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equoterapia em pacientes com paralisia cerebral quadriplgica espstica (1)

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 
CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS E FORMAÇÃO INTEGRADA 
ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOTERAPIA NEUROLÓGICA 
 
 
 
 
 
CAMILA VELOSO BORGES DO PRADO 
 
 
 
 
 
 
 
EQUOTERAPIA EM PACIENTES COM PARALISIA 
CEREBRAL QUADRIPLÉGICA ESPÁSTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2013 
0 
 
CAMILA VELOSO BORGES DO PRADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EQUOTERAPIA EM PACIENTES COM PARALISIA 
CEREBRAL QUADRIPLÉGICA ESPÁSTICA 
 
 
 
Artigo apresentado ao curso de Especialização 
em Fisioterapia Neurológica do Centro de 
Estudos Avançados e Formação Integrada 
(CEAFI), chancelado pela Pontifícia 
Universidade Católica de Goiás. 
 
Orientadora: Profª Ms.Thays Candida Flausino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2013 
 
1 
 
RESUMO 
 
 
Introdução: Paralisia Cerebral (PC) é definida como um grupo de desordens do 
desenvolvimento do movimento e da postura devido a um defeito ou lesão do cérebro 
imaturo, e Equoterapia pode ser conceituada como um recurso terapêutico que desenvolve 
atividades lúdico-esportivas utilizando o cavalo. Objetivos: Esse artigo foi realizado com 
objetivo de revisar conceitos de PC e Equoterapia, caracterizando a Equoterapia como 
método de tratamento em pacientes com PC do tipo quadriplegia espástica, destacando 
algumas sugestões de tratamento para tais pacientes. Métodos: Trata-se de uma revisão 
bibliográfica sobre a Equoterapia como método de tratamento em pacientes com PC do tipo 
quadriplegia espástica, realizadas entre o período de agosto de 2011 a novembro de 2012, 
utilizando estudos publicados entre os anos de 1985 a 2012 nas línguas portuguesa, 
espanhola e inglesa. Resultados e Conclusões: A Equoterapia mostrou na pesquisa 
resultados satisfatórios quanto a ganhos expressivos na simetria da postura, na 
coordenação dos movimentos e na tonicidade muscular, aprimorando habilidades motoras e 
contribuindo para o prognóstico da marcha. Verificou-se que a equoterapia é um recurso 
fisioterapêutico eficiente no processo de reabilitação de pacientes com PC do tipo 
quadriplegia espástica. 
 
 
Palavras-chave: Paralisia Cerebral, Equoterapia, Fisioterapia, Quadriplegia 
Espástica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
ABSTRACT 
 
 
Cerebral Palsy (CP) is defined as a group of developmental disorders of movement 
and posture due to a defect or lesion of the immature brain, and the Equotherapy can 
be conceptualized as a therapeutic resource that develops recreational and sports 
activities using the horse. Objectives: This article was conducted to review concepts 
of cerebral palsy and Equotherapy, featuring the Equotherapy as a treatment 
method in patients with cerebral palsy spastic quadriplegy type, highlighting some 
suggested treatment for such patients. Methods: This is a literature review about 
Equotherapy as a treatment method in patients with type PC spastic quadriplegy, 
held between the period of August 2011 to November 2012, using studies published 
between the years 2012 and 1985th in Portuguese , Spanish and English. Results 
and Conclusions: The researchs about the Equotherapy showed satisfactory results 
and significant gains as the symmetry of posture, the coordination of movement and 
muscle tone, improving motor skills and contributing to the prognosis of the march. 
The Equotherapy is a type an efficient physiotherapy in the rehabilitation process of 
patients with CP spastic quadriplegy type. 
 
 
Keywords: Cerebral Palsy, Equotherapy, Physiotherapy, Spastic Quadriplegy. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Paralisia Cerebral (PC), atualmente conceituada como Encefalopatia Crônica 
Não Progressiva da Infância (ECNPI), é definida como um grupo de desordens 
permanentes do desenvolvimento do movimento e da postura. Pode ser causada por 
um defeito ou lesão do cérebro imaturo1,2 e pode ocorrer no período pré-natal, 
perinatal ou na infância precoce.3,4 
Segundo Leite e Prado (2004), paralisia cerebral pode ser definida como um 
grupo de afecções permanentes não progressivas, sujeitas à agressão encefálica². 
Ou ainda, as alterações músculo- esqueléticas decorrentes de alteração neurológica 
do cérebro que sofrera agressão durante a infância, especificamente os prematuros 
e aqueles que apresentam asfixia perinatal.¹ 
 A PC pode ser caracterizada como um transtorno persistente, porém não 
invariável, que surge na primeira infância, influenciando na estrutura e função do 
corpo, atividade e participação.2,3 Assim, manifestações como músculo-
esqueléticas, vão se tornar mais evidentes com o passar do tempo e o desempenho 
motor e funcional tende a piorar.¹ 
 Como principais manifestações de envolvimento neurológico pode-se citar o 
retardo do desenvolvimento motor, deficiência mental, crises convulsivas e 
comprometimento cognitivo, sensorial, visual e auditivo.1,2 
Estudos sugerem que a PC seja uma doença multifatorial causada pela 
interação de diversos fatores de risco, como por exemplo: infecções do sistema 
nervoso (sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes e HIV), intoxicações 
(drogas, álcool, tabagismo), radiações, malformações encefálicas, hipoxemia 
(diminuição da concentração de oxigênio no sangue) cerebral ou isquemia 
(diminuição da perfusão de sangue no cérebro) e distúrbios do metabolismo 
(hipoglicemia, hipocalcemia, hipomagnesemia), hemorragias cerebrais por trauma 
do parto, fatores obstétricos, icterícia grave não tratada no momento certo, 
meningoencefalites bacterianas, encefalopatias desmielinizantes pós-infecciosas e 
pós-vacinas, traumatismos cranioencefálicos e convulsões neonatais.1,5 
Levando-se em conta que o índice de asfixia neonatal ainda é alto nos 
países em desenvolvimento, somado aos poucos cuidados com as gestantes e a 
4 
 
evolução tecnológica nas unidades de terapia intensiva neonatal que proporciona 
uma maior taxa de sobrevida de crianças prematuras e de baixo peso, presume-se, 
ainda a ocorrência de um índice apreciável de crianças com PC.6 
No Brasil não se tem dados estatísticos precisos do número de casos de 
Paralisia Cerebral (PC), mas os dados mundiais (1,5 a 2,5 indivíduos a cada 1000 
nascidos vivos) demonstram a importância de profissionais capacitados para o 
diagnóstico precoce e intervenção adequada para esta grande população.1,6 
As crianças com paralisia cerebral geralmente não desenvolvem 
suficientemente as reações de endireitamento, de equilíbrio e de proteção – estes 
atuam em conjunto para a manutenção do balanço e ajustes posturais antes, 
durante e depois dos movimentos – apresentando muitas vezes grandes 
dificuldades em manter-se em algumas posturas e em manter o alinhamento do 
corpo.7 
Os tipos clínicos da Paralisia Cerebral podem ser classificados em atáxico 
(lesão cerebelar e/ou das suas vias); discinético ou extrapiramidal (atetóide, coréico 
e distônico); espástico ou piramidal (lesão no sistema piramidal); e misto.1,5 
A PC do tipo atáxico é consequência de uma lesão do cerebelo e/ou de suas 
vias.1,8 
A PC discinético ou extrapiramidal (atetóide, coréico e distônico) é devido a 
lesão dos núcleos da base.1,2 
A PC espástica ou piramidal ocorre devida a lesão do córtex e das vias 
córtico-espinhais. Sua característica é a hipertonia muscular (espasticidade) 
predominante nos grupos musculares flexores e adutores dos membros, associada à 
fraqueza muscular ou paresia. À medida que o indivíduo com essa característica 
cresce predispõe-se a encurtamentos musculares e deformidades osteo-articulares, 
atraso nas aquisições motoras e persistência de reflexos primitivos tambémsão 
encontrados.¹ 
A criança com PC espástica ou piramidal deve ser estimulada a ser mais 
participativa dentro da postura exigindo, o controle ativo do alinhamento e do 
equilíbrio; a proporcionar transferência de peso com mobilidade; a trabalhar a 
dissociação entre o tronco e os membros; e a favorecer padrões de movimento que 
levem a uma função.1 
Já a PC misto apresenta alterações conjuntas dos sistemas piramidal, 
extrapiramidal e cerebelar.¹ 
5 
 
Quando ocorrem lesões muito extensa no SNC a PC é dita hipotônica. 
Apresenta hipotonia, hiper-reflexia e o sinal de Babinski.¹ 
A classificação topográfica específica do comprometimento neuromotor 
(envolvimento das partes distintas do corpo) pode ser: tetraparética (quadriplegia), 
diparética (paraplegia) e hemiparética (hemiplegia).1,2 
A Quadriplegia é considerada a mais grave dentre estas afecções; 
compromete todo o funcionamento muscular e articular do corpo e tem um 
prognóstico de reabilitação bastante limitado.1,4 Acomete tanto latentes pré-termo 
(criança nascida antes de 37 semanas de gestação) como a termo (criança nascida 
entre 37 e 42 semanas de gestação).7 
As manifestações clínicas já podem ser observadas no nascimento 
acentuando ao longo do desenvolvimento da criança. Apresentam: atividades 
limitadas; o contato social é pobre; grande irritabilidade; sono intranquilo; dificuldade 
para deglutição, com intensa sialorréia; durante o sono assume postura de 
hiperextensão do tronco e membros etc. 9 
Na quadriplegia o membro superior é mais comprometido ou pelo menos tão 
comprometido quanto os membros inferiores. O controle da cabeça é deficiente, a 
coordenação dos olhos também é deficiente, pode haver comprometimento da fala, 
dificuldade para se alimentar e problemas na audição.7 
Na quadriplegia espástica a criança geralmente apresenta perímetro 
craniano reduzido com achatamento da região parieto occipital de um dos lados, 
persistência de reflexos primitivos, como o reflexo tonico cervical assimétrico 
(RTCA), reflexo de Moro com limiar baixo e marcha reflexa, que muitas vezes gera 
falsas esperanças aos pais com relação a marcha voluntaria.7 
A diparesia ou diplegia é observada caracteristicamente nas crianças 
prematuras (recém-nascido pré-termo cujo SNC sofreu lesão). O comprometimento 
dos membros superiores é mais leve (ou ausente) do que o dos membros inferiores. 
O controle da cabeça, braços e mãos é geralmente pouco afetado e a fala pode ser 
normal. Os membros inferiores evidenciam uma acentuada hipertonia dos adutores 
resultando na posição em tesoura ao se tentar colocar em pé.1,5,7 
Na Hemiparesia ou hemiplegia somente um dos lados do corpo encontra-se 
alterado, com maior comprometimento do membro superior.1,2 
Baseando-se no meio de locomoção da criança, a gravidade do 
comprometimento neuromotor pode ser leve, moderada ou severa.³ 
6 
 
A paralisia cerebral, além das diversas deficiências neuromotoras pode 
resultar em incapacidade, ou seja, limitações no desempenho de atividades e tarefas 
do cotidiano da criança.³ 
Para o estabelecimento do prognóstico motor em PC e auxiliar no 
planejamento da intervenção terapêutica pode-se usar o Sistema de Classificação 
da Função Motora Global (GMFCS). O GMFCS é uma forma de classificação 
baseada no movimento auto-iniciado, contendo cinco níveis diferenciados entre si 
pela limitação funcional e necessidade de assistência externa. A criança do nível I 
possui limitações funcionais não tão pronunciadas, tem diagnóstico de PC leve e de 
baixa severidade. O paciente deambula sem restrições, com limitações para 
atividades motoras mais complexas como correr e pular. No nível II a criança 
deambula sem auxilio, mas apresenta limitações na marcha comunitária. A de nível 
III tem dificuldade em balanço e mobilidade. Criança deambula com apoio. Já no 
nível IV, há funcionalidade apenas na postura sentada (necessita de cadeira de 
rodas na comunidade). No nível V as crianças têm múltiplas desordens 
apresentando restrições no controle voluntário dos movimentos e na habilidade de 
manter postura antigravitacional do pescoço e do tronco (mobilidade gravemente 
limitada).1,10 
A Fisioterapia tem um papel reabilitador e é uma especialidade muito usada 
para trabalhar a recuperação da função, a melhoria da mobilidade, alívio da dor e 
prevenção ou limitações físicas. A reabilitação tem como meta tornar o indivíduo o 
mais capaz e independente possível, melhorando sua funcionalidade. Visa, no caso 
da paralisia cerebral quadriplegica, melhorar as habilidades motoras existentes e 
estimular as que ainda não se desenvolveram e evitar ao máximo a instalação de 
contraturas e deformidades.¹ 
O diagnóstico precoce e a atuação antes que as anormalidades do 
desenvolvimento motor não estejam bem instaladas é de suma importância para um 
melhor aproveitamento das etapas de maturação do desenvolvimento.6 
Um programa de reabilitação sensato, com objetivos claros e metas 
individualizadas para cada criança com PC, só pode ser traçado após a 
determinação do prognostico. Através do prognóstico pode-se determinar quais 
metas a se atingir com a estimulação adequada.1 
Dentre os programas e técnicas da fisioterapia temos a equoterapia. Esta 
pode ser conceituada como um recurso terapêutico que desenvolve atividades 
7 
 
lúdico-esportivas utilizando o cavalo. Pode ser considerado como um conjunto de 
técnicas reeducativas, buscando obter benefícios físicos e/ou psíquicos de pessoas 
portadoras de deficiência e/ou de necessidades especiais. Ela é fundamentada no 
movimento tridimensional do dorso do cavalo.4,11,13 
O cavalo possui três tipos de andaduras: passo, trote e galope.11 
Ao caminhar, o cavalo possui uma marcha de quatro batidas provocando no 
cavaleiro ajustes tônicos capazes de atuar no SNC. Ao deslocar o passo o 
movimento realizado no dorso do cavalo é tridimensional (para cima e para baixo, 
para frente e para trás, para um lado e para o outro) e este gera no paciente 
movimentos mais complexos de rotação (para dissociação de cinturas) e translação, 
além de movimentos de inclinações laterais do tronco para transferência de peso e 
movimentações de básculas anterior e posterior da pelve pelo movimento de flexão 
e extensão do tronco.8,11 
O passo é a andadura mais usada na equoterapia e se caracteriza por ser 
rolada ou marchada, possuir ritmo e cadencia em quatro tempo, ser simétrica em 
relação ao seu eixo longitudinal e reações mais lentas e fracas em razão do 
movimento mais lento do animal.11 
 O trote e o galope são andaduras usadas por praticantes em estágios mais 
avançados, por serem saltadas com seus movimentos mais rápidos e bruscos 
exigindo dos praticantes mais força para segurar e para acompanhar os movimentos 
do cavalo.11 
 O cavalo está quase sempre em movimento (troca de apoio das patas, 
desloca a cabeça ao olhar para os lados, abaixa e alonga o pescoço entre outros) 
provocando desequilíbrios ao cavaleiro e exigindo, deste, ajustes no seu 
comportamento muscular.4 
O fisioterapeuta usando sua criatividade dentro dos limites que a técnica 
impõe, pode provocar estímulos variados ao paciente.12 
O portador de PC quadriplégico espástica apresenta sérias limitações para 
executar suas AVD’s necessitando de técnicas fisioterapêuticas eficazes para a 
reabilitação de indivíduo com essa patologia. 
Proporcionar estímulos que viabilizem o máximo aproveitamento das 
potencialidades da criança é de vital importância e através da Equoterapia podemos 
obter ganhos físicos (equilíbrio, alinhamento corporal, ajuste do tônus muscular, 
ganho de força muscular, coordenação motora, flexibilidade, consciência corporal), 
8psicológicos (melhora da autoconfiança, autoestima, concentração) e educacionais 
(linguagem).6 
Assim, torna-se importante uma discussão da literatura sobre os efeitos da 
Equoterapia como método fisioterapêutico no tratamento de paciente com PC do tipo 
quadriplégica espástica. Diante da grande dificuldade em reabilitar pacientes com 
quadriplegia espástica e a nova procura por técnicas de reabilitação, reforçam e 
caracterizam a equoterapia como importante etapa de tratamento do paciente com 
PC e também de outras limitações musculares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
MÉTODOS 
 
 
Trata-se de um artigo de revisão de literatura, sobre o tema em foco onde 
foram encontrados e pesquisados 27 artigos. Destes, foram selecionados 15 por 
preencherem o critério de inclusão proposto, qual seja: pesquisas referentes a PC, 
quadriplegia espástica e equoterapia. 
 As literaturas selecionadas foram do período de 1985 a 2012, visando um 
melhor embasamento referencial e/ou bibliográfico, nas línguas portuguesas, 
espanholas e inglesas tendo como tema Equoterapia em pacientes com Paralisia 
Cerebral Quadriplegia Espástica. 
Foram consideradas fontes abordando banco de dados computadorizados 
como Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), 
DEDALUS, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), 
Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e nas bases de dados do National 
Center for Biotechnology Information (PUBMED), utilizando-se como descritores: 
Paralisia Cerebral, Equoterapia, Fisioterapia, Quadriplegia Espástica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 
A quadriplegia espática no paciente com paralisia cerebral, apresenta como 
característica: espasticidade geralmente grave em membros superiores e inferiores 
que pode ser associada a uma hipotonia axial e cervical, sendo incapaz de retificar a 
cabeça, manter seu equilíbrio em qualquer posição ou usar os braços e as mãos de 
forma funcional. Geralmente estes pacientes não conseguem se expressar através 
da fala, gestos ou movimentos; eventualmente o paciente tende a se proteger das 
alterações posturais assumindo uma posição passiva.4 As aquisições motoras neste 
tipo de PC ocorre em idades mais tardias ou mesmo não chegam a ocorrer.1 
A espasticidade é consequência comum de uma anormalidade anatômica ou 
fisiológica do sistema nervoso central e é o aspecto mais perturbador dentro do 
aspecto da reabilitação. Clinicamente apresenta padrão característico de 
comprometimento de certos grupos de músculos, maior responsividade dos 
músculos ao estiramento e reflexos tendíneos muito aumentados. O membro 
superior é muitas vezes mantido em flexão em nível do cotovelo, punho e dedos, 
com retração e abaixamento da cintura escapular, rotação interna e adução do braço 
e pronação nas articulações radioulnares. No membro inferior observa-se tendência 
à extensão de quadris, joelhos, ao lado de rotação interna e adução nos quadris e 
flexão plantar com inversão dos pés. O tronco também é afetado.14 
Um grande desafio para o reabilitador é traçar um programa de reabilitação 
sensato para um paciente com PC devido ao variado quadro clínico que esta 
patologia apresenta.1 
A maior parte da reabilitação depende da motivação do paciente em relação 
á proposta terapêutica que lhe é oferecida.11 
Na equoterapia podem-se trabalhar várias formas de desenvolvimento da 
criança, de forma lúdica, juntamente com o cavalo e em seu próprio ambiente.13 
O fisioterapeuta deve conhecer o cavalo, o ambiente e os estímulos que eles 
oferecem, assim como os seus movimentos e tipos de andaduras, o modo de se 
montar (sela ou manta ou decúbitos ventral ou dorsal). Os estribos podem ser 
usados para realizar transferência de peso, sensibilizar os membros inferiores e lhes 
dar noção de simetria.11 
11 
 
 Como fatores de indicação da equoterapia pode-se citar a promoção do 
equilíbrio; reação de endireitamento corporal; noção espacial; flexibilidade; 
coordenação motora; estimulação proprioceptiva; sensações de ritmo; modulação do 
tônus muscular e estimulo da força muscular; aumenta a autoestima, facilitando a 
integração social; estimula o bom funcionamento dos órgãos internos; aumenta a 
capacidade ventilatória e a conscientização da respiração; melhora a memória, 
concentração e sequência de ações; aumenta a capacidade de independência e de 
decisões; e melhora a capacidade visual e auditiva.6,11 
A equoterapia também apresenta suas limitações relativas a patologia do 
praticante como: quadros inflamatórios e infecciosos; cifose graves e escolioses 
acima de 40 graus (evitar posturas verticais); luxação e subluxação de quadril; 
extensão cruzada de membros inferiores e espasticidades sem mobilidade; crises 
convulsivas; obesidade (risco à segurança, maior quando associada a hipotonia); 
alergia ao pêlo do cavalo; medo excessivo; problemas comportamentais do 
praticante que coloquem em risco sua segurança própria ou a da equipe.11 
As funções e utilizações da equoterapia nos principais sinais e sintomas da 
PC quadriplégica espástica são: espasticidade, hipotonia, déficit de equilíbrio e 
correções de alterações posturais.11 
A espasticidade (reflexos exacerbados, membros em flexão ou extensão e 
movimentos rígidos) pode ser trabalhada com um cavalo que ofereça uma base 
estável e oferecer uma boa estabilização pélvica. Evitar situações de medo e frio 
(aumentam o tônus muscular) e incentivar a execução de movimentos seletivos com 
o máximo de simetria.11 
O déficit de equilíbrio pode ser trabalhado usando desde trajetos fixos 
(percorridos em linha reta e em áreas planas) a tortuosos e mudança progressiva de 
terreno (trajetos sinuosos, terrenos acidentados, aclives e declives).11 
Para correção de alterações posturais pode se adotar posturas em decúbito 
e assim estimular a integração sensorial e o relaxamento. Outro método é a escolha 
do cavalo: um com a frente mais alta tende a inclinar a pelve do praticante para trás, 
outro com a frente mais baixa estimula que o praticante force a pelve em 
retroversão. A escolha do tipo de terreno aclive e declive promove situações 
parecidas.11 
Os estudos realizados por Nascimento et al, (2010) (12 crianças de 3 a 5 
anos de idade) mostram que pacientes com paralisia cerebral quadriplégica 
12 
 
(crianças que apresentam dificuldade em estabelecer um controle de cabeça 
durante a atividade de sentar) após a intervenção com a equoterapia (30 sessões de 
30 minutos) apresentaram melhoras na manutenção da postura sentada.4 
No nordeste do Brasil, Araujo, Ribeiro & Silva, (2010) em seus estudos 
verificaram mudanças posturais significativas em pacientes após participação de um 
programa de equoterapia ao longo de um ano. O critério de inclusão foi portadores 
de paralisia cerebral, inteligência normal sem complicações como convulsões (27 
crianças de idade entre 2 a 12 anos, de ambos os sexos, total de 45 atendimentos 
para cada criança com duração de cada sessão de 45 minutos, uma vez por 
semana). Observaram-se ganhos expressivos na simetria da postura, na 
coordenação dos movimentos e na tonicidade muscular, aprimorando habilidades 
motoras e contribuindo para o prognóstico da marcha.6 
Valdiviesso, Cardillo, Guimarães, (2005) estudaram uma criança com PC do 
tipo quadriplegia espatico-atetoide em 10 sessões de equoterapia de 40 minutos. 
Concluíram em seus estudos que a equoterapia melhora qualificativa no 
alinhamento postural. Este endireitamento postural pode ser atribuído ao movimentodo dorso do cavalo que consegue trabalhar a musculatura corporal global de forma 
natural, normalizando o tônus e melhorando a postura.12 
Relato de caso onde se empregou a equoterapia no tratamento de um 
paciente de 4 anos, portador de PC do tipo quadriplegia espástica moderada, em 24 
sessões de 30 minutos cada durante 6 meses. O estudo foi realizado por Vieira e 
Maia (2006) chegando à conclusão de que houve melhora na aquisição de 
alinhamento biomecânico, ativação e controle de tronco na postura sentada 
estimulando assim a autoconfiança, melhora do relacionamento interpessoal e a 
qualidade de vida.15 
Foram avaliados sete pacientes com paralisia cerebral (três casos de 
quadriplegia misto, três casos de diparesia espástico e um caso de diparesia misto) 
entre 4 a 12 anos que participaram de 10 sessões de equoterapia com duração de 
30 minutos. Cunha et al, (2006) chegaram à conclusão que houve melhora 
significativamente no tônus; que a equoterapia é um agente facilitador da adequação 
do tônus muscular.10 
Padilha (2005) relata o estudo de um caso de criança do sexo masculino de 
2 anos e 8 meses com paralisia cerebral do tipo quadriplégico espástico com 
hipotonia de tronco e hipertonia de membros. A escolha do paciente deste estudo foi 
13 
 
criança com idade inferior a quatro anos que favorece respostas mais intensas em 
um curto período de atendimento equoterapêutico. Com este estudo pode concluir 
que a partir dos atendimentos de equoterapia (6 sessões de equoterapia com 
duração de 30 minutos cada) a criança conseguiu melhora na modulação de tônus 
proximal e distal, controle de tronco e cabeça e na movimentação ativa de membros 
superiores e inferiores.7 
A maior parte de reabilitação de um paciente depende da sua própria 
motivação em relação à proposta terapêutica que lhe é oferecida. O terapeuta pode 
estimular o praticante de várias maneiras de acordo com sua criatividade: 
movimentos esteriotipados podem ser trabalhados criando situações que ocupem as 
mãos do paciente enquanto montado (segurar a alça da sela); retirar os estribos ou 
alternar as andaduras do cavalo para provocar instabilidades; estimular o toque em 
texturas variadas (no pelo, nas crinas); trabalhar lateralidade passando objetos de 
um lado para outro ou passar perto de plantas, cercas em um dos lados; escovar e 
alimentar o cavalo para a melhora da coordenação motora são alguns métodos.11 
As alterações funcionais começam após a aprendizagem motora e a 
consolidação da memória de determinada tarefa. Para que isso ocorra é necessário 
o treino repetitivo com estímulos constantes e repetitivos.8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Nos artigos analisados ficou evidente que a Equoterapia pode ser um bom 
método fisioterapêutico no tratamento de paciente com Paralisia Cerebral do tipo 
quadriplegia espástica por apresentar uma diversidade de estímulos além de poder 
promover atividades lúdico-esportivas utilizando o cavalo. 
Os estudos verificados demonstraram também que a equoterapia pode 
melhorar a simetria da postura, a coordenação dos movimentos e principalmente a 
tonicidade muscular destes pacientes.6 
A melhora da função motora pode ser atribuída aos estímulos proporcionado 
pelo movimento do dorso do cavalo que é transmitido ao praticante pelo contato 
físico impondo a este ajustes no seu comportamento muscular para responder aos 
desequilíbrios provocados.11 
Observou-se também que a maior parte da reabilitação depende da 
motivação do paciente em relação à proposta terapêutica que lhe é oferecida. O 
fisioterapeuta usando sua criatividade dentro dos limites que a técnica impõe, pode 
provocar estímulos variados ao paciente.11,12 
Portanto a Equoterapia é um recurso fisioterapêutico que se mostrou 
bastante eficaz no tratamento de paciente com PC do tipo quadriplegia espástica, 
uma vez que auxilia na aquisição de padrões essenciais do desenvolvimento motor, 
embora haja necessidade de mais estudos sobre tal assunto visto a gravidade desta 
enfermidade e a escassez de referências bibliográfica sobre o assunto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
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Brasilia, Ande – Brasil.

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