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10 - Nacionalidade - Parte 1 - Versão Aluno

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Prévia do material em texto

DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Prof. Carlos Alberto Lima de Almeida 
ROTEIRO DE APOIO 
 
Advertência: a disponibilização aos alunos do roteiro de apoio utilizado 
pelo professor para o desenvolvimento do conteúdo programático da 
disciplina não exclui a leitura da legislação, jurisprudência, bibliografia 
básica e complementar indicadas. 
 
Esse é apenas um material de apoio. Logo, complemente seu estudo 
realizando a leitura da bibliografia básica e complementar. 
 
Se você encontrar algum erro de digitação ou tiver qualquer 
contribuição para a melhoria desse material ou dúvida sobre a matéria 
escreva para o professor. 
 
Cordialmente, 
Carlos Alberto Lima de Almeida 
carlosalberto.limadealmeida@gmail.com 
NACIONALIDADE – PARTE 1 
Os Direitos de Nacionalidade, embora sejam também 
estudados em outros ramos do Direito, como o Direito 
Internacional, também são objeto do Direito Constitucional. 
 
Mas o que seria nacionalidade? Seria o mesmo que 
cidadania? O que define alguém como brasileiro? 
DA DEFINIÇÃO DE NACIONALIDADE 
 
A nacionalidade pode ser definida como sendo “o vínculo 
jurídico-político que liga o indivíduo ao Estado, ou, em 
outras palavras, o elo entre a pessoa física e determinado 
Estado.”(DOLINGER, 2003, p. 155) 
 
Assim, os detentores de uma mesma nacionalidade são 
chamadas nacionais de um Estado, formando assim um 
povo, o conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado, 
constituindo sue elemento subjetivo. 
Estrangeiro, por sua vez, é aquele que possui um vínculo 
jurídico com outro Estado, que não aquele que estamos 
tratando. 
 
Já nação pode ser definida como o conjunto de pessoas 
nascidas em um território, ladeadas pela mesma língua, 
cultura, costumes, tradições, adquirindo uma mesma 
identidade sociocultural. 
 
São os nacionais distintos dos estrangeiros. No caso 
brasileiro, são os brasileiros natos ou naturalizados; 
 
Assim, a nacionalidade, como vimos, é “o vínculo jurídico -
político que liga um indivíduo a determinado Estado, 
fazendo com que esse indivíduo passe a integrar o povo 
desse Estado e, por consequência, desfrute de direitos e 
submeta -se a obrigações. 
 
Como diria Pontes de Miranda, a nacionalidade faz da 
pessoa um dos elementos componentes da dimensão 
pessoal do Estado;” (LENZA, 2012, p. 1097) 
 
Finalizando esta parte conceitual vale lembrar que povo é 
diferente de população: povo, como dito, é o conjunto de 
nacionais, enquanto população é o conjunto de residentes 
de um território, incluindo-se aí nacionais e estrangeiros. 
 
Nacional também não é o mesmo que cidadão: a cidadania, 
embora tenha por pressuposto a nacionalidade, caracteriza-
se como a “titularidade de direitos políticos de votar e ser 
votado. O cidadão, portanto, nada mais é do que o nacional 
(brasileiro nato ou naturalizado) que goza de direitos 
políticos.” (LENZA, 2012, p. 1097) 
CRITÉRIOS PARA A DETENÇÃO DA NACIONALIDADE 
 
A doutrina divide a nacionalidade em dois tipos: 
 
• Nacionalidade originária: Também conhecida como 
primária, é aquele involuntária, reconhecida pelo Estado, a 
partir de seus critérios, a partir do nascimento. Dois são os 
critérios de nacionalidade originária: 
o “ius sanguinis, ou seja, o que interessa para a aquisição 
da nacionalidade é o sangue, a filiação, a ascendência, 
pouco importando local onde o indivíduo nasceu.” 
(LENZA, 2012, p. 1098) 
o “ius solis ou critério da territorialidade, vale dizer, o que 
importa para a definição e aquisição da nacionalidade é o 
local do nascimento, e não a descendência.” (LENZA, 
2012, p. 1098) 
• Nacionalidade adquirida: Também chamada 
nacionalidade secundária, é aquela que se adquire por 
vontade própria, depois do nascimento, normalmente pela 
naturalização. A naturalização poderá ser requerida tanto 
pelos estrangeiros como pelos heimatlos (apátridos), ou 
seja, aqueles indivíduos que não têm pátria alguma. 
 
“O estrangeiro, dependendo das regras de seu país, poderá 
ser enquadrado na categoria de polipátrida 
(multinacionalidade — ex.: filhos de italiano — critério do 
sangue — nascidos no Brasil — critério da territorialidade). 
 
Surge, então, o chamado conflito de nacionalidade: a) 
positivo — polipátrida (multinacionalidade) e b) negativo 
— apátrida, intolerável, especialmente diante do art. XV da 
Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), que 
assegura a toda pessoa o direito a uma nacionalidade, 
proibindo que seja arbitrariamente dela privada, ou 
impedida de mudá-la. 
O BRASILEIRO NATO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(LENZA, 2012, p. 1099) 
“Como regra geral prevista no art. 12, I, o Brasil, país de 
imigração, adotou o critério do ius solis. Essa regra, porém, é 
atenuada em diversas situações, ou “temperada” por outros 
critérios, como veremos. Lembrar que o art. 12, I, traz 
hipóteses taxativas de previsão de aquisição da nacionalidade 
brasileira. Assim, serão brasileiros natos: 
 
• ius solis (art. 12, I, “a”): qualquer pessoa que nascer no 
território brasileiro(República Federativa do Brasil), mesmo 
que seja filho de pais estrangeiros. Os pais estrangeiros, no 
entanto, não podem estar a serviço de seu país. Se 
estiverem, o que podemos afirmar é que o indivíduo que 
nasceu em território brasileiro não será brasileiro nato. Se 
será nacional de seu país, não sabemos. Devemos analisar, 
e sempre, as regras do direito estrangeiro; 
• ius sanguinis + serviço do Brasil (art. 12, I, “b”): e se o 
nascimento se der fora do Brasil? Serão considerados 
brasileiros natos os que, mesmo tendo nascido no 
estrangeiro, sejam filhos de pai ou mãe brasileiros e 
qualquer deles (o pai, a mãe, ou ambos) esteja a serviço da 
República Federativa do Brasil (administração direta ou 
indireta); 
 
• ius sanguinis + registro (art. 12, I, “c”, primeira parte): e 
se o nascimento não ocorrer no Brasil, filhos de pai 
brasileiro ou de mãe brasileira e os pais não estiverem a 
serviço do país? Ex.: Maria, em férias no Japão, tem o seu 
filho em Tóquio. Pergunta-se: o filho de Maria será 
considerado japonês? 
Depende da regra daquele país. E brasileiro? Neste caso, há 
a possibilidade de aquisição da nacionalidade brasileira 
originária pelo simples ato de registro em repartição 
brasileira competente. 
 
• ius sanguinis + opção confirmativa (art. 12, I, “c”, 
segunda parte): outra possibilidade de aquisição da 
nacionalidade brasileira, mantida pela EC n. 54/07, decorre 
quando o filho de pai brasileiro ou de mãe brasileira, que 
não estejam a serviço do Brasil, vier a residir no Brasil e 
optar, em qualquer tempo, depois de atingida a 
maioridade, pela nacionalidade brasileira. Trata -se da 
chamada nacionalidade potestativa, uma vez que a 
aquisição depende da exclusiva vontade do filho.” (LENZA, 
2012, 1099 e 1100, adaptado) 
O BRASILEIRO NATURALIZADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(LENZA, 2012, p. 1100) 
“Como forma de aquisição da nacionalidade secundária, a 
Constituição prevê o processo de naturalização, que dependerá 
tanto da manifestação de vontade do interessado como da 
aquiescência estatal, que, através de ato de soberania, de forma 
discricionária, poderá ou não atender à solicitação do estrangeiro ou 
apátrida.” (LENZA, 2012, p. 1100) 
 
Hoje, não mais se prevê a naturalização tácita, como aconteceu na 
vigência da Constituição de 1891, que assim dispôs: “Art. 69, § 4.º. 
São cidadãos brasileiros: os estrangeiros que, achando-se no Brasil 
aos 15 de novembro de 1889, não declararem, dentro de seis meses 
depois de entrar em vigor a Constituição, o ânimo de conservar a 
nacionalidade de origem”. 
 
A Constituição de 1988 somente estabeleceu a naturalização 
expressa, que se divide em ordinária e extraordinária (quinzenária). 
AS ESPÉCIES DE NATURALIZAÇÃO•“Naturalização ordinária: regime constitucional diferenciado aos 
estrangeiros conforme sua origem: 
 
o Estrangeiros não originários de países de língua portuguesa e 
apátridas (art. 12, II, “a”, primeira parte): naturalizar-se-ão 
brasileiros de acordo com os critérios definidos em lei, no caso, 
desde que preenchidas as regras do art. 112 do Estatuto dos 
Estrangeiros, Lei n. 6.815, de 19.08.1980; 
 
o originários de países de língua portuguesa: (art. 12, II, “a”, 
segunda parte): a) residência por um ano ininterrupto e b) 
idoneidade moral.” (LENZA, 2012, p. 1101) 
 
•“Naturalização extraordinária ou quinzenária (art. 12, II, “b”): “a 
naturalização extraordinária ou quinzenária dar-se-á quando os 
estrangeiros, de qualquer nacionalidade, residentes na República 
Federativa do Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem 
condenação penal, requisitarem a nacionalidade brasileira. 
 
A naturalização extraordinária é “intransferível”, vale dizer, só a 
adquire aquele que preencher os requisitos constitucionais. Nesse 
sentido, como muito bem lembra José Afonso da Silva, “a 
naturalização não importa a aquisição da nacionalidade brasileira 
pelo cônjuge e filhos do naturalizado, nem autoriza estes a entrar ou 
radicar -se no Brasil, sem que satisfaçam as exigências legais”.” 
(LENZA, 2012, p. 1102) 
• Radicação precoce e conclusão de curso superior: estas duas 
hipóteses, constantes na Constituição de 1967, embora não 
repetidas no texto constitucional de 1988, são ainda hipóteses, 
tendo em vista que constam no Estatuto do Estrangeiro, atendendo 
ao critérios do Art. 12, II, ‘a’ da CRFB. 
o radicação precoce: “os nascidos no estrangeiro, que hajam 
sido admitidos no Brasil durante os primeiros cinco anos de vida, 
radicados definitivamente no território nacional. Para preservar 
a nacionalidade brasileira, deverão manifestar-se por ela, 
inequivocamente, até dois anos após atingir a maioridade”; 
o conclusão de curso superior: “os nascidos no estrangeiro que, 
vindo residir no País antes de atingida a maioridade, façam curso 
superior em estabelecimento nacional e requeiram a 
nacionalidade até um ano depois da formatura”. (LENZA, 2012, 
p. 1102) 
Em nossa próxima aula, trataremos brevemente de 
assuntos que serão aprofundados no estudo de Direito 
Internacional Público e Privado: o procedimento de 
naturalização, a questão da igualdade jurídica e os 
estrangeiros, e a diferenciação entre expulsão, 
extradição e deportação. 
QUESTÕES 
QUESTÃO DISCURSIVA 
 
João da Silva Smith, filho de Ana Maria da Silva, 
brasileira, natural dos Estados Unidos da América, 
cometeu um homicídio em Nova York em 26 de janeiro 
de 2000. 
 
No dia 28 de janeiro de 2000 fugiu para o Brasil. Ao 
chegar aqui, João da Silva Smith opta pela 
nacionalidade brasileira na Justiça Federal de acordo 
com os artigos 12, I, c e 109, X da CRFB/88. 
No ano de 2001, antes de se concluir o processo de 
opção de nacionalidade, o governo norte-americano 
pede a extradição de João da Silva Smith ao Brasil pelo 
homicídio cometido em 2000. 
 
Pergunta-se: o Brasil vai extraditá-lo? Por quê? 
REFERÊNCIAS UTILIZADAS NESTA AULA, NA PESQUISA E 
CONFECÇÃO DO MATERIAL 
 
Material didático fornecido pela Universidade Estácio de Sá – 
Coordenação do Curso de Direito 
 
DOLINGER, JACOB. Direito Internacional privado: parte geral/ 
Jacob Dolinger – 7.ed.ampl. E atual. – Rio de Janeiro: Renovar, 
2003. 
 
LENZA, PEDRO. Direito Constitucional Esquematizado, São 
Paulo: Saraiva, 2012. 
 
Disciplina: 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
 
Professor: 
CARLOS ALBERTO LIMA DE ALMEIDA 
 
 Email: 
carlosalberto.limadealmeida@gmail.com 
 
Facebook: 
Carlos Lima de Almeida

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