Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A´lgebra I - Soluc¸o˜es dos EP1 1a Questa˜o: Para os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {3, 4, 5, 6}, calcule: (a) A ∪B; (b) A ∩B; (c) A−B; (d) B − A; (e) A×B. Soluc¸a˜o: (a) Lembre-se que A ∪ B = {x | x ∈ A ou x ∈ B}. Dessa forma para os conjuntos A e B dados tem-se que: A ∪B = {1, 2, 3, 4, 5, 6} . (b) Como A ∩B = {x | x ∈ A e x ∈ B}, enta˜o neste caso A ∩B = {3, 4}. (c) Lembre-se que A−B = {x ∈ A | x /∈ B}. Para os conjuntos dados A−B = {1, 2}. (d) B − A = {x ∈ B | x /∈ A}, portanto B − A = {5, 6}. (e) Sendo A×B = {(a, b) | a ∈ A e b ∈ B}, enta˜o A×B = {(1, 3) , (1, 4) , (1, 5) , (1, 6) , (2, 3) , (2, 4) , (2, 5) , (2, 6) , (3, 3) , (3, 4) , (3, 5) , (3, 6) , (4, 3) , (4, 4) , (4, 5) , (4, 6)} . 2a Questa˜o: Prove que A ⊂ B se, e somente se, A−B = ∅. Soluc¸a˜o: Considere por hipo´tese que A ⊂ B. Devemos mostrar que A − B = ∅. De fato, se A− B 6= ∅ enta˜o existiria algum x tal que x ∈ A tal que x /∈ B o que contradiz a nossa hipo´tese de que A ⊂ B ( isto e´, todo elemento de A e´ tambe´m elemento de B ). Portanto, A−B = ∅. Suponhamos agora, por hipo´tese, que A−B = ∅. Ora enta˜o para qualquer x ∈ A tem-se que x ∈ B (caso contra´rio ter´ıamos A−B 6= ∅), portanto A ⊂ B. 3a Questa˜o: Sejam A e B conjuntos na˜o-vazios. Prove que A × B = B × A se, e somente se, A = B. 1 Soluc¸a˜o: Lembre-se que A×B = {(a, b) | a ∈ A e b ∈ B} . Se A = B enta˜o A×B = A× A = B × A. Se A × B = B × A enta˜o para quaisquer elementos a ∈ A e b ∈ B tem-se que existem a ∈ A e b ∈ B tais que (a, b) = ( b, a ) , donde a = b e b = a. Portanto a ∈ B e b ∈ A, o que mostra que A ⊂ B e B ⊂ A, isto e´ A = B. 4a Questa˜o: Prove as leis de De Morgan: (A ∪B)c = Ac ∩Bc e (A ∩B)c = Ac ∪Bc. Ou seja, o complementar da unia˜o e´ a intersec¸a˜o dos complementares e o complementar da intersec¸a˜o e´ a unia˜o dos compementares. Soluc¸a˜o: (a) De fato, tem-se que x ∈ (A ∩B)c ⇐⇒ x /∈ (A ∩B)⇐⇒ x /∈ A ou x /∈ B ⇐⇒ x ∈ Ac ou x ∈ Bc ⇐⇒ x ∈ Ac ∪Bc. (b) Basta notar que x ∈ (A ∪B)c ⇐⇒ x /∈ (A ∪B) ⇐⇒ x /∈ A e x /∈ B ⇐⇒ x ∈ Ac e x ∈ Bc ⇐⇒ x ∈ Ac ∩Bc. 5a Questa˜o: Demonstre a igualdade A ∪ (B ∩ C) = (A ∪B) ∩ (A ∪ C). Soluc¸a˜o: Inicialmente vamos mostrar que A ∪ (B ∩ C) ⊂ (A ∪B) ∩ (A ∪ C). Seja enta˜o x ∈ A ∪ (B ∩ C) =⇒ x ∈ A ou x ∈ (B ∩ C). • Se x ∈ A enta˜o x ∈ A ∪B e x ∈ A ∪ C implicando que x ∈ (A ∪B) ∩ (A ∪ C). • Se x ∈ (B ∩ C) enta˜o x ∈ B e x ∈ C, donde x ∈ A ∪ B e x ∈ A ∪ C e assim x ∈ (A ∪B) ∩ (A ∪ C). Mostra-se agora a inclusa˜o contra´ria, isto e´, (A ∪B) ∩ (A ∪ C) ⊂ A ∪ (B ∩ C). Considerando x ∈ (A ∪B) ∩ (A ∪ C) tem-se que x ∈ (A ∪B) e x ∈ (A ∪ C). 2 Uma possibilidade e´ x ∈ A, neste caso x ∈ A ∪ (B ∩ C) e encerramos a prova. Agora, se x /∈ A enta˜o seguramente x ∈ B e x ∈ C =⇒ x ∈ A ∪ (B ∩ C). 6a Questa˜o: Sejam A e B conjuntos quaisquer, prove que A ⊂ B ⇐⇒ A ∩B = A. Soluc¸a˜o: Mostremos primeiro que se A ⊂ B enta˜o A ∩B = A. De fato, se x ∈ A ∩ B enta˜o x ∈ A, logo A ∩ B ⊂ A. Por outro lado, para todo x ∈ A, como por hipo´tese A ⊂ B, enta˜o x ∈ B donde concluimos que x ∈ A∩B, isto e´, A ⊂ A∩B. Conclusa˜o: A ∩B = A. Provemos agora a implicac¸a˜o contra´ria, ou seja, se A ∩B = A enta˜o A ⊂ B. De fato, se x ∈ A, como por hipo´tese A = A ∩B, enta˜o x ∈ B, isto e´, A ⊂ B. 7a Questa˜o: Escreva os seguintes subconjuntos A ⊂ R, dos nu´meros reais, como unia˜o de intervalos: (a) A = {x ∈ R | x2 > 1 e x2 < 4} (b) A = {x ∈ R | x2 ≥ 4 e x2 < 9}. Soluc¸a˜o: (a) De x2 > 1 segue que x < −1 ou x > 1, isto e´, x ∈ (−∞,−1) ∪ (1,+∞), agora, de x2 < 4 vem que −2 < x < 2, isto e´, x ∈ (−2, 2). Portanto, x ∈ [(−∞,−1) ∪ (1,+∞)] ∩ (−2, 2), ou seja, x ∈ (−2,−1) ∪ (1, 2). ∴ A = (−2,−1) ∪ (1, 2). (b) De x2 < 9 vem que −3 < x < 3, ou seja, x ∈ (−3, 3), e de x2 ≥ 4 segue que x ≤ −2 ou x ≥ 2, isto e´, x ∈ (−∞,−2] ∪ [2,+∞). Portanto, x ∈ (−3,−2] ∪ [2, 3). Enta˜o, A = (−3,−2] ∪ [2, 3). 8a Questa˜o: Seja R2 = {(x, y) | x, y ∈ R} o conjunto dos pontos no plano, representados por pares ordenados de nu´meros reais. Seja Ω o subconjunto de R2 definido por Ω = { (x, y) ∈ R2 | xy > 0} . Definimos uma relac¸a˜o R no conjunto R dos nu´meros reais por para x, y ∈ R, x R y quando (x, y) ∈ Ω . 3 Mostre que a relac¸a˜o assim definida e´ uma relac¸a˜o de equivaleˆncia. Determine suas classes de equivaleˆncia. Soluc¸a˜o: Inicialmente, observe que se x R y enta˜o x > 0 e y > 0 ou x < 0 e y < 0 , ou seja, x R y se, e somente se, x na˜o possui sinal diferente do de y. Sendo assim, a reflexividade e´ imediata, visto que x na˜o pode possuir sinal diferente dele mesmo. A simetria tambe´m e´ direta, pois se x na˜o possui sinal diferente de y, enta˜o y na˜o possui sinal diferente de x. Para verificar a transitividade, sejam x, y e z tais que x R y e y R z. Como x R y, enta˜o x na˜o possui sinal diferente do de y. Por outro lado, de y R z, tem-se que y na˜o possui sinal diferente do de z. Dessa forma, claramente, x na˜o possui o mesmo sinal que z e, portanto, x R z. Classes de equivaleˆncia: x = R+ se x > 0; x = R− se x < 0; x = R se x = 0. 9a Questa˜o: Discuta as propriedades de reflexividade, simetria e transitividade nas relac¸o˜es definidas no conjunto dos nu´meros reais, de maneira ana´loga a` do exerc´ıcio anterior, para os conjuntos Ω dados: (a) Ω = {(x, y) ∈ R2 | xy ≤ 0} . (b) Ω = {(x, y) ∈ R2 | x2 + y2 ≤ 1} . Soluc¸a˜o: (a) A reflexividade na˜o vale pois, por exemplo, para x = 1, tem-se xx > 0. A simetria e´ va´lida devido a` comutatividade do produto. A transitividade tambe´m na˜o vale pois, por exemplo, se x = 1, y = −1 e z = 1, tem-se xy < 0 e yz < 0, mas xz > 0. (b) A reflexividade na˜o vale pois, por exemplo, para x = 1, tem-se x2 + x2 = 2 > 1. A simetria e´ va´lida devido a` comutatividade da soma. A transitividade tambe´m na˜o vale pois, por exemplo, se x = 1, y = 0 e z = 1, tem-se x2+ y2 = 1 e y2+ z2 = 1, mas x2+ z2 = 2 > 1. 10a Questa˜o: Quais das relac¸o˜es abaixo,definidas no conjunto dos nu´meros inteiros, sa˜o relac¸o˜es de equivaleˆncia? Nos casos afirmativos, determine suas classes de equivaleˆncia. (a) a R b ⇔ a− b e´ um nu´mero primo. 4 (b) a R b ⇔ a− b e´ um nu´mero ı´mpar. (c) a R b ⇔ a− b e´ um nu´mero par. Soluc¸a˜o: (a) e (b) na˜o sa˜o relac¸o˜es de equivaleˆncia pois na˜o sa˜o reflexivas, visto que a− a = 0 e 0 na˜o e´ primo nem ı´mpar. (c) A reflexividade e´ va´lida pois a − a = 0 e 0 e´ par. A relac¸a˜o e´ sime´trica pois, se a R b, enta˜o a − b = 2k (e´ par) e, portanto, b − a = −2k = 2(−k) (e´ par), ou seja, b R a. Finalmente, para verificar a gtransitividade, sejam a, b e c tais que a R b e b R c. Assim, a− b = 2k1 e b− c = 2k2 e, portanto, a− c = (a− b) + (b− c) = 2k1 + 2k2 = 2(k1 + k2), ou seja, a R c. A classe de equivaleˆncia a de um inteiro a e´ o conjunto dos nu´meros pares se a e´ par e e´ o conjunto dos nu´meros ı´mpares se a e´ ı´mpar. 11a Questa˜o: Deˆ um exemplo de relac¸a˜o definida no conjunto dos nu´meros reais R que: (a) seja anti-reflexiva e sime´trica. (b) seja anti-sime´trica. (c) seja sime´trica e na˜o seja transitiva. Soluc¸a˜o: (a) a R b ⇔ ab < 0 (e´ anti-reflexiva, pois xx = x2 ≥ 0 e a simetria e´ consequ¨eˆncia da comutatividade do produto) (b) a R b ⇔ a− b > 0 (e´ anti-sime´trica, pois se a− b > 0, enta˜o b− a < 0) (c) a R b ⇔ ab e´ par (a simetria decorre da comutatividade do produto e a transitividade falha, por exemplo, para a = 1, b = 2 e c = 3, pois ab = 2 e´ par e bc = 6 e´ par, mas ac = 3 na˜o e´ par) 5
Compartilhar