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USINAGEM Mecanismos de Formação de Cavaco Prof. Dr. Lucas Emanuel Soeira 1 O que é Usinagem? • Usinagem é um processo onde a peça é obtida através da retirada de cavacos (aparas de metal) de uma peça bruta, através de ferramentas adequadas. • A usinagem confere à peça uma precisão dimensional e um acabamento superficial que não podem ser obtidos por nenhum outro processo de fabricação. • É por este motivo que a maioria das peças, mesmo quando obtidas através de outros processos, recebe seu formato final através de usinagem. 2 A Usinagem no Contexto dos Processos de Fabricação 3 Usinabilidade dos Materiais • Na obtenção de peças pela retirada de cavacos verificamos que cada material tem um comportamento diferente. • Enquanto uns podem ser trabalhados facilmente, outros apresentam problemas tais como: Empastamento, desgaste rápido da ferramenta, mau acabamento, necessidade de grande potência para o corte, etc. Isto varia de acordo com a usinabilidade do material • Podemos definir usinabilidade como sendo o grau de dificuldade que determinado material apresenta para ser usinado. 4 Usinabilidade dos Materiais • A usinabilidade não depende apenas das características do material, mas também, de outros parâmetros da usinagem, tais como: refrigeração, rigidez do sistema máquina-ferramenta, das características da ferramenta, tipo de operação, etc • Assim, dependendo das condições de usinagem um mesmo material poderá ter variações em sua usinabilidade. 5 Critérios para a Determinação da Usinabilidade dos Materiais • A usinabilidade normalmente é determinada por comparação e para determinada característica, tal como a vida da ferramenta. • Neste caso pode-se determinar um índice de usinabilidade através da comparação com o desempenho previamente conhecido de um material padrão. 6 Determinação da Usinabilidade dos Materiais • Os principais critérios, que são passíveis de serem expressos em valores numéricos, são: • Vida da ferramenta • Força de corte • Potência consumida 7 Determinação da Usinabilidade dos Materiais • Esses parâmetros servem, também, para definir o custo do trabalho de usinagem. • Assim, a vida da ferramenta entre duas afiações sucessivas tem grande influência no custo de operação. • A força e a potência limitam as dimensões máximas de corte e, portanto, o volume de material removido por hora-máquina. • Além disso, a exigência de um acabamento de alta qualidade poderá influir, também, no custo de usinagem. 8 Determinação da Usinabilidade dos Materiais 9 • Baseadas principalmente nestes critérios é que são estabelecidas as tabelas e os gráficos que indicam o comportamento de cada material na usinagem. Embora seja impossível determinar-se com precisão um índice de usinabilidade para cada material, estas tabelas são de grande valor para estabelecer parâmetros iniciais de partida que, de acordo com as condições específicas de cada trabalho, poderão ser trazidos para valores mais adequados, através de ensaios e experimentações. Propriedade dos Materiais que podem influenciar na Usinabilidade 10 • Dureza e resistência mecânica: Valores baixos geralmente favorecem a usinabilidade • Ductibilidade: Valores baixos geralmente favorecem a usinabilidade • Condutividade térmica: Valores elevados geralmente favorecem a usinabilidade • Taxa de encruamento: Valores baixos geralmente favorecem a usinabilidade GRANDEZAS FÍSICAS NO PROCESSO DE CORTE MOVIMENTOS NO PROCESSO DE USINAGEM A) Movimentos que causam diretamente a saída do cavaco: • Movimento de corte: movimento entre a peça e a ferramenta, no qual sem o movimento de avanço, origina uma única retirada do cavaco; • Movimento de avanço: movimento entre a peça e a ferramenta que juntamente com movimento de corte origina a retirada contínua de cavaco; • Movimento efetivo: movimento resultante dos movimentos de corte e avanço realizado ao mesmo tempo. 11 Direção dos movimentos de corte, de avanço e efetivo, no torneamento 12 13 14 B) Movimentos que não tomam parte direta na formação do cavaco: • Movimento de aproximação; • Movimento de ajuste; • Movimento de correção; • Movimento de recuo. 15 GRANDEZAS FÍSICAS NO PROCESSO DE CORTE DIREÇÃO DOS MOVIMENTOS • Direção de corte: direção instantânea do movimento de corte; • Direção de avanço: direção instantânea do movimento de avanço; • Direção efetiva do movimento de corte; 16 17 18 Direção dos movimentos de corte, de avanço e efetivo no fresamento discordante 19 PERCURSO DA FERRAMENTA Deve-se distinguir o percurso de corte, o percurso de avanço e o percurso efetivo de corte. 20 Percurso de corte (lc) - É o espaço percorrido sobre a peça pelo ponto de referência da aresta cortante, segundo a direção de corte; Percurso de avanço (lf) - é o espaço percorrido pela ferramenta, segundo a direção de avanço. Percurso efetivo de corte (Ie) - é o espaço percorrido pelo ponto de referência da aresta cortante, segundo a direção efetiva de corte Fresamento tangencial com fresa cilíndrica. Percurso de corte lc, percurso efetivo de corte Ie; percurso de avanço lf (Os dentes 1 e 2 mostram o movimento da fresa). 21 VELOCIDADES Velocidade de corte (vc) - é a velocidade instantânea do ponto de referência da aresta cortante, segundo a direção a sentido de corte. Velocidade de avanço (vf) - é a velocidade instantânea da ferramenta segundo a direção e sentido de avanço. Velocidade efetiva de corte (ve) - é a velocidade instantânea do ponto de referência da aresta cortante, segundo a direção efetiva de corte. 22 Avanço (f) - é o percurso de avanço em cada volta ou em cada curso. Profundidade ou largura de corte (ap) - é a profundidade ou largura de penetração da aresta principal de corte, medida numa direção perpendicular ao plano de trabalho. Espessura de penetração (e) - é de importância predominante no fresamento e na retificação. É a espessura de corte em cada curso ou revolução, medida no plano de trabalho numa direção perpendicular à direção de avanço. 23 Fresamento tangencial. Largura de corte ap; espessura de penetração e Fresamento frontal. Profundidade de corte ap; espessura de penetração e. 24 Aplainamento. Profundidade de corte ap; avanço f=fc. Retificação frontal. Profundidade de corte ap; espessura de penetração e. 25 Brochamento 26 Retificação plana tangencial. Largura de corte ap; espessura de penetração e. Furação. Largura de corte ap=d/2. 27 CONSIDERAÇÕES SOBRE A Vc • Os valores da Vc são encontradas em tabelas fornecidas pelos fabricantes de ferramentas de corte; • Os valores de rpm e gpm são ajustados nas máquinas- ferramentas antes do início da usinagem. Em máquinas CNC os valores da Vc tem variação contínua; • A Vc é parâmetro de corte mais influente na vida das ferramentas. 28 Fatores que influenciam na Vc • Tipo de material da ferramenta; • Tipo de material a ser usinado; • Condições de refrigeração; • Condições da máquina-ferramenta 29 CONSIDERAÇÕES SOBRE O AVANÇO (f) : • É o parâmetro mais influente na qualidade do acabamento superficial da peça; • Para ferramentas multicortantes (fresas), distingue-se o avanço por dente fz e o valor de f (f = fz .z; onde z= número de dentes); • Os valores de “f” ou “fz” são fornecidos pelos catálogos de fabricantes de ferramenta de corte; • Geralmente: Vf <<< Vc, somente nos processos de roscamento Vf assume valores razoáveis. 30 PLANOS EM UMA FERRAMENTA DE CORTE Plano de Referência (Pr): passa pelo pontode corte escolhido e é perpendicular à direção de corte. No torneamento este plano é paralelo ao plano de apoio da ferramenta; • Plano de Trabalho (Pf): passa pelo ponto de corte contém as direções de avanço e de corte; • Plano de Corte: *Principal (Ps): passa pelo ponto de corte escolhido, é tangente à aresta principal de corte e perpendicular ao plano de referência da ferramenta; *Secundário (Ps'): Plano que passando pelo ponto de corte escolhido, é tangente à aresta secundária de corte e perpendicular ao plano de referência da ferramenta. • Plano Ortogonal (ou Plano de Medida) (Po): Plano que passando pelo ponto de referência da aresta de corte é perpendicular aos planos de referência e ao plano de corte da ferramenta; 31 Planos do Sistema de Referência da Ferramenta 32 GEOMETRIA DAS FERRAMENTAS DE CORTE A geometria da ferramenta de corte exerce influência, juntamente com outros fatores, a usinagem dos metais. É necessário, portanto, definir a ferramenta através dos ângulos da “cunha” para cortar o material. 33 Princípio da Cunha Cortante 34 Somente o ângulo de cunha não garante que o material seja cortado com sucesso, outros ângulos também assumem papel importante e estão relacionados com a posição da ferramenta em relação a peça. Eles são os ângulos de folga(α), e de saída(γ). 35 36 Definição da geometria de corte no fresamento tangencial 37 κ = ( capa ) Ângulo de posição ε = ( epsolon) Ângulo de ponta α = ( alfa) Ângulo de folga β = (beta) Ângulo da cunha γ = (gama) Ângulo de saída 38 Cunha de corte É a cunha formada pelas superfícies de saída e de folga da ferramenta. Através do movimento relativo entre peça e ferramenta, formam-se os cavacos sobre a cunha de corte. 39 Superfície de Saída (Aγ): é a superfície da cunha de corte sobre o qual o cavaco desliza. Superfície de folga (Aα): é a superfície da cunha de corte, que determina a folga entre a ferramenta e a superfície de usinagem. Distinguem-se a superfície principal de folga Aα e a superfície secundária de folga Aα’. 40 41 Torneamento. Superfície principal e lateral de corte 42 43 Arestas de corte: são as arestas da cunha de corte formadas pelas superfícies de saída e de folga. Deve-se distinguir a aresta principal de corte S e a aresta secundária de corte S’. Ponta de corte: parte da cunha de corte onde se encontram a aresta principal e a aresta secundária de corte. Ponto de corte escolhido: ponto destinado à determinação dos planos e ângulos da cunha de corte, ou seja, as definições se referem a um ponto da ferramenta, dito ponto de corte escolhido ou “Ponto de Referência”. 44 45 46 Ângulo de saída (γ): ângulo entre a superfície de saída e o plano de referência da ferramenta. • Influi decisivamente na força e na potência necessária ao corte, no acabamento superficial e no calor gerado; • Quanto maior for o ângulo γ menor será o trabalho de dobramento do cavaco; • O ângulo γ depende principalmente de : - Resistência do material da ferramenta e da peça a usinar; - quantidade de calor gerado pelo corte; - velocidade de avanço. 47 • O ângulo γ negativo é muito usado para corte de materiais de difícil usinabilidade e em cortes interrompidos, com o inconveniente da necessidade de maior força de e potências de usinagem e maior calor gerado pela ferramenta, geralmente o ângulo γ está entre –10° e 30°. • O ângulo de saída pode ser positivo, nulo ou negativo. 48 Ângulo de saída (γ) para uma ferramenta de torno 49 O ângulo γ deve ser: ⇒Maior para materiais que oferecem pouca resistência ao corte. Se γ (ângulo de saída) aumenta, o β (ângulo de cunha da ferramenta) diminui; ⇒Menor (e as vezes até negativo) para materiais mais duros e com irregularidades na superfície. Se o ângulo γ diminui, o β (ângulo de cunha da ferramenta) aumenta; 50 Ângulo de cunha da ferramenta (β) Ângulo formado entre a superfície da saída e a de folga WWW.CIMM.COM.BR 51 Ângulo de folga (α): ângulo entre a superfície de folga e o plano de corte (Ps - plano que contém a aresta de corte e é perpendicular ao plano de referência, veja a Figura 3.8 ). O α (ângulo de folga) possui as seguintes funções e características: ⇒ Evitar o atrito entre a peça e a superfície de folga da ferramenta; ⇒ Se α é pequeno ( o ângulo β aumenta): a cunha não penetra convenientemente no material, a ferramenta perde o corte rapidamente, há grande geração de calor que prejudica o acabamento superficial; 52 ⇒ Se α é grande (o ângulo β diminui) : a cunha da ferramenta perde resistência, podendo soltar pequenas lascas ou quebrar; ⇒ α depende principalmente da resistência do material da ferramenta e da peça a usinar. ⇒Geralmente o ângulo α esta entre 2° e 14°. 53 Ângulos de folga (α), de cunha (β) e de saída (γ) 54 Ângulos de folga (α), de cunha (β) e de saída (γ) na fresa 55 ÂNGULOS MEDIDOS NO PLANO DE REFERÊNCIA (Pr) Ângulo de posição ( χ ): ângulo entre o plano de corte (Ps) e o plano de trabalho (Pf). O ângulo de posição possui as seguintes funções e características: ⇒ Influi na direção de saída do cavaco; ⇒ Se χ diminui, o ângulo de ponta (ε) aumenta, aumentando a resistência da ferramenta e a capacidade de dissipação de calor; ⇒O controle de χ reduz as vibrações, uma vez que as forças de corte estão relacionadas com este ângulo. Geralmente o ângulo χ está entre 30° e 90°; 56 Ângulo de ponta (ε): ângulo entre os planos principal de corte (Ps) e o secundário (P’s); Ângulo de posição secundária (χ’): ângulo entre o plano secundário de corte (P’s) e o plano de trabalho. 57 Ângulos medidos no plano de referência (Pr) χ, χ’ e ε. 58 ÂNGULOS MEDIDOS NO PLANO DE CORTE (Ps) Ângulo de inclinação (λ): ângulo entre a aresta de corte e o plano de referência. Funções do ângulo “λ”: ⇒ controlar a direção de saída do cavaco; ⇒ proteger a quina da ferramenta contra impactos; ⇒ atenuar vibrações; ⇒ geralmente λ (ângulo de inclinação) tem um valor de –4° a 4°. 59 Quando a ponta da ferramenta for: * mais baixa em relação a aresta de corte ⇒ λ será positivo (usado nos trabalhos em desbaste nos cortes interrompidos nos materiais duros) *mais alta em relação a aresta de corte ⇒ λ será negativo (usado na usinagem de materiais macios, de baixa dureza); *da mesma altura da aresta de corte ⇒ λ será nulo (usado na usinagem de materiais duros, exige menor potência no corte). 60 Ângulo de inclinação “λ” 61 ESTUDO DOS CAVACOS • Cavaco é o material removido do tarugo (Billet) durante o processo de usinagem, cujo objetivo é obter uma peça com forma e/ou dimensões e/ou acabamento definidas. 62 Etapas de mecanismo de formação de cavaco 1 - Recalque, devido a penetração da ferramenta na peça; 2 - O material recalcado sofre deformação plástica, que aumenta progressivamente, até que tensões cisalhantes se tornem suficientemente grandes para que o deslizamento comece; 3 - Ruptura parcial ou completa, na região de cisalhamento, dando origem aos diversos tipos de cavacos; 4 - Movimento sobre a superfície de saída da ferramenta. 63 Tipos de cavacos • Cisalhado (segmentado); • De ruptura (descontínuo); • Contínuo; • Cavaco contínuo com aresta postiça de corte (APC) 64 Tipos de cavaco 65 Mecanismo de Formação do Cavaco 66 CAVACO CONTÍNUO • Mecanismo de Formação: O cavaco é formado continuamente, devido a ductilidade do material e a alta velocidade de corte; • Acabamento Superficial: Como a força de corte varia muito pouco devido a contínua formação do cavaco, a qualidadesuperficial é muita boa. 67 CAVACO CISALHADO • Mecanismo de Formação: O material fissura no ponto mais solicitado. Ocorre ruptura parcial ou total do cavaco. A soldagem dos diversos pedaços (de cavaco) é devida a alta pressão e temperatura desenvolvida na região. O que difere um cavaco cisalhado de um contínuo (aparentemente), é que somente o primeiro apresenta um serilhado nas bordas. • Acabamento Superficial: A qualidade superficial é inferior a obtida com cavaco contínuo, devido a variação da força de corte. Tal força cresce com a formação do cavaco e diminui bruscamente com sua ruptura, gerando fortes vibrações que resultamn uma superfície com ondulações. 68 CAVACO DE RUPTURA (ARRANCADO) • Mecanismo de Formação: Este cavaco é produzido na usinagem de materiais frágeis como o ferro fundido, bronze duro e latão. O cavaco rompe em pequenos segmentos devido a presença de grafita (FoFo), produzindo uma descontinuidade na microestrutura. • Acabamento Superficial: Devido a descontinuidade na microestrutura produzida pela grafita ( no caso do FoFo), o cavaco rompe em forma de concha gerando uma superfície com qualidade superficial inferior. 69 Quanto à forma, os cavacos são classificados como: • Em fita; • Helicoidal; • Espiral; • Em lasca ou pedaços. 70 Cavaco contínuo a) Em fita b)transição c) Cisalhado 71 Cavacos arrancados Figuras d e e mostram cavacos arrancados, em pedaços, obtidos na usinagem de ferro fundido. 72 Classificação segundo a norma ISO 3685 fragmentado 73 Efeitos indesejáveis dos cavacos do tipo contínuos (em fita): • Pode ocasionar acidentes, visto que eles se enrolam em torno da peça, da ferramenta ou dos componentes da máquina; • Dificulta a refrigeração direcionada, desperdiçando o fluido de corte; • Dificulta o transporte (manuseio), ocupa muito volume; • Ele prejudica o corte, no sentido de poder afetar, o acabamento, as forças de corte e a vida útil das ferramentas. 74 Fatores que influenciam a forma do cavaco: 1 - O material da peça (principal fator); 2- vc (velocidade de corte); 3 - f (avanço); 4 - γ (ângulo de saída); 75 76 De ruptura ContínuoDe cisalhamento Influência dos parâmetros de corte na formação do cavaco. 77 Apesar das condições de corte poderem ser controladas para evitar ou pelo menos reduzir a tendência de formação de cavacos longos em fita. O método mais efetivo, no entanto, para produzir cavacos curtos é o uso de quebra-cavacos. 78 Tipos mais comuns de quebra-cavacos • ) Quebra-cavaco fixado mecanicamente; b) Quebra- cavaco usinado diretamente na ferramenta; c) Quebra- cavaco em pastilha sinterizada. a b c a) Quebra-cavaco fixado mecanicamente; b) Quebra-cavaco usinado diretamente na ferramenta;. c) Quebra-cavaco em pastilha sinterizada 79 Vantagens do uso de quebra-cavacos: • Redução de transferência de calor para a ferramenta por reduzir o contato entre o cavaco e ferramenta; • Maior facilidade de remoção dos cavacos; • Menor riscos de acidentes para o operador; • Obstrução menor ao direcionamento do fluido de corte sobre a aresta de corte da ferramenta. 80 TEMPERATURA DE CORTE Principais causas do aumento de temperatura no corte: - Deformação da raiz do cavaco - Atrito entre peça e ferramenta - Atrito entre cavaco e ferramenta 81 Fontes de Calor 82 FERRAMENTA PEÇA Zona primária (cisalhamento) Zona secundária (cisalhamento/atrito) Zona terciária (atrito) Distribuição de Calor 83 Principais fontes de Dissipação de Calor na usinagem •Cavaco •Peça •Ferramenta •Meio ambiente 84 Os valores das proporções variam com: - O tipo de usinagem: torneamento, fresamento, brochamento, etc.; - O material da ferramenta e da peça; - A forma da ferramenta; - As condições de usinagem. 85 FORÇA DE USINAGEM A força de usinagem F se decompõe em: - Força de corte Fc; - Força de avanço Ff ; - Força passiva Fp, 86Fu Ff Fp Fc=Fap Ft FU=força de usinagem Ft=força ativa. Fp=força passiva Fc=força de corte Ff=força de avanço Fap=força de apoio O conhecimento da força de usinagem F é necessário para: • Para o projeto de uma máquina ferramenta (dimensionamento das estruturas, acionamentos, fixações, etc.); • Para a determinação das condições de corte em condições de trabalho; • Para a avaliação da precisão de uma máquina ferramenta, em certas condições de trabalho (deformação da ferramenta, máquina e peça); • Para a explicação de mecanismos de desgaste. 87 • Os componentes da força de usinagem (Fc, Ff e Fp) diminuem com o aumento da velocidade de corte vc devido à diminuição da resistência do material com o aumento da temperatura. • Os componentes da força de usinagem aumentam com o aumento da profundidade de corte ap de uma forma proporcional (só vale para ap maior que o raio de quina). 88 89 POTÊNCIA DE USINAGEM • A potência de corte Pc é a potência disponível no gume da ferramenta e consumida na operação de remoção de cavacos. É ela que interessa no cálculo de forças e pressões específicas de corte. • A potência de acionamento Pa é a potência fornecida pelo motor à máquina- ferramenta. Ela difere da potência de corte pelas perdas que ocorrem por atrito nos mancais, engrenagens, sistemas de lubrificação e refrigeração, sistema de avanço, etc. • A potência de avanço, embora seja uma parcela utilizada na operação de corte, é muito pequena em relação à potência de corte, sendo mais prático reuni-la no grupo das “perdas”. • A potência em vazio Po é a potência consumida pela máquina-ferramenta ligada, com o mecanismo de avanço funcionando, porém sem que tenha lugar qualquer operação de corte. 90 A força principal de corte Fc é a base para o cálculo da potência de usinagem. No caso do torneamento, pode-se estabelecer a seguinte relação entre a força de corte e a área da seção de usinagem: onde, kc é a pressão específica de corte em [N/mm 2]. 91 Referências Bibliográficas • FERRARESI, D. Usinagem dos metais. São Paulo: Blucher, 1970 • DINIZ, A. E.; MARCONDES, F. C.; COPPINI, N. L. Tecnologia da usinagem dos materiais. 7. ed. São Paulo: Artliber, 2010. 92
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