Buscar

Resenha- Marilena Chauí Convite à filosofia

Prévia do material em texto

Universidade de Brasília
Discente: Dara Aldeny Lima Alves
Matrícula: 16/ 0117372
Turma: C
Resenha:
Chauí, M. (2008). Convite à filosofia. (13º ed.). São Paulo: Ática.
Chauí inicia a unidade contrapondo ideias do senso comum às afirmações com fundamentação científica; ao observar as chamadas “certezas cotidianas” apresentadas pela autora, pode-se notar que elas são majoritariamente deduções baseadas em observações superficiais, no que de pronto se “revela aos olhos”, ou seja, normalmente não há no conhecimento de senso comum o costume de buscar compreender ou dar uma resposta à determinada situação, fato ou condição por meio de uma análise mais profunda, da descoberta e compreensão de elementos mais latentes, que não são percebidos à primeira vista. Isto é, o senso comum, normalmente, fornece o que seriam respostas “óbvias”, orienta-se pelas primeiras aparências; parafraseando o exemplo utilizado pela autora para exemplificar, “se vemos o Sol pequeno no céu, então ele é menor que a Terra”; no entanto, sabe-se que nem sempre a resposta que parece óbvia é a resposta correta.
Segundo a autora, o senso comum tem como características a subjetividade, pois ele sempre carrega opiniões e sentimentos próprios de um individuo ou grupo; qualitatividade, pois valores são atribuídos às coisas como, por exemplo, bom ou ruim, feio ou bonito; heterogeneidade, ou seja, existem saberes e certezas diferentes para fatos e coisas diferentes; individualização, devido à condição de qualitativos e heterogêneos dos saberes cotidianos, as coisas e fatos são entendidas como portadoras de autonomia e individualidade; generalização, no sentido oposto da individualização, dentro do senso comum também costuma-se reunir, dentro de um grupo genérico, todos os elementos considerados semelhantes, essa característica favorece o estabelecimento de relações de causa a consequência entre fatos e coisas; o senso comum costuma idealizar o conhecimento científico, há uma superestimação da ciência, um vez que ela não é completamente compreendida pelos “não cientistas”, acaba-se atribuindo à ela um caráter fantástico (CHAUÍ, 2008).
Depreende-se do texto que de forma contrária ao senso comum, o conhecimento científico é objetivo, homogêneo, quantitativo, mas também é generalizador e estabelece relações de causa e efeitos, no entanto, somente após análises, testes e investigações. Também ao contrario do senso comum, a ciência busca romper com qualquer ideia de fantástico, sobrenatural e misterioso, a atitude cientifica se empenha a desvelar o mundo, compreendê-lo e explica-lo para todos, quebrando com a crença de fenômenos incompreensíveis e inexplicáveis (CHAUÍ, 2008).
O senso comum é construído por impressões, aparências, preconceitos, costumes e, comumente, não se renova, não se altera, vai sendo transmitido entre gerações de forma estática, independente das transformações do mundo e novas descobertas. O conhecimento científico, por sua vez, sempre se renova, a ciência se desenvolve por meio de rupturas, de quebras de paradigmas, está constantemente buscando novas resposta, sendo que isso se dá por meio de longos períodos de observação, testes, investigações e pesquisas., pode-se dizer que enquanto o senso comum se estagna no tempo, a ciência acompanha a evolução humana (CHAUÍ, 2008).
É certo que o conhecimento científico e seus constantes avanços fornecem à sociedade muitas respostas e soluções para fatos e problemas que o senso comum não consegue solucionar, também não há duvidas quanto à maior confiabilidade transmitida pela ciência devido às sistemáticas investigações e respectivas comprovações. No entanto, o saber popular também sempre foi de grande utilidade e, por vezes e para muitos, mais eficaz que o saber cientifico, principalmente pelo fato incontestável de que a ciência não é acessível a todos, seja pela linguagem técnica que dificulta a compreensão por boa parte dos indivíduos, seja porque seus “frutos” realmente não chegam a todos os grupos e comunidades. Nessas situações, são as certezas cotidianas, os costumes, as crendices e improvisações do povo que oferecem uma resposta ou solução, mesmo que temporárias ou arriscadas, para situações que a ciência não consegue abarcar, não por não ser capaz, mas por não estar ao alcance de todos os que precisam de respostas.

Continue navegando