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EDSON PALHANO DE SOUZA ESTUDO DE CASO PARA IMPLEMENTÇÃO DE PASSAGEM DIRETA DO CONDENSADO NA CALDEIRA LAGES (SC) 2015 UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE UNIPLAC TRABALHO DE CURSO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO EDSON PALHANO DE SOUZA ESTUDO DE CASO PARA IMPLEMENTÇÃO DE PASSAGEM DIRETA DO CONDENSADO NA CALDEIRA Projeto de estágio supervisionado submetido a supervisão de estágios, como requisito para aprovação na disciplina de nome equivalente do curso de Engenharia de Produção da Universidade do Planalto Catarinense - UNIPLAC. Professor Supervisor de Estágio: Carlos Eduardo de Liz, M.SC. Orientador: Prof. Eng. Johnny R. Jordan LAGES – (SC) MAIO 2015 AGRADECIMENTOS A Deus por ter mе dado saúde е força pаrа superar as dificuldades. A professor Eng. Johnny R. Jordan, pela orientação, apoio е confiança. Agradeço а todos os professores por mе proporcionar о conhecimento não apenas racional, mas а manifestação do caráter е afetividade da educação no processo de formação profissional, por tanto qυе se dedicaram а mim, não somente por terem mе ensinado, mas por terem mе feito aprender. A minha família, pela confiança e motivação. A Empresa Kimbely-Clark que me incentivou para minha formação. A meu supervisor técnico da empresa Wagner de Paula. “Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.” (Charles Chaplin) 5 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo voltado para a preservação de uma das Caldeiras, que hoje fica em stand by, em função das necessidades internas. O foco do estudo foi em cima das principais causas que poderá acontecer neste procedimento com a passagem do condensado por dentro da caldeira parada que hoje se encontra em stand by como auxiliar ou reserva. Dentro desse panorama de preservação do equipamento, tratou-se da avaliação dos mecanismos de deterioração que causavam mais impacto nas condições físicas da caldeira. No processo de hibernação, os equipamentos passam por períodos parados, que podem variar de poucos meses a muitos anos, que não seria este o caso pelo fato de ter que entrar em operação com a caldeira devido a uma parada da caldeira que esta em operação. A possibilidade de avaliação dos mecanismos de deterioração possibilita uma tratativa de prevenção, e assim podem ser minimizados ou eliminados possíveis danos aos equipamentos. A corrosão, desgastes e variação de temperatura nos tubos da caldeira, entre outros mecanismos, foi o principal ponto de atenção durante o estudo. Com o objetivo de preservar o equipamento, foi criado um plano de manutenção preventiva e preditiva. Esse plano se da através da passagem direta do condensado na caldeira em stand by. Palavras-chave: Variação de temperatura, Corrosão, Caldeira, Stand by, Hibernação. 5 ABSTRACT This paper aims to facing the preservation of one of the boilers, which today is in standby, depending on the internal needs. The focus of the study was on top of the main causes that could happen in this procedure with the passage of condensate inside the boiler stop today is in stand by as an auxiliary or reserve. In this view of preservation of equipment, this was the evaluation of deterioration mechanisms that caused more impact on the physical condition of the boiler. In the process of hibernation, the devices undergo stopped periods, which can vary from a few months to many years, it would not be the case because of having to go into operation with the boiler due to a boiler stop this operation. The possibility of evaluating deterioration mechanisms enables dealings prevention, and thus can be minimized or eliminated possible equipment damage. Corrosion, wear and temperature variation in the boiler tubes, among other mechanisms, was the main point of attention during the study. In order to preserve the equipment, a preventive and predictive maintenance plan was created. This plan is of through direct condensate passage in the boiler on standby. Keywords: Temperature range, corrosion, boiler, Stand by, Hibernate. 5 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Caldeira flamotubular ............................................................................................... 12 Figura 2: Imagem esquemática de um desaerador.................................................................... 15 5 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS O2 Oxigênio STD Sólidos Totais Dissolvidos SS Sólidos Suspensos CO2 Dióxido de Carbono pH Potencial de Hidrogênio PPM Parte por Milhão PPB Parte por Bilhão 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 10 1.1 APRESENTAÇÃO .................................................................................................... 10 1.2 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA .............................................................................. 10 1.3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 10 1.4 OBJETIVO GERAL ................................................................................................. 11 1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................. 11 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 12 2.1 CALDEIRAS OU GERADOR DE VAPOR ........................................................... 12 2.2 HIBERNAÇÃO DE CALEIRAS ............................................................................. 13 2.3 COMPOSIÇÃO DA ÁGUA ..................................................................................... 13 2.4 DESAERADOR ......................................................................................................... 14 2.5 FATORES QUE ACELERAM A CORROSÃO EM CALDEIRAS .................... 15 2.5.1 Corrosão por Oxigênio ................................................................................................ 16 2.5.2 Corrosão por pH ácido ................................................................................................ 16 2.5.3 Corrosão cáustica ........................................................................................................ 17 2.5.4 Corrosão Galvânica ..................................................................................................... 17 2.5.5 Choques térmicos ........................................................................................................ 18 2.5.6 Corrosão em linhas de condensado ............................................................................. 18 2.5.7 Velocidade de circulação da água ...............................................................................19 2.6 PRODUTOS QUÍMICOS UTILIZADOS EM CALDEIRA ................................. 19 2.6.1 Carbohidrazida ............................................................................................................ 19 2.6.2 Inibidor de Incrustação ................................................................................................ 20 6 2.6.3 Inibidor de corrosão .................................................................................................... 20 2.7 PROPRIEDADES QUÍMICAS IMPORTANTES DA ÁGUA DE CALDEIRA 21 2.7.1 Condutividade elétrica................................................................................................. 21 2.7.2 Dureza Total ................................................................................................................ 21 2.7.3 Alcalinidade Total ....................................................................................................... 21 2.7.4 Ferro ............................................................................................................................ 22 2.7.5 pH ................................................................................................................................ 22 2.7.6 Sílica Solúvel............................................................................................................... 23 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 25 10 1 INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO Avaliar qual seria melhor forma de manter a caldeira parada sem afetar a sua integridade física por corrosão. Em função desta o projeto volta se ao estudo de passagem do retorno de condensado do processo por dentro da mesma, assim mantendo aquecida e totalmente cheia de água, onde vai facilitar o processo para uma eventual retomada em operação. 1.2 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA O presente estudo surgiu da necessidade de se reduzir o consumo de óleo, onde se tem um processo de liga e desliga assim fazendo com que ocorra uma grande variação na temperatura da caldeira prejudicando diretamente os tubos onde ocorre um grande desgaste por corrosão e desgaste mecânico, assim tendo que vir a ser feita manutenções nos tubos, como solda. 1.3 JUSTIFICATIVA Baseado nestes problemas apresentados teve-se uma necessidade de um estudo para verificar qual a melhor forma de se manter uma caldeira que se encontra parada. 11 1.4 OBJETIVO GERAL O objetivo deste trabalho é demonstra a se tem a viabilidade do projeto de passagem de condensado pela caldeira, com o intuito de se preservar a mesma onde se encontra em stand by. 1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Reduzir o consumo de óleo Reduzir manutenção da caldeira Reduzir desgaste dos tubos e equipamentos 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Neste capitulo serão apresentados conceitos sobre a água e meios de minimizar os principais tipos de corrosão que se tem em uma hibernação de caldeira. 2.1 CALDEIRAS OU GERADOR DE VAPOR “Gerador de vapor é um trocador de calor complexo que produz vapor de água sob pressão superiores à atmosférica a partir da energia térmica de um combustível e de um elemento comburente, o ar, constituído por diversos equipamentos associados e perfeitamente integrados para permitir a obtenção do maior rendimento térmico possível. Esta definição abrange todos os tipos de geradores de vapor, seja os que vaporizam água, mercúrio, vapor de óxido de difenil-vapor de água ou fluidos de alta temperatura, bem como as unidades bem mais simples de geração de vapor, comumente denominadas caldeiras de vapor” (TORREIRA, 2002 p. 157). Na figura 1, vemos uma caldeira flamotubular em 3D Figura 1: Caldeira flamotubular Fonte: Caldeiras: industria de caldeiras. Disponível em: <http://www.steammaster.com.br/?pag==QDMf9mdpRXYtJ3bm5Wa>. Acesso em: 23 maio 2015. 13 2.2 HIBERNAÇÃO DE CALEIRAS Existem duas opções de proteção são normalmente utilizadas: a primeira para caldeiras fora de operação por tempo limitado e a segunda para caldeiras inativas. Segundo (Moura, 2011) Caldeiras paradas por uma semana são corretamente protegidas utilizando-se água deaerada contendo excesso de sulfito de sódio catalisado ou hidrazina ativada, entre 200 e 300 ppm em SO3 2- ou N2H4. Os valores de pH deverão ser ajustados com soda cáustica para 11,0 a 11,5 e a caldeira totalmente cheia. Tem se utilizado uma tecnologia chamada blend utilizando aminas e ácidos carboxílicos voláteis que possui semelhança a aminas fílmicas utilizadas para proteger as linhas de condensado essas aminas formam uma película microscópica protetora no metal da caldeira, a seco se utiliza 2,5 kg para cada 3,5 m³ de volume interno, a úmido utiliza uma dosagem de 0,3% em relação ao volume de água (BEBER, 2012). Todo método de hibernação a caldeira deve estar perfeitamente isolada, “não se permitindo escape de fluidos do interior com consequente perda de ativo inibidor de corrosão e principalmente permitir a entrada de oxigênio externo ou eventualmente vapor e condensado do restante do sistema de geração” (BEBER, 2012). 2.3 COMPOSIÇÃO DA ÁGUA Considerada um solvente universal, também se tem a sua grande importância para processos industriais, para vários tipos de usos uma delas muito presente neste trabalho é a geração de vapor. 14 “A água é um dos elementos reguladores do equilíbrio do sistema natural global. [...] a água se movimenta graças a sua capacidade de mudanças de estado físico, em um ciclo permanente e em uma relação determinante da vida e das atividades produtivas do ser humano e da natureza” (BORGHETTI; FILHO, 2004). “A água na sua forma líquida é encontrada na natureza sob duas condições: Águas de superfície (mares, rios, lagos e lagoas); Águas subterrâneas. As águas de superfície são instáveis, apresentam altos teores de STD (sólidos totais dissolvidos) e SS (sólidos suspensos), elevados teores de matéria orgânica e temperatura variável. Já as águas subterrâneas, são estáveis e apresentam menores teores de sólidos em suspensão e de material orgânico, além de temperatura constante. Do ponto de vista químico, a água é um composto cuja molécula é formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio, ou seja, H2O” (Mecatrônica Atual, 2004). Para que a água seja utilizada em caldeiras é imprescindível sua purificação. 2.4 DESAERADOR Segundo (Nalco, 1992). Um desaerador é utilizado para remover gases não condensáveis como oxigênio, dióxido de carbono e amônia da água. A remoção destes gases da água de alimentação reduz a corrosividade que ocorre no aço carbono e no cobre. No sistema de desaeração o condensado retorna e a água de reposição entra pelo topo do desaerador. O vapor é então utilizado para o aquecimento da água até a temperatura correspondente à pressão de vapor desejada ou projetada. Em seguida a mistura da água, combinada com a lavagem do vapor, remove o oxigênio e outros gases não condensáveis como o dióxido de carbono. Na entrada da água no desaerador tem bicos spray fazendo com que a água vire em gotículas para facilitar a remoção dos gases livres, isto também acontece nas chapas ou pratos metálicos aquecido com o vapor que entra nodesaerador. Assim o 15 oxigênio e outros gases são levados para atmosfera através do vents. “Em um desaerador bem operado, o nível de oxigênio dissolvido será de 5 a 10 ppb, o qual deverá ser removido quimicamente” (NALCO, 1992). Na figura 2, vemos o funcionamento de um Desaerador. Figura 2: Imagem esquemática de um desaerador. Fonte: (Desaeradores Térmicos: Princípio de Operação. 2004. Disponível em: <http://www.aquafil.com.br/desae.htm>. Acesso em: 13 maio 2015.). 2.5 FATORES QUE ACELERAM A CORROSÃO EM CALDEIRAS “Num aspecto muito difundido e aceito universalmente pode-se definir corrosão como a deterioração de um material, geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica do meio ambiente associada ou não a esforços mecânicos”. (GENTIL, 2007) p.1 “Os fatores que mais frequentemente podem causar ou estar associados à corrosão em caldeiras são: pH ácido, oxigênio dissolvido, teores elevados de hidróxido de sódio, teores elevados de cloretos, presença de cobre e níquel, sólidos suspensos, presença de gás sulfídrico, presença de depósitos porosos, presença de 16 complexantes ou quelentes, hide-out e, menos frequentemente, correntes de fuga e choques térmicos”. (GENTIL, 2007) p 191 2.5.1 Corrosão por Oxigênio “O oxigênio pode ocasionar corrosão por aeração diferencial e fratura da magnetita protetora, estabelecendo pilha galvânica. A corrosão por aeração diferencial é verificada na maioria dos casos nas linhas de alimentação ou nos economizadores, quando a água utilizada e aerada ou a remoção do oxigênio é incompleta, ou em caldeiras fora de operação”. (GENTIL, 2007) p.192 A corrosão por oxigênio em caldeira parada geralmente acontece na parte superior do corpo da caldeira devido ao resfriamento, onde há uma difusão do oxigênio na água. Nas pilhas formadas pelo oxigênio as partes mais aeradas são os catodos e as áreas inferiores, menos aeradas, os anodos. A velocidade de difusão do ar na água da caldeira é responsável pela extensão do ataque á superfície metálica, que pode se espalhar por toda a caldeira. “A corrosão apresenta-se na forma de pites arredondados, distintos e profundos, que poderá estar cobertos com tubérculos de óxidos de ferro”. “A magnetita, Fe3O4 formada no interior da caldeira em operação, pela ação do vapor de água sobre o ferro, em meio alcalino, impede a corrosão pelo oxigênio, quando as pressões de trabalho nas caldeiras são iguais ou inferiores a 12 kgf/cm 3” . “Quando as pressões excedem esses valores, o oxigênio rompe esse filme protetor, formando Fe3O4, não protetor”. “Após o Fe2O4 formado ser removido pela água, uma pilha se estabelece: as partes cobertas com magnetita são os catodos e os locais descobertos os anodos. A corrosão é localizada na forma puntiforme em decorrência da existência de pequenas áreas anódicas, junto a grandes áreas catódicas”. (GENTIL, 2007) p.192 2.5.2 Corrosão por pH ácido 17 A corrosão ácida em caldeira pode provir de um pH baixo proveniente de águas não tratadas ou tratadas incorretamente, outra maneira de corrosão acida pode-se dar após uma limpeza química onde não se fez a limpeza correta ou retirado o residual total do produto utilizado na limpeza. (GENTIL, 2007) p.192 2.5.3 Corrosão cáustica Segundo (Gentil, 2007) p.192 Outro meio de corrosão se da pela corrosão caustica onde é adicionado soda caustica na água da caldeira para elevar o pH onde trabalhando com um pH mais elevado tem – se a finalidade de preservar o filme protetor de magnetita Fe3O4. Mas quando esta concentração de soda cáustica fica acima de 5% tende – se a atacar os locais onde foi destruído o filme protetor (magnetita), onde juntamente com o ferro produz uma reação, onde ocorre uma descarbonetação na cemetita, carbeto de ferro (Fe3C). 2.5.4 Corrosão Galvânica “Quando dois materiais metálicos, com diferentes potenciais, estão em contato em presença de um eletrolítico, ocorre uma diferença de potencial e a consequência de elétrons”. Geralmente este tipo de corrosão se da pela presença de metais na água de alimentação e retorno de condensado, estas partículas de metais são provenientes de resfriadores, rotores de bombas e contaminantes do processo feitos de alumínio, cobre e níquel etc. às vezes esse material forma pilha galvânicas, onde o aço, usado nas caldeiras, funciona como anodo sofrendo corrosão. Esta corrosão em caldeira é baixa talvez pelo fato de existir a proteção da magnetita, mas sem esta proteção a corrosão poderá se intensificar. (GENTIL, 2007) p.83,84 18 2.5.5 Choques térmicos “As temperaturas dos tubos das caldeiras variam consideravelmente devido às condições de trabalho nela existentes. Em decorrência dessas variações, há contrações e dilatações diferentes entre a magnetita protetora e o aço, com o conseqüente rompimento da película da magnetita. Esse rompimento poderá produzir pequenas áreas anódicas, aço exposto, e grandes áreas catódicas, aço protegido com magnetita, provocando intenso ataque localizado nas pequenas áreas anódicas” (GENTIL, 2007) p.195 2.5.6 Corrosão em linhas de condensado Condensado pode ser corrosivo, pois pode haver presença de gases como oxigênio, dióxido de carbono, amônia, dióxido de enxofre e gás sulfúrico oriundos do processo. O oxigênio pode ser de seis a dez vezes mais corrosivos que o dióxido de carbono acontecendo corrosão localizada tipo pite. O CO2 no condensado pode provir da: Presença de CO2 livre na água, Decomposição dos bicarbonatos solúveis pela ação do calor, Hidrólise do carbonato de sódio. A amônia pode contaminar o vapor por uma das seguintes condições ou pelas suas associações: Presença de amônia na água de alimentação, Decomposição de material nitrogenado na água de alimentação, Decomposição da hidrazina, usada na fase de deareação. “O ácido sulfídrico é bastante reativo, atacando metais como o ferro e o cobre, mesmo na ausência de oxigênio formando sulfetos” (GENTIL, 2007) p.196 Neste caso é fundamental um bom controle de dosagem de químicos inibidores de corrosão (aminas) na linha de condensado, onde ira formar uma película protetora nas linhas de condensado. Observar se não há dosagem em excesso da hidrazina ou carbohidrazida na água, pois em temperaturas altas pode haver a decomposição gerando amônia. 19 2.5.7 Velocidade de circulação da água Segundo Gentil (2007) p.165 Uma velocidade alta na circulação da água pode remover a magnetita ou filme protetor do metal da caldeira e também arrastando uma maior concentração de oxigênio na água, assim facilitando a corrosão do metal, por outro lado uma velocidade alta pode promover a precipitação de materiais sólidos assim podendo haver uma corrosão por aeração diferencial. 2.6 PRODUTOS QUÍMICOS UTILIZADOS EM CALDEIRA 2.6.1 Carbohidrazida Carbohidrazida é uma evolução em produtos sequestrante de oxigênio tem se o mesmo principio da hidrazina, mas com uma formula um pouco diferente CH6N4O. “Carbohidrazida é adicionada na água de alimentação de caldeiras, como um eliminador de oxigênio, para controlar a corrosão. É uma alternativa mais segura que o uso de hidrazina, pois esta é tóxica. A carbohidrazida reage com o oxigênio a baixas temperaturas e pressões. Os produtos da reação são voláteis e não contribuem para o aumento de sólidos dissolvidos na água da caldeira. Tal qual a hidrazina, a carbohidrazida tambémirá passivar as superfícies metálicas”. Segundo Chemical (1980, apud CHEMETRICS, 2011) Carbohidrazida é mais utilizada pelo fator de ter o meio básico e não contribuem para o aumento dos sólidos em relação ao sulfito de sódio e outro similar com esta composição que tem o meio acida. 20 2.6.2 Inibidor de Incrustação É uma mistura de polímeros orgânicos não corrosivos, desenvolvidas para inibir a incrustação de matérias tais como dureza, sílica, ferro e outros. Mantendo estes matérias solúveis em solução, assim mantendo o interior e tubos livres de incrustações e deposito de matérias indesejáveis, que atrapalham a troca térmica da caldeira, tendo uma caldeira mais eficiente. “Do ponto de vista termodinâmico, a inibição da incrustação pode ser conseguida pela adição de substâncias que sequestram os cátions ou que inibem o crescimento de cristais” (REIS et al 2011, p. 5). 2.6.3 Inibidor de corrosão O sistema de condensado pode ser quimicamente tratado para reduzir a perda de metal causada pela corrosão por oxigênio e dióxido de carbono. Os três programas principais são: aminas neutralizantes, aminas fílmicas e uma combinação de aminas neutralizantes e fílmica. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA TÉCNICA DE CELULOSE E PAPEL, 2000) “As aminas neutralizantes, as aminas neutralizantes são substâncias com pH elevado, as quais neutralizam o ácido carbônico formado no condensado quando o CO2 se combina com a água” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA TÉCNICA DE CELULOSE E PAPEL, 2000). “Aminas fílmicas são um grupo de produtos químicos que geram uma fina barreira protetora sobre os tubos de condensado contra o ataque por oxigênio e CO2” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA TÉCNICA DE CELULOSE E PAPEL, 2000). 21 2.7 PROPRIEDADES QUÍMICAS IMPORTANTES DA ÁGUA DE CALDEIRA 2.7.1 Condutividade elétrica “A condutividade elétrica da água depende da quantidade de sais dissolvidos, sendo aproximadamente proporcional à sua quantidade. A determinação da condutividade elétrica permite estimar de modo rápido a quantidade de (STD) presentes na água” (TCHOBANOGLOUS; SCHROEDER, 1987 apud HELLER; PADUA, 2006). 2.7.2 Dureza Total “É a soma das concentrações de sais de cálcio e magnésio. Sais de cálcio e magnésio tem a tendência de formar incrustações em superfícies onde há troca de calor” (FILHO, 1976, p. 5). A dureza da água deve ser monitorada cuidadosamente porque estes minerais saem da solução e formam depósitos muito duros, similares a pedras. (NALCO, 1992). 2.7.3 Alcalinidade Total “Geralmente é devida a bicarbonatos de cálcio, magnésio e sódio, cuja concentração em águas brutas variam de 10 a 30 ppm” (FILHO, 1976). A alcalinidade é um dos componentes mais críticos da água. Se a alcalinidade é muito alta, pode ocorrer a formação de depósitos e incrustações. Se a alcalinidade for muito baixa, o resultado é a ocorrência de corrosão. As duas formas de alcalinidade que são importantes são: alcalinidade carbonatos e alcalinidade bicarbonatos. Em certas condições, o cálcio e o 22 carbonato podem reagir juntos, formando carbonato de cálcio, chamados de depósitos de carbonato de cálcio (NALCO, 1992). 2.7.4 Ferro “Geralmente presente nas águas brutas na forma de bicarbonatos. Suas concentrações podem variar geralmente dependendo da região. O ferro tem a tendência de formar depósitos sobre as superfícies de troca de calor, como em tubos de caldeiras e resfriadores; consequentemente pode provoca rupturas nesses tubos ou causar o seu bloqueamento” (FILHO, 1976, p. 7). 2.7.5 pH “Indica a acidez ou alcalinidade das águas. As águas naturais são em geral ligeiramente ácidas e apresentam pH na faixa de 6,3 a 6,5. O pH pode ser determinado por escala comparativa de indicadores padrões ou por meio de pHmetros eletrônicos” (NOGUEIRA; ROCHA, 2005 p. 81). “O parâmetro pH mede a quantidade de íon hidrogênio presente na água. Quando a quantidade deste íon aumenta, o pH é reduzido e a água fica mais ácida. Este parâmetro é medido em uma escala com variação entre 0 e 14. O valor de pH 7 é encontrado em uma solução considerada neutra. Um pH abaixo de 7 é encontrado em soluções consideradas ácidas e um pH acima de 7 em soluções consideradas alcalinas (básicas). Um pH igual a 7 não significa que a água é pura, mas simplesmente indica que existe um balanço entre a quantidade de íons hidrogênio e hidróxido (OH - ) presente na água. O pH da água deve ser mantido dentro de uma faixa especifica de modo a fazer com que o programa de tratamento de água proposto funcione adequadamente. Quanto maior o pH, maior o potencial de ocorrência de incrustações; quanto menor o pH, maior o potencial de ocorrência de corrosão” (NALCO, 1992). 23 2.7.6 Sílica Solúvel “Também chamada de sílica reativa, geralmente está presente em águas brutas na forma de ácido silícico e silicatos solúveis, cuja concentração pode variar de 2 a mais de 10 ppm” (FILHO, 1976, p. 6). Deve-se ter muita atenção para este parâmetro, pois a grande maioria das incrustações mais difíceis de ser removidas de dentro de uma caldeira é a sílica por isso a importância de um bom tratamento de água (NOGUEIRA; ROCHA, 2005 p. 82). 24 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste trabalho foi pesquisar sobre as conseqüências de corrosão que poderia afetar uma caldeira com este tipo de processo com a passagem do retorno de condensado por ela, com o objetivo de manter a mesma totalmente cheia e com temperatura em torno dos 90 graus Celsius a fim de facilitar uma eventual retomada. Conforme pesquisas feitas com materiais metódicos verifica-se que este tipo de procedimento é inviável pelo fato que ira aumentar o processo de corrosão da caldeira. Fatos a ser considerados com a passagem do condensado por dentro dela seria a deposição de materiais contaminantes do processo dentro da caldeira, podendo haver os principais tipos de corrosão, galvânica, corrosão pela ação do dióxido de carbono, oxigênio, variação do pH e a remoção da magnetita que tem a finalidade de proteger ou minimizar a ação de agentes corrosivos como oxigênio. Existem produtos químicos que tem a ação de diminuir estes tipos corrosão, mas como o condensado vai passar por dentro da caldeira e retornar para o processo isso inviabiliza a dosagem de produtos, pelo fato de ter uma passagem constante e isto daria um consumo muito alto de produto. Um fator importante a se considerar é que este condensado após fazer a passagem devera ser descartado, pelo fato que ele vai arrastar outros contaminantes como (ferro) de dentro da caldeira para o processo. Com este descarte haverá uma perda energética para o processo, pois o condensado retorna para o desaerador com uma temperatura média de 90°c, assim tendo-se que o consumo maior de vapor para aquecimento da água. Outra consideração seria em relação ao consumo de água que ira aumentar, onde teria de se ocupar mais água tratada para o processo, pois não vai haver um reaproveitamento deste condensado. O processo de hibernação caracteriza-se por o fechamento total da caldeira não havendo entrada de contaminantes e perdas de produtos químicos que minimizam a corrosão, têm-se dois tipos de hibernação; a seco onde a caldeira fica totalmente livre de qualquer tipo de umidade, e hibernação úmida onde fica totalmente cheia de água. 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAQUAFIL TRATAMENTO DE ÁGUA (São Paulo) . Desaeradores Térmicos: Princípio de Operação. 2004. Disponível em: <http://www.aquafil.com.br/desae.htm>. Acesso em: 13 maio 2015. 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