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Conceitos Básicos • Concentração: • Quantidade de uma substância dissolvida numa solução. • A concentração dos gases é habitualmente referida em percentagem: • A percentagem parcial de oxigénio do ar que respiramos é 21%, ou seja, para cada L de ar inspirado há 210 mL de O2. (CARNEIRO et. al., 2013) Conceitos Básicos • Pressão parcial – de um gás, em mistura de gases, é a pressão que aquele gás exerceria se ocupasse o volume total da mistura. • Se o gás é uma mistura, como é a caso do ar, a pressão parcial é a soma das pressões parciais de cada um dos seus componentes. Tendo em consideração a composição habitual do ar. • Pressão atmosférica= pressão parcial do nitrogênio (=78,06%)+ Oxigênio (=20,98%) + dióxido de carbono (=00,04%)+ gazes inertes (=00,92%). • Gás em contato com um líquido; • parte desse gás dissolve-se no líquido - importante em fisiologia humana. (CARNEIRO et. al., 2013) Conceitos Básicos • O volume que se dissolve no líquido depende de duas forças: • Pressão parcial - “empurra” o gás para dentro do líquido • Solubilidade - a facilidade com que as moléculas desse gás se misturam com o líquido. • A 𝑐𝑜2 é 20 vezes mais solúvel no plasma do que o 𝑜2, ou seja, para a mesma pressão parcial, o 𝑐𝑜2 se dissolve no plasma vinte vezes mais do que o 𝑜2. • Variáveis das pressões parciais do oxigênio: • 𝑃𝑂2= pressão parcial de 𝑜2 na atmosfera • 𝑃𝐴𝑂2= pressão parcial de 𝑜2 no alvéolo • 𝑃𝑎𝑂2 = pressão parcial de 𝑜2 no sangue arterial (CARNEIRO et. al., 2013) Ácidos • É toda a substância capaz de fornecer íons hidrogênios (𝐻+), quando está em solução. • Doadores de prótons. • Um ácido forte fornece facilmente muitos 𝐻+; • Um ácido fraco fornece poucos 𝐻+; • De entre os ácidos habituais no organismo destacam-se: • Ácido clorídrico (HCl); • Ácido láctico (𝐶3 𝐻6 𝑂3 ); • Ácido carbônico (𝐻2 𝐶𝑂3 ); • Cetoácidos (ácidos orgânicos); • Ácido pirúvico (𝐶3 𝐻4 𝑂3 ); • Ácido úrico ( C5H4N4O3) • Proteínas. (CARNEIRO et. al., 2013) Bases • É toda a substância que aceita íons hidrogênios quando está em solução. • Aceptoras de prótons. • As bases mais importantes no controle do equilíbrio ácido-base (Eq a- b), são: • Bicarbonato (HCO3-) • Fosfato (𝑃𝑂4 3−) • Proteínas • Amônias ( NH3) • As proteínas são compostos com propriedades particulares porque podem funcionar como doadoras e como aceitadoras de 𝐻+. (CARNEIRO et. al., 2013) pH • A “acidez” de uma solução é uma propriedade que resulta do número de hidrogênios nela dissolvidos. • No organismo a concentração de 𝐻+ é baixíssima, quando comparada com a concentração de outros íons essenciais à vida. • [H+]= 0,0000 04 mmol/L • Para representar uma concentração tão baixa usa-se uma variável matemática, que se designa por pH. (CARNEIRO et. al., 2013) pH •A atividade metabólica normal do organismo liberta grande quantidade de hidrogênios intracelulares. Mas, o acumulo desses H+ nos tecidos provoca graves alterações de pH a curto prazo. •As enzimas, essenciais à vida, só funcionam se o pH estiver numa estreita margem, sempre que o pH se desvia grandemente da margem fisiológica há riscos de vida. • Quando a [H+] sobe o pH baixa; [OH-] é menor que a [H+]. • Quando a [H+] baixa o pH sobe; [OH-] é maior que a [H+]. • O pH normal varia entre 7,36 – 7,44. Julgue os itens: • 1 ( ) O metabolismo celular produz ácidos que mantem a concentração dos íons hidrogênio nos líquidos do organismo inalterado. • 2 ( ) Os ácidos são as substâncias que podem ofertar íons hidrogênio para uma solução. • 3 ( ) As bases são as substâncias que podem recolher íons hidrogênio em uma solução. • 4 ( ) O potencial hidrogeniônico (pH) é uma escala numérica utilizada para classificar a acidez ou basicidade de uma solução aquosa. Em relação ao pH julgue os itens. • 1 ( ) Considerando que a equação de dissociação de um ácido é , , então 𝐻2 𝑆𝑂4 é um ácido pois dissocia-se liberando prótons como a seguir: 2 ( ) Os ácidos fortes dissociam-se totalmente quando em soluções diluídas, por outro lado, os ácidos fracos ionizam-se muito pouco. Acidose e Alcalose •Acidose e alcalose são termos que definem processos fisiopatológicos e identificam a origem da perturbação. •As alterações do Eq a-b ocorrem primariamente dentro da célula, mas se não forem corrigidas e a perturbação persistir acabam por se repercutir no plasma provocando acidemia ou alcalemia. (CARNEIRO et. al., 2013) Acidose e Alcalose • Do ponto de vista fisiopatológico: • Acidose metabólica=diminuição do HCO3- • Alcalose metabólica= aumento do HCO3- • Acidose respiratória= aumento do CO2 • Alcalose respiratória = diminuição do CO2 Pode existir acidose com pH normal e alcalose com pH normal; ❖por isso é necessário distinguir acidemia de acidose e alcalemia de alcalose; ❖pode existir ao mesmo tempo mais do que uma perturbação fisiopatológica a alterar o pH em sentidos opostos, exemplo, acidose respiratória (retenção de CO2) + alcalose metabólica (retenção de HCO3-). ❖avaliar só para o pH não defini o estado do Eq a-b. (CARNEIRO et. al., 2013) Tampões são misturas de ácidos fracos e suas bases conjugadas • Tampões: • São sistemas aquosos que tendem a resistir a mudanças de pH quando pequenas quantidades de ácido (H+) ou base (OH-) são adicionados. • Consiste: • ácido fraco – doador de prótons • Base conjugada – aceptor de prótons. (ILEHNINGER, NELSON, E COX, 2011) Ácidos ou bases fracas tamponam células e tecidos contra as mudanças de pH • Os fluidos intracelulares ou extracelulares de organismos multicelulares têm como característica um pH quase constante. • A primeira linha de defesa dos organismos contra mudanças internas de pH é proporcionada por sistemas tampão. • O citoplasma da grande maioria das células contém altas concentrações de proteínas e essas proteínas contêm muitos aminoácidos com grupos funcionais que são ácidos fracos ou bases fracas. (ILEHNINGER, NELSON, E COX, 2011) Julgue os itens. • 1 ( ) As alterações do equilíbrio ácido e base ocorrem primariamente dentro da célula, por essa razão independente de serem corrigidas o plasma sanguíneo continua inalterado. • 2 ( ) A primeira linha de defesa dos organismos contra mudanças internas de pH é proporcionada por sistemas tampão. • 3 ( ) As proteínas presentes no plasma exercem efeito tamponante muito discreto. Tampões • Cerca de ¾ da capacidade de tamponamento intracelular é assegurada pelas proteínas e pelos fosfatos (existentes em grande concentração dentro das células). • Hemoglobina: • Facilidade para receber e doar H+. • O Restante ¼ da capacidade tampão do organismo é assegurando por proteínas séricas e pelo sistema bicarbonato – ácido carbônico. (CARNEIRO et. al., 2013) Produção e eliminação de ácidos • O organismo produz como subproduto dos mecanismos de produção de energia, cerca de 1 mmol/kg/dia de H+. A este valor soma-se a produção contínua de CO2. • Se estas substâncias não forem eliminadas ou neutralizadas ocorrerá lesão das células. • Para compensar de imediato a produção desses “tóxicos”, o organismo socorre-se de tampões. • Mas os tampões têm uma capacidade limitada e por isso organismo tem de se libertar dos excedentes. • Essa função é desempenhada pelo pulmão que elimina o CO2 e pelo rim que elimina os H+. • O objetivo é atingir cerca de 40 nmol/L que é a concentração normal de H+. (CARNEIRO et. al., 2013) Tampões • Enquanto as proteínas plasmáticas se encarregam de levar o H+ ao rim para ser eliminado, o sistema bicarbonato – ácido carbônico mantém o equilibro gerindo a associação e a dissociação do H2CO3 em H2O+CO2 numa relação representada pela fórmula: (CARNEIRO et. al., 2013) Tampões • A capacidade de tamponamento das proteínas é limitada. • No sistema do bicarbonato a reação não acaba no bicarbonato, prossegue até H2O + CO2. • H2O dissolve-se no plasma enquanto o CO2 é eliminado com a respiração. • Esta reação tende para a direita ou para a esquerda, conforme a pressão do ambiente metabólico. • Quando as reações para a direita tendem a igualar as reações para a esquerda atinge-se um estado de equilíbrio que contribui para regular o pH. (CARNEIRO et. al., 2013) Tampões • Importante: o sistema do bicarbonato/ácido carbônico nunca se satura porque há sempre a possibilidade de o desdobrar em CO2 e H2O que são continuamente eliminados ou incorporados no plasma. • O nível de bicarbonato é influenciado quer pelo funcionamento do aparelho respiratório quer pelos rins (que têm a função de eliminar hidrogênios e regenerar HCO3-). (CARNEIRO et. al., 2013) Sistema-tampão • O tampão constitui um equilíbrio químico, regido por uma constante de equilíbrio (Keq) e, por isto, nem todos os prótons adicionados associam-se à base conjugada. Se isto ocorresse, o número de prótons em solução seria o mesmo que antes da adição; a concentração de A seria menor e a concentração HA seria maior. Sistema-tampão • Embora a maior parte dos prótons adicionados associem-se a A, uma pequena parte fica livre, em solução. O valor final da concentração de [H+} será, portanto, um pouco maior do que antes da adição; o de A será menor e o de HA, maior. Desta forma, o valor da constante de equilíbrio é mantido: Sistema-tampão • Quando se adiciona um álcali ao sistema-tampão, o resultado é análogo ao caso anterior. Os íons OH- , provenientes de um álcali como NAOH, associam-se com prótons do meio, formando H2O. Julgue os itens. • 1( ) As alterações do Eq a-b ocorrem primariamente fora da célula, mas se não forem corrigidas e a perturbação persistir acabam por se repercutir dentro da célula. • 2 ( ) Os fluidos intracelulares ou extracelulares de organismos multicelulares têm como característica um pH quase constante. • 3 ( ) A primeira linha de defesa dos organismos contra mudanças internas de pH é proporcionada por sistemas tampão. • 4 ( ) O citoplasma da grande maioria das células contém altas concentrações de proteínas e essas proteínas contêm muitos aminoácidos com grupos funcionais que são ácidos fracos ou bases fracas. Imagine como um sistema-tampão hipotético, formado pelo ácido HA e sua base conjugada A, reage quando acrescenta-se um ácido forte (adição de prótons), lembrando que o ácido forte dissocia-se completamente. • ( ) Então, ao adicionar H+ ao equilíbrio formado pelo ácido, base conjugada e prótons , o sistema-tampão reagirá por intermédio da base conjugada (A), que se associará aos prótons, transformando-se em ácido (HA). • ( ) O simples fato de haver uma associação deixará livre um número de prótons menor do que se a base A não estivesse presente, pois, neste caso, todos os prótons adicionado ficariam livres. • ( ) Neste caso o pH irá diminuir. Plasma sanguíneo • É tamponado em parte pelo sistema tampão do bicarbonato: • Ácido carbônico (H2CO3) – doador de prótons • Bicarbonato (HCO3-) – aceptor de prótons. K1 – primeira de várias constantes de equilíbrio no sistema de tamponamento do bicarbonato. (ILEHNINGER, NELSON, E COX, 2011) Plasma sanguíneo • Esse sistema é mais complexo que outros pares ácido-base conjugados: • O pH de uma solução tampão de bicarbonato depende da concentração de H2CO3 os componentes doador e receptor de prótons. • A concentração de H2CO3 por sua vez depende da concentração de CO2 na fase gasosa, ou da pressão parcial de CO2 (pCO2). • Portanto, o pH de um tampão de bicarbonato exposto a uma fase gasosa é determinado pela concentração de HCO3- na base aquosa e pala pCO2 na fase gasosa. Ácido carbônico (H2CO3), é formado a partir de dióxido de carbono dissolvido (d) e água (H2O). Reação reversível. (ILEHNINGER, NELSON, E COX, 2011) Tampão de bicarbonato • É um tampão fisiológico efetivo em pH próximo de 7,4; • Pois o H2CO3 do plasma sanguíneo está em equilíbrio com uma grande capacidade de reserva de CO2 (g) no ar contido nos pulmões. • Envolve três equilíbrios reversíveis. • A taxa de respiração é controlada pelo tronco encefálico, no qual a detecção de aumento de pCO2 sanguíneo ou de diminuição do pH sanguíneo aciona uma respiração mais profunda e mais frequente. (ILEHNINGER, NELSON, E COX, 2011) Ácido láctico (𝐶3 𝐻6 𝑂3 ) 𝐻+ + 𝐻𝐶𝑂3 − 𝐻2𝐶𝑂3 𝐶𝑂2 (𝑑) 𝐻2O𝐻2O 𝐶𝑂2 (𝑔) Fase aquosa – sangue nos capilares. Fase gasosa – no espaço aéreo pulmonar https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ve d=0ahUKEwjrvqS27v_MAhXFE5AKHce8AwQQjB0IBg&url=http%3A%2F%2Fwww.infoescola.com%2F sistema-respiratorio%2Fhematose- pulmonar%2F&bvm=bv.123325700,d.Y2I&psig=AFQjCNGcQbBCym3Y7ejRv9nE8SOuFkZ57g&ust=14 64631154355749 (ILEHNINGER, NELSON, E COX, 2011) A eliminação de CO2 • 5% do CO2 circula no plasma ligado às proteínas e uma quantidade idêntica dissolve-se no plasma e líquido intracelular. • 90% do CO2 liga-se à água e forma HCO3- e H+. • Nesta perspectiva o CO2 comporta-se como um ácido porque promove a liberação de H+. Quanto mais CO2 existir mais H+ se liberta. (CARNEIRO et. al., 2013) (ILEHNINGER, NELSON, E COX, 2011) A eliminação de CO2 • Um indivíduo normal excreta diariamente pelos pulmões o equivalente à produção de cerca de 13 109 nmol de H+ e, por isso, se hipoventilar esses H+ podem ficar retidos, provocando acidose respiratória. • Quando a capacidade dos sistemas tampão se esgota acumulam-se H+ que podem atingir valores tais que o pH desvia para baixo dos 7,35, o que se designa acidemia. (CARNEIRO et. al., 2013) A eliminação de H+ • Os cerca de 1 000 000 nmol de H+/kg produzidos por dia são neutralizados pelos tampões de tal forma que não devem existir mais de 40 nmol/L de H+ livres, no organismo. • A maioria de H+ é tamponada pelo HCO3- e eliminada no rim, onde se regenera o HCO3-, que é então reposto em circulação. • O rim é o principal regenerador de HCO3-,por ação da anídrase carbónica que catalisa a formação de HCO3-, a partir do CO2 e H2O. • O rim dispõe ainda de outros dois mecanismo que são a produção de NH4+ e os fosfatos que funcionam como aceitadores de H+, eliminados na urina como ácidos tituláveis. (CARNEIRO et. al., 2013) A eliminação de H+ • A ligação entre o sistema respiratório e metabólico faz-se pela produção de H2CO3. • A velocidade dos dois ramos da reação é rápida quando reage no sentido da associação do HCO3- + H+ e muito mais lenta quando ocorre a dissociação em H2O e CO2. • Essa reação é acelerada pela anídrase carbónica (localizada preferencialmente no eritrócito e rim). • É esta ligação que permite que o sistema respiratório (eliminando CO2) compense o metabólico e vice-versa (eliminando H+). (CARNEIRO et. al., 2013) Interpretação dos equilíbrio a-b • Sequência universal de avaliação: • 1- avaliação dos dados clínicos e antecipação dos desvios esperados; • 2- identificação e tratamento de situações de perigo iminente; • 3- análise sistemática dos dados da gasometria e ionograma. • Como está a oxigenação • Como está o equilíbrio ácido-base • Como estão íons. (CARNEIRO et. al., 2013) Avaliação dos dados clínicos e antecipação dos desvios esperados • Avaliação dos dados clínicos e antecipação dos desvios esperados. • Na avaliação dos dados clínicos é fundamental a informaçãoacerca da situação clínica atual, as comorbidades e os antecedentes relevantes, nomeadamente medicamentosos. • O reconhecimento de manifestações clínicas próprias dos distúrbios ácido-base é importante: • acidose respiratória • Acidose metabólica • Lactacidemia/acidose láctica • Alcalose respiratória • Alcalose metabólica (CARNEIRO et. al., 2013) Acidose Respiratória • A hipercapnia provoca vasodilatação generalizada com aumento do débito cardíaco e por isso o doente tem frequentemente: • Pele quente • Taquicardia • Disritmias de predomínio supraventricular • Pulso amplo • Sudação profusa (CARNEIRO et. al., 2013) Acidose Respiratória (CARNEIRO et. al., 2013) • Se o quadro persistir o rim disfuncional com retenção de água e sódio. Nos casos mais graves pode mesmo ocorrer falência cardíaca e hipotensão. • Encefalopatia hipercápnica ocorre quando o organismo não tem tempo para compensar a retenção de CO2 e caracteriza-se por: • Cefaleias • Irritabilidade que pode chegar à agressividade • Confusão, incoerência de pensamento que pode chegar ao delírio, alucinações e sintomas psicóticos • Ocasionalmente edema da papila, convulsões, mioclonias e trémul/asterixis/flapping Acidose metabólica • Tem como consequência imediata a hiperventilação, que pode aumentar o volume/minuto do ar ventilado 4 a 8 vezes na tentativa de eliminar a retenção de H+, a que se associam um conjunto de manifestações de estado hiperadrenérgico, designadamente; • Pele fia e suada • Estase capilar por vasodilatação arterial associada a venocosntrição • Taquicardia e arritmias (especialmente se o pH for <7.0) • Sobrecarga cardíaca direita, por vasoconstrição da circulação pulmonar • Alterações do nível de consciência (CARNEIRO et. al., 2013) Acidose metabólica • O aumento do H+ leva frequentemente a um estado de hipercalemia com: • Hiperexitabilidade muscular • Risco de disritmias • Riscos de PCR (CARNEIRO et. al., 2013) Lactacidemia/acidose láctica • O ácido láctico é um produto do metabolismo anaeróbio da glicose, o quer dizer que sempre que a oxigenação tecidular está prejudicada criam-se condições para que a glicólise decorra em anaerobiose com a consequente produção aumentada de ácido láctico. • Na prática clínica corrente as duas causa mais frequentes de aumento do L-lactacto são: • Hipoxemia (hipoperfusão celular=cheque) • Exercício físico extremo (convulsões). (CARNEIRO et. al., 2013) Lactacidemia/acidose láctica • Em condições normais o ácido láctico é imediatamente tamponado pelo HCO3-, produzindo lactado que é de seguida dissociado, no fígado, em CO2, glicose e H2O. • Assim se compreende que a produção excessiva de ácido láctico (situações de anaerobiose) ou a sua metabolização insuficiente (falência hepato-celular) podem ambas produzir uma acidose láctica, que por convenção se designa de tipo A no 1° caso e do tipo B no 2° caso. (CARNEIRO et. al., 2013) Alcalose respiratória • Pode provocar um espectro largo de manifestações neurológicas [em geral de carácter excitatório] em que se incluem: • Parestesias • Confusão • Tonturas • Sensação de aperto torácico • Convulsão (raramente) • Tetania (CARNEIRO et. al., 2013) Alcalose respiratória • Se o doente está acordado a alcalose respiratória raramente se complica com consequências cardio-circulatórias porque o doente reage e cessa a hiperventilação, contudo, quando é provocada pela hiperventilação mecânica num doente sedado ou com patologia neurológica, provoca com frequência: • Disritmias • Aumento das resistências vasculares com redução do débito cardíaco • Hipoperfusão periférica (CARNEIRO et. al., 2013) Alcalose metabólica • Tem manifestações inespecíficas e múltiplas: • Hipovolémia • Hipoventilação • Redução da contratibilidade muscular • Disritmias • Alterações da consciência e fraqueza muscular • Pelo que o diagnóstico assenta essencialmente nos dados laboratoriais. (CARNEIRO et. al., 2013) Alcalose metabólica • A hipovolemia é na maior parte das vezes consequência da patologia que provocou a alcalose, mas a alcalose é causa suficiente de vasodilatação. • As alterações do ritmo cardíaco e da contratibilidade muscular estão muitas vezes associadas ás alterações do K+ e do Ca++, frequentemente secundárias às patologias causais. (CARNEIRO et. al., 2013) Alcalose metabólica • No exame inicial dos doentes chamamos a atenção para a importância de realizar uma correta avaliação da volemia e da hidratação. • A avaliação do estado de volemia é fundamental para a caracterização e classificação dos desequilíbrios ácido-base. • As doenças que estão na sua origem cursam frequentemente com alterações da homeostase da água e dos íons (ex. cetoacidose diabética), da volemia efetiva (sepses, insuficiência renal) e da osmolaridade plasmática. • Por outro lado, o funcionamento do rim é absolutamente dependente da sua perfusão e aquele é essencial para as compensações desencadeadas pelo desvio primário. • A avaliação do estado circulatório e do liquido extracelular [LEC} são passos essenciais na analise dos desvios iónicos e na sua correção. (CARNEIRO et. al., 2013) Alcalose metabólica •A classificação do dente deve identificar: • Sinais de desidratação/hiper-hidratação • Refletem sobretudo o estado espaço intracelular • O estado do líquido extracelular [LEC] • Reflete a volemia total e o estado do terceiro espaço. • A volemia efetiva • Reflete o estado circulatório e a perfusão de órgãos. (CARNEIRO et. al., 2013) Bibliografia CARNEIRO, Antônio et al. Equilíbrio Ácido-Base e Hidroelectrolítico, Manual da Reanima. Ed. Reanimo, 1° ed. 2013. p. 5-32. ILEHNINGER, Albert L; NELSON, David L; COX, Michael M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 5. ed. São Paulo: Artmed, 2011.
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