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Métodos e técnicas para o estudo de células, tecidos e órgãos. 1. Introdução Os métodos de ensino em Biologia Celular e dos Tecidos baseiam-se principalmente no estudo das estruturas e processos celulares sob as microscopias de luz (ML) e eletrônica (ME), permitindo o reconhecimento da célula como um componente dinâmico e participante do metabolismo corporal. Basicamente, estes estudos utilizam como ferramentas, lâminas com colorações histológicas e histoquímicas, para o estudo à ML e telas de cobre com células contrastadas por metais pesados, para o estudo a ME (de transmissão, de varredura, etc.) cujos conceitos serão apresentados aqui de forma genérica. 2. Microscópio de Luz (ML)e Microscópio Eletrônico de Transmissão (TEM) - Informações Gerais Na figura abaixo o olho nu poderia ver características nos dois primeiros quadros, a resolução do microscópio óptico estenderia até o quarto quadro, e o microscópio eletrônico até o sétimo e o oitavo quadro. Na Figura abaixo é mostrado os tamanhos de várias estruturas celulares e subcelulares e as variações de tamanho que diferentes tipos de microscópios podem visualizar. Um sentido de escala entre células vivas e átomos: Cada diagrama nesta figura mostra uma imagem aumentada por um fator de 10 em uma progressão imaginária a partir de um dedo polegar, então células da pele, passando por um ribossomo, até um grupo de átomos, que formam parte de uma das várias moléculas de proteína em nosso corpo. Os detalhes atômicos das macromoléculas, como mostrado nos dois últimos quadros, normalmente estão além do poder do microscópio eletrônico. Uma célula animal típica apresenta de 10 a 20 µm de diâmetro, que é cerca de 1/5 da capacidade de observação a olho nu. O último limite do microscópio de luz é o comprimento de onda da luz visível que está entre 0,4 a 0,7 µm (do violeta para o vermelho respectivamente). Assim, mitocôndrias e bactérias que apresentam cerca de 200 a 500 nm (0,2 a 0,5µm), são os últimos objetos vistos através do microscópio de luz. As unidades de medida atualmente usadas em biologia celular e em histologia são as seguintes: Unidade de medida Símbolo Valor Micrômetro µm 0,001 mm (milésima parte do milímetro) Nanômetro nm 0,001µm (milésima parte do micrômetro) Poder de resolução. Os tamanhos das células e de seus componentes estão desenhados em uma escala logarítmica, indicando a amplitude de objetos que podem ser prontamente resolvidos a olho nu e nos microscópios ópticos e eletrônicos. As seguintes unidades de comprimento frequentemente são utilizadas na microscopia: µm (micrômetro)=10-6 do m, nm (nanômetro)=10-9 do m, Å (unidade Ångstrôm)=10-10 do m. Microscópios são aparelhos nos quais lentes de vidro são associadas de tal forma que se consiga reproduzir para o olho humano, uma imagem aumentada e detalhada das células, tecidos e órgãos. O conjunto de lentes é formado pelas objetivas e oculares. A objetiva, a primeira lente e a que está mais próxima do objeto, daí o nome, capta a luz filtrada pelo condensador e projeta uma imagem real, invertida e aumentada da estrutura. A lente ocular presta-se a aumentar a imagem projetada pela objetiva, para ser captada pelo olho do observador. Para o ML o aumento total do objeto observado é calculado multiplicando-se os valores do aumento da objetiva e da ocular. Portanto: Ocular Objetiva Aumento Diâmetro do Campo 10 x 10x (pequeno aumento) 100x 1.500µm 10 x 40x (grande aumento a seco) 400x 375µm 10 x 100x (imersão em óleo) 1.000x 150µm O limite de separação pelo qual dois objetos ainda podem ser vistos como distintos – é o limite de resolução - depende tanto do comprimento de onda da luz quanto da abertura numérica do sistema de lentes utilizado. Este último número é uma medida da largura da abertura do microscópio, graduada de acordo com sua distância a partir do objeto; quanto maior a abertura do microscópio, mais claramente o objeto pode ser visualizado. Nas melhores condições, com luz violeta (comprimento de onda = 0,4 µm), e uma abertura numérica de 1,4, o microscópio óptico pode alcançar, teoricamente, um limite de resolução logo abaixo de 0,2 µm. Essa resolução foi alcançada por fabricantes de microscópios no final do século XIX e raramente é equiparada nas indústrias contemporâneas de microscópios. Embora seja possível aumentar uma imagem o quanto quisermos - por exemplo, por sua projeção em uma tela - jamais será possível distinguir dois objetos ao microscópio óptico que estão separados por menos de 0,2 µm; eles aparecerão como um único objeto. Observe a diferença entre resolução, discutida anteriormente, e detecção. Portanto o limite de separação no qual dois objetos podem ainda ser observados como distintos é chamado de limite de resolução, este depende: a) do comprimento de ondas da luz e b) da abertura numérica do sistema de lentes. Quando a luz atravessa uma célula viva, a fase da onda de luz é alterada de acordo com o índice de refração da célula: uma parte relativamente espessa ou densa da célula, como um núcleo, retarda a luz que passa através dela. Consequentemente, a fase da luz é deslocada com relação à luz que passou através de uma região adjacente mais delgada do citoplasma. O microscópio de contraste de fase e, de uma maneira mais complexa, o microscópio de contraste de interferência diferencial exploram os efeitos de interferência produzidos quando esses dois conjuntos de ondas se recombinam, criando uma imagem da estrutura da célula. Ambos os tipos de microscopia óptica são amplamente utilizados para visualizar células vivas. Uma maneira mais simples de visualizar algumas dessas características de uma célula viva é observar a luz que é espalhada por seus vários componentes. No microscópio de campo escuro, os raios de luz que iluminam são direcionados pela lateral, de forma que somente a luz difundida passa pelas lentes do microscópio. Como decorrência, a célula aparece como um objeto iluminado contra o fundo escuro. Com um microscópio normal de campo claro, a luz que passa através de uma célula em cultura forma a imagem diretamente. Comparação do mesmo fibroblasto com 4 diferentes microscópio de luz a) microscópio de campo claro – a luz passa através da célula e forma diretamente a imagem. b) microscópio de contraste fase. c) microscópio de contraste por interferência diferencial. d) microscópio de campo escuro. A relação entre o limite de resolução e o comprimento de onda de uma radiação luminosa é verdadeira para qualquer forma de radiação, seja ela um feixe de luz no ML, seja um feixe de elétrons no ME. Com elétrons, entretanto, o limite de resolução pode ser muito pequeno. O comprimento de onda de um elétron diminui com o aumento da sua velocidade. Em um microscópio eletrônico com uma voltagem de aceleração de 100.000 V o comprimento de onda de um elétron é de 0,004 nm. Teoricamente, a resolução de um microscópio destes deveria ser de cerca de 0,002 nm, 100 mil vezes maior do que a do microscópio óptico. Entretanto, devido ao fato de as aberrações de uma lente de elétrons serem mais difíceis de corrigir do que aquelas produzidas por uma lente de vidro, o poder de resolução da maioria dos microscópios eletrônicos mais modernos é, nas melhores condições, 0,1 nm (1 Å). Isso acontece porque apenas o centro das lentes de elétrons pode ser utilizado e a abertura numérica efetiva é minúscula. Ainda mais, os problemas na preparação de amostra, no contraste e nos danos causados pela radiação geralmente têm limitado a resolução efetiva normal para materiais biológicos para 1 nm (10 Å). Contudo, esse valor é cerca de 200 vezes melhor do que a resolução do microscópio óptico. Em anos recentes, o desempenho dos microscópioseletrônicos foi melhorado pelo desenvolvimento de fontes de iluminação por elétrons, chamadas de canhões de emissão de campo. Essas fontes muito brilhantes e confiáveis podem melhorar substancialmente a resolução alcançada. No desenho global, o microscópio eletrônico de transmissão (TEM, transmission electron microscope) é semelhante a um microscópio óptico. A fonte de iluminação é um filamento ou cátodo que emite elétrons do topo de uma coluna cilíndrica de cerca de 2 m de altura. Como os elétrons são espalhados por colisões com moléculas de ar, o ar precisa primeiro ser bombeado para fora da coluna para criar vácuo. Os elétrons são então acelerados a partir do filamento, por um ânodo próximo, e atravessam um pequeno orifício para formar um feixe de elétrons que desce pela coluna. Bobinas magnéticas, colocadas em intervalos ao longo da coluna, convergem o feixe de elétrons, assim como as lentes de vidro convergem a luz no microscópio óptico. A amostra é colocada no vácuo, por meio de uma câmara de compressão, na trajetória do feixe de elétrons. Como na microscopia óptica, a amostra em geral é corada - neste caso, com material é eletrodenso. Alguns dos elétrons que atravessam a amostra são espalhados pelas estruturas coradas com material eletrodenso; o restante é focado para formar uma imagem de uma maneira análoga ao processo de formação de uma imagem no microscópio óptico. A imagem pode ser observada em uma tela fosforescente ou gravada tanto em uma placa fotográfica como com uma câmera digital de alta resolução. Como os elétrons dispersos são desviados do feixe, as regiões densas da amostra são destacadas como áreas de fluxo reduzido de elétrons, as quais parecem escuras. 3. Técnicas de Preparação de Estudo - Conceitos Gerais Na sua grande maioria, a preparação do material que se deseja observar à microscopia, deve obedecer às seguintes etapas de confecção: 3.1. Fixação 3.2. Inclusão e Etapas Precedentes 3.3. Microtomia 3.4.Coloração (ML)/Contrastação (ME) 3.1. Fixação A fixação é a etapa da histotécnica que tem por finalidade assegurar a preservação das estruturas morfológicas das células e tecidos, como se estivessem no animal "in vivo”, ainda tornam a célula permeável ao corante, estabilizando a ligação destes com as macromoléculas. Para tal, utiliza-se de meios fixadores químicos e físicos, dentre os quais as misturas químicas têm sido as mais indicadas. Nestas associações, fixadores simples como formaldeído, ácido acético, álcool, podem ser compatíveis e promovem uma excelência na fixação dos tecidos em geral. Como exemplos, citamos os líquidos de Bouin (formaldeído, ácido acético, ácido pícrico), Helly ou Zenker-Formol (bicloreto de mercúrio, dicromato de potássio), etc. Para ME, os mais comuns são glutaraldeído e tetróxido de ósmio. 3.2. Inclusão e Etapas Precedentes As etapas que se seguem têm por objetivo proceder a infiltração de substâncias endurecedoras nos fragmentos dos órgãos, para permitir a obtenção dos cortes extremamente delgados. São etapas rigorosamente seqüenciais e obrigatórias, na grande maioria das técnicas, e uma etapa mal executada acarretará em material de má qualidade para análise. 3.2.1. Desidratação Objetiva a retirada de água da peça, já que as substâncias inclusoras são insolúveis em água. Esta etapa é feita com a utilização de álcoois graduados em tempos adequados ao fixador e ao material. Para ME, utiliza-se ainda acetona ou óxido de propileno. 3.2.2. Diafanização Objetiva a retirada do álcool da peça (pois as substâncias inclusoras dissolvem-se mal no álcool) e também torná-la transparente. Utiliza-se substâncias solúveis em álcool e capazes de eliminá-lo, por exemplo, o toluol, xilol, benzol, etc. 3.2.3. Inclusão A inclusão é comumente feita em parafina histológica e resinas plásticas, (metacrilato) para ML, e resina epon para ME. As resinas apresentam resultados mais adequados. 3.3. Microtomia A etapa de microtomia consiste na obtenção de cortes o mais delgado possível, que possibilite a sua observação aos microscópios de luz ou eletrônico. Utiliza-se o micrótomo, um aparelho apropriado para este fim, cuja regulagem medida em micrômetros (µm) e nanômetros (nm) (ME - ultramicrótomo), permite a obtenção do corte na espessura desejada. Após esta etapa os cortes serão coletados em lâminas de vidro para a ML ou em telas de cobre, para a ME. 3.4.1. Planos de corte Para entender-se a arq um órgão é necessária estudar as secções em diferentes planos de visão e julgar adequadamente. Na Fig. 3, estão apresentados alguns dos prováveis planos de observação de uma célula. Observação: os planos de corte transversais 2 e 3, e oblíquo ( expõem no esquema, o que seria o "núcleo" da célula. se a arquitetura de um órgão é necessária estudar as secções em diferentes planos de visão e julgar adequadamente. Na Fig. 3, estão apresentados alguns dos prováveis planos de observação de uma célula. Observação: os planos de corte transversais 2 e 3, e oblíquo (5), expõem no esquema, o que seria o 3.5. Coloração (ML)/Contrastação (ME) A. Coloração - microscopia de luz 3.5.1. Técnicas Histológicas para a Microscopia de Luz A grande maioria das estruturas refração muito próximo, o que dificulta a sua observação. Daí a necessidade da utilização de corantes histológicos que e basicamente, associar o caráter básico ou ácido do corante a ser utilizado ao do material a ser evidenciado. Desta maneira cria cromóforo. Portanto, as moléculas ácidas como o DNA e o RNA, por exemplo, são estr basófilas. As estruturas ricas em grupamentos básicos, proteínas, por exemplo, são acidófilas, por terem afinidade por corantes ácidos. orgânicos que têm alguma afinidade específica por determinad corante hematoxilina, por exemplo, tem uma afinidade por moléculas carregadas negativamente por isso revela a distribuição de DNA, RNA e proteínas ácidas em uma célula 3.5.2. Técnicas Histoquímicas São processos de coloração que conferem especificidade, pois expõem os grupamentos e radicais químicos que compõem as estruturas, para que os mesmos sejam especificamente evidenciados pelos corantes histoquímicos. Ex: carboidratos, ácidos nucléicos, aminoácidos, íons, lipídeos, - Localização de ácidos nucléicos: método de Feulgen. PAS (Periodic Acid-Schiff). (A) Esta secção de células dos duetos co combinação de corantes, hematoxilina é constituído de células rigorosamente formam um anel. O anel é cercado pela matriz de uma raiz de planta jovem é corada com dois corantes, . Coloração (ML)/Contrastação (ME) microscopia de luz .1. Técnicas Histológicas para a Microscopia de Luz A grande maioria das estruturas celular e tecidual é transparente, incolor e com o índice de refração muito próximo, o que dificulta a sua observação. Daí a necessidade da utilização de corantes histológicos que evidenciem e diferenciam tais estruturas. As técnicas procuram associar o caráter básico ou ácido do corante a ser utilizado ao do material a ser evidenciado. Desta maneira cria-se o grupamento químico responsável pela cor ou grupamento cromóforo. Portanto, as moléculas ácidas como o DNA e o RNA, por exemplo, são estr basófilas. As estruturas ricas em grupamentos básicos, proteínas, por exemplo, são acidófilas, por terem afinidade por corantes ácidos. Um exemplo, as seções podem ser coradas com corantes que têm alguma afinidade específica por determinados componentes subcelulares. O por exemplo, tem uma afinidade por moléculas carregadas negativamente por isso revela a distribuição de DNA, RNA e proteínas ácidasem uma célula 2. Técnicas Histoquímicas ação que conferem especificidade, pois expõem os grupamentos e radicais químicos que compõem as estruturas, para que os mesmos sejam especificamente evidenciados pelos corantes histoquímicos. Ex: carboidratos, ácidos nucléicos, aminoácidos, íons, lipídeos, Localização de ácidos nucléicos: método de Feulgen. - Localização de carboidratos: técnica do Schiff). de células dos duetos coletores de urina dos rins foi corada com uma nação de corantes, hematoxilina e eosina, comumente utilizados em h de células rigorosamente compactadas (com os núcleos corados anel. O anel é cercado pela matriz extracelular, corada de jovem é corada com dois corantes, safranina e fastgreen. O fost celular e tecidual é transparente, incolor e com o índice de refração muito próximo, o que dificulta a sua observação. Daí a necessidade da utilização de videnciem e diferenciam tais estruturas. As técnicas procuram associar o caráter básico ou ácido do corante a ser utilizado ao do material a ser se o grupamento químico responsável pela cor ou grupamento cromóforo. Portanto, as moléculas ácidas como o DNA e o RNA, por exemplo, são estruturas basófilas. As estruturas ricas em grupamentos básicos, proteínas, por exemplo, são acidófilas, por ções podem ser coradas com corantes os componentes subcelulares. O por exemplo, tem uma afinidade por moléculas carregadas negativamente e por isso revela a distribuição de DNA, RNA e proteínas ácidas em uma célula. ação que conferem especificidade, pois expõem os grupamentos e radicais químicos que compõem as estruturas, para que os mesmos sejam especificamente evidenciados pelos corantes histoquímicos. Ex: carboidratos, ácidos nucléicos, aminoácidos, íons, lipídeos, etc. Localização de carboidratos: técnica do urina dos rins foi corada com uma em histologia. Cada dueto compactadas (com os núcleos corados em vermelho) que ular, corada de púrpura. (B) Esta secção safranina e fastgreen. O fost Green cora a parede de celulose da célula enquanto a safranina cora as paredes celulares do xilema lignificadas de vermelho-claro. Hibridização in situ, tem como base os princípios da hibridização de ácidos nucleicos descrita anteriormente. Normalmente, os tecidos são gentilmente fixados de modo que o seu RNA é retido em uma forma exposta que pode hibridizar com uma sonda marcada de DNA ou RNA complementar. Dessa forma, os padrões de expressão gênica diferencial podem ser observados nos tecidos, e a localização de RNAs específicos nas células pode ser determinada. Hibridização de RNA in situ. É possível visualizar a distribuição de diferentes RNAs em tecidos usando-se a hibridização in situ. Aqui, o padrão de transcrição de cinco diferentes genes envolvidos na padronização do embrião jovem de mosca é revelado em um único embrião. Cada sonda de RNA foi marcada fluorescentemente de maneiras diferentes, algumas direta e outras indiretamente, e as imagens resultantes foram falsamente coradas e combinadas para visualizar cada transcrito individual de forma mais clara. Os genes cujo padrão de expressão é revelado aqui são wingless (amarelo), engrailed (azul), short gastrulation (vermelho), intermediate neuroblasts defective (verde) e muscle specific homeobox (roxo). As moléculas fluorescentes absorvem luz em um comprimento de onda e a emitem em um outro comprimento de onda mais longo. Se iluminarmos tal composto no seu comprimento de onda de absorção e então o visualizarmos por um filtro que permite apenas a passagem de luz com o comprimento de onda emitido, ele brilhará contra um fundo escuro, mesmo uma quantidade mínima de corante fluorescente brilhante pode ser detectada. Os corantes fluorescentes utilizados para corar células são detectados por um microscópio de fluorescência. Este microscópio é semelhante a um microscópio óptico comum, exceto que a luz utilizada para iluminação, originada de uma fonte muito potente, passa através de dois conjuntos de filtros - um para filtrar a luz antes de ela atingir a amostra e um para filtrar a luz obtida a partir da amostra. O primeiro filtro permite apenas a passagem de comprimentos de onda que excitem um determinado corante fluorescente, enquanto o segundo filtro bloqueia a passagem desta luz, permitindo somente a passagem daqueles comprimentos de onda emitidos quando o corante fluoresce. A microscopia de fluorescência é mais utilizada para detectar proteínas específicas ou outras moléculas em células e tecidos. Uma técnica muito eficaz e amplamente utilizada é acoplar corantes fluorescentes a moléculas de anticorpos, que então servem como reagentes para colorações específicas e versáteis. Estes se ligam seletivamente a determinadas macromoléculas que eles reconhecem nas células ou na matriz extracelular. Dois corantes fluorescentes que têm sido comumente utilizados para esse propósito são a fluoresceína, que emite uma fluorescência verde intensa quando excitada com luz azul, e a rodamina, que emite uma fluorescência vermelha quando excitada com luz amarelo-esverdeada. Acoplando-se um anticorpo à fluoresceína e um outro à rodamina, as distribuições de diferentes moléculas podem ser comparadas em uma mesma célula; as duas moléculas são visualizadas separadamente ao microscópio, alterando-se os dois conjuntos de filtros, cada um específico para cada corante.T rês corantes fluorescentes podem ser utilizados, da mesma maneira, para distinguir três tipos de moléculas na mesma célula. Vários corantes fluorescentes mais novos, como Cy3, Cy5 e os corantes Alexa, foram desenvolvidos especificamente para microscopia de fluorescência. Estes fluorocromos orgânicos têm algumas desvantagens. Eles são excitados apenas por luz de comprimentos de onda precisos, mas diferentes, e, além disso, desbotam muito rápido quando continuamente iluminados. Microscopia com múltiplas sondas fluorescentes. Nesta micrografia composta de uma célula em mitose, três sondas fluorescentes diferentes foram usadas para corar três componentes celulares diferentes. Os microtúbulos do fuso são revelados com um anticorpo fluorescente verde, os centrômeros com um anticorpo fluorescente vermelho e o DNA dos cromossomos condensados com o corante fluorescente azul DAPI. Uma molécula marcadora, como um corante fluorescente, pode se ligar diretamente a um anticorpo utilizado para reconhecimento específico - o anticorpo primário. Um sinal mais forte é alcançado utilizando-se um anticorpo primário não marcado e, depois, detectando-o com um grupo de anticorpos secundários marcados que se ligam a ele. Este processo é chamado de imunocitoquímica indireta. B. Contrastação - Microscopia eletrônica Na microscopia eletrônica a amostra é exposta a alto vácuo, o tecido vivo normalmente é morto e preservado pela fixação - primeiro com glutaraldeído, que faz com que as moléculas de proteína façam ligações covalentemente cruzadas com suas vizinhas, e depois com tetróxido de ósmio, que se liga e estabiliza as bicamadas lipídicas, assim como as proteínas. Como os elétrons têm poder de penetração muito baixo, os tecidos fixados normalmente devem ser cortados em secções extremamente finas (50 a 100 nm de espessura, cerca de 1/200 da espessura de uma única célula) antes de serem visualizados. Isto é conseguido desidratando-se a amostra e permeabilizando-a com uma resina monomérica para formar um bloco sólido de plástico; o bloco é cortado com uma lâmina de vidro especial, ou de diamante, em um micrótomo especial. Estas seções finas, livres de água e outros solventes voláteis, são colocadas em uma pequena grade circular de metal para serem visualizadas ao microscópio.Um microscópio eletrônico de varredura (SEM, scanning electron microscope) produz diretamente uma imagem da estrutura tridimensional da superfície de uma amostra. Para torná-los visíveis, eles geralmente são impregnados (antes ou depois do corte) com sais de metais pesados, como urânio e chumbo. São duas as substâncias contrastantes mais usualmente aplicadas para a microscopia eletrônica: o acetato de uranila e o citrato de chumbo. O grau de impregnação, ou ‘coloração’; com esses sais revela diferentes constituintes celulares com vários graus de contraste. Os lipídeos, por exemplo, tendem a corar mais forte após a fixação com ósmio, revelando a localização das membranas celulares. A A) Microscopia eletrônica de transmissão mostrando a distribuição de microtubulos e outros filamentos Esta seção fina é de uma célula de levedura que foi rapidamente congelada e teve seu gelo vitreo substituído por solventes orgânicos e então por resina plástica. Núcleo, mitocôndrias, parede celular, complexo de Golgi e ribossomos podem ser todos visualizados em um estado que provavelmente seja o mais parecido possível com o real. 4. Referências Bibliográficas ALBERTS, B., BRAY, D., LEWIS, J., RAAF, M., ROBERTS, K., WATSON, J. D. Biologia Molecular da Célula. Trad. Simonetti, A.B. et al., 5. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda. 2010. AGAR, A.W.; ALDERSON, R.H.; CHESCOE, D., 1987. Principles and practice of electron microscopy operation. In: GLAUERT,A.M., ed. Practicalc methods in electron microscopy. 6.ed. Netherlands : North-Holland,. v.2 345p. B) A mesma área corada com anticorpos fluorescente contra tubulina BOZZOLA, J.J. & RUSSEL, L.D., 1992. Electron microscopy: principles and techniques for biologists. Jones & Bartlett, Boston. 542p. DARNELL, J.; LODISH, H.; BALTIMORE, D., 1995. Molecular Cell Biology. 2.ed. Scientific American, New York.1105p. DYKSTRA, M.J., 1992. Biological electron microscopy. Theory, techniques and throbleshooting. Plenum Press, New York, 359p. GRIMSTONE, A.V. 1977. O microscópio eletrônico em biologia. 2. ed.. São Paulo: Pedagógica e Universitária, São Paulo. v. 11 70p. JUNQUEIRA, L. C. & CARNEIRO, J., 2000. Biologia Celular e Molecular. 7. ed., Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. MEEK, G.A., 1970. Practical electron microscopy for biologists. London: Wiley-Interscience, 498p. MICHALANY, J., 1980. Técnica Histológica em Anatomia Patológica. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 276p. PEARSE, A. G. E., 1968. Histochemistry - theoretical and applied. Boston: Little, Brown & company, 3.ed, v. 1,759p. SJOSTRAND, F.S., 1971. Electron microscopy of cells and tissues. 4.ed. New York. v.1 p. 1- 137. 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