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Réu que figurou irregularmente no processo causalidade

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Poder Judiciário da União
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS
TERRITÓRIOS
Órgão 2ª Turma Cível
Processo N. AGRAVO DE INSTRUMENTO 0700674-72.2017.8.07.0000
AGRAVANTE(S) ALFREDO HULEK
AGRAVADO(S) DISTRITO FEDERAL,ADRIANO DOS SANTOS GOMES e VIRGILIO REISSARMENTO
Relatora Desembargadora SANDRA REVES VASQUES TONUSSI
Acórdão Nº 1008734
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ILEGITIMIDADE PASSIVA .AD CAUSAM
RECONHECIMENTO DE OFÍCIO PELO JUÍZO . CONDENAÇÃO DE VERBAA QUO
HONORÁRIA. POSSIBILIDADE. ART. 338, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. RECURSO
CONHECIDO E DESPROVIDO.
1. Os honorários advocatícios fixados nos moldes do parágrafo único do art. 338 do CPC e pautados no
princípio da causalidade objetivam remunerar os serviços do procurador do réu excluído da lide,
porquanto despendeu esforços para aduzir defesa e atuou em processo tão somente em razão de indicação
errônea do polo passivo pelo autor. Assim, em caso de reconhecimento de ilegitimidade passiva ad
 de ofício pelo magistrado, desde que angularizada a relação processual, revela-se cabível acausam
condenação da verba honorária em favor do patrono do réu que figurou indevidamente no processo.
2. Agravo de instrumento conhecido e desprovido.
ACÓRDÃO
Acordam os Senhores Desembargadores do(a) 2ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
dos Territórios, SANDRA REVES VASQUES TONUSSI - Relatora, CARMELITA BRASIL - 1º Vogal
e SANDOVAL OLIVEIRA - 2º Vogal, sob a Presidência da Senhor Desembargadoraa CARMELITAa
BRASIL, em proferir a seguinte decisão: CONHECIDO. IMPROVIDO. UNÂNIME., de acordo com a
ata do julgamento e notas taquigráficas.
Brasília (DF), 05 de Abril de 2017
Desembargadora SANDRA REVES VASQUES TONUSSI
Relatora
RELATÓRIO
 ALFREDO HULEK contra decisão proferida pelo JuízoTrata-se de agravo de instrumento interposto por
da Primeira Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal, que, nos autos de ação de indenização por danos
morais e materiais em virtude de suposta fraude em lavratura de procuração que conferia amplos e
especiais poderes referentes ao imóvel localizado no Lote 5, Quadra 05, Parque Rio Branco, Valparaíso
de Goiás (processo n. 2015.01.1.127340-6), reconheceu a ilegitimidade passiva do Distritoad causam
Federal e declinou a competência para uma das Varas Cíveis do Distrito Federal. Na mesma assentada,
condenou o autor ao pagamento de honorários advocatícios, em favor do réu excluído, no percentual de
3% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do art. 338, parágrafo único, do CPC (p. 9-11 do ID n.
1110346).
Em suas razões recursais, pugna o agravante pela exclusão da condenação da verba honorária, sob o
argumento de que não houve alegação de ilegitimidade passiva em sede de contestação pelo Distrito
Federal.
Preparo devidamente comprovado (p. 17-18 do ID n. 1110345).
Apresentadas contrarrazões pelo réu Virgílio Reis Sarmento (p. 1-10 do ID n. 1241810) e pelo Distrito
Federal (p. 1-6 do ID 1243149).
É o relatório.
Inclua-se em pauta.
VOTOS
A Senhora Desembargadora SANDRA REVES VASQUES TONUSSI - Relatora
Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.
 ALFREDO HULEK contra decisão proferida peloTrata-se de agravo de instrumento interposto por
Juízo da Primeira Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal, que, nos autos de ação de indenização
por danos morais e materiais em virtude de suposta fraude em lavratura de procuração que conferia
amplos e especiais poderes referentes ao imóvel localizado no Lote 5, Quadra 05, Parque Rio Branco,
Valparaíso de Goiás-GO, reconheceu a ilegitimidade passiva do Distrito Federal e declinou aad causam
competência para uma das Varas Cíveis do Distrito Federal. Na mesma assentada, condenou o autor ao
pagamento de honorários advocatícios, em favor do réu excluído, no percentual de 3% sobre o valor
atualizado da causa, nos termos do art. 338, parágrafo único, do CPC (p. 9-11 do ID n. 1110346).
Inconformado, o agravante pugna pela exclusão da condenação da verba honorária, sob o argumento de
que o Distrito Federal não alegou sua ilegitimidade passiva em sede de contestação.
Sem razão, contudo.
Noticiam os autos que o autor ajuizou ação de conhecimento requerendo indenização por danos morais e
materiais contra o Distrito Federal, Virgílio Reis Sarmento (tabelião interino à época dos fatos no 2º
Ofício de Notas, Registro Civil, Protesto de Títulos, Registro de Títulos e Documentos e Pessoas
Jurídicas do Distrito Federal) e Adriano dos Santos Gomes (particular que substabeleceu a procuração
para o autor).
Devidamente citado, o Distrito Federal contestou (p. 38-50 do ID n. 1110345), alegando que sua
responsabilidade, no caso, seria somente subsidiária e que, por conseguinte, o processo deveria ser
extinto, à luz do art. 485, IV, do CPC. No mais, arguiu prejudicial de prescrição e rebateu os pedidos de
indenização por danos morais e materiais.
Por sua vez, o réu Virgílio Reis Sarmento apresentou contestação (p. 54-79 do ID n. 110345), arguindo
prejudicial de prescrição, preliminar de ilegitimidade passiva e ativa e, no mérito, defendeu a
inexistência de ato ilícito doloso ou culposo passível de ensejar indenização por danos morais e
materiais.
O réu Adriano dos Santos Gomes não apresentou contestação.
Ao apresentar réplica, o autor repisou que se revelava correta a inclusão do Distrito Federal no polo
passivo da lide (p. 4 do ID n. 1110346).
O juízo , com base nos arts. 21, XIII, da Constituição Federal, 10 da Lei n. 11.697/08 e 3º daa quo
Resolução 80/2009 do CNJ, asseverou que o requerido Virgílio Reis Sarmento, apontado como tabelião
responsável pelo ato ilícito alegado pelo autor, atuou como tabelião interino mediante delegação do
Tribunal de Justiça do Distrito Federal, cuja manutenção e organização competem à União.
Dessa forma, reconheceu a ilegitimidade passiva do Distrito Federal e, consequentemente, declinou a
competência para uma das Varas Cíveis do Distrito Federal, condenando o autor ao pagamento da verba
honorária no percentual de 3% sobre o valor atualizado da causa.
Como sabido, o Novel Código de Processo Civil, apesar de não incluir a nomeação à autoria dentre as
hipóteses de intervenção de terceiros, dispôs no art. 338 do diploma processual sobre forma de[1]
correção do polo passivo, sem que seja necessária, contudo, a concordância do novo réu indicado. Assim,
caso alegada a ilegitimidade passiva pelo réu em contestação, o autor poderá modificar o polo passivo,
no prazo de 15 (quinze) dias.
Por conseguinte, nos termos do parágrafo único do art. 338 do CPC, realizada a substituição,
condenar-se-á o autor ao reembolso das despesas expendidas e ao pagamento de honorários advocatícios
ao procurador do réu excluído, fixados entre 3% e 5% do valor da causa ou, sendo esse importe
considerado irrisório, arbitrados de forma equitativa (art. 85, § 8º, do CPC ).[2]
No caso, o juízo de origem reconheceu a ilegitimidade passiva do Distrito Federal sem que aad causam
referida parte tenha aduzido preliminar, nesse sentido, em sua contestação. Tratou-se, pois, de
reconhecimento de ofício pelo magistrado.
Todavia, a despeito dos argumentos expendidos pelo agravante, revela-se cabível a condenação da verba
honorária em favor do patrono do réu excluído, ainda que o reconhecimento da ilegitimidade passiva
tenha ocorrido de ofício pelo magistrado, haja vista que os honorários fixados nos moldes do parágrafo
único do art. 338 do CPC e pautados no princípio da causalidade objetivam remunerar os serviços do
procurador que despendeu esforços para aduzir defesa em razão de indicação errônea do polo passivo
pelo autor.
De outro norte, não se olvida que, em caso de o juiz reconhecer a ilegitimidade passiva de ofício, mas em
momento anterior à citação do réu, não há que se falar em condenação de verba honorária, porquanto, em
virtude da falta de angularização da relação processual quantoà parte, o causídico sequer atua no
processo. Nesse sentido, dispõe o Enunciado n. 296 do Fórum Permanente de Processualistas Civis .[3]
Ressalta-se, contudo, que a hipótese não se amolda ao caso em tela.
Com essas razões, conheço do agravo e nego-lhe provimento.
[1] Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo
invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição
do réu.
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao
procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo
este irrisório, nos termos do art. 85, § 8o.
[2] Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
(...)
§ 8 Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor dao
causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o
disposto nos incisos do § 2 .o
[3] Enunciado n. 296- FPPC: Quando conhecer liminarmente e de ofício a ilegitimidade passiva, o juiz
facultará ao autor a alteração da petição inicial, para substituição do réu, nos termos dos arts. 339 e 340,
sem ônus sucumbenciais.
A Senhora Desembargadora CARMELITA BRASIL - 1º Vogal
Com o relator
O Senhor Desembargador SANDOVAL OLIVEIRA - 2º Vogal
Com o relator
DECISÃO
CONHECIDO. IMPROVIDO. UNÂNIME.

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