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PRÉ-OPERATÓRIO E TRANSOPERATÓRIO Prof. Cristiano Saldanha Internação – pré- operatório Ambulatório Marcação da cirurgia FASE PRÉ OPERATÓRIA Tem início no momento em que se identifica a necessidade de uma intervenção cirúrgica e termina com a transferência do cliente à mesa cirúrgica. É dividido em: mediato – do momento que se decide pela cirurgia até 01 dia antes da cirurgia; imediato – 24 hs antes da cirurgia. PRÉ OPERATÓRIO MEDIATO Tem por objetivo principal disponibilizar fatores positivos para o ato cirúrgico e estabilizar condições que podem interferir na recuperação. É a hora de a enfermagem rever todas as dúvidas do paciente. PRÉ OPERATÓRIO IMEDIATO Consiste na assistência prestada ao cliente imediatamente antes da cirurgia, geralmente 24 hs antes, e termina na hora da cirurgia. Objetivos do Pré Operatório proporcionar melhores condições físicas e emocionais ao sujeito; minimizar os aspectos negativos sentidos pelo cliente, como ansiedade e medo; promover orientações ao cliente acerca de todo o período perioperatório. Faz parte da avaliação do cliente no pré operatório a entrevista pré operatória e a visita pré operatória de enfermagem. •Identificar “novas” doenças •Avaliar doenças “ já conhecidas” •Determinar se o paciente pode se submeter a operação proposta •Traçar condutas que reduzam a morbiletalidade intra e pós-operatória História da Doença Atual (o que levou o paciente a internação) História da doença pregressa (se o mesmo é diabético, hipertenso, tabagista, etilista, doenças anteriores, DST, cirurgias realizadas História Social – sua profissão História Familia - estado civil, quantos filhos •Anamnese objetiva cuidadosa Detecção doenças: Cardiovasculares, pulmonares, renais, hepáticas, endócrinas e hematológicas Antecedentes patológicos: cirurgia(s) previa(s), alergias, tabagismo, alcoolismo, uso de medicamentos : AAS, AINES, IMAO, anticoagulantes, etc. •Exame físico minucioso •Exames pré-operatórios “seletivos” •Exames “de rotina” em situações especiais •Operações de grande porte UTI (creatinina, glicose, ECG, RX tórax) Avaliação pré operatória que verifica o estado clínico do paciente, gerando recomendações sobre a avaliação, manuseio e risco de problemas em todo o período perioperatório (pré-operatório) e define o risco cirúrgico que o paciente, o anestesista, o assistente e o cirurgião podem usar para tomar decisões que beneficiem o paciente a curto e longo prazo. exame físico; avaliação emocional; história anestésica prévia; identificação de alergias, problemas genéticos; avaliação de exames; educação operatória; consentimento informado. O enfermeiro do CC deve realizar a visita pré operatória ao cliente internado na unidade de internação em pré operatório imediato. Deve-se orientar o cliente acerca das fases pré operatória imediata, intra operatória e pós operatória, prestando esclarecimentos e retirando todas as dúvidas quanto ao procedimento cirúrgico, o ambiente físico e pessoal (equipes multiprofissionais) da unidade de CC. Visita pré operatória ao cliente internado FINALIDADES DA VISITA PRÉ OPERATÓRIA diminuir a ansiedade do cliente; assistência individualizada; proporcionar maior segurança; reduzir riscos de infecção pós operatória; facilitar a integração cliente X equipe do CC; visar a continuidade da assistência prestada; orientar o cliente e a família quanto a recuperação anestésica e os cuidados pós operatórios; aumentar a confiança; facilitar o autocuidado. Jejum devido ao uso de drogas anestésicas que atingem a área gastrointestinal. O jejum pode ser de 6, 8 ou 12 hs dependendo da anestesia a ser usada; Tricotomia da área a ser operada com o uso de bacteriostáticos como o povidine e a clorexidine para antissepsia da pele; Encaminhar o paciente para o banho pré operatório com substâncias com pH neutro para evitar irritação da pele. Os cabelos podem ser lavados, desde que sejam encaminhados secos ao CC; Retirar próteses e adornos do cliente; O cliente deve manter as unhas curtas e sem esmaltes para que seja verificada a perfusão periférica; Exercícios respiratórios; Estimular deambulação para evitar estagnação de secreções traqueobrônquicas e melhor circulação. Administrar medicação pré anestésica. 1 - Assegurar-se da existência de toda documentação do cliente, tais como: consentimento para a cirurgia; Histórico de enfermagem (entrevista); História médica; Resultados de exames complementares; Avaliação pré-operatória - risco cirúrgico ; Prescrição médica; Prescrição de enfermagem; CERTIFICAR QUE É O PACIENTE CORRETO E O MEMBRO A SER OPERADO, por exemplo MIE 2 - Analisar o resultado do preparo pré-operatório e das prescrições de enfermagem ; 3 - Observar os efeitos da indicação pré-anestésica ( ou sua não administração); 4 - Averiguar como o cliente passou a noite ( ou dia caso a cirurgia seja tarde ou noite); 5 - Checar remoção de prótese , grampos de cabelo, adornos, lentes de contato, bolas de chicletes, esmaltes, roupas de fácil combustão, etc.; 6 - Observar o preparo da área cirúrgica ; 7 - Aferir a existência e a funcionalidade dos sistemas de infusão endovenosa e drenagem, o horário da última micção e da última ingestão de alimentos líquidos. Raio x de tórax Eletrocardiograma Recomendado para pacientes acima de 40 anos) (homens) e 50 (mulheres) ou com história pregressa de doenças cardiovasculares Exame de sangue – hemácias, plaquetas e leucócitos Valores normais para eritrócitos, hemoglobina, hematócrito[2] Tipo de indivíduo Eritrócitos (x 106/mm3) Hemoglobina (g/100dl) Hematócrito (%) Recém nascidos (a termo) 4 - 5,6 13,5 - 19,6 44 - 62 Crianças (3 meses) 4,5 - 4,7 9,5 - 12,5 32 - 44 Crianças (1 ano) 4,0 - 4,7 11,0 - 13 36 - 44 Crianças (10 a 12 anos) 4,5 - 4,7 11,5 - 14,8 37 - 44 Mulheres (em situação de gravidez) 3,9 - 5,6 11,5 - 16,0 34 - 47 Mulheres (normais) 4,0 - 5,6 12 - 16,5 35 - 47 Homens 4,5 - 6,5 13,5 - 18 40 - 54 Valores normais para eritrócitos, hemoglobina, hematócrito Linfócito Linfócito Monócit o Neutrófilo Acidófilo Basófil o A contagem leucocitária total normalmente varia de 4 mil a 10 mil células por mililitro. Uma quantidade muito pequena ou muito grande de leucócitos indica um distúrbio. A leucometriavaria de: 5.000 a 10.000 leucocitos/mm³. Diferencial: 100% divididos em: •Eosinófilos–2% a 4 % (60 -320 L/mm³) •Linfócitos –21% a 35%( 1.200 –2.400 L/mm³) •Monócitos –4% a 8% ( 240 –640 L/mm³) •Neutrófilos–Bastões: 3% a 5% (120 –320 L/mm³) Segmentados: 58% a 66% (3.300 –5.200 L/mm³) •Basófilos: 0% a 1% ( 0 –80 L/mm³) A leucopenia, uma diminuição na quantidade de leucócitos para menos de 4.000 células por mililitro, torna uma pessoa mais suscetível a infecções. A leucocitose, um aumento na quantidade de leucócitos, pode ser uma resposta a infecções ou substâncias estranhas, ou ser resultante de um câncer, de um traumatismo, do estresse ou de determinadas drogas. Uma pessoa normal tem entre 150.000 e 400.000 plaquetas por mm³ de sangue. Sua diminuição ou disfunção pode levar a sangramentos, assim como seu aumento pode aumentar o risco de trombose. Trombocitopenia (ou plaquetopenia) é a diminuição do número de plaquetas no sangue. Trombocitose (ou plaquetose) é o aumento do número de plaquetas no sangue. TAP: VALORES: 10 a 14 segundos. INR: Razão Normatizada internacional TTPA: Tempo de Tromboplastina Parcialmente Ativada. Avalia defeitos na via intrínseca da coagulação, como deficiência dos fatores de coagulação VIII, IX, XI,XII, com exceção das plaquetas. VALORES: 21 a 35 segundos (SI 21 a 35s) COMPOSIÇÃO DO SANGUE (PLASMA) Proteínas especiais Albuminas, Globulinas (anticorpos), Fibrinogênio, Protombina, Aglutininas Outras substâncias orgânicas Enzimas, Anticorpos, Hormônios, Vitaminas Lipídios Colesterol, Triglicérides Glucídios Glicose Substâncias nitrogenadas Uréia, Ácido úrico, Creatinina Sais inorgânicos Sódio, Cloro, Potássio, Cálcio, Fosfatos Câncer de pulmão Pneumonia Bacilo do kock Tuberculose APARELHO DE ECG Monitorização do eletrocardiograma padrão EX 1 ASA – CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES FÍSICAS ASA 1 - Paciente saudável normal; ASA 2 - Paciente com discreta doença sistêmica; Ex: diabetes e hipertensão ASA 3 Paciente com doença sistêmica severa que limita a atividade, mas não é incapacitante; Ex: ins cardíaca, taquicardia ASA 4 Paciente com doença sistêmica severa que seja uma constante ameaça à vida; Ex; câncer ASA 5 Paciente sem expectativa de sobrevida nas 24 hs com ou sem cirurgia; Ex: TCE grave ASA 6 Paciente declarado com morte cerebral Preparo pré-operatório especial •Pacientes com H.A.S. -PA ideal < 140/90mmHg. -PA aceitável : PAS < 180mmHg e PAD < 110mmHg -Evitar ajustes nas doses de hipotensores nos dias que antecedem a operação -Pacientes assintomáticos : iniciar o tratamento após a operação Pacientes com I.R.A. / HD ou DP -Operar no dia seguinte ao da Hemodiálise -Se faz DP mudar para Hemodiálise -Monitorização rigorosa de líquidos e eletrólitos no P.O. -Ajuste na dose de drogas em uso •Pacientes com DIABETE MELLITUS - Glicemia ideal ≤ 200mg/dl - Suspender hipoglicemiantes orais: * Clorpropamida – 48 horas antes da operação * Glibenclamida – na véspera -Controle da glicemia capilar (DXT) -Operação deve ser realizada no 1º horário da manha -Substituir a insulina NPH por insulina regular na manha da operação : dosar glicemia, infundir SG 5%, aplicar ½ da dose de insulina regular, monitorar glicemia e fazer insulina regular se necessário ( esquema padrão ) Pacientes com HIPERTIREOIDISMO - Deverão ser operados em eutiroidismo - Drogas antitiroidianas deverão ser mantidas ate a véspera da operação: METIMAZOL ( 10-90 mg/dia) - Uso de Beta-Bloqueadores (Propanolol – 40 a 120mg/dia) ate a véspera da operação - Uso de IODO (Lugol a 2%) 10mg – 2x/dia ate dez dias antes da operação - Uso de Benzodiazepinicos V.O. Preparo pré-operatório especial Cirurgias de Ombro e Braço (MMSS): faça a raspagem iniciando pelo antebraço, axila, até a região cervical e tórax medial, (figura 2.1) Cirurgias da Mão, Antebraço e Cotovelo (MMSS): inicie com a higiene das mãos, corte as unhas, limpe-as, retire restos de esmalte. Faça a raspagem iniciando pela mão até a axilia. (figura 2.2) Figura 2.1 Cirurgias de Ombro e Braço (MMSS). Figura 2.2 Cirurgias da Mão, Antebraço e Cotovelo (MMSS). Figura 2.1 Cirurgias de Ombro e Braço (MMSS). Figura 2.2 Cirurgias da Mão, Antebraço e Cotovelo (MMSS). Cirurgias do Joelho e Terço Inferior da Perna (MMH): inicie com a higiene dos pés, corte as unhas, limpe-as, retire restos de esmalte. Faça a raspagem iniciando pela cicatriz umbilical até os artelhos. Inclua as regiões pubiana e perineal. (figura 2.3) Cirurgia do Quadril: inicie com a higiene dos pés, corte as unhas, limpe-as, retire restos de esmalte, prossiga a raspagem da linha medial dos mamilos até artelhos, incluindo toda região pubiana e perineal. (figura 2.4) Figura 2.3 Cirurgias do Joelho e Terço Inferior da Perna (MMII). Figura 2.4 Cirurgia do Quadril. Figura 2.5 Cirurgia do Tornozelo e Pé (MMH). Figura 2.6 Cirurgias do Pescoço Tiróide e Paratiróide. Figura 2.7 Cirurgia do Tórax e Mastectomia. Figura 2.8 Cirurgias Abdominais inferior. Figura 2.9 Cirurgias Abdominais superiores. Figura 2.10 Cirurgias Perineal ou Ginecológica. Tem início a partir da anestesia e da cirurgia, logo terminam a montagem da sala de operações A fase da montagem da sala de operações compreende desde o momento em que a circulante recebe do enfermeiro o plano assistencial para o período transoperatório até o inicio do ato anestésico-cirúrgico. Consiste em prever e prover artigos e equipamentos necessários para a cirurgia (verificar especialidade); Proporcionar o desenvolvimento do ato anestésico-cirúrgico em ambiente seguro e humano que o cliente tem direito; DEVE ATENDER A EQUIPE MEDICA, O INSTRUMENTADORA(O) E O CLIENTE . Colocar o mobiliário na posição funcional. Proceder a limpeza da sala quando for necessário, conforme rotina da instituição. Prover equipamentos para monitorizarão ( cardíaca, oximetria, pressão não- invasiva e temperatura). Testar a funcionalidade dos aparelhos elétricos como monitores , foco cirúrgico, aspiradores de secreção ,gerador eletrocirúrgico entre outros. Testar o funcionamento da rede de gases medicinais. Verificar os artigos do carrinho do anestesista( bandeja para intubação, esfignomanômetro, estetoscópio clinico, garrote etc. Verificar os materiais e equipamentos especiais( bisturi elétrico , trépano , dermátomo ,microscópio , etc. Observar a temperatura da sala de operações ( 22a 24°C). Atentar para a segurança da sala quanto à segurança elétrica ( não utilizar mais do que dois aparelhos por cada saída elétrica). MEEKER, Margareth Huth; ROTHROCK, Jane C. Alexander. Cuidados de enfermagem ao paciente cirúrgico. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995. SILVA, Maria D'Apparecida Andrade; RODRIGUES, Aparecida Laureci; CESARETTI, Isabel Umbelina. 2000. Ribeiro. Enfermagem na unidade de centro cirúrgico. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: EPU, 2001. Referencial Bibliográfico
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