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Parasitologia I 1. Filo PLATYHELMINTHES - Classe Eucestoda Vermes achatados dorsoventralmente Possui ventosas e/ou acúleos Aparelho Circulatório e Respiratório: ausentes Aparelho Digestório: ausente Aparelho Excretor: presente Sistema Nervoso: um par de gânglios anteriores e nervos longitudinais Aparelho Sexual: maioria são monóicos → não há diferenciação sexual Reprodução: geralmente autofecundação Família Hymenolepididae Cestódeos pequenos e delgados Escólex com rostro inerme ou armado de acúleos dispostos em uma fileira Ventosas normalmente inermes Aparelho genital simples Poros genitais geralmente unilaterais com 3 grandes testículos e um ovário Parasita: adulto → Intestino delgado Aves aquáticas e terrestres Mamíferos Fase larval: cisticercoide – em insetos Gêneros� Hymenolepis carioca Hymenolepis cantaniana Hymenolepis diminuta Hymenolepis nana� a) Hymenolepis carioca e Hymenolepis cantaniana HD: galinha e peru HI: artrópodes Larva: cisticercoide Morfologia Rostro sem espinhos Aberturas genitais unilaterais Proglótides mais largas que longas b) Hymenolepis diminuta HD: roedores e ocasionalmente cães e seres humanos HI: artrópodes (pulgas, baratas…) Larva: cisticercoide Morfologia Rostro sem espinhos Aberturas genitais unilaterais c) Hymenolepis nana HD: ser humano; roedores HI: artrópodes e larvas de pulgas Larva: cisticercoide Morfologia Rostro armado Aberturas genitais unilaterais Ciclo Biológico → PPP: 16 – 30 dias 2. FILO NEMATHELMINTHES Vermes em formato de fio → corpo cilíndrico e alongado Metazoários: pluricelulares → organismo é constituído por várias células Pseudocelomados: possuem uma falsa cavidade revestida por musculatura. Nesta cavidade há o líquido pseudocelomático, onde flutuam os órgãos dos aparelhos reprodutor e digestivo. Essas estruturas ficam ligadas com a parede por feixes de fibras musculares. Revestimento externo: cutícula – bem diferente do tegumento, por isso, várias drogas contra Platyhelminthes não atingem os Nemathelminthes. Aparelho Respiratório: ausente. Função através da cutícula Aparelho Circulatório: ausente. Função através do líquido pseudocelomático Sistema Digestório: tubo digestivo completo Dioicos: sexo separados e muitas vezes com dimorfismo sexual acentuado Ciclo Monoxeno: grande maioria (apenas um hospedeiro) 2.1 Classe Nematoda Vulgarmente conhecidos como lombrigas ou vermes redondos Subclasse Secernentea Sistema excretor tubular Composto por várias ordens Subclasse Adenophorea: Sistema excretor glandular Composto por ordem Enoplida a) Habitat e Nutrição 40% parasitam vertebrados, invertebrados e/ou plantas 60% possuem vida livre, sendo em solo e água Nutrição Alguns podem se alimentar de microorganismos e substâncias nutritivas existentes na luz do intestino; outros da mucosa intestinal e sangue; e os que não possuem cápsula bucal penetram parcialmente na mucosa intestinal onde causam histólise, absorvendo substâncias liquefeitas, sangue e líquido intersticial. b) Morfologia Externa Forma: cilíndrica Região Anterior: vai da abertura da boca até a abertura do orifício excretor. Idêntica em ambos os sexo. Região Média Fêmea: estende-se do orifício excretor até o ânus Macho: estende-se do orifício excretor até a cloaca Região Posterior (caudal): após o ânus (fêmea) ou a cloaca (macho) Faces Ventral: onde se abrem o poro excretor, anal e genital Dorsal: oposta a ventral Coloração: geralmente esbranquiçada ou amarelada. Ás vezes, certas espécies, quando vivas, podem se apresentar vermelhas devido ao hábito hematofágico. Cutícula: revestimento externo. Elástica e transparente Lisa ou finamente estriada transversalmente Possui enzimas que a tornam metabolicamente ativa e capaz de crescimento Todas as formações externas existentes são de natureza cuticular Não é celular Produzida pela hipoderme (subcutícula) → camada celular de grande atividade metabólica que forma uma fina camada epitelial. Forma projeções internas (1 dorsal, 1 ventral, 2 laterais) para dentro da camada muscular, dividindo-a em feixes longitudinais. c) Aparelho Digestório: completo e consta de um tubo quase reto, que vai da extremidade anterior à posterior (ânus). Boca: situada na extremidade anterior. Posicionada apical ou deslocada para a região subdorsal ou subventral. Forma circular, elíptica, triangular, hexagonal ou punctiforme Pode ter lábio ou não; papilas labiais de número variado; saliências (dentes) De acordo com as espécies, pode estar em comunicação direta com o esôfago ou com uma cavidade (cápsula bucal). Esôfago: segue a cápsula bucal. Pode ser retilíneo ou apresentar bulbos (dilatações). Oxiuriforme/Bulbiforme: bulbo anterior se alongou, tomando a forma colíndrica. Apresenta bulbo na região posterior, antes de continuar o intestino. Este bulbo funciona como se fosse uma válvula. Rabditiforme: esôfago complexo. Apresentam um pseudobulbo (dilatação na porção anterior), istmo (liga o bulbo anterior ao posterior) e bulbo posterior (apresenta válvula tricúspide) → L1 e L2 Filariforme: não apresenta nenhuma dilatação, caracterizado por ser alongado → L3 Apresentam três glândulas que produzem enzimas digestivas: 1 dorsal: secreta na boca 2 subventrais (laterais): secretam no próprio esôfago Intestino: tubo cilíndrico. Inicia no esôfago e segue até a região do ânus. Nos machos abre-se para o exterior em um orifício comum ao aparelho reprodutor (cloaca → ânus-genital) e nas fêmeas termina no ânus. É subdividido em três segmentos: Anterior: muscular Médio: aumento no número de microvilosidades para absorção Reto ou Terminal: geralmente é curto e revestido pela cutícula d) Aparelhos Respiratório e Circulatório: ausentes. O líquido pseudocelomático, existente na cavidade geral, desempenha o papel de transportador de oxigênio e nutrientes (absorvidos pelo intestino) para os diversos tecidos. O oxigênio é difundido através da cutícula (difusão). e) Aparelho Reprodutor: normalmente dióicos. Pode ocorrer partenogênese (fêmea não precisa de macho para reprodução) e hermafroditismo. Tanto nos machos como nas fêmeas, as gônadas são do tipo tubular e bem desenvolvidas. Aparelho reprodutor masculino É formado por um único tubo com circunvoluções ao longo do corpo, diferenciado em Testículo, Canal deferente e Canal ejaculador. 1 ou 2 testículos 1 canal deferente. Pode apresentar uma dilatação, vesícula seminal, que funciona como reservatório de espermatozoides. 1 canal ejaculador com glândulas anexas, como próstata e glândulas cimentantes (produzem o cimento – substância adesiva que facilita a união sexual, prendendo o macho à fêmea) Podem apresentar órgãos sexuais acessórios Espículos: 1, 2 ou nenhum. São alongados e envoltos por uma bainha (a bolsa do espículo) da qual podem ser projetados ou retraídos. São órgãos de sensibilidade e fixação dos dois sexos durante a cópula. Além disso, abrem o conduto genital feminino, para nele penetrar o líquido espermático lançado pelo canal ejaculador. Gubernáculo: estrutura quitinizada, que serve de guia aos espículos (considerada “leme”). Telamon: estrutura cuticular, sendo um espessamento da parte posterior da bainha dos espículos. Está em conexão com a parede ventral da cloaca, e que, junto com o gubernáculo, serve como guia para o espículo. Asa Caudal: expansão cuticular na extremidade posterior do corpo do macho. Estruturas com papilas caudais (sensoriais) quimiorreceptoras que percebem a presença das fêmeas. Bolsa Copuladora: encontrada em certas espécies. Expansão cuticular, na parte posterior do corpo, sustentada por raios. Serve para encaixar o macho na fêmea. Aparelho reprodutor feminino Tubo reprodutor único. Pode ser simples ou duplo. Tubular, alongado e ondulado. Constituídos de porções diferenciadas que se abrem para o exterior na vagina. Diferenciado em: Ovário, Oviduto e Útero. Ovário: longo, podendo ser reto, sinuoso ou enrolado. Divididoem zona de germinação (onde ocorre a multiplicação celular) e zona de crescimento (onde ocorre o desenvolvimento das ovogonias). Oviduto: local onde ocorre a fecundação. É um pouco menor que o ovário. Da passagem aos óvulos, um de cada vez, que vão até o útero. Pode apresentar uma pequena dilatação, o receptáculo seminal (armazena o espermatozoide até a formação do óvulo). Útero: armazena os ovos até sua maturação para então expeli-los. Ovejetor: órgão tubular musculoso, com três partes: Vestíbulo, Esfíncter e Vagina. Os ovos, uma vez chegados ao esfíncter, não podem mais refluir. Fecundação: durante a cópula, o macho se fixa ao orifício genital feminino por meio de sua asa caudal, ou da bolsa copuladora, ou da ventosa. Algumas espécies segregam uma substância adesiva, como cimento, que além de manter o macho preso à fêmea, permite que o espículo penetre na vulva e vagina, guiado pelo gubernáculo, para abri-la. Os espermatozoides injetados migram até atingirem o receptáculo seminal. Os espermatozóides, após terem alcançado o receptáculo seminal, aguardam a passagem dos óvulos para fecundá-los. Os ovos se dirigem ao útero. OVOS: podem ser elípticos ou redondos, de casca fina ou espessa, lisa ou ornamentada, raramente providos de opérculo e de tamanho variável. Normalmente apresentam três envoltórios. Constituem uma proteção contra a penetração de água e de substâncias prejudiciais ao ovo. Membrana interna: lipídica e semipermeável. Envolve a célula-ovo ou embrião. Membrana quitinosa: Casca. Confere resistência mecânica ao ovo. Quando descontínua num ou ambos os polos originará o Opérculo, por onde sairá a larva. Membrana externa: proteica. Considerada membrana plasmática da célula-ovo, impedindo que ele perca líquido e entre substâncias tóxicas. Os ovos são eliminados em quantidade variável e em vários graus de desenvolvimento. Os nematódeos podem ser: Ovíparos: quando eliminam os ovos sem estarem embrionados. Embrionamento dos ovos será no meio externo (precisam de oxigênio) Ovovivíparos: eliminam ovos com larva Vivíparos: quando a eclosão ocorre no útero da fêmea Eclosão Eclosão no meio ambiente: larva está pronta dentro do ovo. Estímulos para que ocorra a eclosão: condições ambientais, temperatura, umidade. Ocorre pela movimentação da larva (ação mecânica) mais a ação de enzimas, que modificam a permeabilidade da casca à água que existe em torno. A entrada de líquido faz com que aumente a pressão do peseudoceloma da larva, e junto a enzimas que atuam na casca levam a ruptura do ovo e a liberação da larva. As enzimas fragilizam as 3 membranas dos ovos. Eclosão no hospedeiro: ovos eclodem depois da ingestão pelo hospedeiro Estímulos para que ocorra a eclosão: temperatura elevada, pH quase neutro, CO2 e presença de um agente redutor não específico que incita os ovos a produzirem o líquido responsável pela saída da larva. Desencadeia a secreção de enzimas que atuam na casca do ovo (lipase, quitinase, protease), que produzem a dissolução das membranas. Desenvolvimento Pós Embrionário I. Ordem Ascaridida Tem como principal característica uma boca trilabiada (grandes lábios) → orifício oral é circundado por três lábios. Possui três superfamílias principais: Ascaroidea Oxyuroidea Subluroidea Não possuem cápsula bucal (boca e logo depois esôfago) Esôfago bulbiforme ou oxiuriforme Machos Menor que fêmea Podem ter asas caudais Possuem papilas caudais → podem ser séssil ou pedunculada 2 espículos Normalmente apresentam cauda enrolada Fêmeas Maior que macho Ovíparas: colocam ovos não larvados São ovos de casca grossa, as vezes ornamentada, esféricos, contém uma célula não segmentada (não morulada). Normalmente apresentam cauda não enrolada Superfamília Ascaroidea - Família Ascarididae (Ascaridae) Nematoides grandes Esbranquiçados e castanho claro Possuem cutícula extremamente áspera Esôfago filariforme (sem bulbo na região anterior e posterior) Parasita de Intestino Delgado – preferencialmente o duodeno Comum em filhotes – devido à imunidade Infecção passiva – via oral – através do ovo contendo a L2 Forma infectante: ovo com l2 Característica Macho Fêmea Tamanho Menor Maior Cauda Espiral Reta Espículos + - Papilas Caudais + - Asa Caudal + - a) Ascaris suum Boca trilabial, com lábios evidentes Hospedeiro: suíno – às vezes ruminante Parasita o Intestino Delgado Macho Cauda curva ventralmente Sem asa caudal 2 espículos que podem estar expostos ou não Papilas caudais: Sésseis → pré e pós clocais, distribuídas em 2 fileiras Fêmea Cauda romba (mais “gordinha”) Ovo: Bastante típico → mamelonado. Formato elíptico, Pequeno, Ornamentado (com mamelomas – projeções em volta do ovo), Casca bem grossa, Presença de uma célula única não morulada (sem divisão) Ciclo Biológico: Rota Hepato-Traqueal: Adultos no intestino delgado copulam. Os ovos postos pela fêmea são eliminados para o exterior com as fezes do hospedeiro. Uma vez no exterior, em condições favoráveis de temperatura e umidade, os ovos entram em segmentação. Em alguns dias após a postura surge a L1 (larva de primeiro estágio) e posteriormente após mais alguns dias sofre ecdise e surge a L2 (larva de segundo estágio). Depois de um período de incubação relativamente longo (30 – 40 dias) as larvas se tornam infectante (ovo com a larva infectante L2). Este ovo é ingerido (infecção passiva), posteriormente eclode no intestino delgado e libera as larvas. As larvas, agora livres, migram até o ceco, penetram na mucosa, chegam na corrente sanguínea, vão até o sistema porta e depois fígado, onde muda para L3. Posteriormente, saem do fígado pela corrente sanguínea, chegam no coração direito pela veia cava, saem pela artéria pulmonar e chegam nos pulmões. Rompem os capilares dos alvéolos e na luz alveolar mudam para L4, adquirindo resistência ao suco gástrico. Ascendem até a traqueia e posteriormente se destinam a orofaringe. As larvas serão deglutidas, vão para o estômago e posteriormente chegarão até o intestino delgado novamente, onde mudam para o estádio adulto (L5). Novamente se reproduzem e liberam os ovos, reiniciando o ciclo. Pode ter um hospedeiro paratênico → minhoca vai até as fezes dos suínos e o ovo fica estagnado dentro dela. PPP: 42 a 62 dias b) Ascaris lumbricoides Hospedeiro: homem Parasita o Intestino Delgado Idêntico ao Ascaris suum – diferenciado apenas pela estrutura proteica Ciclo Biológico: Rota hepato-traqueal c) Parascaris equorum Hospedeiro: Equino Parasita de Intestino Delgado Nematóides de grande dimensão → Maior que o Áscaris Boca trilabial, com lábios bem evidentes (mais destacados). Entre cada lábio há um interlábio. Macho Presença de Asa Caudal pequena Cauda curvada ventralmente 2 espículos longos Papilas caudais: papilas sésseis pré e pós cloacais Fêmea Abertura vulvar no terço anterior do corpo Ovo: Redondo, Médio, Parede espessa e irregular (sem ornamentos), conteúdo interno com Célula única sem divisão Ciclo Biológico: Rota hepato-traqueal PPP: 12 semanas d) Toxocara canis Hospedeiro: cães e gatos - humanos (paratênico) Parasita do Intestino Delgado Macho Asa cervical proeminente em forma de lança Asa caudal pouco evidente Cauda curvada ventralmente e apresentando apêndice digitiforme (formato de dedo) na extremidade posterior Sem gubernáculo Presença de papilas caudais: sésseis pré e pós cloacais Fêmea Asa cervical em forma de lança Ovo: semelhante ao Parascaris equorum. Pequeno, Esférico, Parede espessa e irregular, Conteúdo interno sem divisão Ciclo Biológico: Adultos no intestino delgado copulam. Os ovos postos pela fêmea são eliminados para o exterior com as fezes do hospedeiro. Uma vez no exterior, em condições favoráveis de temperatura e umidade, os ovos entram em segmentação. Em alguns dias após a postura surge a L1 (larva de primeiro estágio) e posteriormente após mais alguns dias sofre ecdise e surge a L2 (larva de segundoestágio). Depois de um período de incubação relativamente longo (30 – 40 dias) as larvas se tornam infectante (ovo com a larva infectante L2). O cão se infecta pela ingestão do ovo com L2. Este libera, no intestino delgado, a larva penetra na mucosa intestinal. A migração que se segue depende da idade e sexo do cão. Filhotes com até 6 meses: ocorre o ciclo evolutivo clássico: ciclo hepato-traqueal Cães adultos: somente um pequeno número de larvar realiza o ciclo evolutivo clássico. O maior número de larvas, realiza outro ciclo, devido a maturação do sistema imune do cão. A migração traqueal (coração direito para o pulmão) fica comprometida. Dessa forma, larva vai para o pulmão mas não entra na árvore brônquica, e sim, volta para o coração. Posteriormente, através da artéria aorta é distribuída aos mais diversos órgãos do hospedeiro (migração somática). Neste caso, a larva fica encistada e passa a ser chamada de Larva Migrans Somática. Nos músculos, esta larva cria uma cápsula e fica na forma latente. Se ocorrer em uma fêmea, quando esta for gestar, a sua imunidade diminui e devido a ação de hormônios a larva sai do cisto (no órgão) e vai para a corrente sanguínea. Por via trans-placentária, esta larva pode chegar no feto e atingir o seu fígado. No fígado, a larva muda para L3 e após o nascimento ela chega nos pulmões. Na luz alveolar mudam para L4, atingem a tranqueia, faringe e são deglutidas. Ao chegar no intestino formam o verme adulto. Ou também, a larva pode atingir as glândulas mamárias da mãe. Assim, quando filhote nascer e ingerir o leite, se contamina-rá. Nos filhotes, tem-se uma diminuição do PPP, pois a larva já migrou na mãe e no filhote vai direto para o intestino. Fêmea possui a larva encistada para sempre. Quando algumas larvas se tornam ativas na gestação devido a ação hormonal, vão para o coração, chegam à árvore brônquica, são deglutidas e viram verme adulto. Pode ter Hospedeiro Paratênico: roedores, aves. Quando ingerem os ovos, ocorre a migração e se encistam nos tecidos. Ao serem predados por cães ou gatos, são digeridos e a L2 vai para o estômago, intestino e vira adulto. Prevenção: vermifugar fêmeas antes e depois do parto. e) Toxocara cati Hospedeiro: felídeos Parasita do Intestino Delgado Macho Asa cervical proeminente em forma de flecha Asa caudal pouco evidente Cauda curvada ventralmente e apresentando apêndice digitiforme (formato de dedo) na extremidade posterior Sem gubernáculo Presença de papilas caudais: sésseis pré e pós cloacais Fêmea Asa cervical em forma de flecha Ovo: semelhante ao Toxocara canis. Pequeno, Esférico, Parede espessa e irregular, Conteúdo interno sem divisão Ciclo Biológico Rota hepato-traqueal acontece no adulto: O gato ingere ovos infectantes na forma de L2. Estes eclodem na luz do estômago, invadem a parede estomacal e por via sanguínea (ciclo pulmonar) vão até o fígado, coração e pulmões. Através da luz da árvore brônquica chegam a traqueia, posteriormente atingem a faringe e são deglutidos. Durante todo esse período as larvas não realizam mudas e chegam ao estômago no estágio L2. Estas invadem a parede estomacal e intestinal, mudando para L3 e posteriormente L4. Vai para a luz do intestino e se transforma em verme adulto. Hospedeiro Paratênico: ratos, camundongos, aves, minhocas, baratas. Hospedeiro paratênico ingere ovos infectantes (L2). Ocorre a eclosão destas larvas na luz do tubo digestivo, atravessam a parede intestinal e se destinam aos tecidos, onde são encapsuladas. Os gatos se alimentam do hospedeiro paratênico que contém L2. Digerido os hospedeiros, as L2 liberadas penetram a parede estomacal e intestinal, mudando para L3. Posteriormente muda para L4 e volta para a luz do intestino, onde se desenvolve e vira adulto. Mães não passam para os filhos de forma trans-placentária pois não se encistam, porém pode haver infecção por meio do leite (glândulas mamárias) f) Toxocaris leonina Hospedeiro: cães e gatos, mas é mais frequente em animais silvestres Hospedeiros pararênicos: camundongos, coelhos, ratos Parasita de Intestino Delgado Muito semelhante ao T. canis e T. cati Possui baixa especificidade pelos seus hospedeiros Macho Papilas caudais: pré e pós cloacais Asa cervical em forma de lança Sem apêndice digitiforme e asa caudal Ovo: Elíptico, Casca lisa, Conteúdo celular compactado Ciclo Biológico: Adultos no intestino delgado copulam. Os ovos postos pela fêmea são eliminados para o exterior com as fezes do hospedeiro. g) Neoascaris vitulorum Hospedeiro: ruminantes (bovinos e bubalinos) Parasita de Intestino Delgado Cabeça mais estreita que o corpo Boca trilabial Macho Cauda romba Espículos expostos ou não Papilas sésseis: pré e pós cloacais Sem asa caudal Apêndice digitiforme terminal pequeno Fêmea Cauda cônica Ovo: Médio a pequeno, Esférico, Parede espessa e irregular, Conteúdo interno sem divisão Ciclo Biológico: igual ao do T. canis Superfamília Oxyuroidea – Família Oxyuridae Parasita de Instestino Grosso (ceco e colon) de mamíferos Esôfago bulbiforme Apresentam 3 lábios reduzidos Macho 1 espículo Gubernáculo ausente 2 pares de papilas caudais na região da cloaca Fêmea Parte anterior mais espessa e cauda afilada (formato de bengala) Ovo: Pequeno, Elíptico, Parede fina e lisa, Presença de opérculo, conteúdo interno com célula única sem divisão a) Oxyuris equi Hospedeiro: equinos e asininos Parasitas de Intestino Grosso → ceco e colon Ciclo Biológico: Macho e fêmea adultos copulam no interior do intestino grosso. As fêmeas fecundadas migram até o reto e, à medida que os ovos amadurecem, fazem a postura na região perianal em corões esbranquiçados que ficam pendentes no ânus. Os cordões de ovos caem ao solo e no interior dos ovos ocorrem duas mudas e evoluem até L3 (larva infectante). O cavalo ingere os ovos (infecção passiva) que estão presente em alimentos e pastagens. Estes ovos eclodem (liberação da larva) no Intestino delgado, pela dissolução do opérculo. A L3 vai até o intestino grosso, invadem as criptas da mucosa do ceco e cólon e se desenvolvem em L4 (período histotrófico). Retornam a luz do intestino grosso e viram L5 e posteriormente adultos. b) Enterobius vermicularis Hospedeiro: primatas e seres humanos Parasitas de Intestino Grosso → ceco e cólon Ciclo Biológico: Superfamília Subuluroidea – Família Heterakidae Pequenas dimensões Esôfago pode ter bulbo na região posterior Macho Asa caudal bem desenvolvida Espículos Papilas caudais Ventosa pré cloacal (ventosa caudal) a) Ascaridia galli Hospedeiro: galinha, gansos, perus, patos Parasita de Intestino Delgado Esôfago sem bulbo Boca com três lábios reduzidos Macho Espículos desiguais Extremidade posterior obliquamente truncada 10 pares de papilas Pequena Asa caudal Ventosa pré cloacal Fêmea Extremidade posterior reta e cônica Vulva na metade do corpo Ciclo Biológico (Ascaridida spp.): Macho e Fêmea adultos copulam no Intestino Delgado. Os ovos postos pela fêmea são eliminados para o exterior com as fezes do hospedeiro. Uma vez no exterior, em condições favoráveis de temperatura e umidade, evoluem para L1 e posteriormente L2 (forma infectante). Estes ovos na forma de L2 são ingeridos pelos galináceos, eclodem no intestino delgado (duodeno) e evoluem na luz do órgão, se tornando L3, L4, L5 e adulto. Minhoca pode servir como hospedeiro partenogênico b) Ascaridida columbae Hospedeiro: pombos Parasita de Intestino Delgado Esôfago sem bulbo c) Heterakis gallinarum Hospedeiro: galinha, gansos, pássaros, perus Parasita de Intestino Grosso → ceco e colon Pequenas dimensões Esôfago com bulbo posterior Expansões laterais por todo o corpo Macho Asa caudal bem desenvolvida Presença de papilas caudais que sustentam a asa caudal Ventosa pré cloacal com anel quitinoso Espículos iguais ou desiguais Fêmea Extremidadeposterior bem afilada Vulva na metade do corpo Ciclo Biológico: Semelhante à Ascaridida spp Ovos podem ser veiculadores do protozoário Histomonas melegrides, causador da enterohepatite dos perus (histomonose). O protozoário serve de alimento para o Heterakis. II. Ordem Rhabditida Família Strongyloididae Vermes pequenos Parasitas de Intestino Delgado Faz alternância de gerações: uma fase de vida livre e outra parasitária Geração partenogênica: forma parasitária. Só nas fêmeas. Fêmeas mais longas e delgadas que as formas de vida livre Esôfago do tipo filariforme → alongado e cilíndrico Boca sem lábios Geração sexuada: ciclo de vida livre. Macho e Fêmea Vivem no solo e em matéria fecal Sexos separados Muito pequenos, relativamente robustos Esôfago do tipo rabditiforme → com pseudobulbo, istmo e bulbo Machos com extremidade posterior curva Fêmeas com a extremidade posterior quase reta Ovo: é larvado. Por ocasião da postura, contém uma larva que eclode no intestino do hospedeiro → por isso que são encontradas larvas rabditóides em fezes recentemente eliminadas. Gênero: Strongyloides spp. Espécie Hospedeiro Localização Strongyloides papilosus Ruminantes e coelhos Intestino Delgado Strongyloides ransomi Suínos Intestino Delgado Strongyloides westeri Equídeos e Suínos Intestino Delgado Strongyloides stercoralis Homem, cão e gato Intestino Delgado Strongyloides avium Galinha e peru Intestino Delgado Strongyloides cati Gato Intestino Delgado Ciclo Biológico: Strongyloides spp. Constitui a transição entre o ciclo de vida livre e o de vida parasitária. As fêmeas partenogenéticas produzem os ovos larvados, sendo que alguns são haploides, outros diploides e outros triploides. Ovos haploides: originam machos de vida livre Ovos diploides: originam fêmeas de vida livre Ovos triploides: originam fêmeas partenogênicas III. Ordem Strongylida Podem apresentar pequenos lábios Podem apresentar coroa radiada (coroa de folhas) Macho Bolsa copuladora bem desenvolvida → formada por 2 lóbulos e presença de espículos Fêmea Aparelho reprodutor bem desenvolvido Região posterior afilada Ovo: elíptico, tamanho médio, parede fina e lisa, conteúdo celular em desenvolvimento (mórula) Superfamília Strongyloidea Cápsula bucal bem desenvolvida Normalmente apresentam coroa radiada na abertura oral Podem apresentar dentes ou placas cortantes na cavidade bucal Machos Bolsa copuladora bem desenvolvida Normalmente com 2 espículos semelhantes 1 Gubernáculo, podendo apresentar telamon Família Strongylidae Cavidade oral bem desenvolvida e geralmente circundada por coroa radiada Pode apresentar dentes ou placas cortantes no fundo da cavidade oral Hematófagos Corpo espesso Parasitas do trato digestivo (quando adultos), principalmente de ceco e cólon Infecção passiva, via oral, através da L3 encapsulada Ciclo evolutivo direto, monoxeno Grandes Strongylus: aqueles pertencentes ao gênero Strongylus spp. Cápsula bucal bem desenvolvida com dentes que variam de número S. equinus: possui 3 dentes triangulares S. vulgaris: possui 2 dentes redondos S. edentatus: não possui dentes Hematófagos Larva faz migração antes de chegar no intestino grosso, sendo essa migração extremamente grave Pequenos Strongylus: menores, cápsula bucal menor com placas cortantes no lugar de dentes. Gênero/Espécie Hospedeiro Local Morfologia Strongylus equinus Equídeos Ceco e Cólon Cápsula bucal com 3 dentes Strongylus vulgaris Equídeos Ceco e Cólon Cápsula bucal com 2 dentes Strongylus edentatos Equídeos Ceco e Cólon Cápsula bucal sem dentes Triodontophorus spp. Equídeos Ceco e Cólon Cápsula bucal com 3 dentes Craterostomum spp. Equídeos Ceco e Cólon Cápsula bucal sem dentes Oesophagostomum spp. Equídeos Ceco e Cólon Cápsula bucal s/ dentes e s/ túnel dorsal Chabertia ovina Ruminantes Cólon Cápsula bucal s/ dentes � PAGE �18�
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