Buscar

Direito Administrativo - Organização da Administração Pública

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO ADMINISTRATIVO
Organização da Administração Pública
I. Noções de Direito Administrativo
1. Conceito De Direito Administrativo
Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que estuda os princípios e as normas reguladoras do exercício da função administrativa, bem como pessoas e órgãos que a exercem.
Ou ainda, é o ramo do Direito Público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa para a consecução de seus fins de natureza pública.
2. Características do Direito Administrativo
A)	Ramo recente do Direito Público e passou a desenvolver-se somente a partir do século XIX;
B) Não está codificada, pois sua base normativa decorre de legislação esparsa e codificações parciais. Embora não exista um Código único dispondo sobre este ramo, alguns diplomas normativos se caracterizam como verdadeiras codificações parciais, a saber:
- Código Aeronáutico (Lei 7.565/86)
- Código de Águas (Decreto 24.643/34)
- Lei do Processo Administrativo (Lei 9784/99)
C) Adota o modelo inglês da jurisdição uma como forma de controle da administração;
Na França, as causas de interesse da Administração Pública não são julgadas no Poder Judiciário, mas por um complexo autônomo de Órgãos Administrativos. No Brasil, porém, não existe o chamado contencioso-administrativo, já que todas as causas são decididas pelo Poder Judiciário (Modelo Inglês de Jurisdição UMA, em que o Direito Administrativo baseia-se diretamente na Lei).
D) É influenciado apenas parcialmente pela jurisprudência, uma vez que as manifestações dos Tribunais exercem apenas influência indicativa;
3. Pressupostos
A)	SUBORDINAÇÃO DO ESTADO ÀS REGRAS JURÍDICAS. Característica
surgida com o advento do Estado de Direito;
B) EXISTÊNCIA DE DIVISÃO DE TAREFAS ENTRE OS ÓRGÃOS ESTATAIS. A noção do Estado de Direito e a concepção da Tripartição de Poderes tem status de Conditio sine qua non para a existência do Direito Administrativo.
4. Surgimento
Historicamente não havia sentido falar em um Direito Administrativo durante a Idade Média, período característico em que existiam regras jurídicas colocadas acima da vontade dos monarcas. 
Foi somente após a revolução francesa, em 1789, que o fortalecimento dos Parlamentos criou condições para estabelecer-se regras limitadoras da atuação da Administração Pública.
5. Estado, Governo, Poder Executivo, Administração Pública, Poder Público
A) ESTADO. É um povo situado em determinado território e sujeito a um governo;
		Povo é a dimensão pessoal do Estado, o conjunto de indivíduos unidos para formação da vontade geral do Estado. Povo 		não se confunde com população, conceito demográfico que significa contingente de pessoas que, em determinado 		momento, estão no território do Estado.
		Território é a base geográfica do Estado, sua dimensão espacial.
B) GOVERNO. É a cúpula diretiva do Estado, responsável pela condução dos altos interesses estatais e pelo Poder Político e cuja a composição pode ser modificada mediante eleições.
C) PODER EXECUTIVO. É o complexo de Órgãos Estatais verticalmente estruturados sob direção superior do Chefe do Executivo (Presidente da República, Governador ou Prefeito). Junto com o Legislativo e o Judiciário, o Executivo compõe a Tripartição dos Poderes do Estado.
D) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Conjunto de Órgãos e Agentes Estatais no exercício da função administrativa, independentemente se são pertencentes a qualquer dos três poderes ou outro mecanismo estatal (Ex. Ministério Público).
E) PODER PÚBLICO. Em sentido subjetivo, é o complexo de Órgãos e Funções destinadas a assegurar uma ordem jurídica. Porém, na acepção funcional ou objetiva, Poder Público significaria a própria coerção característica da Organização Estatal.
6. Tarefas Precípuas Da Administração Pública Moderna
A) O exercício do PODER DE POLÍCIA foi a primeira missão fundamental conferida à Administração ainda durante o Século XIX, período do chamado “Estado Polícia”. O Poder de Polícia consiste na limitação e no condicionamento pelos Estado da liberdade e propriedades privadas em favor do interesse público.
B) A prestação de SERVIÇOS PÚBLICOS. Na primeira metade do século XX, especialmente após a Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918), as denominadas Constituições Sociais, passaram a atribuir ao Estado funções positivas (O Poder de Polícia é função negativa) de Prestação de Serviços Públicos, como o fornecimento de Transporte Coletivo, água canalizada e energia elétrica.
C) A realização de ATIVIDADE DE FOMENTO. Já na segunda metade do Século XX, a Administração Pública passou também a estimular o desenvolvimento da Ordem Social e Econômica.
7. Princípios Constitucionais do Direito Administrativo
O Direito Administrativo brasileiro NÃO é codificado, por isso as funções sistematizadoras e unificadoras desempenhadas em outros ramos pelos Códigos, cabem aos princípios.
Princípios são regras fundamentais que a doutrina identifica como condensadoras dos valores fundamentais de um sistema e violar um princípio é muito mais grave do que violar uma norma.
A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos
 Supraprincípios do Direito Administrativo
Supraprincípios são os princípios centrais dos quais derivam todos os demais princípios e normas do Direito Administrativo. São dois esses princípios:
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO. Também chamado de princípio do interesse público ou da finalidade pública. Princípio implícito na atual ordem jurídica significa que os interesses da coletividade são mais importantes que o interesse individual, razão pela qual a Administração Pública recebe da Lei poderes especiais não extensivos aos particulares, projetando a administração pública a posição de superioridade diante do particular.
 São exemplos de prerrogativas especiais conferidas a Administração Pública e seus agentes: 
Possibilidade de transformar compulsoriamente propriedade privada em pública;
Presenças de cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos, entre outras; 
Supraprincípios do Direito Administrativo
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. Enuncia que os agentes públicos não são donos do interesse por eles defendido. Assim, no exercício da função administrativa, os agentes públicos estão obrigados a atuar não segundo sua própria vontade, mas do modo determinado pela legislação. Como decorrência dessa indisponibilidade não se admite tampouco que os agentes renunciem aos poderes legalmente conferidos ou que transacionem em Juízo.
 Recentemente o Supraprincípio da indisponibilidade do interesse público sofreu modificação imposta pelo legislador:
No rito dos JEFs, os representantes da Fazenda Pública estão autorizados a conciliar a transigir sobre os interesses discutidos na demanda – Art. 1º § único da Lei 11.029/01;
Passou a ser permitida a utilização de mecanismos privados para resolução de disputas, inclusive a arbitragem, exclusivamente nos contratos de concessão de serviço público e nas parcerias público-privadas – Arts.23-A da Lei 8987/95 e 11, inciso III, da Lei 11.079/04. Vale lembrar que nos demais contratos administrativos o uso da arbitragem continua vedado.
L-I-M-P-E
Conhecidos como princípios explícitos ou expressos, estão previstos na Constituição Federal:
Art. 37, caput. “A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência”.
Princípios Constitucionais do Direito Administrativo
LEGALIDADE. Considerado pela Doutrina como um princípio genérico, pois todos os outros princípios derivam deste. Este princípio impõe que o Estado só pode fazer aquilo que a Lei determinar. Enquanto o cidadão pode fazer tudo que a Lei não proibir, a Administração Pública pode fazer apenas o que possui previsãolegal.
IMPESSOALIDADE. O agir da Administração Pública não se confunde com a pessoa física de seu agente. Impõe-se ao Administrador Público que só pratique o ato visando seu fim legal.
MORALIDADE. Deve-se prezar pela prática de atos aceitáveis do ponto de vista ético-moral.
PUBLICIDADE. Todo ato administrativo deve ser divulgado em Órgão Oficial. Há exceções (assuntos de segurança nacional, investigações policiais, interesse superior da administração pública)
EFICIÊNCIA. Este princípio não estava previsto no texto constitucional original, sendo acrescentado através da EC 19/98, trazendo a Administração Pública a imposição de manter a ampliar a qualidade dos serviços que o Estado presta ou coloca a disposição dos cidadãos.
Princípios Constitucionais do Direito Administrativo
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Inerente ao Estado de Direito, representa a subordinação da Administração Pública à vontade popular. O exercício da função administrativa não pode ser pautada pela vontade da administração ou dos agentes públicos, mas deve respeitar a vontade da Lei. O princípio da legalidade encontra fundamento em três dispositivos diferentes da CF:
Art. 37, CAPUT. 
Art. 5º, II.
Art. 84, IV.
LEGALIDADEPRIVADA
X
LEGALIDADE PÚBLICA
Critériode diferenciação
Legalidade Privada
Legalidade
Pública
Destinatário
Particulares
Agentes Públicos
Fundamento
Autonomia da Vontade
Subordinação
Significado
Podemfazer tudo que a lei não proíbe
Só pode fazer o que a lei autoriza
Silêncio Legislativo
Equivale a permissão
Equivale a proibição
PRINCÍPIO 
DA IMPESSOALIDADE
Estabelece um dever de imparcialidade na defesa do interesse público impedindo discriminações e privilégios indevidamente dispensados a particulares no exercício da função administrativa. A relação da impessoalidade com a noção de finalidade pública é indiscutível.
IMPORTANTE!
Aatuação dos agentes públicos é imputada ao Estado, significando um agir impessoal da Administração. Assim, as realizações NÃO devem ser atribuídas à pessoa física do agente público, mas à pessoa jurídica da estatal a que estiver ligado. Tal privilégio veda a promoção pessoal de atividades públicas e impõe a realização de concursos públicos e licitações.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
A Constituição Federal, em pelo menos três oportunidades, impõe ao agente público o dever de observância da moralidade administrativa, conforme segue apontamento realizado no quadro ao lado. É importante ressaltar que quando a Constituição Federal definiu a moralidade como padrão de comportamento a ser observado pelos agentes públicos, não havia juridicização de todas as regras morais vigentes na sociedade. Fosse assim, bastaria a legalidade cumprindo a lei automaticamente, a moralidade seria atendida. A moralidade administrativa difere da moralidade comum. A moralidade administrativa não impõe o dever de atendimento à moral comum vigente na sociedade, mas exige respeito a padrões éticos de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade, probidade incorporadas pela prática diária ao conceito de boa administração. Desta forma, enquanto a moral comum é orientada para uma distinção puramente ética, entre o bem e o mal, a moral administrativa é orientada por uma distinção prática ente boa e má administração. 
Fundamento naCF
Art. 5, LXXIII
Autoriza a propositura de ação popular contra ato lesivo a moralidade administrativa
Art. 37, CAPUT
Elenca a moralidadecomo princípio fundamental
Art. 85, V
Define como crime de responsabilidadeos crimes que atentem contra a probidade da administração pública
Súmula Vinculante N.º 13 do STF
Súmula Antinepotismo. Nepotismo é essencialmente a nomeação de parente para ocupar cargo de confiança. Contraria à moralidade, impessoalidade e a eficiência administrativa.
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investida em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou ainda de função gratificada na administração pública, direta ou indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
É definido como o dever de divulgação oficial dos atos administrativos. Tal princípio encontra-se num contexto geral de livre acesso dos indivíduos às informações de seu interesse e de transparência na atuação administrativa.
Objetivos da publicidade
Exteriorizara vontade da administração pública divulgando o seu conteúdo para conhecimento público; tornar exigível o conteúdo do ato; desencadear a produção de efeito do ato administrativo; permitir o controle da legalidade do comportamento.
Exceções à publicidade
Aprópria CF definiu três exceções ao princípio da publicidade, autorizando o sigilo nos casos de risco para: a segurança do Estado (Art. 5º, XXXIII – Exemplo: Informações militares), a segurança da Sociedade (Art. 5º, XXXIII – Exemplo: Sigilo das informações sobre o ínterim de uma usina nuclear para evitar atentados terroristas) e a intimidade dos envolvidos (Art. 5º, X – Exemplo: Processos administrativos disciplinares).
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Acrescentado no Art. 37, da CF pela Emenda N.º 19/98, tal princípio foi um dos pilares da Reforma Administrativa que procurou implementar o modelo de administração pública e gerencial voltada para um controle de resultados na atuação estatal. Economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade e rendimento funcional são valores trazidos pelo princípio da eficiência. Entretanto, o princípio da eficiência não pode ser usado como pretexto para a administração pública descumprir a lei.
Princípios Constitucionais do Direito Administrativo
O rol de princípios constitucionais do Direito Administrativo não se esgota no Artigo 37, caput. Especialmente em concursos públicos tem se exigido o conhecimento de outros princípios administrativos expressos na Constituição de 1988.
Princípios Constitucionais do Direito Administrativo
PARTICIPAÇÃO. (Art. 37, § 3º, CF) A Lei deverá estimular as formas de participação do usuário na administração direta e indireta.
CELERIDADE PROCESSUAL. (Art. 5º, LXXVIII, CF) Assegura a todos, no âmbito judicial e administrativo a razoável duração do processo e os meios que garantam celeridade na sua tramitação. 
DEVIDO PROCESSO LEGAL FORMAL E MATERIAL. (Art. 5º, LIV, CF) Prescreve que a privação da liberdade ou dos bens só poderá ser aplicada após o devido processo legal. No âmbito administrativo a tomada de decisões pelo Poder Público pressupõe a instauração de processo com garantia do contraditório e da ampla defesa. FORMAL: exige o cumprimento de um rito predefinido para a validade da decisão. MATERIAL: além de respeitar o rito, a decisão final deverá ser justa e proporcional.
Princípios Constitucionais do Direito Administrativo
CONTRADITÓRIO. (Art. 5º, LV, CF) As decisões administrativas devem ser proferidas somente após ouvir os interessados e contemplar na decisão as considerações arguidas.
AMPLA DEFESA. (Art. 5º, LV, CF) Obriga a assegurar aos litigantes em processo judicial administrativo a utilização dos meios de prova, dos recursos e dos instrumentos necessários para os interessados defenderem seus interesses perante a administração.
CELERIDADE PROCESSUAL. (Art. 5º, LXXVIII, CF) Assegura a todos, no âmbito judicial e administrativo a razoável duração do processo e os meios que garantam celeridade na sua tramitação.
II. Regime Jurídico Administrativo
1. Regime Jurídico da Administração e Regime Jurídico Administrativo
REGIME JURÍDICO PRIVADO é o conjunto de normas e princípios jurídicos comuns que irão que reger as relações jurídicas que envolvem exclusivamente interesses privados. REGIME JURÍDICO PÚBLICO é conjunto de normas e princípios constitucionais que irão reger as relações jurídicas que envolvam interessepúblico, exclusivamente ou não.
REGIME JURÍDICO PRIVADO
REGIME JURÍDICOPÚBLICO
Normas e princípios jurídicoscomuns
Normas e princípios jurídicos constitucionais
Relação jurídica de direito privado
Relação jurídica de DireitoPúblico
Interesses privadosdisponíveis
Interesses públicos indisponíveis
Não precisa de lei autorizativa
Exige-se prévia lei autorizadora
Predomina a autonomiada vontade
Predomina a obrigatoriedade do cumprimento da lei
É um determinado conjunto de normas e princípios jurídicos que irão reger com exclusividade uma determinada relação jurídica, afastando a incidência de qualquer outra norma ou princípio jurídico que não pertença àquele determinado conjunto. 
2. Regime Jurídico da Administração
REGIME PÚBLICO
REGIME PRIVADO
Órgãosda Administração Direta (UNIÃO/ESTADOS/DF/MUNICÍPIOS)sempre;
Empresas Públicas, independente de seu objeto socialsempre;
Autarquias (INSS/USP/ANVISA)sempre;
Sociedades de economia mistasempre;
*Fundações Públicas (FUNAI/BIBLIOTECA NACIONAL)em regra;
* Fundações Públicaspoderão ser de regime privado(PROCON/FUNDAÇÃOCASA)excepcionalmente;
AssociaçõesPúblicas decorrentes de Consórcios Públicos, regidos pela Lei 11.107/05em regra;
Não existe ente estatal sujeito EXCLUSIVAMENTE ao regimeprivado, pois todos que integram o Estado estão sujeitos a regras públicas de controle e fiscalização (licitação/concurso de agentes/prestação de contas/responsabilidade fiscal)
OAB: Integra o Estado, mas foiconsiderada sui generis pelo STF, deixando de ser autarquia especial e com isso não possui regime definido.
3. Regime Jurídico Administrativo	
Conjunto de prerrogativas e sujeições próprios da administração de direito público para exclusivamente atender aos interesses públicos.
Prerrogativas Públicas Especiais
A administraçãode direito público é dotada de maiores poderes e faculdades de agir que não são, em regra, conferidos aos demais entes estatais, pois a administração tem o dever constitucional de atender concretamente o interesse público.
Prerrogativas estão baseadas naSUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
Sujeições Públicas Especiais
Deverese obrigações constitucionais que recaem, em regra, somente sobre a administração, pois cabe a esta atender os interesses públicos que são indisponíveis e não estão sujeitos à autonomia da vontade, mas sim à obrigatoriedade do cumprimento da lei.
Sujeiçõesestão baseadas naINDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO.
III. Poderes Administrativos
1. Poderes Administrativos
A Administração Pública é dotada de poderes ou prerrogativas instrumentais que garantem o efetivo desempenho de suas atribuições que lhe são legalmente definidas.
Os Poderes Administrativos são o conjunto de prerrogativas que a Administração Pública possui para alcançar os fins almejados pelo Estado, tais poderes são inerentes à Administração Pública para que esta possa proteger o interesse público.
Muito embora a expressão “Poder” possa parecer apenas uma faculdade de atuação da Administração, os Poderes Administrativos envolvem um dever de atuar diante das situações apresentadas ao Poder Público, tratando-se, portanto de um poder-dever da Administração.
2. Poder Hierárquico
O Poder Hierárquico é o poder de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus Órgãos e a atuação de seus agentes, estabelecendo assim a relação de subordinação. 
É o poder que dispõe o executivo para distribuir e organizar as funções de seus agentes e órgãos, estabelecendo relação de subordinação entre seus servidores, sendo que tal subordinação somente é aplicável dentro da própria Administração.
Importante esclarecer que hierarquia caracteriza-se pela existência de níveis de subordinação entre órgãos e agentes públicos, sempre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica.
Inexistente no Judiciário e no Legislativo, a hierarquia é privativa da função executiva, sendo elemento típico da organização e ordenação dos serviços administrativos.
3. Poder Disciplinar
O Poder Disciplinar é o poder de punir internamente não só as infrações funcionais dos servidores, sendo indispensável à apuração regular da falta, mas também as infrações de todas as pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração.
Decorre da supremacia especial que o Estado exerce sobre todos aqueles que se vinculam à Administração.
O Poder Disciplinar não pode ser confundido com o Poder Hierárquico, porém a ele está vinculado e correlato.
É assim a aplicação do Poder Disciplinar, a faculdade hierárquica de punir administrativamente o subalterno, dentro dos limites legais. É exercido como faculdade punitiva interna da Administração e por isso só abrange as infrações relacionadas com o Serviço Público.
4. Poder de Polícia
Com o Poder de Polícia, a Administração limita o exercício dos direitos individuais e coletivos com o objetivo de assegurar a Ordem Pública, estabelecendo assim um nível aceitável de convivência social.
Resume-se na prerrogativa conferida à Administração Pública para, na forma e nos limites legais, condicionar ou restringir o uso de bens, exercício de direitos e a prática de atividades privadas, com o objetivo de proteger os interesses gerais da coletividade.
Assim, é a atividade do Estado que consiste em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público.
Poder de Polícia: Administrativa e Judiciária
PODER DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA. Tem o objetivo principal da manutenção da ordem pública em geral, atuando em situações em que é possível a prevenção de possíveis cometimentos de infrações legais. A polícia Administrativa poderá atuar tanto preventivamente como repressivamente, porém, em ambos os casos a atuação da Polícia Administrativa tem a finalidade de evitar e impedir comportamentos dos indivíduos que possam causar prejuízos para a sociedade.
PODER DE POLÍCIA JUDICIÁRIA. Desenvolve e executa atividades de caráter repressivo e ostensivo, ou seja, possui o dever de reprimir atividades infratoras a lei por meio da atuação policial em caráter criminal, com sua consequente captura daqueles que infringirem a Lei Penal.
Diferenças entre Polícia Administrativa e Polícia Judiciária
Polícia Administrativa
Polícia Judiciária
Regida pelas normas de Direito Administrativo
Regida pelas normas do Direito Penal e Processual Penal
Executada por Órgãos e agentes públicosescalonados e mantidos pela Administração Pública
Executadaprivativamente por organizações especializadas no combate a repressão criminosa, ou seja, ela Polícia Civil e Polícia Militar
Penalidades incidem exclusivamente em produtose serviços
Penalidades recaem sobre pessoas,podendo em determinados casos, ocorrer em face de apreensão de produtos.
Limites do Poder de Polícia
O Ato Administrativo que for praticado com vícios de competência, ilegalidades e ilegitimidades, ou ainda que contrariem o interesse público, será considerado um ato ilegal, praticado com abuso de poder. O abuso de poder ocorre diante de uma ilegitimidade, ou ilegalidade cometida por agente público no exercício de suas funções administrativas, o que nos autoriza a concluir que o abuso de poder é uma conduta ilegal praticada pelo agente público. O abuso de poder ocorre de duas formas:
EXCESSO DE PODER. Ocorre quando o agente público atua fora dos limites de sua competência, ou seja, o agente não detinha competência funcional prevista para executar a atividade administrativa.
DESVIO DE PODER. Ocorre quando a atuação do agente é pautada dentro dos seus limites de competência, mas contrária a finalidade administrativa que determinou ou autorizou a sua atuação.
IV. Atos Administrativos
1. Atos Administrativos
Atos Administrativos são espécies do gênero “ato jurídico”, ou seja, são manifestações humanas, voluntárias, unilaterais e destinadas diretamente à produção de efeitos no mundo jurídico.
Segundo o conceito formulado por Hely Lopes Meirelles, temos que:
“ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da administração pública que agindo nessa qualidade,tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.”
Desta forma temos que é por meio do ato administrativo que a função administrativa se concretiza, sendo toda a exteriorização da vontade do Estado, executada pelos agentes públicos, objetivando alcançar o interesse coletivo.
Atributos dos Atos Administrativos
Entende-se por atributos as qualidades ou características dos atos administrativos, uma vez que requisitos dos atos administrativos constituem condições de observância obrigatória para sua validade, os atributos podem ser entendidos como as características dos autos administrativos.
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. É a ÚNICA característica presente em todos os atos administrativos. Significa que praticado o ato administrativo, ele se presume legítimo e, em princípio, apto para produzir os efeitos que lhe são inerentes.
IMPERATIVIDADE. Pelo atributo da Imperatividade, temos a possibilidade de a administração pública, de maneira unilateral, criar obrigações ou impor restrições aos seus administrados.
AUTOEXECUTORIEDADE. O ato administrativo possui força executória imediatamente a partir de sua edição.
TIPICIDADE. É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados.
Requisitos e Elementos dos Atos Administrativos
A doutrina é pacífica em apontar cinco requisitos básicos, ou elementos dos atos administrativos. Além dos requisitos elaborados pela doutrina administrativa, aplicam-se aos atos administrativos os requisitos gerais de todos os atos jurídicos perfeitos, como agente capaz, objeto lícito, e forma prescrita ou não proibida em lei.
COMPETÊNCIA. Poder legal conferido ao agente público para o desempenho regular e específico das atribuições de seu cargo.
FINALIDADE. A finalidade é o objetivo principal que a administração pública pretende alcançar com a prática do ato administrativo.
FORMA. Modo de exteriorização do ato administrativo. Todo ato administrativo, em princípio, deve ser formal e a forma exigida pela lei quase sempre é escrita.
MOTIVO. É a causa imediata do ato administrativo, é a situação fática ou jurídica que determina ou possibilita a atuação administrativa. Não se pode confundir Motivo com Motivação.
OBJETO. É o próprio conteúdo material do ato, por meio do qual a administração manifesta sua vontade.
Classificação dos Atos Administrativos
ATOS GERAIS E ATOS INDIVIDUAIS. Os atos administrativos gerais caracterizam-se por não possuir destinatários diretos e determinados, apresentam apenas situações normativas aplicáveis a todos os administrados e hipóteses fáticas que se enquadrem nos casos descritos de forma abstrata. Já os individuais são aqueles que possuem destinatário final certo e determinado, produzindo seus efeitos de maneira direta e concreta e de forma individualizada.
ATOS INTERNOS E ATOS EXTERNOS. Os atos administrativos internos são aqueles destinados a produzir efeito somente no âmbito da Administração Pública, atingindo de forma direta e exclusiva seus órgãos e agentes. Atos externos são os que atingem os cidadãos administrados de forma geral, criando direitos e obrigações gerais ou individuais, caso em que será necessário publicação em imprensa oficial.
ATOS SIMPLES, COMPLEXO E COMPOSTO. Ato Administrativo simples é aquele que decorre de uma única manifestação de vontade, de um único órgão, ou seja, não depende de outra manifestação para que seja considerado perfeito. Ato complexo é o que necessita para sua formação e validade, da manifestação da vontade de dois ou mais órgãos, ou autoridades diferentes
Ato Válido, Ato Perfeito e Ato Eficaz
Ato válido é o que está em total conformidade com o ordenamento jurídico vigente, não contendo qualquer vício, ou defeito, irregularidades ou ilegalidades;
Ato perfeito é o qual está pronto, acabado, que já esgotou e concluiu o seu ciclo, já esgotaram todas as fases necessárias para sua produção;
Ato eficaz é aquele que já está disponível e apto a produzir seus regulares efeitos.
Atos Administrativos: Espécies
Atos normativos. São aqueles que contém um comando geral do executivo visando ao cumprimento de uma lei (Decreto, Regimento, Resolução).
Atos ordinatórios. Visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. São ordinatórios os atos que disciplinam e regram o funcionamento dos órgãos públicos da Administração Pública. Emanam do poder hierárquico.
Atos negociais. São todos aqueles que contém uma declaração de vontade da Administração apta a concretizar determinado negócio jurídico. Muito embora apresentem interesses de ambas as partes, possui natureza unilateral (licença, autorização, permissão, aprovação, admissão, homologação e dispensa).
Atos Administrativos: Espécies
Atos enunciativos. São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto. Não contém norma de atuação, nem ordena atividade administrativa.
Atos punitivos. São aqueles que contém uma sanção imposta pela lei e aplicada pela Administração, visando punir as infrações administrativas e condutas irregulares de servidores ou de particulares perante a administração. Podem ser internos (advertência, suspensão, cassação de aposentadoria) ou externos (multa, interdição de atividades, confisco)
Ato Administrativo: Extinção
O ato administrativo vigente permanecerá produzindo seus efeitos no mundo jurídico, até que algo capaz de alterar essa condição ocorra.
Uma vez publicado e eivado de vícios, terá plena vigência e deverá ser cumprido, em atendimento ao atributo da presunção de legitimidade, até o momento em que ocorra formalmente a sua extinção, por meio da anulação ou revogação do ato administrativo.
O desfazimento do ato administrativo poderá ser resultante do reconhecimento de sua ilegitimidade, de vícios em sua formação ou então poderá ser declarada a falta de necessidade de sua validade.
Revogação
É a modalidade de extinção do ato administrativo que ocorre por razões de oportunidade e conveniência da administração pública, atendido o interesse público.
A Administração Pública poderá revogar um ato quando entender que, embora se trate de um ato válido, que atenda a todas as prescrições legais, não atende adequadamente ao interesse público no caso concreto.
Importante esclarecer que a medida de revogação de ato administrativo é ato exclusivo e privativo da administração pública que praticou o ato revogado.
Ressalte-se ainda que o ato revogatório não retroage para surtir efeitos passados, apenas impedindo que este continue a surtir efeitos, operando assim com o efeito ‘ex nunc’.
Anulação
Ocorre quando um ato administrativo estiver eivado de vícios, relativos à legalidade ou a legitimidade. Assim que os vícios forem identificados pela própria administração pública, esta poderá anulá-lo de ofício. É possível ainda que um cidadão identifique os vícios e informe a administração pública.
A anulação do ato administrativo poderá ocorrer por decisão fundamentada do Poder Judiciário, entretanto, este não poderá atuar de ofício.
A anulação age retroativamente, ou seja, todos os efeitos provocados pelo ato anulado também são nulos, saí surge o efeito denominado “ex tunc”.
VÍCIODO ATO ADMINISTRATIVO
SANÁVEL
Ato pode ser anulado OUconvalidado
INSANÁVEL
Aanulação do ato deve ser obrigatória
Convalidação dos Atos Administrativos
Temos como regra geral que, os atos administrativos quando eivados de vícios de legalidade ou legitimidade devem ser anulados, entretanto, algumas hipóteses de vícios de legalidade dão origem a atos administrativos meramente anuláveis, ou seja, atos que a critério da Administração Pública, poderão ser anulados ou então convalidados. Convalidar um Ato Administrativo é corrigi-lo ou regulariza-lo, desde que não acarretem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiro.
CONDIÇÕESPARACONVALIDAÇÃO DO
ATO ADMINISTRATIVO
Odefeito seja sanável
O Ato convalidado nãopoderá gerar lesão ao interesse público
OAto convalidado não poderá acarretar prejuízos a terceiros
A convalidação pode incidir sobre atos vinculados e atos discricionários, pois não se trata de controle do mérito, mas sim de legalidade e de legitimidade, relativos a vícios do ato administrativo sanável.
Atos vinculados e Discricionários
Os Atos vinculados são os que a Administração Pública pratica sem qualquer margem de liberdade de decisão, tendo em vista que a lei previamente determinou a única medida possível de ser adotada sempre que se configure determinada situação nela descrita.
Os Atos discricionários são aqueles que a Administração Pública pode praticar com certa liberdade de escolha e decisão, sempre dentro dos termos e limites legais, quanto a seu conteúdo, modo de realização, sua oportunidade e conveniência administrativa
Nesse sentido, oportuno esclarecer a expressão “Mérito Administrativo”.
	O mérito do ato administrativo não é considerado requisito para formação do ato, mas tem implicações com o motivo e o objeto do ato, e consequentemente, com as suas condições de validade e eficácia

Outros materiais