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Definição de Sociedade Anônima: 
 
A sociedade anônima, também chamada de companhia, é pessoa jurídica de direito privado composta por dois ou mais acionistas, de natureza eminentemente empresarial, independentemente da atividade econômica desenvolvida por ela (art. 13 da Lei n. 6.404/76), em que o capital social é dividido em ações de igual valor nominal, que são de livre negociabilidade, limitando-se a responsabilidade do acionista ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. 
A companhia poderá ser classificada em aberta ou fechada. O art. 4º da Lei das Sociedades Anônimas as distingue: “Para os efeitos desta lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários”. A aberta é aquela em que os valores mobiliários (ações, debêntures, partes beneficiárias etc.) são admitidos à negociação nas bolsas de valores ou mercado de balcão, devendo, portanto, ser registrada e ter seus valores mobiliários registrados perante a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), enquanto que a fechada não emite valores mobiliários negociáveis nesses mercados.
DECISÃO
RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DE ADMINISTRADOR DE SOCIEDADE ANÔNIMA. DETERMINAÇÃO DE REMESSA DOS AUTOS À JUSTIÇA ESTADUAL. ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO PROFERIDA NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 555.908. MEDIDA LIMINAR INDEFERIDA. PROVIDÊNCIAS PROCESSUAIS.
Relatório
1. Reclamação, com pedido de medida liminar, ajuizada por Marcelo Monteiro Perez, em 28.4.2010, contra julgado do Superior Tribunal de Justiça que, nos autos do Conflito de Competência 87.656/SP, teria desrespeitado a decisão por mim proferida no Recurso Extraordinário 555.908.
O caso
2. Em 23 de maio de 2003, S/A Marítima Eurobrás ajuizou ação indenizatória contra Marcelo Monteiro Perez, alegando que ele é seu acionista e foi eleito diretor estatutário em 1º.10.1997, quando passou a exercer a administração financeira da empresa. Sustentou que, durante a gestão do Réu, contratou os serviços da Sociedade G&M Transportes Ltda., cujo controle pertenceria a ele. Afirmou, ainda, que auditoria constatou a existência de superfaturamento, que levou ao afastamento do Réu de seu cargo em 29.9.1999, por ter faltado com o dever de lealdade e contrariado os arts. 153 e 154, § 2º, da Lei de Sociedades Anônimas.
Em 26 de outubro de 2005, Marcelo Monteiro Perez requereu a remessa dos autos à Justiça do Trabalho, ao argumento de que o cargo de administrador por ele exercido seria decorrente da relação de emprego que mantinha com a S/A Marítima Eurobrás. O juiz de direito da 12ª Vara Cível da Comarca de Santos/SP indeferiu esse pedido, ao fundamento de que:
“Não há a incompetência absoluta pretendida pelo réu na petição de fls. 1.759/1.764, porque as alegações feitas no item 6 de fls. 1.773 encontram guarida na inicial, com o que, tratando-se de relação jurídica estatutária e não trabalhista, indefiro a remessa destes autos à Justiça do Trabalho, tal como requerido pelo réu”.
Contra essa decisão Marcelo Monteiro Perez interpôs agravo de instrumento, ao qual o Tribunal de Justiça de São Paulo deu provimento para determinar a remessa dos autos à Justiça do Trabalho, nos termos seguintes:
“Agravo de Instrumento – Responsabilidade Civil de administrador – Decisão que rejeitou competência da Justiça do Trabalho – Discussão sobre má gestão de diretor financeiro e empregado – Vínculo empregatício reconhecido pela Justiça Especializada. – Aplicação do art. 114, VI, da Constituição Federal, alterado pela EC 45/2004 – Competência em razão da matéria, de natureza absoluta – Exceção ao princípio da perpetuatio jurisdicionis – Matéria de ordem pública – Possibilidade, outrossim, de decisões conflitantes – Provimento do recurso”.
Contra essa decisão S/A Marítima Eurobrás interpôs recurso extraordinário para sustentar a incompetência da Justiça do Trabalho, por tratar a espécie de vínculo de natureza estatutária, e não de relação de emprego, como teria afirmado o Tribunal de Justiça de São Paulo.
Em 28 de maio de 2007, o juiz de direito da 12ª Vara Cível da Comarca de Santos/SP determinou a remessa dos autos à Justiça do Trabalho, nestes termos:
“O Recurso Extraordinário, por força do que dispõe o artigo 542, § 2º, do CPC, possui apenas efeito devolutivo e no recurso noticiado a fls. 3077, instruído com cópia das razões de fls. 3078/3089, não há referência de que, excepcionalmente, lhe possa ser atribuído efeito suspensivo. Ademais, na decisão do Agravo de Instrumento lhe foi denegado o efeito suspensivo, conforme cópia que se encontra acostada a fls. 3051/3054. Portanto, em que pese as razões da decisão de fls. 3632, encaminhem-se os autos à D. Quarta Vara do Trabalho de Santos”.
Em 1º de junho de 2007, o juiz do trabalho da 4ª Vara do Trabalho de Santos/SP suscitou conflito negativo de competência, nos termos seguintes:
“A pretensão do Nobre Julgador da Esfera Cível deve ser precedida, em que pese o entendimento do I. Julgador Estadual, do trânsito em julgado da decisão do recurso extraordinário, para que não se desborde os limites de sua competência. (...). A competência será do Tribunal Cível para o julgamento da apelação contra sentença de juiz singular Cível e em que pesem as alterações procedidas pela EC 45/2004 os autos deverão permanecer até o trânsito em julgado da decisão aos cuidados de quem lhe impingiu decisão recorrida sem trânsito em julgado. De sorte que, não havendo disposição em contrário ou ainda dispositivo que determine a remessa dos autos de Processo em sede de recurso extraordinário de origem cível para a Justiça do Trabalho e ainda para que não seja acometido o processo de nenhum vício de procedimento com a consequente tramitação por este Juízo sem o deslinde final por parte do STJ, decide este Juízo suscitar o presente conflito negativo de competência”.
O conflito de competência suscitado pelo juiz do trabalho da 4ª Vara do Trabalho de Santos foi autuado no Superior Tribunal de Justiça sob o n. 87.656 e ficou sobrestado até o julgamento do recurso extraordinário interposto pela S/A Marítima Eurobrás. 
Em 30 de junho de 2008, neguei seguimento ao recurso extraordinário (RE 555.908) interposto por S/A Marítima Eurobrás, ao fundamento de que:
“Nestes autos, discute-se questão relativa à competência para processamento e julgamento de ação de indenização por dano patrimonial, decorrente da relação de trabalho, nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República. Não haveria razão para postergar decisão a esse respeito. (...). Há de se seguir a regra de transição estabelecida pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no julgamento do Conflito de Competência 7.204-MG. (...). Na espécie vertente, não foi proferida sentença de mérito. Logo, o acórdão recorrido não divergiu da orientação deste Supremo Tribunal”.
Essa decisão transitou em julgado em 12.8.2008.
Em 26 de novembro de 2008, o Superior Tribunal de Justiça conheceu do Conflito de Competência 87.656 e declarou competente o juiz de direito da 12ª Vara Cível da Comarca de Santos/SP para processar e julgar a causa, nos termos seguintes:
“Destaco, preliminarmente, que havia suspendido o trâmite deste conflito de competência, pois ainda estava pendente de julgamento recurso extraordinário. Pelo que informa Marcelo Monteiro Perez o STF não conheceu daquele recurso, afirmando que a decisão hostilizada, proferida pelo TJ/SP, encontrava-se em consonância com os precedentes daquela corte. Note-se, porém, que esta decisão do STF não resolveu por completo a controvérsia. Embora tenha ficado estabelecido ali que a inexistência de sentença de mérito não impede a remessa dos autos à Justiça do Trabalho, há que se definir se estamos, efetivamente, diante de uma relação trabalhista. Assim, em que pese o julgamento do recurso extraordinário, ainda torna-se necessário o julgamento do presente conflito de competência (...). A relação entre diretor e companhia pode eventualmente se revelar multifacetada, nãose enquadrando em um único modelo legal. Assim, ainda que eventualmente reconhecida a relação de trabalho na Justiça laboral, não há como reduzir o presente pedido indenizatório a uma lide trabalhista. A questão, nesta ação indenizatória, diz respeito apenas aos deveres de fidelidade, transparência e probidade do administrador. A lide não tem nenhum contorno de direito do trabalho (...). Forte em tais razões, com fundamento no art. 120, parágrafo único, do CPC, conheço do conflito e declaro competente o Juízo de Direito da 12ª Vara Cível de Santos, Estado de São Paulo, ora suscitado”.
Contra essa decisão Marcelo Monteiro Perez interpôs recurso extraordinário, inadmitido pelo Vice-Presidente do Superior Tribunal de Justiça. Foi interposto agravo de instrumento (AI 793.495), distribuído ao Ministro Joaquim Barbosa em 5.4.2010.
3. Na presente reclamação, o Reclamante afirma que, “apesar de já dirimida a questão da competência, instaurou-se, perante o Superior Tribunal de Justiça, o conflito de Competência n. 87.656/SP, com o objetivo de rediscutir a matéria, sob a alegação de que ‘esta decisão do STF não resolveu por completo a controvérsia’”.
Argumenta que estaria “comprovada documentalmente a ofensa à autoridade de anterior decisão desta Excelsa Corte, por posterior decisum de lavra do Superior Tribunal de Justiça, ainda não transitada em julgado, cabível e tempestiva é a presente reclamação”.
Sustenta que, “no caso sub judice, a suspensão da decisão impugnada é imprescindível para evitar a remessa dos autos à Justiça Estadual Comum e, com isso, impedir a materialização de prejuízos às partes e à própria administração da Justiça, pois eventual julgamento por tribunal manifestamente incompetente ensejaria a nulidade de pleno direito do julgado, gerando gastos e maior morosidade do próprio Judiciário”.
Assevera que “os requisitos para a liminar pleiteada – fumus boni iuris e periculum in mora – estão presentes, pois: (i) há prova documental de que o v. acórdão desta Excelsa Corte foi desrespeitado por posterior acórdão prolatado pelo Colendo STJ (fumus boni iuris); e (ii) caso não se suspenda o decisum impugnado, as partes sofrerão prejuízos, já que eventual julgamento por tribunal incompetente dará ensejo à nulidade do julgado (periculum in mora)”.
Requer, liminarmente, a suspensão da “eficácia do v. acórdão impugnado, permanecendo os autos na Justiça do Trabalho até que se decida em definitivo esta reclamação”.
Pede, ao final, “a procedência da presente reclamação, a fim de que seja cassado o v. acórdão impugnado, fixando-se a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar a ação indenizatória”.
Examinados os elementos havidos nos autos, DECIDO.
4. O Reclamante requer, em medida liminar, a suspensão da decisão do Superior Tribunal de Justiça que conheceu do Conflito de Competência 87.656 e declarou competente o juiz de direito da 12ª Vara Cível da Comarca de Santos/SP para processar e julgar a ação de indenização proposta por sociedade anônima contra seu ex-administrador. Alega o Reclamante que essa decisão contraria o que decidido nos autos do Recurso Extraordinário 555.908, de minha relatoria.
5. Na espécie vertente, não se tem comprovado nos autos o perigo da demora (periculum in mora) para justificar o deferimento da medida liminar, pois o acórdão proferido no Conflito de Competência 87.656 foi publicado em 9.12.2008 e a presente Reclamação foi protocolada em 28.4.2010, após a publicação da decisão do Vice-Presidente do Superior Tribunal de Justiça que não admitiu o recurso extraordinário (DJe 3.2.2010). 
6. Além disso, o Reclamante não conseguiu demonstrar a verossimilhança do direito vindicado (fumus boni iuris), pois a decisão proferida nos autos do Recurso Extraordinário 555.908, de minha relatoria, teve como objeto julgado da Terceira Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, que determinara a remessa da ação indenizatória à Justiça do Trabalho por considerar que “o dano invocado como causa de pedir e que teria sido provocado pelo Agravante decorreu do exercício de sua atividade durante e em decorrência da relação de emprego”.
No julgamento do Recurso Extraordinário 555.908, não se examinou se existia, ou não, relação de emprego entre o Reclamante e a sociedade anônima, como o fez o Superior Tribunal de Justiça no conflito de competência.
Assim, nesse exame preliminar, próprio das medidas liminares, o que decidido nos autos do Conflito de Competência 87.656 pelo Superior Tribunal de Justiça não contraria a decisão por mim proferida no Recurso Extraordinário 555.908.
7. Pelo exposto, indefiro a medida liminar requerida.
8. Solicitem-se informações ao Superior Tribunal de Justiça, no prazo de dez dias (art. 14, inc. I, da Lei n. 8.038/1990 e art. 157 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). 
9. Na sequência, vista ao Procurador-Geral da República (art. 16 da Lei n. 8.038/90 e art. 160 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).
Publique-se.
Brasília, 28 de maio de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora

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