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TÍTULO VI CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL MORAL PÚBLICA SEXUAL DIREITO PENAL IV Prof. Hélio Ramos ESTUPRO Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. § 2o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.” ESTUPRO OBJETO JURÍDICO: liberdade sexual, inviolabilidade carnal da pessoa. OBJETO MATERIAL: a pessoa SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa TIPO OBJETIVO: Todo ato libidinosos e também a conjunção carnal, violência física, ou violência moral (constrangimento). DOLO: elemento subjetivo = tipo subjetivo. Desnecessidade de dolo específico não exigindo que o agente desafogue a luxúria. Não há modalidade culposa. ESTUPRO TIPO OBJETIVO: Violência física, Violência moral. Observações: A vítima não precisa estar sem roupa. A vítima precisa se opor, ou seja, o constrangimento deve ficar caracterizado. O ataque-surpresa pode configurar estupro. A palavra e o escrito obscenos não configuram o crime de estupro, pois a manifestação corpórea é indispensável para sua caracterização. O coito vulvar, cópula vestibular, interfêmura, configura o delito de estupro. ESTUPRO Constrangimento da vítima: “constranger” significa obrigar, forçar, coagir; a vítima tem de não querer; deve haver resistência, oposição, ainda que mínima, pois o consentimento afasta o crime. O temor reverencial é a submissão em relação ao ascendente. Dependendo do caso concreto e das condições da vítima, é possível evidenciar-se o constrangimento. A ameaça não tem de ser injusta. Ex.: policial diz para presa manter relação com ele, senão continuará presa – isso caracteriza estupro. ESTUPRO ATO LIBIDINOSO: é o ato em que há prazer sexual, volúpia, sensualidade, lascívia, luxúria. (cópulas = anal, interseios, axilar, interfemural, masturbação, sexo oral (fellatio in ore), toques, etc). CUIDADO: A apreciação do caso concreto deve ser realizada com parcimônia, tendo em vista o real dano causado socialmente, razoabilidade e proporcionalidade (beijo lascivo, passar as mãos nas pernas ou nádegas). DISTINÇÃO: tatear das nádegas, apalpar os seios ≠ beliscão, meras expressões verbais. CONSUMAÇÃO: Com a prática do ato libidinoso, com a execução do ato libinoso ESTUPRO DEMONSTRAÇÃO DE SEU DISSENSO SÉRIO E CONSTANTE À PRÁTICA DO ATO SEXUAL AO QUAL ESTÁ SENDO SUBJUGADA.(em nenhum instante a vítima poderá participar do ato lascivo, caso ocorra, poderá haver a descontituição do tipo penal – Prof. José Canosa G. Netto). Em caso de violência durante a conjunção carnal consentida, ou mesmo do ato libidinoso, não se exprime o crime de estupro, mas sim o de lesão corporal. A violência descrita no art. 213 do CPB, deve acontecer antes, visando a obtenção da conjunção carnal. ESTUPRO (Obs. “justa nuptiae”, caso do marido) Atenção: mulher que força homem a manter com ela relação sexual pratica o crime de estupro. A impotência sexual crônica torna a conjunção carnal impossível; contudo não elide a existência do crime de estupro. ESTUPRO CLASSIFICA-SE COMO: a) De dano ou lesão: bem jurídico destruído b) De forma livre quanto à consumação: qualquer modo de ato libidinoso c) Comissivo: conduta positiva d) Comum: não exige capacidade especial do agente e) Hediondo: Lei n. 8.072/90. f) Instantâneo: consuma-se num único momento g) Material: evento naturalístico h) Unissubjetivo: cometido por uma só pessoa. i) plurissubsistente ESTUPRO Se o agente é portador de doença venérea e comete o delito de estupro, há causa de aumento de pena do art. 234-a do CPB. Obs.: Aids não é hipótese de doença venérea; se a intenção do agente é transmiti- la, enquadra-se na tentativa de homicídio.
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