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prova 1 de Modelos e Paradigmas- O crescimento das cortes constitucionais no contexto do constitucionalismo moderno e a judicialização da megapolítica

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Universidade de Brasília
Faculdade de Direito
Discente: Dara Aldeny Lima Alves
Matrícula: 16/0117372
Turma: A
PROVA 1
O crescimento das cortes constitucionais no contexto do constitucionalismo moderno pode estar ligado à percepção de que delegar certas questões ao Judiciário pode facilitar o alcance de determinados objetivos políticos e até mesmo daqueles voltados à realização pessoal. Isso pode se dar pela redução de responsabilidades e eliminação de riscos advindos, por exemplo, de decisões impopulares. Uma vez que o Judiciário é visto como imparcial e efetivo, as decisões tomadas pelos tribunais ou cortes são mais facilmente aceitas.
Em um Estado Democrático de Direito os poderes são divididos e os órgãos dotados de autonomia, sendo que até o Estado deve estar submetido à jurisdição para que não tenha apenas prerrogativas, mas também obrigações para com a sociedade, podendo ser cobrado e tendo seu poder limitado para garantir os direitos individuais. Dessa forma, o Judiciário possui condições favoráveis para se afirmar e assumir um maior controle das decisões e questões políticas. É em meio a isso que a judicialização da politica se desenvolve, sendo que dentro dela está a judicialização da megapolítica, esta segunda trata de questões que podem definir ou até separar comunidades. 
As supremas cortes estão sendo utilizadas para preservar e defender a hegemonia das elites e seus interesses; os grupos dominantes veem seus interesses questionados nas arenas divisórias majoritárias, então optam por delegar responsabilidades às cortes que são contramajoritárias, ou seja, a defesa dos interesses hegemônicos é que impulsiona a judicialização da megapolítica, pois o judiciário acaba participando da defesa desses interesses.
Uma constituição deve ser criada em momentos de estabilidade política e sua manutenção também depende dessa estabilidade, a exemplo da ditadura militar brasileira, período em que a Constituição então vigente era constantemente modificada e desrespeitada. Ao terem seus interesses questionados e não garantidos, os grupos dominantes podem provocar desestabilidade política, desta forma, a judicialização da megapolítica poderia ser vista como uma forma de impedir essa desestabilização e preservar a democracia e a integridade constitucional. Em relação à judicialização política norte-americana, pode-se compará-la com o que se dá em alguns outros países, pois no contexto da América do Norte está presente a judicialização das identidades coletivas e o mesmo pode ser percebido, por exemplo, em Israel, cuja Corte teve que decidir sobre quem poderia ser considerado judeu.
O Poder Judiciário da Colômbia tem à sua frente o Supremo Tribunal, sendo que as competências são divididas em três câmaras, no entanto, possui um tribunal voltado exclusivamente à defesa e manutenção da Constituição. Em 1810 foi firmada a ata de independência colombiana e por meio dela se pretendeu criar uma constituição independente. O Congresso de Angostura definiu legalmente os princípios que levaram à República de Colômbia, sendo eles o centralismo, presidencialismo, união dos territórios do vice-reinado e emancipação em relação aos exércitos espanhóis. 
Em 1819 criou-se uma Constituição provisória, sendo que a “definitiva” só foi aprovada em 1821 e havia o pensamento de que ela não devia ser reformada em menos de dez anos. Contudo, todas as constituições colombianas e suas respectivas reformas foram escritas em momentos de instabilidade política, num contexto de diferentes guerras, deste modo, o foco delas era a adequação às mudanças sociais e a tentativa de pacificar o país. Já no século XX, foram realizadas diversas reformas na Constituição de 1886, o que indica uma fraqueza das instituições políticas e até mesmo a ineficiência estatal para a manutenção das leis colombianas.
Pode-se pensar que a Colômbia não lidou bem com suas crises politicas, pois em todas elas viu a necessidade de reformar a Constituição, o que ocorreu muitas vezes. Somente durante o governo de Gaviria é que os país esteve em um contexto propício para a convocação de uma nova Assembleia Constituinte, a partir daí o texto constitucional foi inteiramente reformado e outra Constituição proclamada em 1991.
A Constituição Colombiana contribuiu para um processo de expansão democrática e amparo à integração das minorias marginalizadas, sua ação marca uma maior defesa das minorias e de seus direitos fundamentais. A CF de 1991 ativou diretamente o poder constituinte, reestruturando a ordem política e definindo um Estado plural e democrático, o que permitiu a expansão da participação política; além disso, apresenta diferentes meios de participação popular na política como iniciativa popular, referendo, revogação de mandato e recall. As instituições colombianas funcionam, porém, apesar de também adotar o sistema de separação de poderes em Executivo, Legislativo e Judiciário, não se percebe tanta força em cada um desses poderes; diferente do que ocorre na América do Norte, o Judiciário Colombiano não possui tanto poder, uma vez que diversas vezes falhou na manutenção das leis e da própria Constituição Federal, pois para enfrentar as diversas crises politicas que marcam sua história, a Colômbia sempre viu como principal alternativa as modificações no texto constitucional.

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