleana é obtida através do somatório dos mintermos para os quais a saída for igual a 1, exemplo: Obtendo a expressão Booleana e o circuito lógico a partir da tabela verdade 22 Método 2 – Produto das somas (maxtermos): Maxtermos => Termo-soma no qual cada variável de entrada aparece exatamente 1 vez invertida (se a variável de saída for = 1) ou não (se a variável de saída for = 1). A expressão Booleana é obtida através do produto dos maxtermos para os quais a variável de saída é 0: Obtendo a expressão Booleana e o circuito lógico a partir da tabela verdade 23 RESOLUÇÃO DE EXEMPLOS EM SALA DE AULA! 24 Portas lógicas compostas NOR – (Não - OU) : Símbolo Expressão Booleana Tabela de verdade • Note que os níveis lógicos da saída da tabela verdade NOR é a negação dos níveis lógicos da saída da tabela verdade OR. A B S Negação S = A + B A B S 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 0 • A porta lógica NOR é uma porta lógica OR com a saída negada: 25 Portas lógicas compostas NAND – (Não - E) : Símbolo Expressão Booleana Tabela de verdade • A porta lógica NAND é uma porta lógica AND com a saída negada: • Note que os níveis lógicos da saída da tabela verdade NAND é a negação dos níveis lógicos da saída da tabela verdade AND. S = A x B A B S Negação A B S 0 0 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 26 Portas lógicas compostas XOR – (Ou - Exclusivo) : Símbolo Expressão Booleana Tabela de verdade • A saída é 1 quando as entradas apresentam valores diferentes e 0 quando as entradas apresentam valores iguais. Segue um exemplo desta lógica: S = A B = A’B+ AB’ A B S A B S 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 0 A lâmpada só acende quando as chaves A e B estiverem em posições diferentes, caso contrário a lâmpada permanece apagada! 27 Portas lógicas compostas XNOR – (Não Ou - Exclusivo) : Símbolo Expressão Booleana Tabela de verdade • A porta lógica XNOR é uma porta lógica XOR com a saída negada. S = A B = A’B’+ AB A B S A B S 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 1 • Nota-se que os níveis lógicos da saída da tabela verdade XNOR é a negação dos níveis lógicos da saída da tabela verdade XOR. 28 • Na sequência, estão apresentados os símbolos tradicionais das portas lógicas na figura (a) e os correpondentes símbolos utilizados pelas normas IEEE/ANSI na figura (b). Outros símbolos das portas lógicas 29 AND 0·0 = 0 0·1 = 0 1·1 = 1 OR 0+0 = 0 0+1 = 1 1+1 = 1 NOT 0’ = 1 1’ = 0 II) Teoremas para uma variável: I) Axiomas e Postulados: Propriedades e Teoremas da álgebra de Boole 1. A’’ = A 2. A·0 = 0 3. A·1 = A 4. A·A = A 5. A·A’ = 0 6. A+0 = A 7. A+1 = 1 8. A+A = A 9. A+A’ = 1 30 III) Teoremas para várias variáveis: Propriedades e Teoremas da álgebra de Boole Equivalentes aos da álgebra convencional: Leis Comutativas: -A+B = B+A; -A·B = B·A. Leis Associativas: -A+B+C = (A+B)+C = A+(B+C); -A·B·C = (A·B) ·C = A·(B·C). Lei Distributiva: -A·(B+C) = A·B + A·C; -(A+B) ·(C+D) = A·C + A·D + B·C + B·D. Não equivalentes aos da álgebra convencional: -A+A’B = A+B; -A’ +AB = A’+B. 31 IV) Teoremas de ‘De Morgan’: Propriedades e Teoremas da álgebra de Boole IV.I) O inverso da soma é igual ao produto dos inversos: IV.II) O inverso do produto é igual a soma dos inversos: 32 RESOLUÇÃO DE EXEMPLOS EM SALA DE AULA! 33
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