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� DECISÃO NA ESCOLHA DA VIA UTILIZADA NA TERAPIA NUTRICIONAL Parenteral x Enteral Trato gastrintestinal funcionante (motidade intestinal presente) � Referências Bibliográficas Sitges-Serra, A. Parenteral nutrition and surgical patient. Bruxelas, Institut Dannone, 1999. 194p. Woodcock, N.P.; Zeigler, D; Palmer, D. ; Buckley, P.; Mitchell, C. P.; MacFie, J. - Enteral versus Parenteral nutrition: a pragmatic study. Nutrition 2001; 17:1-12. Committee on Nutrition American Academy of Pediatrics Parenteral nutrition In: Pediatric Nutrition Handbook Kleinman, R.E. Illinois, American Academy of Pediatrics., 1998. p285-305. NUTRIÇÃO ENTERAL Fernanda Luisa Ceragioli Oliveira Simone Brasil de Oliveira Iglesias Terapia de nutrição enteral é um conjunto de procedimentos terapêuticos utilizados para manutenção e/ou recuperação do estado nutricional por meio da nutrição enteral. A definição nutrição enteral mais abrangente, segundo Portaria nº 347 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (ANVISA): “Alimentos para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição química definida ou estimada, especialmente elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializadas ou não, utilizado exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção de tecidos, órgãos ou sistemas”. A nutrição enteral consiste na utilização fisiológica do trato gastrintestinal para realização da terapia nutricional, podendo-se optar por via oral, naso ou oro- gástrica, naso ou oro- jejunal e estomias gástricas ou jejunais. Cada via possui especificidade com níveis progressivos de comprometimento nas etapas digestivas, justificando a utilização de dietas enterais com características específicas. O trofismo e a função intestinal estão diretamente relacionados com a presença de nutrientes no lúmen intestinal, principalmente do aminoácido glutamina, e com a conseqüente liberação de hormônios entéricos (gastrina, colecistocinina, glucagon, enteroglucagon). Os ácidos graxos curtos têm efeito trófico na mucosa intestinal. A glutamina possui efeito imunomodulador e é considerado principal substrato energético para o enterócito. A utilização da via enteral tem como finalidade prevenir a atrofia da mucosa intestinal e reduzir os riscos de complicações infecciosas com a manutenção da integridade da mucosa. Preconiza-se administração precoce da nutrição via enteral, sempre que o trato gastrintestinal esteja funcionante. São considerados efeitos benéficos da nutrição enteral precoce (< 48 horas): maior produção de muco, aumento da secreção de colecistocinina e do fluxo sangüíneo intestinal, manutenção do peristaltismo o que limita a colonização e o supercrescimento de patógenos, e dá suporte ao crescimento da flora intestinal normal. INDICAÇÕES Presença ou risco de desnutrição: Anorexia persistente ou perda de peso associada à doença crônica; Retardo de crescimento; Prematuridade; Hipercatabolismo (trauma, sepse, neoplasia, grande queimado); Suporte nutricional peri-operatório em desnutridos; Fístulas digestivas altas; Obstrução parcial funcional ou mecânica do TGI alto; Síndrome do intestino curto; Doença inflamatória intestinal; Jejum por mais de 5 dias; Ingestão inadequada via oral; Anomalias congênitas (atresia de esôfago, fístulas traqueo-esofágicas, fissuras palatais). Comprometimento neurológico e/ou alta probabilidade de broncoaspiração: Coma; Traumatismo crânioencefálico; Pós-operatório neurocirúrgico complicado; Dificuldade ou incapacidade de sucção e deglutição; Lesão medular; Síndrome de Guillain-Barré; Infecção do Sistema Nervoso Central; Refluxo gastroesofágico; Insuficiência Respiratória; Ventilação Pulmonar Mecânica. � CONTRA-INDICAÇÕES As contra-indicações são relativas e temporárias mais do que absolutas: Íleo paralítico intestinal; Obstrução intestinal ou colônica; Vômitos incoercíveis; Fístulas enterocutâneas de alto débito; Sangramento gastro-intestinal; Choque (hipovolêmico, séptico); Inflamação intestinal (cólons, enterite actínica, quimioterapia, pancreatite); Isquemia Intestinal. 3. OFERTA CALÓRICA As necessidades calóricas são uma somatória das necessidades metabólicas basais, atividade e crescimento. Em uma criança sadia, a taxa metabólica basal (TMB) representa 50% do total do GE (gasto energético) e a atividade/crescimento representa os outros 50%. Portanto, na estimativa da necessidade energética dos pacientes criticamente enfermos deve-se determinar a necessidade energética basal e ajustá-lo para o hipermetabolismo. � Distribuição das necessidades calóricas em lactentes e crianças sadias em crescimento (Kcal/ Kg/ dia) Idade TMB Atividade Crescimento Total TMB/Total (%) Muito baixo peso 47 15 67 130 36 < 1 ano 55 15 40 110 50 1 ano 55 35 20 110 50 2 anos 55 45 5 100 50 5 anos 47 38 2 87 54 10 anos 37 38 2 77 48 *TMB - Taxa Metabólica Basal. Current Concepts in Pediatric Critical Care - Society of Critical Care Medicine, 1999. Aumentos no gasto energético de repouso com o stress fisiológico Condição Aumento no GE (%) Febre 12 / ºC (> 37ºC) Falência cardíaca 15-25 Grandes cirurgias 20-30 Queimaduras 40-50 Sepsis grave 40-50 O nível de atividade física deve ser estimado. O uso de agentes bloqueadores neuromusculares reduz o GE por eliminar as contrações musculares esqueléticas. Lactentes com broncodisplasia pulmonar ou doença cardíaca congênita podem requerer 140 a 160 Kcal/ Kg/ dia para recuperação nutricional. A hiperalimentação energética não consegue reverter o catabolismo obrigatório durante os estados hipermetabólicos e pode até estar associado com a deterioração clínica e o aumento na mortalidade. Deve-se considerar que na fase de estresse metabólico não haverá consumo de energia para o crescimento e a atividade física. Nos lactentes, a oferta basal habitual de 100 Kcal/ Kg/ dia para a criança sadia pode ser excessiva e causar hiperalimentação nos pacientes doentes. Preconiza-se uma oferta calórica 10 a 20% acima da necessidade basal, provendo 60 a 70 Kcal/ Kg/ dia no estresse metabólico. Nesta situação, preconiza-se uma oferta protéica elevada mantendo a relação nitrogênio:calorias não protéicas entre 1:100 a 1:150 visando minimizar os efeitos deletérios da perda de nitrogênio e do catabolismo protéico. A fonte protéica fornece 4 Kcal para cada grama de proteína, cada grama de proteína possui 0,16 grama de nitrogênio e cada grama de nitrogênio 6,25 gramas de proteína. A relação de calorias não proteícas por gramas de nitrogênio corresponde à porcentagem total de calorias exceto às referentes aos aminoácidos,dividido-se por gramas de nitrogênio contida na solução aminoácidos oferecida. A administração mista de substratos deve ser enfatizada, sendo que o carboidrato fornece 4 Kcal por grama e o lipídio 9 Kcal por grama. A distribuição das calorias totais tende a seguir as determinadas proporções de macronutrientes: carboidratos (30 a 50%), lipídios (30 a 40%), proteínas (10 a 20%). DIETAS ENTERAIS A escolha da dieta a ser fornecida ao paciente deve ser precedida da avaliação criteriosa de: Faixa etária; Desenvolvimento neuro-psicomotor; Estado nutricional e metabólico do paciente; Capacidade digestiva e absortiva do trato gastrintestinal (observar composição da dieta, a forma e concentração de cada nutriente e a osmolalidade); Necessidades nutricionais específicas de acordo com a situação clínicade cada paciente (insuficiência renal, hepática, respiratória, imunossupressão, hipercatabolismo, má absorção); Necessidade de restrição hídrica e de eletrólitos; Via de administração. Em situações em que o aumento das necessidades protéico-energéticas coexiste com a necessidade de restrição da oferta hídrica, é desejável o uso de dietas com alta densidade calórica (dietas enterais com esta característica ou acrescidas de módulos – ver anexo 13) e adequado teor protéico. Geralmente, alguns tipos de dietas indicadas para situações especiais são formulados para pacientes adultos, não sendo recomendável para crianças menores. A osmolalidade elevada e excessiva concentração de eletrólitos para a faixa etária pediátrica são as principais causas de inadequação destas dietas para crianças menores, principalmente lactentes jovens pelo risco de diarréia e desidratação hipertônica. Fórmulas com 0,8 cal/ml são bem toleradas em lactentes. Maiores densidades calóricas podem ser usadas, mas deve-se observar os sinais de intolerância, incluindo diarréia osmótica, alterações hidro-eletrolíticas e incapacidade de tolerar sobrecarga de solutos. O aumento na densidade calórica pode afetar o esvaziamento gástrico. Freqüentemente, pode-se aumentar lentamente a densidade calórica até 1,0 a 1,5 Kcal/ ml. Para crianças maiores, as fórmulas com 1 a 2 Kcal/ ml são disponíveis. Na vigência da resposta inflamatória sistêmica, por exemplo a sepse, a barreira mecânica representada pela mucosa intestinal torna-se mais permeável e há prejuízo da superfície absortiva, diminuindo a tolerância aos nutrientes como macroproteína. Além disso, há diminuição da motilidade do trato gastrintestinal, principalmente da musculatura gástrica acarretando retardo do esvaziamento gástrico. A glutamina, principal combustível trófico do intestino delgado, não constitui parte integrante da maioria das formulações enterais atuais, sendo que a exaustão do seu suprimento para o enterócito pode posteriormente comprometer a integridade da mucosa. As dissacaridases da borda em escova da mucosa intestinal podem estar comprometidas após dano agudo limitando digestão de carboidratos complexos. Freqüentemente, hidrolisados protéicos são usados em pacientes criticamente doentes devido a sua melhor absorção e digestão; entretanto, tais fórmulas também aumentam significativamente a osmolalidade. A absorção de proteínas também pode estar comprometida durante a doença crítica. Nessas situações, recomenda-se o uso de dietas parcialmente digeridas, que propiciam melhor tolerância e aproveitamento dos nutrientes. Essas dietas contêm nutrientes parcialmente digeridos (hidrolisado protéico, polímeros de glicose e triglicérides de cadeia média ). As gorduras de cadeia longa requerem sais biliares e atividade lipolítica para serem digeridas e entrarem na circulação através do sistema linfático. Os TCM são absorvidos diretamente na circulação portal e não requerem a formação de micelas. Como os TCM promovem menor inibição do esvaziamento gástrico, absorção mais rápida e maior conversão em energia do que os TCL, as fórmulas contendo TCM podem ser benéficas em pacientes graves. Requerem, no entanto, função intestinal mínima para a absorção. A via de administração determina a escolha da dieta; a via oral permite a utilização de qualquer dieta, adequando-se para idade e doença de base, desde que a função do trato gastrintestinal esteja preservada. A utilização de sondas naso-gástricas ou pós-pilóricas implicam a necessidade de respeitar características específicas do processo digestivo e absortivo: Sonda oro ou naso-gástrica : Volume: dependente da capacidade gástrica; Osmolalidade: diluição gástrica permite a utilização de dietas com maior osmolalidade, apesar de lentificar o esvaziamento gástrico. Sonda pós-pilórica: Volume: deve-se iniciar com volume de 10ml/hora, aumentando gradativamente, até atingir a necessidade calórica estabelecida. Deve-se observar diarréia, vômito e distensão; Osmolalidade: dietas isotônicas (280-300 mOsm/kg de água), levemente hipertônicas (até 350 mOsm/kg de água). 5. TIPOS DE FÓRMULAS As fórmulas podem ainda ser classificadas : Artesanais ou blender - formulação de macronutrientes específica para cada paciente, com menor flexibilidade em relação aos micronutrientes e eletrólitos (base de leite de vaca ou soja). Têm certas características como: Maior viscosidade; Maior risco de crescimento bacteriano; Menor custo. Comerciais - perfil fixo de componentes com disponibilidade de nutrientes pré-digeridos e módulos de nutrientes em combinação ou isolados e na forma de líqüido ou pó. Têm certas especificidades: Soluções homogêneas de menor viscosidade; Fácil preparo; Menor risco de contaminação; Maior custo. Completas - constituídas de carboidratos, proteínas, lipídios, eletrólitos, vitaminas e oligoelementos. Possuem baixa osmolalidade e alto peso molecular. Poliméricas – Macro e micronutrientes que necessitam de funções digestiva e absortiva normais. Baixa osmolalidade e custo. Proteínas naturais (base leite de vaca) Proteínas purificadas Base caseína Base proteína do soro de leite Não lácteas (soja) Especiais para prematuros Imunonutricêuticas Semi-elementares - nutrientes parcialmente digeridos, necessitam função intestinal mínima para absorção. Macronutrientes são proteínas hidrolisadas (lactoalbumina ou caseína), gordura vegetal ou animal com TCM e polímeros de glicose. Elementares - nutrientes parcialmente digeridos, necessitam função intestinal mínima para absorção. Menor antigenicidade. Constituem de proteínas altamente hidrolisadas e/ou aminoácidos cristalinos, TCM e monossacarídeos. Incompletas Modulares - módulos de nutrientes a serem adicionados em dietas pré-existentes. Suplementos. � 6. FÓRMULAS INFANTIS PARA LACTENTES, DE SEGUIMENTO E DIETOTERÁPICAS E DIETAS ENTERAIS INDUSTRIALIZADAS DISPONÍVEIS NO MERCADO Fórmulas infantis para lactentes à base de leite de vaca Nome Comercial Nan 1 Aptamil 1 Enfamil 1 Similac Advance 1 Nestogeno 1 Fabricante Nestlé Support Mead Johnson Abbott Nestlé Proteínas (g/100 ml) 1,5 1,4 1,5 1,4 1,7 Fonte protéica 60% proteínas solúveis 40% caseína 60% seroproteína 40% caseína 60% lactoalbumina 40% caseína 60% proteínas solúveis 40% caseína 77% caseína 23% proteínas solúveis Lípides (g/100 ml) 3,4 3,6 3,7 3,7 3,4 Fonte lipídica 70% gordura láctea 15% óleo de milho 15% óleo de soja 5% gordura láctea + 95% gordura vegetal (canola, girassol, coco e palma) 100% vegetal: 45% óleo de oleína de palma + 20% óleo de coco + 20% óleo de soja + 15% óleo de girassol 100% vegetal 70% gordura láctea 15% óleo de milho 15% óleo de soja CH (g/100 ml) 7,6 7,1 7,0 7,1 7,4 Fonte de CH Lactose 100% lactose 100% lactose Lactose 45% maltodextrina 35% lactose 20% sacarose Kcal/100 ml 67 66,3 67,6 68 67 mOsm/kg H20 290 305 290 300 300 � Fórmulas infantis de seguimento à base de leite de vaca Nome Comercial Nan 2 Aptamil 2 Enfamil 2 Similac Advance 2 Nestogeno 2 Fabricante Nestlé Support Mead Johnson Abbott Nestlé Proteínas (g/100 ml) 2,2 2,8 2,2 1,5 2,8 Fonte protéica 60% caseína 40% proteínas solúveis 20% seroproteína 80% caseína 20% lactoalbumina 80% caseína 60% proteínas solúveis 40% caseína 77% caseína 23% proteínas solúveis Lípides (g/100 ml) 3,0 2,9 3,0 3,73 3,0 Fonte lipídica 70% gordura láctea 15% óleo de milho 15% óleo de soja 69 % gordura láctea 31 % gordura vegetal + LC-PUFAs 100% vegetal: 45% óleo de oleína de palma + 20% óleo de coco + 20% óleo de soja + 15% óleo de açafrão 42% açafrão/ girassol 30% óleo coco 28% óleo de soja 70% gordura láctea15% óleo de milho 15% óleo de soja CH (g/100 ml) 7,9 8,6 8,0 7,0 7,3 Fonte de CH 77% lactose 23% maltose-dextrina 47% lactose 53% maltodextrina Lactose Polímeros de glicose Lactose 15% maltodextrina 56% lactose 28% sacarose Kcal/100 ml 67 72 67,6 68 67 mOsm/kg H20 358 333 260 300 386 � Fórmulas infantis dietoterápicas isentas de lactose ( à base de leite de vaca modificada) para crianças menores 1 ano Nome comercial Nan sem lactose O – Lac Fabricante Nestlé Mead Johnson Proteínas (g/100 ml) 1,7 1,48 Fonte protéica 60% proteínas solúveis 40% caseína 80% caseína 20% lactoalbumina Lípides (g/100 ml) 3,3 3,6 Fonte de lipídes 51% oleína de palma 19% óleo de canola 18% óleo de coco 12% óleo de milho 45% óleo de oleína de palma + 20% óleo de coco + 20% óleo de soja + 15% óleo de girassol CH (g/100 ml) 7,6 7,29 Fonte de CH Maltosedextrina 100% polímeros de glicose Kcal/100 ml 67 67,6 mOsm/kg H2O 170 180 � Fórmulas infantis dietoterápicas à base de proteína isolada de soja. Nome comercial NAN Soy Aptamil SOJA 1 Aptamil SOJA 2 ProSobee Isomil Fabricante Nestlé Support Support Mead Johnson Abbott Proteínas (g/100 ml) 1,9 1,8 2,2 2,0 1,8 FONTE PROTÉICA Proteína isolada de soja Proteína isolada de soja Proteína isolada de soja Proteína isolada de soja Proteína isolada de soja Lípides (g/100 ml) 3,3 3,6 3,6 3,6 3,69 FONTE de LÍPIDES 50% oleína de palma 30% óleo de soja 20% óleo de coco Óleo de soja Óleo de soja 45% de oleína de palma 20% óleo de coco 20% óleo de soja 15% óleo de girassol 50% óleo de soja 50% óleo de coco CH (g/100 ml) 7,4 6,7 7,7 6,6 6,9 FONTE DE CH Maltose-dextrina maltodextrina maltodextrina Sólidos de xarope de milho 60% xarope de milho 40% sacarose Kcal/100 ml 67 66 72 68 70 mOsm/kg 189 200 235 180 253 � Fórmulas infantis dietoterápicas hidrolisadas (Semi-Elementares) Nome comercial Alfaré Pregestimil Pregomin milupa Fabricante Nestlé Mead Johnson Support PROTEÍNAS (g/100 ml) 2,2 1,9 2,0 Fonte protéica Proteínas de soro de leite hidrolisadas: 80% peptídeos 20% aa livres Hidrolisado de caseína: 40 a 50% aa livres + peptídeos 38,4% proteína altamente hidrolisada de soja e colágeno (38,3%) e aminoácidos (23,3%) LÍPIDES (g/100 ml) 3,3 3,8 3,6 Fonte lipídica 50% TCM 30% gordura de leite 20% óleo de milho 40% TCM 60% óleo de milho Óleos vegetais CH (g/100 ml) 7,0 6,9 8,6 Fonte de CH 88% maltosedextrina 12% amido 85% polímeros de glicose 15% amido modificado Maltosedextrina (79%) e amido pré gelatinizado (21%) Obs: Amido de milho e batata pré-gelatinizado isento de glúten = 1,8 g/ 100 ml Kcal/100 ml 66 67 75 mOsm/kg H20 195 350 220-230 � Fórmulas infantis dietoterápicas elementares (L-aminoácidos) Nome comercial NEOCATE (< 1 ANO) VIVONEX PEDIATRIC (> 1 ANO) Fabricante Support Novartis PROTEÍNAS (g/100 ml) 1,95 2,4 Fonte de proteínas 100% aminoácidos livres 100% aminoácidos livres LÍPIDES (g/100 ml) 3,5 2,4 Fonte de lípides óleo de açafrão, soja e coco 68% TCM 32% óleo de soja CH (g/100 ml) 8,1 13,0 Fonte de CH 100% maltodextrina 100% maltodextrina kcal/100 ml 71 80 mOsm/kg H20 366 360 � Dietas enterais pediátricas industrializadas Nome comercial Nutrison Pediatric Diet Standard Nutrison Pediatric Diet Energy Plus Nutrison Pediatric Diet Multifiber Pediasure Peptamen Júnior (Elementar) Fabricante Support Support Support Abbott Nestle PROTEÍNA (g/100ml) 2,7 3,4 2,7 3,0 3,0 Fonte protéica 100% caseinato 100% caseinato 100% caseinato 82% caseinato 18% proteínas do soro Proteína do soro de leite hidrolisada LIPÍDES (g/100ml) 4,5 6,8 4,5 4,97 3,9 Fonte de lípides 60% óleo de canola 40% óleo de girassol 60% óleo de canola 40% óleo de girassol 60% óleo de canola 40% óleo de girassol 50% óleo de açafrão 30% óleo de soja 20% TCM 60% TCM 16% óleo de soja 13% óleo de canola 6% gordura láctea 5% lecitina de soja CH (g/100ml) 12,2 18,8 12,2 10,97 13,7 Fonte de CH 100% maltodextrina 100% maltodextrina 100% maltodextrina 70% amido de milho 30% sacarose 66% maltodextrina 12% amido de milho 22% sacarose Kcal/100ml 100 150 100 100 100 Osm/kg H2O 245 370 245 345 360 � Dietas enterais pediátricas industrializadas Nome comercial Nutrini Standard Nutrini Multi Fiber Nutrini Energy Multi Fiber Tentrini Multi Fiber Tentrini Energy Multi Fiber Fabricante Support Support Support Support Support PROTEÍNA (g/100ml) 2,8 2,8 4,1 3,3 4,9 Fonte protéica 100% caseinato 100% caseinato 100% caseinato 100% caseinato 100% caseinato LIPÍDES (g/100ml) 4,4 4,4 6,7 4,2 6,3 Fonte de lípides óleo de canola óleo de girassol óleo de canola óleo de girassol óleo de canola óleo de girassol CH (g/100ml) 12,3 12,3 18,5 12,3 18,5 Fonte de CH 100% maltodextrina 100% maltodextrina 100% maltodextrina 100% maltodextrina 100% maltodextrina Kcal/100ml 100 100 150 100 150 Osm/kg H2O 250 255 415 235 330 Indicadas para crianças de 1 a 6 anos � Módulos de carboidratos Nome do produto Oligossac Resource Dextrol Polycose Nidex Fabricante Support Novartis Abbott Nestlé Característica Módulo de oligossacarídeo Módulo de polímeros de glicose Módulo de polímeros de glicose Complemento energético FONTE Polímero de glicose Polímeros de glicose Polímeros de glicose Maltose-dextrina Kcal/100 g 388 400 380 379 Módulos de lípides Nome do produto Trigliceril CM Trigliceril AGE Resource TCM Resource TCM-AGE Fabricante Support Support Novartis Novartis Característica Módulo de lípide (TCM) Módulo de lípide (TCM + AGE) Módulo de TCM Módulo de TCM e ácidos graxos essenciais FONTE 100% TCM 70% TCM 30% óleo de milho TCM TCM e ácidos graxos essesnciais Kcal/100 g 830 830 830 900 Módulos protéicos Nome do produto Caseical Resource Protein Promod AA essenciais AA ramificados Fabricante Support Novartis Abbott Support Support Característica Módulo de proteína de alto valor biológico Módulo de proteína Suplemento protéico Módulo de aa essenciais Módulo de aa ramificados Fonte Caseinato de cálcio Proteína de alto valor biológica do leite Soro do leite AA essenciais AA ramificados Kcal/100 g 352 371 424 400 400 � Módulos de SAIS MINERAIS E VITAMINAS Nome do produto Plurimineral Plurivitamin Fabricante Support Support Característica Módulo de sais minerais Módulo de vitaminas Fonte SAIS MINERAIS VITAMINAS Kcal/100 g 372 (maltodextrina) 362 (maltodextrina) Módulos de GLUTAMINA Nome do produto Glutamin Resource Glutamina Fabricante Support Novartis Característica Módulo de glutamina Módulo de L-glutamina Fonte Glutamina livre L-glutamina Kcal/100 g 400 400 Módulos de FIBRA Nome do produto PROFIBRA Resource Benefiber Fabricante Support Novartis Característica MÓDULO de FIBRA MÓDULO de FIBRA Fonte Polissacarídeo de soja Fibras alimentares Kcal/100 g 77 40 cal/10g Módulo de SOJA Nome do produto SOYAC Fabricante Support Característica SUPLEMENTO ALIMENTAR NÃO LÁCTEO FonteProteína isolada de SOJA Kcal/100g 460 � Dietas enterais industrializadas PADRÃO (normocalórica/normoprotéica) Nome comercial IsoSource Standard Hiper Diet Standard Soya Diet Soya Diet sem sacarose Ensure Osmolite Nutren 1.0 Pó Líquido Ultrapak Fabricante Novartis Support Support Support Abbott Abbott Nestlé PROTEÍNAS (g/100ml) 4,3 4,0 3,51 3,58 4,0 3,7 4,0 4,0 4,0 LÍPIDES (g/100ml) 4,1 3,9 3,31 3,4 2,85 3,5 3,8 3,8 3,8 CH (g/100 ml) 17 12,3 14,35 14,10 16,1 15,0 12,6 12,7 12,7 Kcal/100 ml 120 100 101 101 106 106 100 100 100 mOsm/l 360 mOsm/kg água 250 360 280 379 230 300 315 270 Indicadas para crianças acima de 8 anos � Dietas enterais industrializadas PADRÃO (normocalórica/hiperprotéica) Nome comercial IsoSource HN Hiper Diet TCM Hiper diet TCM sem sacarose Ensure HN Osmolite HN Profort Fabricante Novartis Support Support Abbott Abbott Abbott Proteínas (g/100 ml) 5,3 5,18 5,18 4,44 4,44 6,25 LÍPIDES (g/100 ml) 4,1 3,22 3,22 3,55 3,59 2,6 CH (g/100ml) 16 12,47 12,38 14,12 14,12 13,0 Kcal/100ml 120 99 99 106 106 100 mOsm/l 330mosm/kg água 348 186 395 252 286 Indicadas para crianças acima de 8 anos Dietas enterais industrializadas PADRÃO (hipercalórica/hiperprotéica) Nome do produto Hiper Diet Energy Plus Ensure Plus HN Ensure Plus Osmolite Plus HN Fabricante Support Abbott Abbott Abbott PROTEÍNAS (g/100ml) 6,0 6,26 6,25 5,6 LÍPIDES (g/100ml) 5,8 5,0 4,92 3,9 CH (g/100ml) 18,5 19,9 20,2 15,8 Kcal/100ml 150 150 150 120 mOsm/l 340 500 563 360 mOsm/kg Indicadas para crianças acima de 8 anos � Dietas enterais industrializadas PADRÃO (com FIBRAS) Nome comercial Fiber Source Standard IsoSource 1,5 Hiper Diet Multifiber Jevity Jevity Plus Nutren Fibras Pó Líquido Ultrapak Fabricante Novartis Novartis Support Abbott Abbott Nestlé Proteínas (g/100 ml) 4,3 6,8 4,0 4,44 5,55 4,0 4,0 4,0 Lípides (g/100 ml) 4,1 6,5 3,9 3,6 3,93 3,8 3,8 3,8 CH (g/100 ml) 17 17 12,3 14,1 17,3 12,6 12,7 12,7 Kcal/100ml 120 150 100 106 120 100 100 100 mOsm/l 390mOsm/kg 650 mOsm/kg 250 258 450 mOsm/kg 310 320 270 Indicadas para crianças acima de 10 anos Dieta enteral industrializada BLENDER Nome comercial Compleat Modified Fabricante Novartis PROTEÍNAS (g/100 ml) 4,3 LÍPIDES (g/100 ml) 3,7 CH (g/100 ml) 14 Kcal/100 ml 107 mOsm/kg 300 Indicadas para crianças acima de 10 anos � Dietas enterais industrializadas SEMI-ELEMENTARES Nome comercial SandoSource Peptide Perative Fabricante Novartis Abbott PROTEÍNAS (g/100 ml) 5,0 6,66 LÍPIDES (g/100 ml) 1,7 3,74 CH (g/100 ml) 16 17,72 Kcal/100 ml 100 130 Osm 490mOsm/kg 304 Indicadas para crianças acima de 10 anos Dietas enterais industrializadas ELEMENTARES Nome comercial Vivonex Plus Peptamen Fabricante Novartis Nestlé PROTEÍNAS (g/100 ml) 4,5 4,0 LÍPIDES (g/100 ml) 6,7 3,9 CH (g/100 ml) 19 126 (pó) 127 (líquido) 127 (ultrapak) Kcal/100 ml 100 100 Osm 650 mOsm/kg 320 (pó) 320 (líquido) 230 (ultrapak) Indicadas para crianças acima de 10 anos � Dietas enterais industrializadas imunomoduladoras Nome comercial Imunonutril Diet Advera Stresson Multi Fiber Fabricante Support Abbott Support PROTEÍNAS (g/100 ml) 21,96 6,0 7,5 LÍPIDES (g/100 ml) 12,87 2,28 4,2 CH (g/100 ml) 49,95 21,58 14,5 Kcal/100 ml 101,25 130 125 mOsm/kg 380 680 530 Indicadas para crianças acima de 10 anos Dietas enterais industrializadas com GLUTAMINA Nome comercial Hiper Diet (HPHG) Alitraq Fabricante Support Abbott PROTEÍNAS (g/100 ml) 7,5 5,23 LÍPIDES (g/100 ml) 4,9 1,55 CH (g/100 ml) 13 16,5 Kcal/100 ml 125 100 mOsm/l 453 480 Indicadas para crianças acima de 10 anos Dietas enterais industrializadas para DIABÉTICOS Nome Comercial DiabetiSource ReSource Diabetic Glucerna Fabricante Novartis Novartis Abbott PROTEÍNAS (g/100 ml) 5,0 6,3 4,2 LÍPIDES (g/100 ml) 4,9 4,7 5,5 CH (g/100 ml) 9,0 9,9 9,7 Kcal/100 ml 100 106 100 mOsm/kg 360 450 355 Indicadas para crianças acima de 10 anos � Dietas enterais industrializadas para pacientes PNEUMOPATAS Nome comercial NovaSource Pulmonary Pulmo Diet Pulmocare Fabricante Novartis Support Abbott PROTEÍNAS (g/100ml) 7,5 6,42 6,26 LÍPIDES (g/100 ml) 6,8 9,84 9,33 CH (g/100 ml) 15 10,92 10,2 Kcal/100 ml 150 157 150 Osm 650 mOsm/kg 320 mOsm/l 365 mOsm/l Indicadas para crianças acima de 10 anos Dietas enterais industrializadas para pacientes NEFROPATAS Nome comercial NovaSource Renal Nefro Diet Replena Nefrodial Fabricante Novartis Support Abbott Abbott PROTEÍNAS (g/100 ml) 7,4 9,63 3,0 7,02 LÍPIDES (g/100 ml) 10 9,0 9,56 9,6 CH (g/100 ml) 20 66,6 25,52 21,6 Kcal/100 ml 200 128 200 200 mOsm/l 700 322 427 446 Indicadas para crianças acima de 10 anos � Dietas enterais industrializadass para pacientes portadores de HEPATOPATIAS Nome comercial Hepato Diet Fabricante Support PROTEÍNAS (g/100 ml) 10,26 LÍPIDES (g/100 ml) 9,0 CH (g/100 ml) 63 Kcal/100 ml 125 mOsm/l 365 Indicadas para crianças acima de 10 anos Dietas enterais industrializadas para pacientes com função gastrintestinal comprometida Nome comercial El Diet Peptison Fabricante Support Support PROTEÍNAS (g/100 ml) 3,4 4,0 LÍPIDES (g/100 ml) 1,44 1,0 CH (g/100 ml) 19,18 18,8 Kcal/100 ml 103 100 mOsm/l 400 400 Indicadas para crianças acima de 10 anos � VIA DE ADMINISTRAÇÃO A nutrição enteral é habitualmente administrada por via naso-gástrica ou pós-pilórica (nasoduodenal ou nasojejunal). A via intragástrica requer que os reflexos de proteção de vias aéreas estejam preservados, o esfíncter esofágico competente e a motilidade gástrica mantida. As infusões de fórmulas gástricas de modo intermitente ou contínuo são geralmente melhor toleradas do que com o modo em “bolus”, que consiste na administração da dieta em um só tempo por seringa ou gravitacional especialmente se o esvaziamento gástrico é anormal. Indicações de Sonda Oro ou Naso-gástrica: Necessidade alimentação noturna (suplementação calórica); Diminuição da velocidade de infusão (diarréia, ressecção intestinal); Anorexia; Estados hipercatabólicos; Trato gastrintestinal funcionante, incapacidade alimentação via oral (incoordenação deglutição, lesões mucosa oral). A via pós-pilórica deve ser utilizada em pacientes em que os reflexos protetores das vias aéreas estão prejudicados e quando há retardo no esvaziamento gástrico, situações em que existe maior probabilidade de broncoaspiração. Pacientes gravemente doentes freqüentemente apresentam algum grau de atonia gástrica. Fatores como sepse, aumento da pressão intracraniana e a utilização de drogas como opiáceos e dopamina entre outras, afetam o controle neurohumoral da motilidade do trato gastrintestinal abolindo a atividade dos complexos motores migratórios no antro gástrico. Assim, nas situações em que há alta probabilidade de desenvolver retardo no esvaziamento gástrico a nutriçãoenteral pós-pilórica está indicada, pois administra-se precocemente maior volume de dieta com menor risco de aspiração e broncopneumonia do que em relação à via intragástrica. Agentes de motilidade, tais como a cisaprida ou metoclopramida, são freqüentemente benéficos em situações de comprometimento do esvaziamento gástrico e dismotilidade intestinal. Embora a cisaprida pareça ser mais eficaz, deve-se ter cautela devido à síndrome do QT prolongado e arritmias ventriculares. � Indicações de Sonda Nasojejunal ou Pós-pilórica: Coma; Anomalias Congênitas do TGI; Motilidade Gástrica Comprometida; Refluxo gastoesogagiano; Pneumonia Aspirativa;. Cirurgias do TGI alto. Em pacientes que necessitam de terapia nutricional com utilização de sonda por tempo prolongado deve-se considerar o uso de gastrostomia ou jejunostomia. As gastrostomias estão indicadas em afecções esofageanas congênitas ou adquiridas e em pacientes com dificuldade de deglutição decorrentes ou não de seqüelas neurológicas. Sendo procedimento reversível, sua indicação precoce acarreta benefício indubitável ao paciente. As jejunostomias, raras em crianças, estão indicadas em afecções gástricas ou duodenais. Indicações de Estomias Nutrição enteral por mais de 2 meses; Doença cardiorespiratória grave; Anomalias Congênitas; Dificuldade de sucção e deglutição; Estenose de esôfago (substâncias caústicas, cirurgia ou radiação/quimioterapia). Os pontos importantes a serem considerados na nutrição por sonda enteral são os seguintes: A sonda deve ter pequeno diâmetro, ocasionando o menor desconforto possível ao paciente; deve ser de introdução e posicionamento fáceis. A infusão intermitente ou contínua deve ser preferencial em relação ao modo em “bolus”. A extremidade distal da sonda deve estar em duodeno ou em jejuno para se reduzir o risco de aspiração. As dietas devem ser isotônicas, de simples preparo e administração. Deve ser utilizada uma bomba de infusão para garantir administração lenta e regular da dieta. A infusão intermitente deverá ser feita durante duas horas, preferencialmente, com pausa de 1 hora. 8. TÉCNICA DE PASSAGEM DA SONDA PÓS-PILÓRICA Material: poliuretano ou silicone. Não se recomenda polivinil. Decúbito: elevado a 30( ou posição ortostática. Medicação prévia opcional: bromopride ou metoclopramida 0,2 mg/kg EV 10 min antes. Injetar 10-20 ml/Kg de ar após posicionar a sonda no estômago. Manter o paciente em decúbito lateral direito para facilitar a progressão da sonda até o ângulo de Treitz. Localização da extremidade da sonda: Segunda porção do duodeno. Confirmar posição com pH do aspirado > 7,0. Se necessário RX de abdome mostrando a extremidade da sonda na segunda porção do duodeno. 9. MODO DE INFUSÃO Em “bolus” pode causar distensão gástrica; pode reduzir a complacência pulmonar em recém nascidos; maior risco de aspiração. Intermitente ou Contínua menor distensão gástrica; melhor aproveitamento energético; menor alteração na mecânica pulmonar; menor risco de aspiração. Na grande maioria das vezes, a administração da dieta deve ser intermitente durante 2 horas com intervalo de 1 hora para evitar desgaste da mucosa intestinal. Quando necessário sonda contínua por 24 horas, deve-se respeitar o tempo de exposição da dieta ao meio ambiente (máximo 3 horas), levando-se em conta a possibilidade de contaminação microbiológica. A alteração do tempo de reposição do frasco contendo a dieta de 3/3 horas (8 sondas) por 2/2 horas (12 sondas/dia) pode solucionar o problema. 10. TÉCNICA DE ADMINISTRAÇÃO Iniciar o suporte enteral logo que possível conforme a estabilidade, usando o trato gastrintestinal sempre que possível e suplementando com nutrição parenteral periférica ou central quando a ingestão enteral é inadequada. Em geral, o início da alimentação enteral no segundo dia de internação é factível na maioria dos pacientes. Decúbito preferencial: lateral direito ou elevado a 30(; Fluxo: dividir o volume total diário em 8 frascos e infundir o conteúdo de um frasco em 2 h. Iniciar com 1/5 a 1/4 do volume total diário; aumentando gradativamente a partir do 20 dia; 3/4 no 30 dia e atingindo-se o fornecimento integral das necessidades no 40 dia. Este esquema pode ser modificado conforme a tolerância do paciente. Quando a oferta por via enteral atingir cerca de 65% a 70% das necessidades calóricas do paciente, a nutrição parenteral deverá ser suspensa. 11. NUTRIÇÃO ENTERAL MÍNIMA A presença de nutriente no lúmen intestinal promove a integridade do TGI, estimulando as secreções entéricas, hormônios e fluxo sangüíneo. No período neonatal, em pacientes com restrições temporárias ou permanentes de uso pleno da via digestiva, recomenda-se a utilização da nutrição enteral mínima precoce como mecanismo trófico da mucosa intestinal. Preconiza-se a infusão de 0,5 a 1 ml/hora no período neonatal e 2 - 3 ml/hora em pacientes maiores na bomba de infusão contínua. 12. CUIDADOS COM A ADMINISTRAÇÃO DA DIETA ENTERAL Gerais decúbito elevado; lavar a sonda com água destilada após a administração da dieta; utilizar bomba de infusão para a administração da dieta; na infusão por gravidade pode-se inadvertidamente administrar o volume da dieta muito rápido, causando cólicas, distensão abdominal e diarréia; trocar as sondas de polivinil a cada 3 dias. Sonda intragástrica - Se necessário verificar resíduo gástrico antes de cada infusão em bolus e a cada 3 h na infusão contínua; se presente, descontar do volume a ser infundido. Sonda pós-pilórica - confirmar a posição correta da sonda diariamente através da medida do pH do aspirado e, em caso de dúvida, solicitar RX de abdomen. 13. MONITORIZAÇÃO DE PACIENTES RECEBENDO NUTRIÇÃO ENTERAL Parâmetros Até a 1a. semana Após 2a. semana Controles1 Diário diário Resíduo gástrico cada 3 h /diário diário Peso corporal Diário 3x semana Ingestão2 Diário 3x semana Volume fecal Diário 3x semana Volume urinário Diário 1 x semana Hb e Htc 3x semana 1 x semana Perfil Bioquímico3 2x semana 1 x semana Perfil Hepático4 2 x semana 1 x semana Perfil Renal5 2 x semana 1 x semana Sinais vitais, velocidade gotejamento, posicionamento da sonda enteral, sinais de intolerância: vômito, diarréia,distensão abdominal, náusea. Balanço hídrico e nitrogenado Glicemia, proteína total e frações, cálcio, fósforo, sódio, potássio, magnésio, gasometria arterial. TGO, TGP, fosfatase alcalina, bilirrubina e (-GT Uréia e creatinina � 14. FÓRMULAS ESPECIAIS PARA ERROS INATOS DO METABOLISMO Doença metabólica RN/lactentes até 1 ano Crianças maiores e adultos Comentários Fenilcetonúria ou fenilalaninemia Phenex - 1 (Abbott) Phenex - 2 Isento de fenilalanina Atrofia girata de coróide e retina / distúrbios do ciclo da uréia Cyclinex - 1 (Abbott) Cyclinex - 2 Isento de aminoácidos não essenciais Homocistinúria devido à deficiência de B sintetase (arresponsiva à vitamina B6) ou cistationina ou hipermetioninemia Hominex - 1 (Abbott) Hominex - 2 Isento de metionina Acidemia metilmalônica / acidemia propiônica Propinex - 1 (Abbott) Propinex - 2 Isento de metionina e valina Baixo teor de isoleucina e treonina Tirosinemia tipo I Tiromex - 1 (Abbott) - Isento de fenilalanina, tirosina e metionina Tirosinemia tipo II - Tyrex - 2 (Abbott) Isento de fenilalanina, tirosina e metionina 15. COMPLICAÇÕES As complicações da nutrição enteral podem ser mecânicas, gastrintestinais e metabólicas. As complicações mecânicas ocorrem basicamente devido ao posicionamento inadequado da sonda. As complicações gastrintestinais devem-se a osmolalidade e à velocidade de infusão da dieta. As complicações metabólicas geralmente são causadas pelo uso defórmulas inadequadas às necessidades específicas do paciente e/ou modo de infusão inapropriado. As complicações mais freqüentes, suas prováveis causas e tratamento são : � Complicações Mecânicas: Complicação Provável causa Prevenção Obstrução da sonda irrigação inadequada da sonda dieta rica em fibras infusão de medicações pela sonda irrigar a sonda após cada dieta para dietas ricas em fibras utilizar sondas de calibre ( 10Fr infundir medicações líquidas pela sonda e irrigá-la com água a seguir Aspiração pulmonar redução dos reflexos de proteção das vias aéreas atonia gástrica íleo sonda mal posicionada utilizar a via pós-pilórica em pacientes com redução do nível de consciência ou em ventilação mecânica infusão lenta da dieta em decúbito elevado Monitorizar resíduo gástrico Mau posicionamento / Deslocamento da sonda técnica de passagem incorreta vômito ou tosse técnica adequada para passagem da sonda monitorizar posição diariamente Remoção acidental fixação inadequada da sonda paciente agitado fixação correta da sonda vigilância constante sedação se necessário � Complicações gastrintestinais: Complicação Provável causa Prevenção/Tratamento Diarréia infusão rápida da dieta alta osmolalidade da dieta intolerância à lactose alto teor lipídico da dieta intolerância alimentar alteração da flora intestinal devido à antibioticoterapia contaminação bacteriana da dieta ( velocidade de infusão ( a diluição ou mudar a fórmula usar fórmula sem lactose usar fórmula de hidrolisado protéico não usar anti-diarréicos; considerar vancomicina ou metronidazol via oral técnica asséptica no preparo e administração; preferir dietas prontas. Permanência em temperatura ambiente ( 8 horas Distensão abdominal uso de anti-ácidos e antibióticos infusão rápida da dieta fórmula hipertônica ou com alto teor lipídico uso de narcóticos íleo considerar a suspensão das drogas ( fluxo ou volume da infusão considerar mudança da fórmula rever uso de drogas causadoras de atonia gástrica Náuseas e vômitos Multifatorial ( fluxo da infusão considerar mudança da dieta afastar processo infeccioso Obstipação intestinal dieta pobre em resíduos desidratação dieta rica em fibras hidratação � Complicações metabólicas: Complicação Provável causa Prevenção/Tratamento Hiperglicemia Estresse metabólico ( velocidade de infusão monitorizar glicemia e glicosúria Desidratação Dietas com alta osmolalidade Oferta hídrica inadequada monitorizar eletrólitos, uréia, hematócrito ( oferta hídrica ( oferta protéiica Hipopotassemia Anabolismo / falta de oferta Perdas (diarréia, líquidos digestivos, uso de diuréticos) monitorização do nível sérico de potássio Hiperpotassemia Insuficiência renal Acidose metabólica ( oferta de potássio tratar causa básica Hipernatremia Fórmulas hipertônicas Oferta hídrica insuficiente ( oferta hídrica considerar mudança da fórmula Hipofosfatemia Realimentação do desnutrido grave Uso de diuréticos monitorização do fosfato Hipercapnia Dieta rica em carboidratos em pacientes com insuficiência respiratória ( proporção de lípides como fonte calórica 16. INTERAÇÃO DE DROGAS E NUTRIENTES NA NUTRIÇÃO ENTERAL A administração de medicamentos em conjunto com a dieta enteral pode causar distúrbios digestivos com má absorção de nutrientes e da droga administrada. Além disto alguns medicamentos alteram a velocidade de esvaziamento gástrico por atuar na musculatura lisa do sistema digestivo ou afetar a liberação de hormônios moduladores da motilidade gástrica. � Droga Efeito sobre o nutriente Conduta Analgésicos Aspirina ( absorção de vitamina C a ácido fólico ( agregação plaquetária e nível de ácido ascórbico no plasma Aumentar a oferta de vitamina C Morfina ( secreção gástrica e pancreática e o apetite Suplementação mineral e vitamínica Antiácidos Hidróxido de alumínio destrói a tiamina causa de depleção de fosfato se a oferta for baixa Checar o balanço e suplementar se necessário Anticonvulsivantes Fenitoína ( concentração sérica se administrada por sonda, junto com a dieta Suspender a infusão da dieta 2 horas antes e após a administração da droga; se pós-pilórica por 4 horas Carbamazepina pode causar anemia aplástica Monitorização Fenobarbital ( absorção de folato, B12, B6, vitamina D, vitamina K Suplementar Primidona ( ácido fólico Suplementar Valproato efeitos sobre o TGI: cólicas, náuseas, vômitos, diarréia ou obstipação Monitorizar ingestão e eliminação Corticosteróides ( catabolismo protéico e retenção de sódio ( tolerância à glicose ( perda urinária de zinco, cálcio e potássio ( necessidade das vitaminas B6, C, D restringir a oferta de sódio aumentar a oferta protéica restringir açúcares simples suplementar vitaminas e minerais Anti-mitóticos Methotrexate inibe a utilização do ácido fólico ( absorção de B12 ( excreção de metabólitos do ácido nucléico ácido fólico 0,1 a 0,5 mg/dia suplementar vitaminas e minerais de acordo com a R.D.A. Glicosídeos cardíacos Digoxina ( nível de cálcio sérico Suplementar Diuréticos Furosemide ( excreção urinária de vitamina C, cálcio, potássio, sódio e magnésio Suplementar Laxantes Öleo mineral ( absorção de caroteno, vitaminas A, D, K não utilizar no horário da administração da dieta Minerais Ferro com o leite há redução da absorção não ofertar leite 1 a 2 horas antes ou após a ingestão de ferro � 17. FATORES QUE AFETAM A VELOCIDADE DE ESVAZIAMENTO GÁSTRICO Diminuição da velocidade : dor, trauma, sepse, úlcera duodenal, coma hepático, hipercalcemia, diabetes mellitus, desnutrição, hipertensão intracraniana, drogas anticolinérgicas, anticolinesterásicos, isoniazida, fenitoína, hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio, narcóticos, gorduras, aminoácidos, alimentos sólidos, hormônios gastrina, secretina e colecistocinina. Aumento da velocidade: úlcera gástrica, metoclopramida, alimentos líquidos, distensão gástrica, postura prona e decúbito lateral direito. � Referências Bibliográficas Baker SS, Baker RD, Davis A. Pediatric nutrition support. In: Shikora AS, Blackburn GL. Nutritional support - theory and therapeutics. New York: Chapman & Hall; 1996, pg. 520. Bughman AL, Klish WJ. Handbook of nutritional support . Baltimore: Williams & Wilkins;1997, pg185. Carrazza FR, Leite HP, Telles Júnior M. Nutrição enteral. In: Falcão MC, Carrazza FR. Manual básico de apoio nutricional em pediatria. São Paulo: Editora Atheneu;1999, pg. 53 - 63. Current concepts in pediatric critical care. Society of critical care medicine, 1996. Departamento de Suporte Nutricional da Sociedade de Pediatria de São Paulo - Atualização das fórmulas e dietas enterais em pediatria. Revista Paulista de Pediatria, 1999, 17(3); 141-145. Dimand RJ, Kallas HJ. Metabolic and nutritional support of the critically ill infants and children. In: Mohan OE, Fineman JF. Current concepts in pediatric critical care. Society of Critical Care Medicine; 1999, pg. 38 - 56. Leite HP. Nutrição enteral. In: Carvalho WB, Souza N, Souza RL. Emergência e terapia intensiva pediátrica. São Paulo: Editora Atheneu; 1997, pg. 444 - 453. Sarni RS, Barbieri CP, Oliveira FLC. Necessidades nutricionais da criança. In: Falcão MC, Carrazza FR Manual básico de apoio nutricional em pediatria. São Paulo: Editora Atheneu; 1999, pg. 5 -10. � � Sonda naso-gástrica Pós-pilórica Gastrostomia* *indicada quando uso de sondasuperior a dois meses. não Suplementação Nutrição Parenteral Nutrição Parenteral Nutrição Enteral Nutrição �Enteral Necessidades Adequadas sim não sim TGI funcionante Nutrição Parenteral Sim Não �PAGE � �PAGE �1�
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