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Fecundação de primatas

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Fecundação de primatas: é do tipo interna, onde a fecundação ocorre no interior do aparelho reprodutor feminino, havendo um maior aproveitamento de gametas e menos desperdício destes. Após a ovulação, chega na ampola o ovocito 2 parado em metafese 2 com o primeiro corpúsculo polar envolvido pela corona radiada e zona pelúcida, pronto para ser fecundado. Já o espermatozoide sai do testículo morfologicamente preparado, mas precisar sofrer algumas mudanças para poder ser ativado e poder fecundar o ovocito, são 3 mudanças: 1- maturação: que ocorre por aproximadamente 6hrs no epidídimo e consiste em trocas iônicas que o espermatozoide faz com o liquido epididimal para tornar-se resistente a variação de pH da vagina. Ai ele sai do epidídimo e cai no ducto deferente envolvido pela secreção epididimal. 2-movimentação: até então o espermatozoide não tem capacidade de movimentação pois ainda não tem energia pra isso. Essa energia é gerada pela frutose que faz parte da secreção da vesícula seminal, por isso ele só começa a se mover depois que passa por essa glândula na uretra. 3- capacitação: esta vai ocorrer apenas no aparelho reprodutor feminino por enzimas da região e consiste na retirada do fluido epididimal que se encontra ao seu redor. 
Então, todos os espermatozoides são lançados no canal vaginal e começa uma maratona para alcançar a tuba uterina, e nesse percurso ocorre uma seleção de espermatozoides morfologicamente piores que são eliminados ao longo do percurso. Além disso, o espermatozoide pode se direcionar para tuba errada, apesar da maioria ir para a certa pois o ovócito libera substâncias quimiotaxias que atraem quimicamente os sptz. Assim, vários chegam ao mesmo, porem eles ainda tem que ultrapassar três barreiras, sendo estas as três fases da fecundação: 1- corona radiada: as células dessa camada já estão se soltando e portanto o espermatozoide com seu próprio movimento consegue separa-las e passar. 2- Zona pelúcida: é a mais difícil de ser ultrapassada e consiste na reação acrossômica que é quando ele se liga a zona pelúcida e começa a liberar enzimas acrossômicas para digeri-la. Quando ele passa ele fica entre a zona pelúcida e a membrana do ovócito, espaço este chamado de perivitelinico. Nesta região ele já está sem a parte apical de sua cabeça, deixando envolvida apenas pela membrana interna do acrossoma onde se localizam as proteinas que serão identificadas pelo ovocito na hora da fecundação. A zona pelúcida possui três proteinas (ZP1, ZP2 e ZP3) sendo a ultima espécie específica, por isso se o sptz não reconhecer aquela ZP3 a reação acrossômica não ocorre, impedindo a fecundação entre espécies diferentes. 3- membrana do ovocito: o espermatozoide se liga lateralmente a essa membrana e ai a membrana de ambos desaparece no local em que eles estabelecem contato, fusionando as duas células. E ai todo o conteúdo do sptz entra no ovócito, ocorrendo uma mistura do material de ambas as células (núcleo, mitocôndria e flagelo, esses dois últimos vão degenerar sobrando só o núcleo), e este processo é chamado de fertilização.
Após a fertilização, começam as alterações imediatas, seguidas de outras mais tardias. As imediatas são: 1- Despolarização: a membrana se torna despolarizada para impedir a poliespermia. 2- Reação cortical: o ovocito libera grânulos corticais que vão modificar a ZP3 para que outros espermatozoides não a reconheçam e não possam fecundar novamente este ovocito. Já as tardias são: 1- restabelecimento do numero diploide. 2- determinação do sexo. 3- ativação metabólica do ovocito para terminar a meiose. 4- termino da meiose 2: formando o óvulo que é um zigoto junto com o 1° e o 2° corpúsculo polar. 5- inicio da clivagem. O zigoto vai ter dois pró-núcleos, um feminino e um masculino, eles apenas se unem quando começa o processo de clivagem com a mitose, ai sim os cromossomos se misturam durante a metáfase. 
 Obs.: Os XX são mais viáveis (mais lentos porem duram mais), e os XY são mais rápidos (mais rápidos porem duram menos), por isso 1 dia antes da ovulação é maior a probabilidade de fêmea e no dia ou dias depois é maior a probabilidade de macho.
Fecundação de mamíferos domésticos: na maior parte é igual ao anterior, com apenas algumas diferenças: o espermatozoide percorre um espaço maior pois o corno do útero é maior. Em algumas espécies (ex.: morcegos) o espermatozoide pode ficar armazenado na tuba uterina por algum tempo esperando a ovulação. Nestes casos o próprio corpo feminino nutre o sptz. Os sptz duram cerca de 24 à 48hrs no sistema genital das vacas, ovelhas e porcas, cerca de 5 dias nas éguas e 7 dias nas cadelas. 
OBS: a mulher ovula e fecunda praticamente junto 14 dias após o inicio da menstruação, ai o zigoto nasce 38 semanas após fecundação. Porém nem sempre da pra saber quando foi a fecundação, então conta-se 38 + 14 resultando em 40 semanas de gravidez a partir do primeiro dia de menstruação.
Aves: nas aves vamos observar algumas diferenças. Primeiro observamos que a fecundação também é interna como nos mamíferos, porém o desenvolvimento do zigoto ocorre fora do corpo materno, no ovo que depende do choco. Em segundo lugar vamos observar que a fecundação ocorre na região do infundíbulo do oviduto e é possível que ocorra poliespermia mas apenas um núcleo masculino se junta ao feminino, os demais degeneram, isso é chamado de cariogamia. Além disso, ocorre a fusão dos pró-núcleos antes da clivagem. Neste caso as fêmeas que determinam o sexo e o aparelho copulador é o falo (algumas aves não o tem, logo, a transferência do sêmen ocorre pela união das cloacas).
Fases do desenvolvimento animal: são 4: 1-clivagem (proliferação das células), 2-gatrulação (diferenciação das células), 3-organogenese (formação dos órgãos) e 4-crescimento .
1-Clivagem: são sucessivas divisões mitóticas com o intuito de aumentar o numero de células para formar tecidos e órgãos. Até então a zona pelúcida ainda envolve o zigoto, por isso conforme as mitoses vão ocorrendo é necessário que as células diminuam de tamanho para que possam continuar ocupando o mesmo espaço. De acordo com a quantidade de vitelo podemos dividir a clivagem em dois grupos: Holoblásticas ou total, na qual todo o zigoto se divide, e ocorre nos oligolécitos, mamíferos (holoblástica igual – com células que se dividem ao mesmo tempo, tendo portanto, o mesmo tamanho) e nos heterolécitos, anfíbios (holoblástica desigual – com células que se dividem em momentos diferentes, apresentando portanto, tamanhos diferentes). E temos a meroblástica na qual apenas parte do zigoto se divide e ocorre nos telolécitos (aves, repteis e peixes). 
 Total igual: cada célula formada a partir da mitose vai se chamar blastômero, então formam-se 2 blastômeros, depois 4, 8 e 16, a partir dai temos a chamada mórula com +/-16 células. Depois segue um processo de compactação que é quando os blastômeros externos da mórula se tornam mais adesivos, delimitando os blastômeros internos. Essa mórula vai percorrendo a tuba e se aproximando do útero, quando chega perto dele e começa a acumular um liquido proveniente da cavidade uterina na região chamada de blastocele, ai a mórula passa a se chamar blastocisto. Este blastocisto vai ter seus blastômeros divididos em duas massas celulares, a interna com os blastômeros normais, e a externa com os blastômeros compactados. 
Depois de algum tempo, por volta do 6 dia o blastocisto vai cair no útero e ficar vagando por mais ou menos um dia para perder sua zona pelúcida, e a partir dai ele começa a aumentar de tamanho pois não tem mais nada que o delimite. Totalizando 7 dias de duração da clivagem. Em alguns animais temos um fenômeno chamado de Embryonic Diapouse, no qual o blastocisto pode paralisar seu crescimento e voltar quando as condições forem mais favoráveis para o filhote, nos cangurus isso pode durar até um ano e nos ratos até 10 dias. 
Meroblástica: neste apenas a parte animal do zigoto se divide, a parte vegetal que corresponde ao vitelo não se divide. No local onde as células começam a se dividir,no polo animal, temos a formação da blastoderme. As células do centro da blastoderme ficam completamente separadas umas das outras e formam a área pelúcida, já as da periferia ficam bem próximas e são continuas com o polo vegetal, para que este não deixe de ser uma célula, formando a área opaca. Entre a área pelúcida e o polo vegetal temos um espaço chamado de subgerminal. A clivagem das aves vai durar cerca de 24hrs porque é nesse período que ela coloca o ovo composto por polo vegetal, espaço subgerminal, área pelúcida e área opaca. Então, quando a ave põe o ovo o processo de clivagem já está finalizado, mas só ocorre o desenvolvimento se houver choco. 
 
2-Blastulação: em aves esta fase é bem diferenciada da anterior, enquanto que nos mamíferos não há bem uma divisão. A blastulação ocorre após a clivagem ter dado origem a 128 células nas aves, já nos mamíferos é após 16° dia, e consiste na formação do blastocisto. Nas aves e répteis a blastulação ocorre junto com a gastrulação e depende do choco.
3-Gastrulação: é onde as células vão se diferenciar em tecidos, dando origem a três folhetos no embrião: ectoderma, mesoderma e endoderma, e são eles que vão dar origem a todos os tecidos, órgão e sistemas. Na gastrulação temos 5 movimentos que se diferenciam nas diferentes espécies.
Epibolia: as células tornam-se achatadas, devido ao encurtamento do eixo apico-basal, aumentando a largura, consequentemente o espaço ocupado por elas, sem que haja replicação celular. 
Extensão convergente: as células antes estratificadas começam a formar um epitélio simples aumentando também o espaço ocupado por elas. 
Invaginação ou embolia: as células fazem um dobramento para dentro de um conjunto de células.
Ingressão ou delaminação: algumas células mudam de forma, se desprendem do tecido e migram para dar origem a outro tecido. 
Involução: uma camada de células dobra sobre si mesma e forma uma segunda camada que cresce em sentido contrário a anterior.
Aves e répteis: este processo ocorre nas primeiras horas de incubação com uma temperatura ideal de 37,5 °C. Na blastoderme observamos uma região anterior e uma posterior, nessa ultima forma-se um conjunto de células chamadas de crescente de Koller que vão crescer em direção a região anterior no meio do espaço subgerminal. Este movimento caracteriza uma extensão convergente. Essas células que migraram e se depositaram no espaço subgerminal vão formar o hipoblasto secundário, dividindo o espaço subgerminal em dois. 
Ao mesmo tempo, a área pelúcida da blastoderme passa a se chamar epiblasto, e este vai sofrer delaminação, formando um epitélio abaixo chamado de hipoblasto primário, que se junta ao hipoblasto secundário formando o hipoblasto.
Entre o hipoblasto e epiblasto temos um espaço chamado blastocele, uma região cheia de liquido. A partir da formação deste dois blastos temos a chamada blastulação nas aves, por isso se diz que ambos os processos ocorrem juntos. A cavidade subgerminal continua existindo entre o hipoblasto e o polo vegetal. 
 
A partir daqui é igual ao dos mamíferos: O epiblasto mais o hipoblasto formam o disco bilaminar que vai virar trilaminar caracterizando a gastrulação. Ai as células vão sofrer epibolia seguida de uma embolia que ocorre no meio do epiblasto formando uma linha primitiva que o divide em anterior, posterior, direito e esquerdo. 
Em seguida as células do epiblasto vão se soltar pela linha primitiva formando um tecido que vai ocupar a blastocele, formando a mesoderma. Algumas dessas células que se soltaram vão se inserir no hipoblasto formando o endoderma. Ai o epiblasto que continua acima passa a se chamar ectoderma. 
O mesoderma preenche quase todo o espaço entre o endoderma e o ectoderma, apenas três espaços não são preenchidos e o disco se mantém bilaminar: pró-âmnio que vai formar a boca, placa cloacal que vai formar o ânus e notocorda onde fica a coluna. No fim da gastrulação a linha primitiva desaparece.
 
Mamiferos: antes da gastrulação ocorrer temos a preparação: o blastocisto vai se aderir ao endométrio do útero após perder sua zona pelúcida. Ele se prende através do polo embrionário onde se localiza a massa celular interna, que também pode ser chamada de embrioblasto pois é ela que vai dar origem ao embrião. Já a massa celular externa pode ser chamada de trofoblasto pois vai dar origem a placenta. O embrião vai entrar totalmente no endométrio do útero por volta da 2° semana, processo este chamado de nidação e é facilitado pelo trofoblasto que degrada o endométrio para a entrada do embrião. 
 A-embrioblasto; B-trofoblasto; C-blastocele 
O embrioblasto vai formar uma camada de células abaixo dele chamada de hipoblasto fazendo com que surja uma cavidade no meio do embrioblasto chamada de amniótica, onde se tem o liquido amniótico. Assim o embrioblasto passa a ficar separado em dois, o epiblasto (acima do hipoblasto, envolvendo o amnion) e o âmnion.
Assim, o epiblasto mais o hipoblasto vão formar o disco bilaminar nos mamíferos. Esse hipoblasto vai crescer e envolver a blastocele formando o saco vitelínico. Esse conjunto de células vai receber o nome de membrana exocelômica. Todo esse processo ocorre até a segunda semana de gestação e a partir dai começa o processo real de gastrulação que é igual ao das aves. Ocorre formação da linha primitiva no meio do disco bilaminar, com formação da mesoderma e consequentemente do disco trilaminar. As regiões não preenchidas pelo mesoderma são: placa pré-cordal que dará origem a boca, notocorda que dará origem ao ânus, e membrana cloacal que dará origem a coluna.

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