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Bioética e Princípios Éticos

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BIOÉTICA E SAÚDE 
Prof. Ms. Patricia Carlesso Marcelino
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A VIDA EM SOCIEDADE E A INTER-RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA ENTRE AS PESSOAS EXIGEM QUE O HOMEM MANTENHA UMA CONDUTA E UM COMPORTAMENTO SOCIAL
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Viver em sociedade
SOB O PONTO DE VISTA MORAL, É NECESSÁRIO QUE FAVOREÇA A HARMONIA DA VIDA EM COMUM
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CONDUTA
SEMPRE EXISTIU A NOÇÃO DO BEM E DO MAL PARA NORMATIZAR A CONDUTA DO HOMEM QUE, MESMO INTUITIVAMENTE CONSEGUE FAZER DISTINÇÃO ENTRE OS DOIS CONCEITOS
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Bem X Mal 
A MORAL PROVEM DESTE CONECIMENTO DO SER HUMANO ENTRE O BEM E O MAL.
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O bem e o Mal
É TUDO QUE CONTRIBUA PARA QUE A PESSOA HUMANA REALIZE A PLENITUDE DE SUA NATUREZA E ALCANCE SUA AUTO-REALIZAÇÃO , ENQUANTO O MAL SERIA AQUILO QUE PRODUZISSE EFEITOS CONTRÁRIOS.
*
ÈTICA
A CIÊNCIA DA CONDUTA HUMANA PERANTE O SER E SEUS SEMELHANTES. ELA ESTABELECE UM CONJUNTO SISTEMÁTICO DE CONHECIMENTOS RACIONAIS E OBJETIVOS A RESPEITO DO COMPORTAMENTO MORAL DO SER HUMANO.
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COISA ALGUMA É ÉTICA SE É PRODUZIDA COM O PREJUÍZO DE ALGUÉM, COM A INTENÇÃO DE UM SUBJETIVISMO ACENTUADO E PERNICIOSO.
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A ÉTICA É TEORICA E REFLEXIVA , ENQUANTO QUE A MORAL É EMINENTEMENTE PRÁTICA
*
BIOÉTICA 
Bioética é um ramo da ética aplicada que estuda as implicações de valor das práticas e desenvolvimentos das ciências da vida e da medicina.
Bioethicsline (banco de informações bibliográficas, como o Medline) reedita a definição de Reich (1978), classificando a Bioética como uma das Éticas Aplicadas.
 (Bioethics Thesaurus - BIOETHICSLINE. Washington: Kennedy Institute of Ethics, 1994.)
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Definição de Bioética - Potter 1971
Bioética é ponte entre a ciência e as humanidades.
No livro “Bioethics. Bridge to the future” Potter publica pela primeira vez em livro o termo bioética “Eu proponho o termo Bioética como forma de enfatizar os dois componentes mais importantes para se atingir uma nova sabedoria, que é tão desesperadamente necessária: conhecimento biológico e valores humanos”.
(Potter VR. Bioethics. Bridge to the future. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1971:2.)
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BIOÉTICA
Bioética, como se diz hoje, não é uma parte da Biologia; é uma parte da Ética, ou seja, é parte de nossa responsabilidade simplesmente humana; dos deveres do homem para com outro homem, e de todos para com a humanidade.
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Princípios éticos
O corrente bioética que usa Princípios como base para as decisões foi chamada de Principialismo, em 1990, por Dan Clouser e Bernard Gert. 
corrente constituída pelos princípios, a seguir descritos. 
Diversos autores postulam princípios. 
(Clouser D, Gert B. A critique of principlism. Journal of Medicine and Philosophy 1990;15:219-236.)
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William Frankena (1963)
Princípios são tipos de ação corretos ou obrigatórios. 
Estes princípios são deveres prima facie.
Frankena propõe dois princípios: 
beneficência
justiça
(Frankena WK. Ética.Rio de Janeiro: Zahar, 1981:61,73.)
*
PRINCÍPIOS MAIS UTILIZADOS
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA
PRINCÍPIO DA BENEFICÊNCIA
PRINCÍPIO DA NÃO-MALEFICÊNCIA
PRINCÍPIO DA JUSTIÇA
*
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA
Também conhecido como Princípio do respeito às Pessoas ou Princípio do Respeito à Autonomia. Diferentes autores em diferentes épocas abordam este princípio de maneira semelhante. 
*
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA
John Stuart Mill (1806-1883)
Sobre si mesmo, sobre seu corpo e sua mente, o indivíduo é soberano.
(Charlesworth M. La bioética en una sociedad liberal. Cambridge: Cambridge, 1996) 
*
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA
Kant (1785)
A autonomia da vontade é a constituição da vontade, pela qual ela é para si mesma uma lei - independentemente de como forem constituídos os objetos do querer. 
O princípio da autonomia é, pois, não escolher de outro modo, mas sim deste: que as máximas da escolha, no próprio querer, sejam ao mesmo tempo incluídas como lei universal.
(Kant E. Fundamentos da metafísica dos costumes. Rio de Janeiro: Ediouro, sd:70-1,79
*
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA
Emile Durkheim
 A Autonomia é a interiorização das normas. 
Jean Piaget
Piaget caracterizava Autonomia como a capacidade de coordenação de diferentes perspectivas sociais com o pressuposto do respeito recíproco. 
(Kesselring T. Jean Piaget. Petrópolis: Vozes, 1993:173-189.) 
*
Princípio da autonomia
Relatório Belmont
Propõe que o Princípio do Respeito às Pessoas tenha duas convicções: que os indivíduos devem ser tratados como agentes autônomos, e que as pessoas com autonomia diminuída devem ser protegidas. 
A autonomia fica entendida como a exigência do reconhecimento da autonomia e a exigência de proteger aqueles com autonomia reduzida. 
(Ethical Guidelines for the Protection of Human Subjects. Washington: DHEW Publications (OS) 78-0012, 1978)
*
Relatório Belmont - assertivas
Uma pessoa autônoma é um indivíduo capaz de deliberar sobre seus objetivos pessoais e de agir na direção desta deliberação. 
Respeitar a autonomia é valorizar a consideração sobre as opiniões e escolhas, evitando, da mesma forma, a obstrução de suas ações, a menos que elas sejam claramente prejudiciais para outras pessoas.
*
Beauchamp e Childress
Reconhecem a autonomia como autodeterminação, direito de liberdade, privacidade, escolha individual, livre vontade. 
O princípio da Autonomia não possui um único significado, todas as teorias concordam que duas condições são essenciais para este princípio: liberdade (independência do controle de influências) e ação (capacidade de ação intencional)
 Um indivíduo autônomo age livremente de acordo com seu próprio plano de ação. 
Uma pessoa com autonomia diminuída é controlada por outros ou é incapaz de deliberar ou agir com base em seus desejos e planos. 
Prisioneiros ou indivíduos mentalmente têm autonomia reduzida, uma vez que a incapacidade mental limita a autonomia dos retardados e a institucionalização coercitiva limita a autonomia dos prisioneiros.
(Beauchamp TL, Childress JF. Principles of Biomedical Ethics. 4ed. New York: Oxford, 1994:260.) 
*
Charlesworth M
A assistência à saúde básica é uma condição para o exercício da autonomia. Ninguém está capacitado para desenvolver a liberdade pessoal e sentir-se autônomo se está angustiado pela pobreza, privado da educação básica ou se vive desprovido da ordem pública. 
(Charlesworth M. La bioética en una sociedad liberal. Cambridge: Cambridge, 1996:131.)
*
Kamii
Autonomia significa ser governado por si próprio. 
A autonomia significa levar em consideração os fatores relevantes para decidir agir da melhor forma para todos. 
Não pode haver moralidade quando se considera apenas o próprio ponto de vista.
(Kamii C. A criança e o número. Campinas: Papirus, 1985:103,108.)
*
PRINCÍPIO DA BENEFICÊNCIA
O Princípio da Beneficência, para muitos autores, engloba o Princípio da Não-Maleficência. Para os profissionais da saúde é um princípio presente por natureza. 
*
David Ross
Disse ser a Beneficência um dever prima facie.
Se houver conflito entre a Beneficência e a Não-Maleficência deve prevalecer a Não-Maleficência. 
(Ross WD. The right and the Good. Oxford: Clarendon, 1930:21-22.)
*
Frankena (1963)
O Princípio da Beneficência não nos diz como distribuir o bem e o mal nos indica promover o primeiro e evitar o segundo. 
Se existem conflitos devemos conseguir a maior porção possível de bem em relação ao mal. 
(Frankena WK. Ética. Rio de Janeiro: Zahar, 1981:61,73.)
*
Relatório Belmont
Baseia-se em Frankena e inclui a Não-Maleficência como parte da Beneficência. Este Relatório estabeleceu que uma ação benéfica pode ter duas formulações:
a) não causar o mal
b) aumentar os benefícios possíveis e diminuir os danos possíveis
(Belmont Report: Ethical Guidelines for the Protection of Human Subjects. Washington: DHEW Publications (OS) 78-0012, 1978) 
*
Beauchamp e Childress
O Princípio da Beneficência estabelecea obrigação moral de agir em benefício dos outros.
(Beauchamp TL, Childress JF. Principles of Biomedical Ethics. 4ed. New York: Oxford, 1994:260.) 
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Pellegrino
Define Beneficência como o dever do Médico de agir no interesse do paciente. 
(Pellegrino ED, Thomasma D. For the patient's good: the restoration of beneficence in medical ethics. New York: OUP, 1988:58,60.) 
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PRINCÍPIO DA NÃO-MALEFICÊNCIA
O Princípio da Não-Maleficência é o mais controverso. 
Diversos autores incluem a Não-Maleficência no princípio da Beneficência, dizem, que ao evitar o dano intencional o indivíduo já está, na realidade, promovendo o bem do outro. 
Slippery Slope: Ação, aparentemente de menor ou nenhuma repercussão, que se agrava progressivamente, gerando malefícios não previstos inicialmente, com inversão das expectativas. 
*
Hipócrates 430 aC
Propôs aos médicos, no parágrafo 12 do primeiro livro da sua obra Epidemia:
Pratique duas coisas ao lidar com as doenças; auxilie ou não prejudique o paciente.
Esta talvez seja a citação correta da sua famosa frase: Primum non nocere. 
(Hippocrates. Hippocratic writings. London: Penguin, 1983:94.) 
*
PRINCÍPIO DA 
NÃO- MALEFICÊNCIA
O Princípio da Não-Maleficência propõe a obrigação de não inflingir dano intencional. 
Este princípio deriva da máxima da ética médica Primum non nocere
O Juramento Hipocrático insere obrigações de Não-Maleficência e Beneficência: 
“Usarei meu poder para ajudar os doentes com o melhor de minha habilidade e julgamento; abster-me-ei de causar danos ou de enganar a qualquer homem com ele.”
(Beauchamp TL, Childress JF. Principles of Biomedical Ethics. 4ed. New York: OUP, 1994:189.)
*
PRINCÍPIO DA JUSTIÇA
O Princípio da Justiça é normalmente interpretado através da visão da justiça distributiva. 
A perspectiva da justiça compensatória não é muito utilizada pelos diferentes autores da área da Bioética, especialmente os anglo-saxões. 
*
Frankena , 1963
Quais são os critérios ou princípios de justiça ? 
Estamos falando de justiça distributiva, justiça na distribuição do bem e do mal...
A justiça distributiva é uma questão de tratamento comparativo de indivíduos. Teríamos o padrão de injustiça, se ele existe, num caso em que havendo dois indivíduos semelhantes, em condições semelhantes, o tratamento dado a um fosse pior ou melhor do que o dado ao outro.(...) 
O problema por solucionar é saber quais as regras de distribuição ou de tratamento comparativo em que devemos apoiar nosso agir. 
Numerosos critérios foram propostos, estão entre eles, o bem e o mal, exceto, talvez, nos casos de punição;
Trata as pessoas de acordo com suas necessidades, suas capacidades ou tomando em consideração tanto umas quanto outras. 
 (Frankena WK. Ética.Rio de Janeiro: Zahar, 1981:61-2.) 
*
Relatório Belmont, 1978
Quem deve receber os benefícios da pesquisa e os riscos que ela acarreta ?
Esta é uma questão de justiça, no sentido de “distribuição justa” ou “o que é merecido”. 
Uma injustiça ocorre quando um benefício que uma pessoa merece é negado sem uma boa razão, ou quando algum encargo lhe é imposto indevidamente. 
(The Belmont Report Ethical Guidelines for the Protection of Human Subjects. Washington: DHEW Publications (OS) 78-0012, 1978)
*
Relatório Belmont, 1978
Uma outra maneira de conceber o Princípio da Justiça é que os iguais devem ser tratados igualmente. Entretanto esta proposição necessita uma explicação. Quem é igual e quem é não-igual ? 
Quais considerações justificam afastar-se da distribuição igual ? (...) 
Existem muitas formulações amplamente aceitas de como distribuir os benefícios e os encargos. Cada uma delas faz alusão a algumas propriedades relevantes sobre as quais os benefícios e encargos devam ser distribuídos.
Tais como as propostas de que: 
a cada pessoa uma parte igual 
a cada pessoa de acordo com a sua necessidade 
a cada pessoa de acordo com o seu esforço individual
a cada pessoa de acordo com a sua contribuição à sociedade
a cada pessoa de acordo com o seu mérito
*
Beauchamp e Childress
O Princípio da Justiça é a expressão da justiça distributiva. 
Entende-se justiça distributiva como sendo a distribuição justa, equitativa e apropriada na sociedade, de acordo com normas que estruturam os termos da cooperação social. 
Uma situação de justiça, de acordo com esta perspectiva, estará presente sempre que uma pessoa receber benefícios ou encargos devidos às suas propriedades ou circunstâncias particulares.
Aristóteles propôs a justiça formal, afirmando que os iguais devem ser tratados de forma igual e os diferentes devem ser tratados de forma diferente.
(Beauchamp TL, Childress JF. Principles of Biomedical Ethics. 4ed. New York: Oxford, 1994:326-329)
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Um grande abraço !
 Obrigada pela sua atenção!!
Prof. Ms. Patricia Carlesso Marcelino

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