Buscar

Resenha Hotel Ruanda

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Hotel Ruanda é longa-metragem de 2004 com duração de 121 minutos (2 horas e 1 minutos), com direção de Terry George e elenco prinipal: Don Cheadle, Nick Nolte, Joaquin Phoenix, Desmond Dube e Sophie Okonedo.
A Obra é uma produção conjunta da Itália, Reino Unido e África do Sul, e narra a história verídica de Paul Rusesabagina, que foi capaz de salvar a vida de 1268 pessoas durante o genocídio ocorrido no ano de 1994 em Ruanda.
Paul é Hutu e sua mulher, Tatiana, é Tutsi. Ele havia sido treinado na Bélgica para administrar o hotel quatro estrelas Mil Colinas, localizado em Kigali, capital da Ruanda, quando a tensão secular crescente explodiu em uma guerra total.
A história relata, portanto, um período de aumento da tensão entre a maioria Hutu e a minoria Tutsi, duas etnias de um mesmo povo que ninguém sabe diferenciar uma da outra a não ser pelos documentos.
Tudo começa quando o presidente do país morre em um atentado após assinar um acordo de paz. Imediatamente os Hutus entram em guerra aos Tutsis, dando início a matança de Tutsis. Neste instante, Paul tenta proteger sua família, mas com o iminente massacre generalizado, compra favores para proteger seus vizinhos que haviam pedido abrigo em sua casa na primeira noite de atrocidades.
Com a continuidade da tensão e mortes de governantes, os turistas partem enquanto que no hotel, aumenta a quantidade de vítimas que procura abrigo e proteção, pois forças do EUA fazem a segurança do mais novo "hotel de refugiados".
Pela compra de favores dos militares e da milícia Interahamwe, Paul consegue manter o hotel a salvo. O Coronel Oliver, interpretado por Nick Nolte, é um personagem fictício que representa os militares canadenses no comando das forças de paz das Nações Unidas da Missão de Assistência das Nações Unidas para Ruanda (UNAMIR), que tentam proteger vidas mesmo com a falta de tropas.
A esperança é renovada então quando tropas belgas surgem, mas estas têm a única missão de resgatar os estrangeiros, não tendo como objetivo interromper o massacre de Tutsis pelos Hutus.
Com a saída dos estrangeiros do hotel, Paul inicia negociações com o General Bizimungu (Fana Mokoena) para conseguir proteção policial porém não consegue.
Paul resolve tentar então uma saída para alguns membros, mas acaba entrando numa cilada que quase acabou com a família sua família. Numa outra tentativa, escoltados pelas forças da ONU cruzam com rebeldes Tutsis, e chegam até o campo de refugiados, "mais seguro" e dali poderiam partir para a Tanzânia.
Durante cem dias, perto de um milhão de pessoas morreram baleadas, queimadas ou esquartejadas, num dos massacres mais sangrentos de todos os tempos e que a comunidade internacional fez muito pouco para evitar ou sequer tentar interromper.
Num comportamento que já foi comparado ao episódio tratado em A Lista de Schindler, Paul escondeu na propriedade 200 Tutsis, entre eles alguns empresários e políticos, que seriam os primeiros alvos dos Hutus.
O filme defende a atuação pessoal no âmbito social, através da figura de Paul, um homem comum cujo compromisso pessoal com valores humanitários o leva a arriscar-se para salvar vidas. Os valores familiares e a solidariedade social (com a defesa de vizinhos e amigos a princípio, se estendendo para a defesa de qualquer compatriota em necessidade) também são de fundamental importância do decorrer do filme, apresentados pela dinâmica familiar entre Paul, Tatiana e seus filhos, e entre a família e seus vizinhos e os refugiados que ajudam. O filme opõe esses valores à divisão e agressão entre concidadãos que se passa fora do hotel.
Outro tema importante é a falta de ação do “mundo civilizado” frente à uma crise humanitária catastrófica. O filme critica duramente a posição da comunidade internacional e das Nações Unidas durante a crise. De fato, o mostra-se explicitamente como a intervenção esperada pela população simplesmente não veio e como o mundo deixou os ruandeses à sua própria sorte em meio a uma monstruosa carnificina (em 2006, num artigo sobre a crise em Darfur, Paul Rusesabagina diria que o mundo deixara Ruanda “se afogar no próprio sangue”).
O filme pode ser considerado uma crítica do colonialismo, na medida em que parece relacionar a colonização com o massacre (a criação artificial das etnias é mencionada, assim como a administração belga diversas vezes), e mostra que as conseqüências da expansão colonial na África se estendem até os dias atuais. Hotel Ruanda também não se concentra demasiadamente nas violências entre civis ruandeses, se concentrando em figuras de autoridade como o general Bizimungu, e em membros oportunistas da Interahamwe, como Rutaganda dando-lhes mais responsabilidade sobre os eventos, e encarando a população em geral, mesmo os hutus envolvidos no massacre, como vítimas de circunstâncias históricas e jogos de poder além de seu alcance.

Outros materiais