Buscar

Ironia nas tiras.. Profletras Editora UFS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Leitura! Argumentaçõo
no ensino de Língua Portuguesa
Mariléia Silva dos Reis 
Márcia Regina Curado Pereira Mariano 
Derli Machado de Oliveira
Orgs.l
*
Editora UFS
FICH A CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
Leitura e argum entação no ensino de Língua Portuguesa / Organizadores: 
M ariléia Silva dos Reis, M árcia Regina Curado Pereira M ariano e 
Derli M achado de Oliveira - São Cristóvão : Editora UFS, 2015.
162 p.
L533 ISBN 978-85-7822-513-1 
1. Língua portuguesa - Estudo e ensino. 2. Leitura. 3. I. Reis, M ariléia Silva. 
II. Mariano, M árcia Regina Curado Pereira. III. Oliveira, Derli Machado.
CDU 811.134.3(81)
SUMÁRIO
Apresentação 8
Da linguística imanente à linguística do discurso: em busca dos ‘fundadores
de discursividade’
Maria Emília de Rodat de Aguiar Barreto Barros 14
Argumentação no livro didático: análise de um capítulo de Cereja e
Magalhães
Márcia Regina Curado Pereira Mariano 40
A ironia e a não coincidência do dizer nas tiras em quadrinhos
José Ricardo Carvalho 52
Letramento visual: caminhos teóricos e práticos para a análise de imagens
Cynthia Carlla de Alm eida Andrade
D erli Machado de Oliveira,
José Teixeira Neto
Sandra Virgínia Correia de Andrade Santos 66
Monotongação e ensino: estudo de caso em Itabaiana
José Humberto dos Santos Santana
M ariléia Silva dos Reis 84
Produção de textos no ensino fundamental: referenciação em
multimodalidade
G ilvan da Costa Santana 100
Temas Transversais e TIC: um caminho para a argumentação
Edineide Santana Cardoso da Silva 112
A IRONIA E A NÃO-COINCIDÊNCIA D O DIZER NAS TIRAS 
EM QUADRINHOS
JOSÉ RICARDO CARVALHO
Tomando como referência o estudo de Bakhtin (1995), divulgado 
no livro "Marxismo e Filosofia da Linguagem”, identificamos nas tiras 
de ^ u in o o recurso da menção como fonte do discurso citado. Isto 
significa dizer que todo enunciado é assimilado por outro locutor sob 
um novo prisma. A partir desta configuração enunciativa constatam os 
que todo dizer carrega referências e células de sentidos de outros dis­
cursos. Este processo constitutivo da linguagem é aprofundado com os 
estudos de Jaqueline Authier-Revuz (1990), conferindo o conceito de 
heterogeneidade m ostrada m arcada (discurso direto, discurso indire­
to, itálico, negação, paráfrase, negrito) jun tam ente com a heterogenei­
dade não-m arcada (discurso indireto livre, ironia, paródia, provérbio, 
imitação, pastiche). Tais fenôm enos discursivos revelam processos de 
derivação, não responsabilizando o locutor pelo que está sendo dito. 
Em sua abordagem, pode ocorrer na não coincidência interlocutiva 
e não coincidência com o próprio discurso. Esta form a de realização 
discursiva m etaenunciativa lança proposições irônicas. Sendo assim, 
pretendem os sinalizar aspectos m etaenunciativos expressos pelos per­
sonagens das tiras em quadrinhos, buscando com preender a produção 
da ironia com base no suporte teórico referido.
A noção de ironia como figura de linguagem é vista como recurso 
retórico que promove um dito inverso ao afirmado em um enunciado. 
Esta posição tem sido questionada por estudos linguísticos que tomam 
o funcionamento da linguagem para investigar a organização da ironia. 
De acordo com Sperber e W ilson (2001), a noção tradicional de ironia 
não consegue explicar determinados fenômenos de uso da linguagem 
no processo interacional. A abordagem clássica apresenta problemas 
quando localiza a presença de elementos contraditórios como fonte do 
discurso irônico, adotando, assim, a noção de sentido figurado e sentido 
literal como pontos divergentes na constituição da ironia. Na aborda­
gem destes autores, a compreensão da ironia genuína envolve a ridicu­
larização de um a opinião de um terceiro ou de um interlocutor a quem
o falante faz eco. Para comprovar a falta de consistência da noção de 
ironia clássica, Sperber e W ilson (2001) relatam o caso de um motorista 
excessivamente cauteloso diante da estrada. Seu amigo, que o acom­
panhava em uma viagem, de repente vê uma ciclista em um a distância 
considerável e enuncia: "Vem aí qualquer coisa”, referindo-se a um ci­
clista que se encontrava bem distante. Observa-se que o ato de ironia 
não consiste em dizer o contrário, mas em fazer eco a um a determinada 
atitude expressa pelo amigo.
digo (vem aí qualquer coisa) em tom de censura. Nessas circuns­
tâncias, esse comentário pode bem ser irônico. Estou a fazer eco do 
tipo de opinião que o meu amigo está. No momento em que o meu 
amigo entra na estrada principal, eu constantemente a exprimir, 
mas em circunstancia que a tornam claramente ridícula. Assim a 
única coisa necessária para tornar (vem aí qualquer coisa) irônica 
é um elemento ecóico e uma atitude de troça ou de censura que lhe 
é associada. (SPERBER& WILSON, 2001, p.354)
Como se observa, a ironia pode ir além de dizer ao contrário. Para 
explicitar m elhor essa tese, Sperber e W ilson (1978) dem onstram que 
a ironia é resultado do processo de menção, ou seja, toma-se um frag­
m ento do discurso para realizar um com entário sobre ele. A menção 
é um recurso para fazer um enunciado ser dobrado e logo em seguida 
ser com entado com um acento apreciativo. Estes autores, então, cha­
mam atenção para a diferença entre "menção” e "emprego”. A noção 
de emprego corresponde a um a atividade linguística voltada para a 
representação de um elemento externo fora do discurso ao qual se faz 
referência. Já noção de menção funciona como um eco de um enun­
ciado, expressão ou palavra da qual se realiza um comentário, estabe­
lecendo um acento de apreciação. Neste processo, há a manifestação 
de um discurso que o falante não assimila como seu, m ostrando certo 
distanciam ento entre dois pontos de v ista que assumem divergências. 
Koch (1996) sintetiza a relação de ironia e menção proposta de Sperber 
e W ilson da seguinte forma:
Segundo Sperber e Wilson (1978), as ironias podem ser descritas 
como menções, geralmente implícitas, de proposição, interpretadas 
como eco de um enunciado ou de um pensamento cuja falta de per­
tinência ou inexatidão o locutor pretende sublinhar. Normalmente,
53 
A 
ironia e a não-coincidência do dizer nas tiras em 
quadrinhos
54 
Leitura e Argumentação no ensino de Língua Portuguesa
as ironias têm um alvo determinado: quando se trata de um eco dis­
tante e vago elas não visam um alvo determinado; quando, porém, o 
eco é próximo e precisável, o alvo são as pessoas às quais elas fazem 
eco. Se o locutor faz eco a si mesmo, tem-se a auto-ironia; se faz 
eco destinatário, tem-se o sarcasmo. (KOCH, 1996, p.154)
Como vemos, o processo de produção do humor, pela via da iro­
nia, consiste em um processo de menção para realização de atividades 
m etaenunciativas. A fala dos personagens dos quadrinhos, organizada 
pelo quadrinhista, é organizada por com entários de um discurso sobre 
outro, form ulando ditos irônicos.
Neste estudo, analisamos os processos que envolvem a produção 
do efeito risível pela via das ironias lançadas pelos personagens das 
tiras em quadrinhos da série Mafalda. Para sustentar as indagações, 
partim os do pressuposto que a ironia decorre de um processo metae- 
nuciativo em que um personagem ao realizar um ato de fala expõe um 
acento de apreciação negativo sobre um a enunciação. Isto é, a ava­
liação de células do discurso pronunciado não é de todo de responsa­
bilidade do locutor, visto que este faz menção a um discurso alheio, 
explicitando por meio de m arcas linguísticas a não adesão ao conteúdo 
ou ponto de vista apresentado. Para realizar esta atividade existem 
algumas m anobras discursivas que dem onstram o não com prom eti­
m ento sobre o que está sendo dito, projetando na enunciação formas 
implícitas no plano do discurso que expressam atos de ironia.
Aproveitando-se de marcas gráficas, daexpressão facial dos perso­
nagens e de jogos de linguagem, o quadrinhista coloca em confronto o 
discurso de um personagem e o discurso alheio a ser criticado por meio 
de menções. Para com preender os mecanismos constitutivos das form u­
lações irônicas presentes nos enunciados produzidos pelos personagens, 
levamos em conta os processos autonímicos, isto é, a propriedade da lin­
guagem se dobrar sobre si mesma. guando alguém pergunta em forma 
de adivinha "o que é que existe no meio da rua?” dando como resposta 
a letra ‘u ’, o sujeito não se remete ao objeto existente no mundo, mas 
à metalinguagem utilizada para falar do mundo. Com isso, se faz uma 
menção a um termo presente na linguagem. Se alguém pergunta:
"você fala francês?” e outro responde: "sim, francês”, dizemos que o su­
jeito utilizou a menção como forma de atuar no plano metaenunciativo1.
Observam os que as aspas desem penham um papel im portante no 
modo de m arcar o discurso do outro com diferentes funções no plano 
enunciativo. Ao descrever os estudos de Authier, foi sintetizado por 
Koch (1997, p. 53-54) um conjunto de funções das aspas:
I - asp as de d ife re n c ia ç ã o (para m ostrar que nos 
distinguim os daquele(s) que usa(m) a palavra, que so­
mos "irredutíveis” às palavras mencionadas);
II- a sp as de c o n d e sc en d ên c ia (para assinalar um a 
palavra que se incorpora ‘paternalisticam ente’, para 
saber o que o in terlocutor faria assim;
III- asp as pedagóg icas: (no discurso de vulgarização 
científica, que assinalam, frequentem ente, o uso de 
term os ou expressões vulgares, como um passo in ter­
mediário para perm itir o emprego posterior da pala­
vra "verdadeira”, "correta” à qual o locutor adere);
IV- asp as de p ro teção : para m ostrar que palavras ou 
expressões usadas não são plenam ente apropriadas, 
que estão sendo em pregadas no lugar de outras, cons­
tituindo, m uitas vezes, m etáforas banais;
V - a sp as de ê n fase o u in s is tê n c ia
VI - aspas de q u es tio n am en to ofensivo ou irôn ico 
(quanto a propriedade da palavra ou expressão empre­
gada pelo interlocutor por prudência ou por imposição 
a situação.)
É a partir do entendim ento de que todo dizer é atravessado por 
um a cadeia discursiva capaz de viabilizar a inserção de um processo de 
com preensão ativa2 que Bakhtin sustenta a noção de dialogismo como
1 "Os analistas de discurso cham am de m etaenunciação ao processo pelo qual os locutores 
‘com entam ’ aquilo mesmo que dizem. Tais enunciações têm função de m arcar ‘não coin­
cidências’ seja entre locutores (dois locutores não em pregariam as mesm as palavras), seja 
entre discursos (já que o discurso pode ser afetado por outro), seja entre as palavras e as 
coisas (as palavras seriam ‘incapazes’ de nom ear de form a transparente), seja das palavras 
consigo mesm as (as palavras podem ter mais de um sentido)” (POSSENTI, 2002, p.82)
2 Para Bakthin com preensão significa um a form a de diálogo onde se opõe a palavra do 
locutor a um a contrapalavra.
55 
A 
ironia e a não-coincidência do dizer nas tiras em 
quadrinhos
56 
Leitura e Argumentação no ensino de Língua Portuguesa
modo constitutivo de funcionam ento da linguagem. Para agir sobre 
um enunciado, torna-se necessário desdobrar as palavras a um já dito, 
confrontá-las com outros dizeres, pensá-las sobre diversas perspecti­
vas de form a apreciativa, instaurando, assim, um a contrapalavra como 
diria Bakhtin(1995). Isto significa dizer que o processo de com preen­
são vai além do entendim ento de palavras soltas ou sentenças isoladas, 
necessita-se rem eter às m anifestações do discurso de outrem inserido 
em um novo discurso. Sintaticam ente, a configuração deste fenômeno 
(discurso relatado) pode ser expressa por meio do discurso direto, in­
direto e indireto livre. Contudo, não são som ente as marcas sintáticas 
os elem entos que identificam a fronteira entre dois discursos. A com­
posição de discursos se configura, também, na relação entre as m arcas 
de subjetividade e sua relação com a exterioridade.
Neste contexto, todo dizer pressupõe a presença do outro que con­
fere um a instância de alteridade a definir os papéis a serem cum pridos 
no plano enunciativo. O ato de proferir um enunciado de form a ne­
gativa conota em sua prem issa a presença de outro, em bora não pre­
sente, assumindo um a perspectiva positiva ao mesmo dizer. Vale dizer 
que no processo de citação a heterogeneidade discursiva se m anifesta 
a sua últim a potência.
Com preendem os que há m uitos desafios para explicitar os proces­
sos constitutivos da ironia em um a perspectiva enunciativa. No campo 
do gênero ‘tira em quadrinhos’, cada hum orista com bina diferentes 
recursos para prom over a ironia e o efeito risível. Observamos nas 
tiras de ^ u in o a contraposição de dois ou m ais discursos de form a a 
ridicularizar um a das partes.
Destaca-se, neste contexto, a produção de argum entos dos persona­
gens que retomam o discurso do outro com um acento apreciativo ne­
gativo. Sendo assim, a base da ironia consiste na menção a um discurso 
alheio de forma a estabelecer um juízo depreciativo ou questionador em 
relação a um a atitude ou posicionamento discursivo. Tomando como 
referência o estudo de Bakhtin (1995), divulgado no livro "Marxismo e 
Filosofia da Linguagem”, identificamos nas tiras de ^u in o o recurso da 
menção como uma atividade decorrente do discurso citado. Isto signi­
fica dizer que todo enunciado é assimilado por outro enunciador com 
um novo acento apreciativo. A partir desta configuração enunciativa, 
é possível constatar que todo discurso é heterogêneo, isto é, todo dizer 
carrega referências e células de sentidos de outros discursos.
Este processo constitutivo da linguagem é aprofundado com os estu­
dos de Jaqueline Authier-Revuz (1990) que elabora o conceito de hetero­
geneidade m ostrada (marcada e não marcada) no discurso. A heteroge­
neidade mostrada revela um a não coincidência do discurso como fonte 
com o discurso derivado, não responsabilizando o locutor do segundo 
discurso pelo que está sendo dito. Em sua abordagem, pode ocorrer não 
coincidência interlocutiva e não coincidência com o próprio discurso. 
Esta forma de realização discursiva m etaenunciativa é realizada pelos 
personagens quando lançam proposições irônicas. Sendo assim, preten­
demos sinalizar os aspectos dos processos m etaenunciativos encontra­
dos nas tiras em quadrinhos que geram a produção de ironia.
O discurso citado e a heterogeneidade
Sobre o recorte das enunciações, retomamos os estudos de Bakh­
tin (1995) que chamam atenção para o fenômeno do discurso citado3. 
Uma parte de um a enunciação pode ser retomada fora de seu contexto 
de origem, sendo assimilada por outra enunciação. Isto pode acontecer, 
graças à mobilidade das fronteiras e à autonom ia relativa das enuncia­
ções, permitindo, assim, a inclusão de parte de um a situação enunciativa 
em outro discurso. Essa elaboração, entretanto, exige que o falante, ao 
retom ar a enunciação de outro, venha a fazer reformulações no plano de 
sua composição sintática e estilística, de modo que a palavra e os senti­
dos de um a determinada situação enunciativa sejam resgatados em seu 
discurso. A partir da configuração enunciativa proposta por Bakhtin, foi 
possível constatar que todo discurso é heterogêneo, isto é, toda enun­
ciação carrega referências e células de sentidos de outros discursos. Não 
é possível significar sem retom ar significações da palavra de outrem.
3 "O processo de citação de um enunciado dentro de outro, conform e as relações estabe­
lecidas entre discurso citante e discurso citado, pode se dar através da realização de três 
estratégias diferentes: como discurso direto (DD) que preserva a independência do dis­
curso citado em relação ao citante; como discurso indireto (DI) que subordina o discursocitado ao ato de enunciação do discurso citante e, finalmente, como discurso indireto livre 
(DIL) que é mais restrito ao campo literário e vale-se dos dois anteriores para um tipo de 
enunciação específico (...) Segundo M aingueneau, enquanto no DD tem-se a crença de 
que há repetição das palavras de um outro ato de enunciação, dissociando, portanto, dois 
atos de enunciação, no DI só há citação do sentido, constituindo-se, assim, em tradução 
de um a enunciação citada” (FLORES, 1999, p. 144/145).
57 
A 
ironia e a não-coincidência do dizer nas tiras em 
quadrinhos
58 
Leitura e Argumentação no ensino de Língua Portuguesa
Este processo dialógico pode ser notado por meio da heterogeneidade 
de nossa fala. Todas as vezes que nos referimos a algo, trazemos de al­
guma forma o discurso de outrem. Na maior parte das vezes, quando 
isto acontece, deixamos marcas na superfície do texto que podem ser 
identificadas em um processo de análise. Este processo constitutivo da 
linguagem é aprofundado com os estudos de Jaqueline Authier-Revuz 
(1990), conferindo o conceito de heterogeneidade constitutiva, presença 
do outro não localizada na superfície do discurso, mas percebida no in- 
terdiscurso (Além da formulação teórica de heterogeneidade constituti­
va, a autora descreve a presença do outro na cadeia discursiva por meio 
da noção de heterogeneidade m ostrada (marcada e não marcada).
São formas de heterogeneidade mostrada marcada: discurso direto, 
discurso indireto, negação, paráfrase, e as formas de conotação autoními- 
ca, isto é, as aspas, o itálico, as entonações e as glosas. Considera-se que 
as conotações autonímicas são inscritas no fio contínuo do discurso sem 
uma marca de interrupção. Se substituíssemos as aspas, por exemplo, por 
outras palavras, teríamos "como diria y” ou "ele diria x”, confirmando a 
não assimilação sobre o que está sendo afirmado. Em outras palavras, o 
locutor assume um afastamento sobre o que é dito, assumindo uma pos­
tura de juiz sobre as formulações enunciadas no momento em que são 
pronunciadas. Diante deste fato, Maingueneau e Charaudeau (2004, p. 
326-327) demonstram que o metadiscurso desempenha diferentes funções 
no plano das interações com distintas modalizações autonímicas.
(1)auto-corrigir-se ("eu deveria ter dito...” "mais exatamente”), ou 
corrigir o outro ("você quer dizer, na realidade, que ...”); (2 ) marcar 
a inadequação de certas palavras (“se se pode dizer”, “por assim 
dizer”...); (3) eliminar antecipadamente um erro de interpretação 
("no sentido exato”, "metaforicamente”, "em todos os sentidos da 
palavra”...); (4) desculpar-se ("desculpe-me a expressão”, "se eu 
posso me permitir”...); (5) reformular o propósito (“dito de outra 
forma”, “em outras palavras”...) etc.
Com procedim entos m etadiscursivos, notam os a presença de mo- 
dalizadores que revelam opinião e posicionam ento do falante diante 
da produção de um enunciado. A retom ada do discurso de um ou­
trem revela, em m uitos m omentos, a não coincidência do dizer nas 
seguintes instâncias: a) entre enunciador e coenunciador; b) entre dis­
curso proferido e a fonte de referência; c) entre o emprego das pala­
vras diante de um referente; d) polissemia e ambiguidade do próprio
sistem a linguístico. Este fato decorre da heterogeneidade de sentidos 
das palavras e dos variados posicionam entos discursivos sobre dados 
em busca de interpretação. Vejamos como tal fato ocorre na tira de 
^ u in o a seguir. Reproduzimos as falas encontradas nos balões que re­
presentam o diálogo entre a personagem Susanita e Mafalda em um a 
tira publicada por ^u ino . Observarem os a m udança de tipo de letras 
colocada nos balões e o deslocamento enunciativo representado pelo 
transform ação gráfica.
Q U A D R O 1 : D IÁ L O G O EN TR E S U S A N ITA E M A F A L D A
1° quadrinho 2° quadrinho 3° quadrinho 4° quadrinho
- Minha mãe 
amassa.
- Amassa só?
- Sim, amassa e 
salga a massa.
- A massa se amas­
sa na mesa.
- A massa é sã.
- Sim, essa 
massa é sã.
O bom de ir para a 
escola é que a gente 
pode ter conversas 
literárias.
(QUINO, 2007, tira 338)
Quino representa graficamente com letras diferentes (cursiva e impres­
sa) os diferentes discursos, demarcando no espaço da fala aquilo que corres­
ponde à reprodução do discurso da cartilha. No quarto quadrinho, Mafalda 
faz um comentário sobre a citação reproduzida de forma irônica, chamando 
o que disseram as duas personagens de “conversas literárias”. Desempe­
nhando a mesma função das aspas, as letras em manuscrito (itálico) assu­
mem o papel de aspas de diferenciação, atribuindo o dito a outro. Sendo as­
sim, a ironia se organiza por meio de um processo metaenunciativo em que 
o falante faz um comentário sobre um enunciado ao qual não compartilha 
de sua opinião. Uma das formas de marcar a adesão ou repulsa a um deter­
minado discurso seria o uso de modalizadores. No discurso oral poderia se 
manifestar com um “Ah!”, “Hum”, já no caso do discurso escrito as marcas 
podem aparecer por meio de aspas e itálico, entre outras formas gráficas, 
que marquem a fronteira entre um dizer e outro. No caso da tirinha, que 
acabamos de ver, o uso da mudança de letra funciona como modalizador 
para demarcar a citação e a não aderência do falante perante o enunciado 
dito. Neveu (2008) caracteriza a modalização da seguinte forma:
Operação linguística destinada a marcar o grau de adesão do sujeito 
da enunciação, tendo em vista o conteúdo dos enunciados que ele 
profere. Chamam-se modalizadores as expressões linguísticas, os 
procedimentos tipográficos, ou marcas prosódicas empregados
59 
A 
ironia e a não-coincidência do dizer nas tiras em 
quadrinhos
6o 
Leitura e Argumentação no ensino de Língua Portuguesa
para realizar essa operação. Catherine Kerbrat-Oricchioni (L’ 
Énonciation - De la subjectivé dans le langage, 1980) considera, 
dentre essas marcas, notadamente o uso de aspas enunciando 
um certo distanciamento, as expressões do tipo é [ verdadeiro, 
duvidoso, certo, incontestável...] . (NEVEU, 2008, p.205)
Como vemos, em toda formulação discursiva é possível localizar 
fragm entos em que os signos não se referem à realidade externa da 
linguagem, mas a própria linguagem que constitui os enunciados, re­
velando, assim, propriedades autoním icas de uso dos signos. Sendo 
assim, dizemos que o sujeito que produz um enunciado pode in ter­
rom per o fio de seu discurso para tecer com entários sobre algo já dito. 
Com este m ovimento o locutor estabelece processos metadiscursivos 
que conferem o atravessam ento do discurso de outrem em sua enun­
ciação. Nesta perspectiva, o falante pode trazer palavras, afirmações 
que reservam certo distanciam ento de sua posição discursiva. Tal p ro­
cedimento revela a heterogeneidade do dizer no plano discursivo.
Jaqueline Authier-Revuz (1990) fundam entou sua abordagem psi- 
canalítica lacaniana. Para ela, todo discurso é determ inado por um já 
dito de form a inconsciente. O produtor de um discurso não tem total 
controle sobre o seu dizer. Ao form ular um enunciado, os sentidos das 
palavras e das expressões são tom ados por um a significação pré-cons- 
truída. A esse fenôm eno A uthier denom ina heterogeneidade consti­
tutiva. Observa-se que todo discurso é produto de um a m em ória do 
dizer (interdiscurso). O discurso do Outro comparece nas formulações 
enunciativas do sujeito, sem que este tenha consciência. Sendo assim, 
não podem os localizar e dem onstrar na superfície do texto a fonte que 
determ ina seu dizer. A razão de seu dizer está vinculada ao processo 
de identificação com discursos produzidos no universo social. Veja­
mos a tira em que a personagem Susanita aparece em todos os balões 
sozinha, dirigindo a sua fala para Mafalda que não se encontra em 
nenhum dos quadrinhos.
Q U A D R O 2: D IÁ LO G O DE S U S A NIT A E M A F A L D A
1° quadrinho 2° quadrinho 3° quadrinho 4° q u ad rin h o
- Ficou louca, 
mafalda? Eu ter 
uma profissão?
- Eu ser engenhei­
ra, arquiteta, advo­
gada, médica? Vou 
ser mulher!
- Eu vou ser dona 
de casa e me em­
penhar nas tarefas 
domésticas! Vou 
ser mulher!
- E não uma dessa 
afeminadas que 
trabalham em coi­
sas de homens!
(QUINO, 2007, tira 338)
A manifestação da heterogeneidade no discurso de Susanita não se 
encontra m arcada de form a nítida. Podemos identificá-la pelo modo 
como ela se filia a um discurso que vê a m ulher voltada para as fun­
ções domésticas na sociedade. A personagem Susanita, ao se dirigir à 
personagem Mafalda que está ausente nas vinhetas, assume de form a 
agressiva, realizando um ato de fala que corresponde um protesto. Re­
param os que a personagem não cita palavras exatas de nenhum dis­
curso, contudo é possível observar um a linha de argum entação que 
condiz com o discurso m achista. D esta forma, a personagem Susanita, 
no jogo discursivo, defende a ideia de que a m ulher não deve ocupar 
os cargos de engenheira, arquiteta, advogada e médica, pois estes des­
caracterizam a identidade da mulher. A graça do enunciado reside na 
atitude de Susanita se exprim ir como um a m ilitante que adere a um 
posicionam ento político desfavorável à sua condição de mulher, re­
produzindo um posicionam ento tipicam ente machista.
Além da heterogeneidade constitutiva, Authier observou outra forma 
de heterogeneidade capaz de ser demonstrada na superfície textual, tra­
ta-se da heterogeneidade mostrada. De acordo com a síntese de Mussalim 
(2001, p.128) esta heterogeneidade pode se manifestar de três formas:
a) aquela em que o locutor ou usa de suas próprias palavras para 
traduzir o discurso de um Outro (discurso relatado) ou então 
recorta as palavras do Outro e as cita (discurso direto);
b) aquela em que o locutor assinala as palavras do Outro em 
seu discurso, por meio, por exemplo, de aspas, de itálico, de 
uma remissão a outro discurso, sem que o fio do discurso seja 
interrompido;
c) aquela em que a presença do Outro não é explicitamente 
mostrada na frase, mas é mostrada no espaço do implícito, do 
sugerido, como nos casos do discurso indireto livre, da antífrase, 
da ironia, da imitação, da alusão.
Para A uthier (1990), a heterogeneidade m ostrada revela um a não- 
-coincidência do discurso fonte com o discurso derivado. Todo dizer, 
ao retom ar um discurso, produz deslocamentos, favorecendo rupturas 
de sentidos. Desta m aneira, a heterogeneidade m ostrada pode se m a­
nifestar de duas formas, organizadas no quadro a seguir:
61 
A 
ironia e a não-coincidência do dizer nas tiras em 
quadrinhos
62 
Leitura e Argumentação no ensino de Língua Portuguesa
Q U A D R O 3: A H E TE R O G E N E ID A D E M O S T R A D A
MARCADA NÃO-MARCADA
Discurso direto, discurso indireto, Discurso indireto livre, ironia, paródia, pro- 
itálico, negação, paráfrase, negrito. vérbio, imitação, slogan, pastiche.
Para exemplificarmos um caso de heterogeneidade marcada, tom a­
rem os a reprodução dos enunciados inscritos em um a tira em quadri- 
nho de ^u ino .
Q U A D R O 4: A H E TE R O G E N E ID A D E M O S T R A D A - E X E M P LO
1° QUADRINHO 2° QUADRINHO 3° QUADRINHO
Figura de uma senho­
ra rezando e no alto a 
figura do nosso senhor 
com asas no céu.
Figura de um homem re­
zando e o nosso senhor 
com asas no céu.
Figura de susanita rezan­
do se dirigindo ao nosso 
senhor com asas no céu.
- O pão nosso de cada 
dia nos dai hoje...
- Perdoai as nossas ofensas, 
assim como nós perdoamos 
a quem nos tem ofendido.
- E não nos deixeis cair em 
tentação, mas livrai-nos 
do mal, não nos coloquei 
em confusões como aque­
la gordinha da padaria 
que ficou sabendo que o 
namorado também era 
namorado da prima casa­
da com o trouxa que antes 
andava com a irmã...
(QUINO, 2000, p.406).
Identificamos, nos enunciados da tira, trechos de uma oração católi­
ca O pai nosso. Evidencia-se aí a heterogeneidade m arcada no discurso 
em que se observa uma fronteira entre o discurso religioso e o discurso 
da personagem Susanita. O discurso religioso é repetido por dois perso­
nagens tal como ele é apresentado na bíblia. O mesmo discurso bíblico, 
apropriado pela personagem Susanita, assume um a panorâm ica diversa 
de sua fonte, ou seja, o locutor produz um novo sentido, convertendo a 
prece em uma fofoca. Com isso, observamos um deslocamento na for­
mulação do discurso religioso com enunciados advindos do Pai nosso, 
assinalando marcas de heterogeneidade m ostrada no discurso. A pro­
dutividade das relações constatadas está, exatamente, na tensão entre 
dois discursos que a rigor não se combinam. Isto é, ao mesmo tempo
em que Susanita se dirige a Deus por meio de um a oração reconhecida 
no espaço católico, incorpora ao texto comentários sobre a vida alheia. 
Desta maneira, o quadrinhista encena situações em que o falante não 
tem controle sobre a linguagem, projetando de alguma forma formula­
ções que advém de dois campos discursivos distintos.
A uthier (1998) aponta para um sujeito cindido, disperso e dividido 
em que a exterioridade da linguagem tem relação, justam ente, com o 
inconsciente. Com isso, o olhar dos mecanism os enunciativos de Au- 
th ier dá visibilidade aos lapsos, atos falhos e chistes que estão constan­
tem ente sendo enfocados nas tiras de humor. Ao contrário desta pes­
quisadora, o linguista Ducrot trará outra visão para retratar o sujeito 
da enunciação por meio do desdobram ento de entidades enunciativas. 
No lugar de pensar o sujeito cindido, reflete sobre a m ultiplicidade e o 
desdobram ento do ato de dizer realizado por locutores e enunciadores.
Concluímos que a ironia não é dizer o contrário do que havia sido 
dito, mas a exposição de um enunciado que assum e um a perspectiva 
de confronto com o enunciado de outro locutor, prom ovendo assim, 
com entários críticos sobre um determ inado ato enunciativo. A ironia 
pode acontecer em dois níveis nos quadrinhos. No prim eiro nível, os 
personagens no interior da enunciação agem de form a irônica diante 
de outros personagens, instalando vozes, que a serem confrontadas 
com o discurso do opositor, faz o discurso alheio se to rnar absurdo. 
Em um segundo nível, o autor que arregim enta discursos confronta 
pontos de vista incongruentes. Um dos enunciadores, colocado em ce­
na, postula um a perspectiva absurda diante da enunciação. Neste caso, 
o efeito risível não decorre de um locutor propriam ente dito, mas das 
condições em que um enunciado é proferido.
63 
A 
ironia e a não-coincidência do dizer nas tiras em 
quadrinhos
64 
Leitura e Argumentação no ensino de Língua Portuguesa
Referências bibliográficas
AUTHIER-REVUZ, Jaqueline. Palavras Incertas.- as não-coincidências do dizer. 
Campinas: UNICAMP, 1998.
__________ . Heterogeneidade(s) enunciativas. In: Caderno de Estudos Lingüísti­
cos . Campinas (19): 25-42, jul/dez., 1990.
BAKHTIN, M. M./ VOLOSHINOV, V. N. M arxismo e filosofia da linguagem .
problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. São Paulo: 
Hucitec, 1995.
__________ . Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
DUCROT, Oswald. Esboço de uma Teoria Polifônica da Enunciação. In: O Dizer e o 
D ito . Campinas: Pontes, 1987.
__________ . Dizer e Não-Dizer. princípios de semântica lingüística. São Paulo:
Cultrix, 1977.
FLORES, Valdir. Lingüística e Psicanálise: princípios de uma semântica da enun­
ciação. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1999.
MAINGUENEAU, Dominique. Novas tendências em análise de discurso . Campi­
nas: Pontes e UNICAMP, 1989.
MUSSALIM, Fernanda. Análise do Discurso. In: MUSSALIM, Fernanda (org.). Intro­
dução à lingüística . domínios e fronteiras, v.2. São Paulo: Cortez, 2001.
NEVEU, Franck. Dicionário de ciênciasda linguagem . Petrópolis, RJ: Vozes, 
2008.
POSSENTI, Sírio. Os lim ites do discurso : ensaios sobre discurso e sujeito. Curitiba: 
Edições Criar, 2002.
QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins fontes, 2000.
MAINGUENEAU, Dominique. Novas tendências em análise de discurso . Campi­
nas: Pontes e UNICAMP, 1989.
__________ .Clube da Mafalda. http://clubedamafalda.blogspot.com/2007_04_01_
archive.html. Acessado em 20 de dezembro 2007.
SPERBER, Dan; WILSON, Deirdre. Relevância : comunicação e cognição. Lisboa: 
Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.
__________ . Les ironies comme mentions. Poétique, Paris, Seuil, n. 36, p. 399-412,
1978.
O p r im e iro vo lum e de “L e itu ra e a rgum en tação no 
ens ino de L ín g u a Po rtuguesa ” reúne traba lhos em an ­
dam ento da p r im e ira tu rm a do P rog ram a de M es trado 
P ro fis s io na l em Le tras (P ro fle tras), da U n ive rs idade 
Federa l de Serg ipe, cam pus de Itaba iana . T ra ta -se de 
p ropos ições p rá ticas de ens ino de L ín g ua Portuguesa 
a a lunos do E ns ino Fundam en ta l, com pedagogias 
com pa tíve is ao m u lt i le tra m e n to que o m undo g lo b a li­
zado passou a e x ig ir dos estudantes com o adven to da 
in te rn e t d en tro e fo ra dos m u ros da escola; às m ú lt i ­
p las com pe tênc ias com un ica tiva s em am b ien te v ir tu a l 
e rea l de in te ra ção ; às d ife renças lin gu ís tica s , socia is 
e cu ltu ra is de nossa m acro rreg ião , pa ra a p rom oção e 
a in c lu são socia is; e, p o r fim , à e laboração de m a te r ia l 
d idá tico in o va do r que atende a to da essa d ivers idade. 
E é pe la le itu ra e pe la a rgum en tação que a escola asse­
gu ra aos a lunos a sua inserção soc ia l pa ra o exerc íc io
p leno de cidadania .
O rgan izadores.
n

Outros materiais