11b Ecletismo no Rio de Janeiro (Urbanismo e arquitetura)

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Pereira Passos e Avenida Central do Rio de Janeiro
	À luz das ideias européias, em especial a atuação de Haussmann em Paris, o então prefeito do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos, viabilizou um conjunto de medidas sanitárias na cidade a partir de 1904. 
	A avenida simbolizava a modernidade almejada, pela então capital do país, recém republicano. Inspirada na bulevar francesa, a Avenida Central, futuramente Avenida Rio Branco, cortava aproximadamente 1800 metros da cidade, com 33 metros de largura e 7 metros de calçada, ladeada por belas fachadas. 
	Para a República ser monumental era crucial, os 33 metros de largura, inédito no Brasil, substituíram a acanhada rua do Ouvidor como símbolo da cidade. 
	A larga e retilínea visão a partir da Avenida Central trouxe uma nova era para o urbanismo não só na, então capital Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil. 
“os rapazes no rigor smart dos trajes ingleses, as damas exibindo as últimas extravagâncias dos tecidos, cortes e chapéus franceses” 
SEVCENKO, Nicolau. Introdução. In: SEVCENKO, Nicolau (org.).História da vida privada no Brasil – volume 3. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 23
	“No início do século XX, o Rio de Janeiro passou por grandes transformações urbanas com a Reforma Pereira Passos. As mudanças, no entanto, não se restringiram à parte física da cidade: o desejo de modernização da então capital do país fundou novos hábitos e sensibilidades, ao mesmo tempo que forçava a exclusão de tudo o que fugia de uma idéia estrita de civilização, baseada em padrões europeus. (...)
	(...) A moda vestida pelas elites também se baseava na cultura européia. Este estudo é uma análise de como a moda se estabeleceu e se firmou a partir de um discurso disciplinar e como ela se presta a reflexões sobre questões centrais da modernidade, como a velocidade e a visibilidade.”
	CAMARGO, Rosane Feijão de Toledo. Moda e a Cidade na Reforma Pereira Passos: Modernidade, velocidade, visibilidade e controle na Belle Époque carioca. 2008. Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho Mediações e Interfaces Comunicacionais do Inovcom evento do XIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste. São Paulo – 07 a 10 de maio de 2008.
A Cidade do Rio de Janeiro e os Melhoramentos da Reforma Passos.
	Assim como em Paris, foi necessário, para a construção da avenida, a destruição de várias residências. Obviamente, gerando, oposição junto a população, especialmente, de menor poder aquisitivo.
	Para construir os 1800 metros foram desapropriados e demolidos aproximadamente 590 edificações, que foram reloteados e vendidos ou permutados num prazo de vinte meses.
	“Na verdade este plano é uma reformulação do Plano de Melhoramentos de 1875, do qual Pereira Passos, que já tinha sido anteriormente discípulo de Haussmann, havia participado de sua elaboração ainda na época Imperial.”
	Maria Cristina da Silva Leme (org.) Urbanismo no Brasil – 1895 – 1965. São Paulo. Studio Nobel. FAU/USP. FUPAM. 1999. p.358. apud MARCONI, Raphael., 2003. 
	Modernidade é mais que implementação, é, também, velocidade, as obras da Avenida Central começaram em 1903, e em 15 de novembro de 1905, foi inaugurada com pavimentação de asfalto, iluminação elétrica, calçada de mosaico português e cerda de 30 edifícios prontos. 
	
	No lugar das residências, foram instaladas empresas comerciais de exportação e importação. Lojas burguesas de roupas, bistrôs, magazines, dentre outros estabelecimentos com em Paris.
 
	Também, foram construídos os grandes símbolos do poder público como o Teatro Municipal, a Escola Nacional de Belas Artes e Palácio Monroe. 
Trecho da planta da Avenida
Central, entre a rua de Santo Antônio e a rua do Ouvidor.
Trecho da planta da Avenida
Central e seu reloteamento. 
Fonte: http://rioantigo-avcentral.buzznet.com/user/photos/list/
	“Um concurso de fachadas foi feito pelo poder público, a construção dos edifícios foi fiscalizada de perto e executada em um curto espaço de tempo. A própria divisão dos lotes foi controlada e suas propriedades foram dirigidas a capitalistas que pudessem erigir prédios que espelhassem a grandiosidade da avenida. (...)
	(...) O ecletismo francês que muito influenciou o estilo dos prédios da avenida ao lado de soluções neoclássicas, neo-barrocas, etc... pode ainda hoje ser visto no Teatro Municipal. Igualmente francesa foi a influência pela escolha dos materiais, (...).”
	MARCONI, Raphael. A paisagem carioca na primeira república: o lugar da natureza e a imagem da cidade. Rio de Janeiro: Dissertação (Mestrado): Universidade Federal do Rio de Janeiro – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – Programa de Pós-Graduação em Urbanismo, 2003. pg. 58 
Concurso de Fachadas
Projeto vencedor do concurso de fachadas para a Avenida Central 
Rafael Recchi
Fonte: BRENNA apud FABRIS, 1987, p. 55
Projeto classificado no concurso de fachadas para a Avenida Central 
A. Morales de los Rios (professor da ENBA)
Fonte: BRENNA apud FABRIS, 1987, p. 56
Projeto classificado no concurso de fachadas para a Avenida Central 
T. Driendl, T Olberg, M. E. Hehl
Fonte: BRENNA apud FABRIS, 1987, p. 57
Rua do Acre, n; 66. 
Projeto de reconstrução 
Construtor Hortencio de Cordoville, 1906 
Fonte: BRENNA apud FABRIS, 1987, p. 61
Rua Marechal Floriano, n. 148. 
Projeto de reconstrução 
Construtor Celestino Domingos dos Santos, 1904
Fonte: BRENNA apud FABRIS, 1987, p. 61
Rua Carioca, n. 116-120
Projeto de reconstrução 
Construtor Miguel Bueno, 1906 
Fonte: BRENNA apud FABRIS, 1987, p. 61
Fonte: http://rioantigo-avcentral.buzznet.com/user/photos/list/
Fonte: http://rioantigo-avcentral.buzznet.com/user/photos/list/
Fonte: http://rioantigo-avcentral.buzznet.com/user/photos/list/
Theatro Municipal
Avenida Central e Teatro Municipal. 1910. Foto: Marc Ferrez. 1910. 
Teatro Municipal
Projeto “leda”
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=55814259
O Theatro Municipal, projetado por Francisco de Oliveira Passos e edificado na avenida Central, entre 1903 e 1909, é claramente inspirado no Ópera de Paris e aparece como um dos maior símbolo do ecletismo no Brasil.
Teatro Municipal
Projeto “Sempre” de Francisco de Oliveira Passos
Fonte: BRENNA apud FABRIS, 1987, p. 59
Teatro Municipal
Projeto “leda”
Fonte: BRENNA apud FABRIS, 1987, p. 60
Filme sobre o Teatro Municipal : 
Pasta patrimônio 
http://www.viaarte.org/2011/01/theatro-municipal-do-rio-de-janeiro.html
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http://2.bp.blogspot.com/_V8-kMGe02ZE/TScvPY5_O9I/AAAAAAAAES0/64UsqueZzTQ/s1600/Theatro+Municipal+1.JPG
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Teatro Municipal
Fonte: http://www.inepac.rj.gov.br/modules.php?name=Guia&file=consulta_detalhe_bem&idbem=249
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Teatro Municipal
Lateral 
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_V8-kMGe02ZE/TScyUTUFI6I/AAAAAAAAES4/-EmT4eNSUc0/s1600/Theatro+Municipal+2.JPG
http://1.bp.blogspot.com/_V8-kMGe02ZE/TScyUTUFI6I/AAAAAAAAES4/-EmT4eNSUc0/s1600/Theatro+Municipal+2.JPG
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Teatro Municipal
Bilheteria
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_V8-kMGe02ZE/TSc1UZCGR4I/AAAAAAAAES8/gAOpvY4XObI/s1600/Theatro+Municipal+3.JPG
http://2.bp.blogspot.com/_V8-kMGe02ZE/TSc1UZCGR4I/AAAAAAAAES8/gAOpvY4XObI/s1600/Theatro+Municipal+3.JPG
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A problemática
A aprovação da lei da vacina obrigatória em 31 de março de 1904 foi o elemento que faltava para que o estopim fosse aceso e as tensões sociais reprimidas ganhassem às ruas. 
Faltava ao Doutor Oswaldo Cruz habilidade política suficiente para contornar as insatisfações das diferentes classes sociais. Por esse motivo, foram adotadas medidas autoritárias para execução do plano de erradicação das doenças que castigavam a capital do país. 
	Devido à imposição da vacina obrigatória, as brigadas sanitaristas entravam nas residências e vacinavam as pessoas à força, causando repulsa na população. O estado foi acusado de violar o domínio do sagrado lar, a liberdade individual e a honra pessoal dos cidadãos de bem.
	SANTANA,Fabio Tadeu de Macedo; SOARES, Marcus Rosa. Reformas passos: cem anos de uma intervenção excludente.