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Manual de Contratação de Avaliações e Perícias

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MMAANNUUAALL DDEE CCOONNTTRRAATTAAÇÇÃÃOO DDEE 
SSEERRVVIIÇÇOOSS TTÉÉCCNNIICCOOSS DDEE EENNGGEENNHHAARRIIAA 
DDEE AAVVAALLIIAAÇÇÕÕEESS EE PPEERRÍÍCCIIAASS 
 
 
 
 
 
 
 
Autores: 
 Engº Alfredo Victor de Carvalho 
 Engº Fernando Campelo Marteleto 
 Engº Francisco Maia Neto 
 Engº Onofre de Resende 
Página - 2 
MMAANNUUAALL DDEE CCOONNTTRRAATTAAÇÇÃÃOO DDEE SSEERRVVIIÇÇOOSS 
TTÉÉCCNNIICCOOSS DDEE EENNGGEENNHHAARRIIAA DDEE AAVVAALLIIAAÇÇÕÕEESS 
EE PPEERRÍÍCCIIAASS 
Sumário 
 
I) Fundamentos da atividade profissional ......................... 03 
 
II) Regulamento Nacional de Honorários 
 
1) Normas gerais ......................................................................... 05 
2) Honorário mínimo regional (Ho) ................................................ 05 
3) Laudos de avaliação e perícias .................................................. 06 
4) Assistência técnica pericial ou consultoria ................................... 07 
5) Cálculo das despesas ............................................................... 08 
6) Considerações gerais ............................................................... 08 
 
III) Principais formas de contratação ................................ 10 
 
1) Modalidades de contratação ...................................................... 10 
2) Partes contratantes.................................................................. 13 
3) A escolha do fornecedor ........................................................... 14 
 
IV) Formas de apresentação das propostas e contatos ... 18 
 
1) Perito Judicial .......................................................................... 18 
2) Assistente técnico .................................................................... 19 
3) Contrato epistolar .................................................................... 20 
4) Contrato formal ....................................................................... 21 
5) ART ....................................................................................... 22 
 
V) Responsabilidade civil e criminal do perito 
 
1) Teoria da Culpa ....................................................................... 24 
2) Casos de Responsabilidade do perito .......................................... 24 
3) Crime de falsa perícia............................................................... 24 
 
VI) Ética profissional 
 
1) Conceituação .......................................................................... 25 
2) Deveres do profissional para com a sociedade ............................. 25 
3) A ética do perito ...................................................................... 26 
4) A ética do assistente técnico ..................................................... 27 
Página - 3 
5) Código de Ética Profissional ...................................................... 27 
Página - 4 
 
II)) FFUUNNDDAAMMEENNTTOOSS DDAA AATTIIVVIIDDAADDEE PPRROOFFIISSSSIIOONNAALL 
A Engenharia de Avaliações e Perícias se tornou ao longo 
dos tempos uma atividade bastante restrita, exigindo do profissional 
atualização constante, acompanhamento da tecnologia e dedicação 
exclusiva, visando aprimorar e melhorar sempre o nível técnico e a 
qualidade dos serviços que são prestados à coletividade. 
As principais atividades exercidas são: avaliações de 
imóveis, de indústrias, de glebas, de imóveis rurais, de máquinas e 
instalações, perícias em ações de desapropriações, revisionais e renovatórias 
de aluguel, vistorias, inventários, partilhas e outras pendências. 
A realização deste tipo de serviço, de suma importância 
para toda a comunidade, não pode de maneira alguma ser delegada a leigos 
e profissionais que se dedicam a outros setores, atuando esporadicamente 
na área das Avaliações e Perícias. 
A Engenharia de Avaliações e Perícias, pela sua própria 
finalidade, apresenta um caráter de descontinuidade do serviço e traz como 
conseqüência a necessidade de atendimentos simultâneos para que o 
profissional tenha um volume de serviços que justifique o exercício de suas 
funções, merecendo destaque alguns aspectos relativos às obrigações e 
custos inerentes ao desempenho da atividade: 
 os elementos necessários à confecção de um parecer 
ou integrantes de uma perícia não são coletados de uma única vez, exigindo 
sempre novas pesquisas e diligências; 
 a atividade contínua do profissional, objetivando uma 
remuneração compatível com o trabalho que exerce, de forma a que possa 
levar uma vida de padrão médio, lhe oferece poucas oportunidades de férias 
integrais, não lhe dá direito a 13º salário, FGTS nem tão pouco a uma 
aposentadoria condizente com a atividade em seus anos mais produtivos; 
 exige a participação em cursos de extensão, pós-
graduação, mestrado, reciclagem e aperfeiçoamento, aquisição freqüente de 
livros e assinatura de revistas especializadas, visando uma constante 
atualização para que o profissional esteja sempre na vanguarda da 
tecnologia e possa corresponder aos anseios da sociedade. 
 requer a manutenção permanente de um escritório de 
fácil acesso, com uma completa infra-estrutura básica, compreendendo 
secretária e auxiliares técnicos, computadores, calculadoras, telefone, 
máquinas fotográficas e aparelhos que possibilitem o bom desempenho de 
seu trabalho. 
Página - 5 
Nos trabalhos judiciais, além da elaboração do laudo 
pericial propriamente dito, o profissional deve ainda realizar outras tarefas 
que nem sempre lhe são creditadas quando do arbitramento de seus 
honorários, talvez até por serem de difícil mensuração. São elas: 
 ida e volta ao Fórum, localização do processo; 
 análise do trabalho a ser desenvolvido; 
 leitura do processo, estudo dos quesitos, elaboração da 
proposta de honorários; 
 esclarecimentos solicitados pelas partes, por escrito 
e/ou em audiência. 
Assim, torna-se importante que a sociedade em geral 
tenha conhecimento das atividades que compõem este ramo da Engenharia 
e saiba dos custos e das obrigações que acompanham o profissional desta 
área. 
Página - 6 
IIII)) RREEGGUULLAAMMEENNTTOO NNAACCIIOONNAALL DDEE HHOONNOORRÁÁRRIIOOSS 
1) Normas Gerais 
Artº 1º: O presente Regulamento Nacional de Honorários 
objetiva estabelecer parâmetros para compatibilizar interesses entre 
contratante e contratado, entre Juízes e Perito, garantindo ao profissional 
uma remuneração condigna e compatível com o trabalho que executa. 
Artº 2º: Os valores constantes deste Regulamento deverão 
ser observados pelos profissionais que realizarem trabalhos de ENGENHARIA 
DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS. Somente poderão utilizá-lo as pessoas físicas e 
jurídicas registradas nos Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e 
Agronomia, nos termos da Lei Federal 5.194/66 e Resolução 345 do 
CONFEA. 
Artº 3º: Este Regulamento deve ser considerado em todas 
as formas de contratação, abordadas no Capítulo III deste Manual de 
Contratação de Serviços Técnicos de Engenharia de Avaliações e Perícias, 
especialmente em relação aos valores mínimos estabelecidos. 
Art 4º: Qualquer que seja a forma de contratação, o 
profissional pode requerer um adiantamento de, no mínimo, 25% (vinte e 
cinco por cento) dos honorários acordados, visando custear as despesas 
iniciais inerentes à realização dos serviços necessários. 
Artº 5º: Em todas as propostas para elaboração de 
trabalhos técnicos, o profissional deve apresentar um orçamento prévio 
detalhado que justifique o valor de seus honorários, levando em 
consideração os itens constantes deste Regulamento. 
Artº 6º: Nos casos de grande complexidade, onde não seja 
possível uma aferição exata da extensão dos trabalhos, o profissional poderá 
apresentar uma estimativa provisória a ser complementada com o 
andamento ou término dos serviços. 
2)Honorário mínimo regional (Ho) 
Artº 7º: Visando uma padronização dos honorários e 
considerando as diversas realidades econômicas existentes dentro do 
território nacional, os valores constantes das tabelas e fórmulas do presente 
Regulamento estão expressos em função de um valor mínimo, denominado 
“Ho”, variável, a ser estipulado para cada Estado, levando-se em 
consideração suas condições econômicas e sociais. 
Página - 7 
 
Honorário Mínimo Regional 
(a ser indicado pela entidade estadual) 
Ho = 2,5 salário mínimo* 
ou 
Ho = 1,0 CUB (H8/2Q/N)* 
ou 
Ho = US$ 200,00* 
ou 
Ho = R$ 400,00* 
*Todos os valores são meramente referenciais, 
servindo tão somente como exemplo de 
aplicação 
 
Parágrafo Único: o respectivo valor do Honorário Mínimo 
Regional (Ho) deverá ser fixado anualmente em moeda nacional, devendo 
conter eventual indexador, caso as condições assim obriguem, podendo 
ainda servir de parâmetro para a cobrança da anuidade da respectiva 
entidade estadual 
3) Avaliações de Bens e Perícias 
Artº 8º: Os honorários profissionais em trabalhos que 
envolvam realização de laudos de avaliação de bens e perícias judiciais ou 
extra-judiciais, serão calculados em função do valor estimado previamente 
relativo ao bem objeto do trabalho ou importância em discussão, aplicando-
se para remuneração do trabalho profissional a seguinte tabela, de forma 
escalonada: 
Grupo Valor estimado dos bens(Ho) % Honorário mínimo 
I Até 150,00 2,50 1,50 Ho 
II Entre 150,00 e 500,00 2,00 2,50 Ho a 4,00 Ho 
III Entre 500,00 e 1.000,00 1,50 3,50 Ho a 7,50 Ho 
IV Entre 1.000,00 e 2.500,00 1,25 5,50 Ho a 12,00 Ho 
V Entre 2.500,00 e 5.000,00 1,00 9,00 Ho a 20,00 Ho 
VI Entre 5.000,00 e 10.000,00 0,75 15,00 Ho a 30,00 Ho 
VII Entre 10.000,00 e 20.000,00 0,50 25,00 Ho a 50,00 Ho 
VIII Acima de 20.000,00 0,25 x a y 
 
Para valores acima de 20.000,00 Ho aplicar as fórmulas: 
x = (12,5 x VHo x 0,0001)Ho 
y = (25 x VHo x 0,0001)Ho 
 
Página - 8 
Parágrafo 1º – Os valores dos honorários foram fixados em 
função do intervalo de cada grupo, sendo os valores percentuais excedentes 
aplicados nos grupos subseqüentes e assim sucessivamente até o grupo 
VIII. O valor total dos honorários será a somatória do valor calculado para 
cada grupo. 
Onde V = Valor estimado do bem em Ho 
Parágrafo 2º - A fixação do valor mínimo dentro do 
intervalo indicado é prerrogativa do profissional, analisando o vulto e 
responsabilidade do trabalho, condições econômicas do contratante, bom 
como renome e experiência do executor do serviço. 
Artigo 9º – A aplicação dos valores apresentados no artigo 
anterior deverá ser feita pelo critério percentual quando do trabalho resultar 
um proveito efetivo, como, por exemplo, a venda do bem ou recebimento 
pelo contratante da quantia obtida. 
Parágrafo 1º - Os honorários mínimos poderão ser 
aplicados nos demais casos não abrangidos no critério apontado, sendo 
somente referencial de valores mínimos para realização de laudos de 
avaliação e perícias, judiciais ou extrajudiciais. 
Parágrafo 2º - Nas ações que envolvam locação, para 
efeitos unicamente de utilização deste Regulamento de Honorários, o valor 
do bem será considerado como 100 (cem) vezes o valor do aluguel. 
Parágrafo 3º - Nos casos que envolvam vistorias de 
imóveis, urbanos, o valor dos honorários mínimos corresponderá, para as 
unidades padronizadas, a 0,30 Ho por unidade; para as áreas comuns de 
edifícios e para unidades não padronizadas, a 0,03 Ho/m². 
Parágrafo 4º - Em casos envolvendo vistorias de imóveis 
rurais, o valor do honorário mínimo deverá ser de 0,20 Ho por construção e 
0,10 Ho por hectare vistoriado. 
4) Assistência técnica pericial ou consultoria 
Artigo 10 – Os trabalhos de assistência técnica pericial ou 
consultoria relativos a trabalhos de Engenharia de Avaliações e Perícias 
deverão envolver, necessariamente, um recebimento na contratação a título 
de pró-labore, a ser definido pelo profissional e cliente, não devendo ser 
inferior a 1,5 Ho. 
Página - 9 
Parágrafo 1º - No cálculo do valor dos honorários, quando o 
valor envolvido puder ser mensurado, os honorários corresponderão a até 
100% do valor apurado utilizando-se a coluna percentual constante da 
tabela do Artigo 7º. 
Parágrafo 2º - Nos casos em que as condições econômicas 
do contratante não permitirem a utilização da coluna % (percentual) 
constante da tabela do artigo 8º, o profissional poderá adotar a coluna de 
valores mínimos da supra mencionada tabela. 
Artigo 11 – Quando da conclusão do processo judicial ou 
deslinde do caso extrajudicial, será lícito o recebimento de um valor 
percentual em função de êxito obtido, estabelecido entre 2,0% e 10% do 
proveito auferido pelo cliente, conforme a probabilidade de sucesso e do 
valor envolvido. 
5) Cálculo das despesas 
Art. 12 - Algumas despesas efetuadas ao longo do trabalho 
avaliatório ou pericial não estão incluídas nos honorários constantes desta 
tabela, e devem ser a eles somadas quando do cálculo dos respectivos 
valores. 
Art. 13 - Caso haja acerto prévio, as despesas referidas no 
artigo 12º poderão ser reembolsadas pelo cliente, por ocasião do pagamento 
da parcela final dos honorários, mediante apresentação dos comprovantes, 
sempre que possível. 
Art. 14 - Para cobrir despesas com alimentação e estadia, a 
diária será fixada em 0,2 Ho 
 Art. 15 - Quando houver deslocamento em carro próprio, o 
quilômetro rodado deve ser cobrado à razão de 0,5 (valor médio do livro de 
gasolina) para cada Km rodados. 
Art. 16 - As despesas de prestação de serviços técnicos por 
terceiros que envolvam análises, ensaios, levantamentos, confecção de 
desenhos técnicos, etc., serão cobradas com base na tabela de honorários 
da respectiva modalidade profissional. 
6) Disposições finais 
Art. 17 - Caso o total de honorários e o reembolso de 
despesas venham a ser pagos em mora, serão acrescidos de juros de 2% 
(dois por cento) ao mês e da atualização monetária legal. 
Página - 10 
Art. 18 - Nos trabalhos realizados em locais onde haja risco 
pessoal aos profissionais os honorários serão regulados por ajuste prévio, 
em valores superiores aos estabelecidos por este Regulamento. 
Art. 19 - Havendo acréscimo ou modificação no trabalho 
contratado, os honorários deverão ser suplementados na medida 
correspondente, não havendo, em hipótese alguma, diminuição nos 
honorários. 
Art. 20 - Caso haja supressão total ou parcial do trabalho 
contratado, haverá direito a uma indenização correspondente a 25% (vinte e 
cinco por cento) do valor respectivo dos honorários ainda não pagos. 
Art. 21 - Todas as dúvidas emergentes do presente 
Regulamento deverão ser dirimidas pelo Instituto do respectivo estado, que 
estabelecer o valor para o Ho. 
Art. 22 - Este Regulamento de Honorários Profissionais 
entra em vigor na data de sua aprovação, devendo ser registrado no CREA 
de jurisdição do instituto e podendo ser modificado sempre que as 
circunstâncias assim o exigirem. 
EEXXEEMMPPLLOO DDEE AAPPLLIICCAAÇÇÃÃOO 
 
Valor de Ho = R$ 400,00 
Valor do bem = R$ 2.600.000,00 (6.500,00 Ho) 
Cálculo dos honorários (Percentual): 
Grupo I - 150,00 x 2,5 % = 3,75 Ho 
Grupo II - 350,00 x 2,0 % = 7,00 Ho 
Grupo III - 500,00 x 1,5 % = 7,50 Ho 
Grupo IV - 1.500,00 x 1,25 % = 18,75 Ho 
Grupo V - 2.500,00 x 1,00 % = 25,00 Ho 
Grupo VI - 1.500,00 x 0,75 % = 11,75 Ho 
 TOTAL = 73,25 Ho (R$ 29.300,00) 
Cálculo dos honorários (Mínimo): 
 
15,00 Ho a 30,00 Ho = R$ 6.000,00 a R$ 12.000,00 
Página - 11 
IIIIII)) PPRRIINNCCIIPPAAIISS FFOORRMMAASS DDEE CCOONNTTRRAATTAAÇÇÃÃOO 
O objetivo deste texto é oferecer uma síntese orientativa sobre a 
contratação de serviços de avaliações e períciasde engenharia. 
Não é demais ressaltar de início que legalmente os contratos podem 
ser efetivados por escrito ou verbalmente, embora esta segunda forma seja pouco 
recomendável, por razões óbvias. 
Trataremos aqui basicamente dos contratos escritos. 
Neste sentido, cabe assinalar que os contratos escritos podem ser 
firmados entre pessoas físicas e jurídicas de direito público ou privado. 
Abordada com profundidade, a contratação não deixa de ser um tema 
complexo, principalmente se examinado do ponto de vista das relações jurídicas. Para 
confirmar essa afirmação, basta verificar a extensa e volumosa literatura disponível no 
mercado sobre esse tema. 
Procuramos ser aqui práticos, objetivos e sucintos, não adentrando 
na complexidade do tema. 
1) Modalidades da contratação 
Dentro do mérito deste trabalho, estamos arrolando como principais 
formas de contratação: 
 judicial; 
 administração; 
 empreitada; 
 risco; 
 
a) Contratação judicial 
Considera-se contratação judicial aquela realizada no 
âmbito do Poder Judiciário, onde o profissional pode ser nomeado perito pelo 
Juiz ou indicado assistente técnico pelas partes em litígio. 
Página - 12 
* Perito 
Origina-se de ato discricionário do Juiz, que tem a 
faculdade legal exclusiva de escolher o profissional para desempenhar a 
função, pois se trata de escolha pontada na confiança pessoal do 
Magistrado. 
A remuneração deve ser calculada em função do vulto do 
serviço, interesse econômico em litígio e na capacidade financeira das 
partes, cujo critério deverá ser norteado no valor do bem, tipo de perícia e 
quantidade de horas técnicas. 
Deve ser solicitado o depósito prévio do valor proposto, 
em conta judicial, sendo possível o requerimento de uma adiantamento, 
evitando-se o recebimento do valor diretamente das partes, salvo na 
hipótese de autorização expressa do juiz. 
Nesta modalidade é inadmissível a fixação de honorários 
percentuais, sendo que a proposta deverá conter na forma de correção, caso 
o depósito não seja efetuado em determinado período de tempo, admitindo-
se ainda pedido de complementação ao final, desde que devidamente 
fundamentado. 
* Assistente técnico 
A princípio, seguem os mesmos parâmetros de cálculo dos 
honorários do perito, cuja grande diferença reside no fato de serem tratados 
diretamente com o contratante, não possuindo, obrigatoriamente, vínculo 
com os honorários de perito, embora seja uma prática corrente, não 
devendo o percentual ser inferior a 2/3. 
Sugere-se a cobrança de um pró-labore inicial, no ato da 
contratação, para fazer frente ao trabalho de estudos e assessoria inicial a 
perícia, cujo valor é de ordem de 30% a 50% do valor total do trabalho. 
A parcela restante pode estar vinculada aos honorários do 
perito, ser um valor fixo previamente acordado, ou ainda um percentual 
sobre o montante envolvido o ou sobre o eventual êxito do contratante. 
b) Contrato por administração 
Pode-se dizer que a essência do contrato por administração está no 
fato de não caber ao contratado o fornecimento de materiais, nem riscos, salvo reembolso 
de fornecimentos previstos. 
A contratação por administração é usualmente conhecida por “cost 
plus”. A remuneração consiste numa taxa (“fee”) sobre o custo do serviço ou até mesmo 
numa determinada verba. 
Página - 13 
Embora esse princípio esteja de certa forma presente na elaboração 
das chamadas “tabelas de honorários profissionais”, na realidade tal modalidade contratual 
não é usual para execução de serviços de avaliações e perícias. 
Cabe observar ainda que esta modalidade contratual oferece um baixo 
risco para o contratado, mas, em contra partida, a remuneração não chega a ser atrativa. 
c) Contrato de empreitada 
Esta modalidade contratual caracteriza-se pela oferta de um preço 
global ou a execução com base em uma planilha de preços unitários. 
Na empreitada por preços unitários, o contratado assume um 
determinado nível de risco; na empreitada por preço global assume todos os riscos, salvo 
ressalvas introduzidas na relação contratual. 
A empreitada global é preferida nas contratações. O maior 
inconveniente que ela oferece é o risco de falhas no detalhamento do escopo, além de 
tornar difícil eventuais modificações que venham interessar ao contratante, ou que surjam 
independentemente de sua vontade, no decorrer da execução da empreitada. É comum 
ocorrer as chamadas reivindicações de preço por parte do contratado, objetivando 
indenizar custos adicionais em função dos aspectos acima comentados. 
Numa empreitada por preço global de obra ou de determinado tipo de 
serviço, cabe ao contratante exercer rigorosa fiscalização quanto à qualidade e avanço 
físico do cronograma. 
Em resumo, não convém firmar um contrato por empreitada global, se 
há dúvida quanto ao nível de detalhamento de projetos, quantitativos, recursos 
necessários, condições de execução, entre outros aspectos. 
d) Contrato de risco 
O contrato de risco pode ser entendido como uma variação da 
empreitada global, na qual o contratado admite que sua remuneração decorra do resultado 
obtido no cumprimento do escopo estabelecido. 
Um exemplo bastante conhecido do contrato de risco está na 
prospeção de petróleo, no qual o contratado assume todo o investimento, na expectativa 
de obter resultado com a venda do produto por ele extraído. É de risco, pois nem sempre a 
busca do petróleo obtém êxito. 
Tal forma de contratação pode ser adotada na área de avaliações e 
perícias, onde o contrato embute no preço um risco bem maior do que o usual e banca 
todos os custos. Se o resultado for positivo, mesmo que demorado, a remuneração é 
compensatória. 
Página - 14 
2) Partes contratantes 
Cabe aqui uma referência específica sobre as partes contratantes, que 
podem ser pessoa física, pessoa jurídica de direito privado e pessoa jurídica de direito 
público. 
a) Pessoa física x pessoa física 
Pode-se afirmar que o contrato de prestação de serviço entre duas 
pessoas físicas contem menor complexidade e menos formalismo, sendo comum sua 
realização de forma verbal. 
As partes acertam preço e outros detalhes e as necessidades de 
modificação ao longo de sua execução são mais facilmente solucionadas. 
b) Pessoa física x pessoa jurídica de direito privado 
A celebração de contrato com uma pessoa jurídica para prestação de 
serviço requer maior cuidado e formalismo. 
Deve ser em geral na forma escrita, com cláusulas objetivas, 
principalmente quanto a escopo, preço, prazo e condições de pagamento, além da 
qualificação das partes e da indicação do fórum para dirimir eventuais pendências que 
possam surgir na execução do mesmo. 
c) Pessoa jurídica de direito privado x pessoa jurídica de direito 
público 
Não é difícil compreender a necessidade dos cuidados a serem 
adotados na celebração de um contrato desta natureza. 
Todo o rigor deve ser introduzido no formalismo e na redação das 
cláusulas, como escopo (objeto), preço, prazo, condições de pagamento, condições de 
reajustamento, penalidades, condições gerais de trabalho, entre outras. 
No aspecto formal, cabe qualificar as partes, colher assinaturas 
mediante identidade e procuração quando for o caso (inclusive de duas testemunhas), 
além de datar o documento. Neste caso, cabe inclusive o visto de um advogado da parte 
contratante. 
 
d) Pessoa física x pessoa jurídica de direito público 
Neste caso, os cuidados ficam por conta da parte 
contratante. Na prática, esses contratos são de adesão, com as condições 
impostos pela parte contratante, que é de direito público. 
Página - 15 
A maior responsabilidade do contratado é externar o preço e 
condições de pagamento. 
 
3) A escolha do fornecedor 
Um aspecto importante na contração de obras e serviços diz respeito à 
seleção da melhorproposta ou escolha do fornecedor ou prestador de serviço a ser 
contratado. 
Quando as partes são de direito privado, não há formalismos legais a 
serem observados. Evidentemente, que o comprador de serviço está interessado pelo 
menos em preço, qualidade e confiabilidade do fornecedor. Eventualmente, aspectos como 
prazo e condições de pagamento são também elementos de escolha da melhor proposta. 
Para os prestadores de serviço, é importante manter uma boa 
reputação no mercado, além de esmero para, cada vez mais, atingir os objetivos colimados 
pelo mercado. 
Quando o comprador é pessoa jurídica de direito público, a situação é 
bem mais complexa, revestindo-se de rigor legal. 
Pessoa jurídica de direito público é toda aquela que lida com recursos 
públicos, como a administração pública direta e indireta municipal, estadual e federal; 
autarquias municipais, estaduais e federais; empresas de economia mista; empresas 
estatuais. Nesse caso, há necessidade de obedecer às normas de licitação, hoje reguladas 
pela Lei 8666/93. 
Para os serviços previstos neste Manual torna-se temerável, senão 
inadmissível, a contratação com base exclusivamente no critério do menor preço, devendo 
ser adotado o critério misto, técnico e preço, ou mesmo a dispensa de licitação. 
a) Modalidades de licitação – Lei 8666/93 (Lei das licitações) 
Toda compra realizada pelas organizações enquadradas na lei das 
licitações deve obedecer , à princípio, a um convite, uma tomada de preço ou uma 
concorrência, dependendo do valor envolvido, ressalvados os casos de inexegibilidade e 
de dispensa de licitação. 
Os limites de valores para enquadramento em cada caso são 
periodicamente publicados no DOU (Diário Oficial da União). 
* Carta-convite 
Página - 16 
A situação mais simples é a da carta-convite ou simplesmente convite. 
Para valores de pequena monta, o licitante convida pelo menos três fornecedores de seu 
cadastro e escolhe, mediante critérios internos, aquele com o qual firmará o contrato. 
Neste caso, o licitante tem de organizar previamente o cadastro de 
fornecedores. Logo, do ponto de vista dos interessados em prestar serviços para essas 
organizações, é importante manter cadastro atualizado junto a elas. 
* Tomada de preços 
O estágio logo acima do convite é a tomada de preços. Neste caso, o 
licitante necessita convidar todos os fornecedores de seu cadastro, com aptidão para 
executar o serviço licitado. 
* Concorrência pública 
O mais elevado estágio de contratação é a concorrência pública. 
Neste caso, o edital de licitação é de domínio público, podendo participar qualquer 
organização legalmente instalada no País, que atenda às exigências especificadas no 
edital. 
b) Casos de inexegibilidade e de dispensa de licitação 
A Lei 8666/93 previu situações de dispensa de licitação e situações 
em que ela não é exigível. São evidentemente situações especiais, onde o rigor da lei 
dificilmente seria atendido. 
As organizações sujeitas à Lei 8666/93 estão dispensadas de 
proceder ao processo licitatório em várias situações. Em sínteses, tais condições são: 
quando o valor não ultrapassar a 5% dos limites estabelecidos para cada modalidade; 
guerra, emergência ou calamidade pública; não aparecendo interessado na 2a licitação e 
mais uma repetição trouxer prejuízo; intervenção da União para regularizar preços ou 
normalizar abastecimento; propostas com preços superiores aos praticados no mercado ou 
incompatíveis com aqueles fixados pelos órgãos oficiais competentes; entre pessoas 
jurídicas de direito público, possibilidade de comprometimento da segurança nacional 
(decreto presidencial); compra ou locação de imóveis destinados ao serviço público (desde 
que o preço seja compatível com o mercado segundo avaliação prévia, além da 
necessidade justificada do citado imóvel); contratação de remanescentes de obras, 
serviços ou suprimentos; compra eventuais de gêneros alimentícios perecíveis; contratação 
da instituição nacional, sem fins lucrativos, para pesquisa, ensino e desenvolvimento 
científico e tecnológico; aquisição de bens e serviços por intermédio de organização 
internacional, da qual o Brasil seja membro e as condições ofertadas sejam vantajosas; e 
aquisição ou restauração de obras de artes e objetos históricos. 
Página - 17 
É inexigível a licitação, quando houver inviabilidade de licitação. Em 
síntese, os casos especiais onde a licitação não é exigida são: quando houver um 
fornecedor exclusivo do material, do equipamento ou do gênero pretendido; serviço técnico 
especializado, de natureza singular, por profissional ou empresa de notória especialização; 
profissional de qualquer setor artístico, consagrado pela crítica especializada ou pela 
opinião pública, diretamente ou através de empresário exclusivo. 
 Serviços técnicos especializados: estudos técnicos, 
planejamentos e produtos; pareceres, perícias e avaliações; assessorias ou consultorias 
técnicas; auditorias financeiras; fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou 
serviços; patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; treinamento ou 
aperfeiçoamento de pessoal; restauração de obras de arte e bens de valores históricos. 
 Notória especialização – profissional ou empresa cujo conceito 
no campo de sua especialização seja decorrente de: desempenho anterior; estudos; 
experiências; publicações; organização; aparelhamento; equipe técnica; e outros requisitos 
relacionados com as atividades. Ainda: o currículo permita inferir que o seu trabalho é 
essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto contratado. 
 A lei das licitações e o acervo técnico profissional 
O Art. 30 da Lei 8666/93 estabelece normas interessantes, que 
privilegiam o chamado acervo técnico profissional. 
Conforme é do conhecimento dos profissionais da engenharia, o 
acervo técnico é a experiência profissional materializada nos CREAs através das ARTs, os 
quais podem fornecer certidões de acervo técnico (CATs). 
A lei das licitações estabelece como um dos pré-requisitos 
indispensáveis à capacitação técnica de uma empresa interessada em participar de uma 
licitação pública ter ela responsável técnico com CAT, ou seja, atestado de execução 
compatível com o objeto licitado, fornecido por pessoa jurídica e devidamente certificado 
por um CREA. 
Página - 18 
IIVV)) FFOORRMMAASS DDEE AAPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO DDAASS PPRROOPPOOSSTTAASS 
1) Perito judicial 
Conforme determinações expressas no CPC, o Juiz nomeará o perito, 
cabendo as partes indicarem os assistentes técnicos e apresentarem os quesitos no prazo 
legal. 
Após a intimação pela secretaria, o perito deverá apresentar a 
proposta de honorários, protocolizando o documento na seção específica do Fórum. 
Esta proposta deve conter, de forma sucinta, todas as informações 
relativas ao processo (Vara, tipo de ação, número do processo, partes envolvidas, etc.) 
visando um encaminhando correto da petição, bem como um breve detalhamento do 
escopo do trabalho que justifique a quantia ofertada. 
Exemplo de petição de proposta de honorários: 
“Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 50ª Vara Cível do Fórum 
de Belo Horizonte: 
Reinaldo da Silva, Engº Civil, tendo sido honrado com a 
nomeação para Perito Oficial nos Autos da Ação Demolitória número 
02405.001.597-2 proposta pelo Sr. Marcelo de Souza em desfavor da Sra. 
Maria de Lourdes, atendendo o despacho de fls. 78, vem apresentar sua 
proposta de honorários, no valor de R$3.500,00 (três mil e quinhentos 
reais). 
A quantia ofertada foi estimada em função do tamanho da 
área a ser analisada, aproximadamente 100.000,00 (cem mil) metros 
quadrados, envolvendo a contratação de serviços de terceiros, mormente 
uma equipe de topografia, estando de acordo com os preceitos do Manual de 
Contratação de Serviços Técnicos de Engenhariade Avaliações e Perícias do 
IBAPE. 
Agradecendo a oportunidade, solicita o depósito em conta 
judicial remunerada, ficando a importância à disposição de V. Exa. para 
levantamento após a entrega do laudo. 
Nesses termos, 
P. Deferimento. 
Belo Horizonte, 03 de junho de 2001. 
REINALDO DA SILVA” 
Página - 19 
2) Assistente Técnico 
Contrato, derivado do latim contractus, expressa a idéia de 
ajuste, convenção firmada entre duas ou mais pessoas, na conformidade da 
ordem jurídica, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir direitos de 
natureza patrimonial. 
O contrato é formado por uma série de momentos ou 
fases, que às vezes se interpenetram, mas que em detida análise, 
perfeitamente se destacam: negociações preliminares, proposta e aceitação. 
Um contrato para a prestação de serviços como assistente 
técnico deve conter necessariamente os dados do contratante e contratado, 
as informações relativas ao processo (Vara, tipo de ação, número do 
processo, partes envolvidas, etc.), o valor acordado e as condições para 
execução dos trabalhos (fornecimento de documentação, prazo, encargos 
decorrentes, etc.). 
Exemplo de contrato para prestação de serviços como 
assistente técnico: 
“CONTRATADA: XYZ Engenharia Ltda., estabelecida à Rua Atlético 
Mineiro, nº 200, Bairro São Clemente, em Belo Horizonte-MG, inscrita no CNPJ sob o 
nº 00.000.000/0000-00. 
CONTRATANTE: Maria do Socorro, domiciliada à Rua Brasil, nº 150, 
Bairro Santa Rita, em Belo Horizonte-MG, inscrita no CPF sob o nº 000.000.000-00. 
Contrato que entre si fazem CONTRATADA e CONTRATANTE, acima 
qualificados, mediante as cláusulas e condições seguintes: 
PRIMEIRA - Constitui objeto do presente contrato a 
prestação dos serviços de assistência técnica pericial, através de seu 
responsável técnico, no processo 0001/2000, em curso na Comarca de Belo 
Horizonte, constando de um relatório prévio e acompanhamento do perito 
nomeado pelo juiz. 
SEGUNDA - O prazo para conclusão do relatório prévio será de 30 
dias úteis, a contar da efetivação da assinatura do contrato, enquanto os prazos periciais 
serão aqueles constantes da legislação processual em vigor. 
TERCEIRA - O valor do presente contrato será R$ 3.000,00 (três mil 
reais), no ato da contratação, e 10,00 % (dez por cento) do valor efetivamente recebido pelo 
CONTRANTANTE, quando do crédito a seu favor. 
Página - 20 
PARÁGRAFO ÚNICO: Caso a CONTRATANTE não efetue a 
transferência à CONTRATADA no prazo de 30 (trinta) dias, à contar do recebimento, fica 
sujeito à multa contratual de 20% (vinte por cento) além de juros de mora de 1,00% (um por 
cento) ao mês, atualização monetária, custas, honorários advocatícios, e todas as 
despesas resultantes de eventuais cobranças amigáveis ou judiciais. 
QUARTA - A CONTRATANTE deverá fornecer toda a documentação 
e demais informações solicitadas pela CONTRATADA necessárias à elaboração do 
relatório prévio, bem como aquelas necessárias para satisfazer as exigências do perito. 
Parágrafo único: A CONTRATADA ficará isenta de 
qualquer responsabilidade decorrente do descumprimento das exigências 
acima, inclusive quando efetuadas fora do prazo estipulado ou estabelecido 
por lei. 
QUINTA - Os encargos sociais que incidirem ou vierem a incidir no 
cumprimento do presente contrato, as despesas de transporte, hospedagem e alimentação, 
bem como qualquer outra exigência de natureza fiscal ou trabalhista correrão por conta da 
CONTRATADA. 
SEXTA - Caso haja supressão total ou parcial do trabalho contratado, 
a CONTRATADA fará jus ao valor respectivo dos honorários ainda devidos, não havendo 
obrigatoriedade de qualquer tipo de reembolso no caso das parcelas já recebidas, inclusive 
caso fortuito ou força maior, ou, ainda, em caso de substituição do assistente técnico. 
SÉTIMA - Fica eleito o foro desta Capital, com renúncia a qualquer 
outro, para dirimir dúvidas e controvérsias oriundas da interpretação e execução deste 
instrumento. 
E, por estarem justos e contratados, firmam o presente em 
2 (duas) vias, de igual teor e forma, perante 2 (duas) testemunhas. 
Belo Horizonte, 3 de março de 2012. 
CONTRATANTE CONTRATADA 
TESTEMUNHAS: 
Página - 21 
3) Contrato epistolar 
O acordo celebrado entre pessoas presentes considera-se perfeito e 
acabado no momento da aceitação. Entretanto, torna-se mais complexa a questão na 
hipótese de contrato entre pessoas ausentes, como naquele que se perfaz por meio de 
correspondência epistolar ou telegrama. A peculiaridade que o destaca é a ausência do 
aceitante (oblato), razão porque o consentimento não se dá em um só instante, mas, ao 
revés, a adesão do aceitante justapõe-se à oferta com a intermediação de um lapso 
temporal mais ou menos longo. Nesse tipo de contrato, desperta interesse a fixação do 
momento em que se deve considerar perfeito. 
O Código Civil brasileiro (art. 1.086), seguindo orientação adotada 
pelo nosso Código Comercial (art. 127), acolheu o sistema de aperfeiçoamento do contrato 
pela expedição da carta ou telegrama pelo aceitante, porém, admitindo-se exceções, tais 
como cláusula contratual em sentido contrário, ou , ainda, se antes da aceitação ou com 
ela chegar ao proponente a retratação do aceitante. 
Exemplo de contrato epistolar: 
“Belo Horizonte, 29 de junho de 2001. 
Ilmº Sr. 
Dr. Marciano Terráqueo 
Em atendimento à solicitação de V. Sa., vimos informar que os 
honorários periciais objetivando prestação de serviços como assistente técnico nos autos 
do processo 001.514.123/4, foram estimados em R$ 2.000,00 (dois mil reais). 
Caso V. Sa. concorde com o valor ofertado, solicitamos a especial 
gentileza de firmar o “de acordo” abaixo. 
Atenciosamente, 
___________________ 
Perito Brasileiro da Silva 
De acordo: 
__________” 
4) Contrato formal 
Levando-se em conta a maneira como se aperfeiçoam, 
podem os contratos ser classificados em consensuais e solenes ou formais. 
Página - 22 
Diz-se consensual o contrato para cuja celebração a lei não exige 
senão o acordo das partes. Para sua formação é necessário, exclusivamente, o acordo de 
vontades; assim, por exemplo, a compra e venda de bens móveis ou o contrato de 
transporte. 
Contrapondo-se aos consensuais, existem os formais. Denomina-se 
solene o contrato para cuja formação não basta o acordo das partes. Exige-se a 
observância de certas formalidades, em razão das quais o contrato se diz, também, 
FORMAL. As exigências legais mais freqüentes são: a forma escrita (pública ou privada), a 
intervenção de notário e a inscrição no registro público. 
Segundo o sistema adotado pelo Código Civil brasileiro, em regra a 
forma é livre, prescindindo de maiores formalidades. Deverão ser observadas tão somente 
quando previstas em lei, sob pena de ineficácia da declaração de vontades. 
Como exemplo, nos reportamos ao modelo apresentado no item IV-2 
anterior, às páginas 19 e 20. 
5) ART 
A Anotação de Responsabilidade Técnica, procedimento obrigatório 
em qualquer atividade, projeto, obra ou serviço executado na área da Engenharia, da 
Arquitetura e da Agronomia, mais do que uma instituição legal é um instrumento de defesa 
do profissional, formadora de seu acervo técnico. 
Criada pela Lei nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977, e 
regulamentada pela Resolução nº 425 do CONFEA, de 18 de dezembro de 1999, a ART é 
a maneira pela qual são registrados os contratos, escritos ou verbais, bem como os 
desempenhos de cargos ou funções técnicas. 
Ao preencher o formulário padrão, fornecido pelo CREA, o 
profissional declara ali os dados principais do serviço a ser executado e do contrato firmado 
entre o profissional e o cliente. 
Através destes dados, lançados em computador, o CREA tem 
condição de esboçar a dinâmica profissional dentro do Estado, permitindo uma constante 
adequação de suas atividades.Paralelamente, forma-se um precioso banco de dados, 
contendo um cadastro atualizado dos profissionais e das empresas. 
Dessa forma, toda obra ou serviço passa a fazer parte do Registro de 
Acervo Técnico (RAT), conforme dispõe a Resolução nº 317 do CONFEA, de 31 de outubro 
de 1986, estando o CREA apto a expedir, quando requerida, a Certidão de Acervo Técnico 
(CAT). 
Página - 23 
Vale acrescentar que o acervo técnico de uma pessoa jurídica é 
representado pelo acervo Técnico. 
O registro das ARTs junto ao CREA é feito mediante uma taxa, cuja 
destinação divide-se entre o CREA, a Mútua de Assistência dos Profissionais de 
Engenharia, Arquitetura e Agronomia e a entidade de classe indicada pelo profissional, 
correspondendo a uma parte significativa das respectivas arrecadações, garantindo a 
continuidade dos serviços que prestam aos profissionais. 
No campo dos direitos de autoria, a ART é uma forma de defesa dos 
autores de planos ou projetos, ficando anotado o que a lei assegura ao profissional em 
termos de Direito Autoral. 
Como a ART é uma súmula do contrato firmado entre os profissionais 
e o cliente, nela estão anotados a extensão de seus serviços e o nível de responsabilidade, 
servindo de documento hábil para garantia de remuneração dos serviços ou obras 
prestados, mesmo que contratados verbalmente. 
Finalmente a ART é o mais importante instrumento de fiscalização 
profissional do CREA, pois é através dela que se torna possível o acompanhamento dos 
profissionais em suas atividades técnicas, pois a sua inexistência em qualquer atividade 
técnica exclusiva de profissionais habilitados caracteriza o exercício ilegal da profissão. 
Assim, o zelo do profissional em providenciar a devida ART em todo 
serviço, desde uma simples consulta até uma grande obra, além de contribuir na 
arrecadação do CREA, MÚTUA e entidade de classe, amplia o acervo profissional e 
colabora para coibir o exercício ilegal da profissão, que é uma garantia do privilégio 
profissional, constituindo-se também num instrumento de defesa da coletividade. 
Página - 24 
VV)) RREESSPPOONNSSAABBIILLIIDDAADDEE CCIIVVIILL EE CCRRIIMMIINNAALL DDOO PPEERRIITTOO 
1) Teoria da culpa 
De acordo com o Art. 169 do C.C. “Aquele que, por ação ou omissão 
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou causar prejuízo a alguém, fica 
obrigado a reparar o dano” 
Denota imperícia a falta de conhecimentos necessários do 
profissional, em função de nunca ter aprendido sobre a matéria; negligência 
é a falta de aplicação dos conhecimentos aprendidos pelo profissional, até 
mesmo por esquecimento; a imprudência é caracterizada quando o 
profissional possui os conhecimentos, não esqueceu, mas assumiu, talvez 
motivado por não ter acontecido nada até o momento. 
Quando torna-se necessário provar a culpa do agente causador do 
dano, trata-se de uma responsabilidade subjetiva; no caso de intenção deliberada, fica 
caracterizado o dolo. 
2) Casos de responsabilidade do profissional 
O profissional poderá ser responsabilizado quando não entregar o 
laudo (perito), ou parecer (assistente), no prazo legal, elaborar o laudo de forma negligente, 
trazendo informações inverídicas e realizar erros flagrantes na elaboração dos cálculos ou 
na escolha da metodologia. 
Também imputa irresponsabilidade a demonstração da falta de 
conhecimento técnico ou científico, corrupção ou venalidade. 
Em se tratando de assistente técnico, não há como falar em dolo, 
salvo nos casos de comprovada má-fé. 
3) Crime de falsa perícia 
O crime de falsa perícia encontra-se previsto no artigo 342 do Código 
Penal, sendo aplicável ao perito se fizer afirmação falsa, negar ou calar a verdade. Ele 
deixa de ser punível nos casos de retratação ou declaração da verdade. 
Página - 25 
VVII)) ÉÉTTIICCAA PPRROOFFIISSSSIIOONNAALL 
1) Conceituação 
Historicamente, as normas éticas visam ensinar um 
caminho à conduta humana, dentro do desenvolvimento social dos povos. 
Nas sociedades modernas o ser humano convive com regras 
comportamentais, através de estatutos, regimentos, normas, mandamentos, 
etc. 
Essa convivência social conduz a uma valorização diferenciada das 
coisas, que pode conduzir aos extremos do comportamento, o egoísmo e o alturismo, 
referindo-se a pessoas que só pensam em si mesmas (ego) ou pessoas que só pensam 
nos outros (altro) 
A conceituação de Ética encontra definições variadas, cujo 
entendimento, algumas das vezes diferencia Ética de Moral, em outros as têm como 
sinônimos. 
Segundo o Novo Dicionário Aurélio, Ética é o “Estudo dos juízos de 
apreciação que se referem à conduta humana, suscetível de qualificação do ponto de vista 
do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”, 
enquanto a Moral refere-se a um “Conjunto de regras de conduta consideradas como 
válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa 
determinada” 
2) Deveres do profissional para com a 
sociedade 
Em função da confiança que nos é depositada, a primeira 
virtude que o profissional deve apresentar para o exercício de suas 
atividades é a Honestidade, não admitindo tolerância ou interpretações 
subjetivas. 
Todos os trabalhos devem ser realizados com o máximo de 
Responsabilidade possível, garantindo uma maior probabilidade de não prejudicar os 
interesses coletivos. 
O profissional deve agir com a convicção de que suas atitudes são em 
prol dos interesses gerais, não significando obediência restrita, mas denotando Lealdade. 
A Competência exige uma busca constante do conhecimento da 
ciência, da tecnologia e das práticas profissionais, acarretando uma prestação de melhor 
serviço. 
Página - 26 
Todos os trabalhos devem ser realizados com Prudência, obrigando a 
uma minuciosa análise das situações complexas e difíceis, e contribuindo para maior 
segurança nas decisões a serem tomadas. 
Com Coragem o profissional deve defender a verdade e a justiça, 
reagindo às críticas e tomando decisões sem levar em conta atos de desagrado de 
terceiros; perante as inúmeras barreiras, incompreensões, insucessos e fracassos que vai 
enfrentar ao longo de sua vida, deve demonstrar sempre a Perseverança. 
E finalmente, objetivando se contrapor aos preconceitos, a reagir 
contra os mitos e defender os verdadeiros valores na busca do justo, o profissional deve 
caminhar de braços dados com a Imparcialidade. 
3) A ética do perito 
O perito judicial deve exercer a profissão com honestidade, dignidade, 
diligência e independência, guardando sigilo profissional e zelando pela competência na 
condução do trabalho. 
O profissional deve inteirar-se de todos os fatos relativos à perícia, 
manifestando eventuais impedimentos ou suspeições ao exercício da função, e recusando 
a indicação quando não se achar capacitado para o mister. 
Sempre deve abster-se de expressar sua convicção pessoal sobre 
direitos das partes, considerando os fatos submetidos à análise com imparcialidade e 
assimilando eventuais enganos ou divergências surgidas. 
O vistor oficial não deve anunciar ou sugerir publicidade abusiva e/ou 
auferir outro provento do exercício profissional, senão aquele decorrente do trabalho 
correto e honesto. 
Deve abster-se de assinar documentos elaborados por terceiros, de 
estabelecer entendimentos com uma das partes, à revelia do juiz ou da parte contrária, de 
reter abusivamente processo ou documento e de receber honorários fora do processo. 
Não deve oferecer ou disputar serviço mediante aviltamento de 
honorários ou concorrência desleal, se valer de agenciador de serviços, ou concorrer para 
a realização de ato contrário à lei. 
A conduta em relação ao assistente técnico deve ser pautada nos 
princípios da consideração, apreço e solidariedade, comunicando aos assistentes a sua 
indicaçãopara a função. 
Página - 27 
O Jurisperito deve convidar os assistentes para os exames e vistorias, 
trocando informações, recebendo documentos e ouvindo as ponderações dos assistentes; 
ao apresentar suas conclusões, deve aceitar eventuais sugestões que permitam o 
aprimoramento ou o esclarecimento do laudo pericial. 
Deve evitar referências prejudiciais ou desabonadoras em relação aos 
colegas, analisando com cautela a aceitação de nomeação decorrente de substituição de 
outro profissional; não deve se pronunciar sobre serviço profissional entregue a outro 
colega e respeitar o direito autoral, não se apropriando de trabalhos de terceiros. 
O perito deve sempre compartilhar o conhecimento de novas 
orientações de caráter técnico. 
4) A ética do assistente técnico 
Ao assistente técnico cabe cumprir os mesmos deveres do perito, 
lembrando o principal dever ético com o cliente que o contratou, sem comprometer a sua 
credibilidade. 
Deve obedecer as vedações impostas ao perito, analisando algumas 
com as peculiaridades de sua função, evitando interromper a prestação de serviço sem 
justa causa e comunicação prévia ao cliente, não revelando negociação confidenciada pela 
parte que o contratou nem iludindo a boa fé na elaboração do trabalho, desvirtuando as 
informações que levar ao perito. 
Em relação ao perito oficial, deve informá-lo da nomeação e facilitar 
seu trabalho no que for possível, fornecendo informações e documentos. 
Deve respeitar eventuais conclusões divergentes do interesse de seu 
cliente, atendo-se às questões técnicas, jamais fazendo considerações de cunho pessoal. 
5) Código de Ética Profissional 
De acordo com o dispositivo normativo (Resolução 205 do CONFEA), 
o profissional deve: 
 “Interessar-se pelo bem público e com tal finalidade contribuir com 
seus conhecimentos, capacidade e experiência para melhor servir à humanidade” 
 “Considerar a profissão como alto título de honra e não praticar nem 
permitir a prática de atos que comprometam sua dignidade” 
 “Não praticar qualquer ato que, direta ou indiretamente, possa 
prejudicar legítimos interesses de outro profissional” 
Página - 28 
 “Não solicitar nem submeter propostas contendo condições que 
constituam competição de preços por serviços profissionais” 
 “Atuar dentro da melhor técnica e do mais elevado espírito público, 
devendo, quando consultor, limitar pareceres às matérias específicas que tenham sido 
objeto da consulta” 
 “Exercer o trabalho profissional com lealdade, dedicação e 
honestidade para com seus clientes e empregadores ou chefes, e com espírito de justiça e 
equidade para com os contratantes e empreiteiros” 
 “Ter sempre em vista o bem-estar e o progresso funcional dos seus 
empregados ou subordinados e trata-los com retidão, justiça e humanidade” 
 “Colocar-se a par da legislação que rege o exercício profissional da 
Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, visando cumpri-la corretamente e colaborar 
para sua atualização e aperfeiçoamento”.

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