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APOSTILA DIR. TRABALHO I (1)

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Página 1 Direito do Trabalho I Prof. Rodrigo Octavio Fernandes 
DIREITO DO TRABALHO I 
 
INTRODUÇÃO 
 
SURGIMENTO DO DIREITO DO TRABALHO: REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (séc XIX) - exageros do 
capitalismo com o proletariado e a necessidade do Estado de estabelecer limites → 
CONSEQUÊNCIA: passagem da AUTONOMIA DA VONTADE (Estado Liberal –> Civil - 
individualista) X DIRIGISMO ESTATAL (Estado Interventivo –> Social Trabalhista - coletivista). 
 
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA NO MUNDO: MÉXICO – 1917; ALEMANHA – 1919; CARTA DEL LAVORO - 
1927; SURGIMENTO DA OIT - 1919 – TRATADO DE VERSALES (muito antes da ONU, que é de 1945); 
 
NO BRASIL - 1967 (contornos semelhantes aos que temos hoje - TOPOGRAFIA) – 1988 (Direitos Sociais 
plenamente estabelecidos – Art 6º - genéricos; Art 7º - específicos e Art 8º a 11º - coletivos). 
 
CLT (1943 – Getúlio Vargas) – trata-se de uma sistematização das leis existentes na época. 
 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO 
 
Fonte do direito é expressão metafórica para designar a ORIGEM das normas jurídicas. 
 
Fontes materiais, reais ou primárias - representam a pressão social dos trabalhadores em 
busca da melhoria das condições de trabalho por meio de protestos, reivindicações, paralisações - 
influenciam a formação e transformação das regras jurídicas (inspiram o legislador a criar ou 
modificar a lei – momento pré-jurídico – também: doutrina, jurisprudência e recomendações da OIT). 
 
Fontes formais ou secundárias - são aquelas que têm a forma do Direito Positivo (momento 
jurídico); que vestem a regra jurídica, conferindo-lhe aspecto de obrigatoriedade. 
 
Fontes heterônomas - regras cuja produção não se caracteriza pela imediata participação dos 
destinatários principais destas regras. São as leis em sentido amplo (CRFB, Leis, Regulamentos, 
Tratados e Convenções Internacionais (devidamente ratificados) e Sentenças Normativas). 
 
Fontes autônomas - regras cuja produção caracteriza-se pela imediata participação dos 
destinatários das regras. Costumes e instrumentos de negociação coletiva (CCT e ACT). 
 
MORFOLOGIA DAS FONTES 
 
CLÁUSULAS CONTRATUAIS - O contrato de trabalho não é diploma instituidor de atos-regra. Não 
se configura como fonte de regras jurídicas, mas como fonte de obrigações e direitos específicos, 
concretos e pessoais, com abrangência apenas entre seus contratantes. As cláusulas contratuais 
sujeitam-se a um efeito adesivo permanente nos contratos (direito adquirido - 468 CLT). 
 
REGULAMENTO EMPRESARIAL - A jurisprudência tem negado a esse diploma o caráter de fonte 
normativa – são considerados cláusulas, integrantes do contrato de trabalho (S. 51, I, TST). 
 
USOS E COSTUMES 
O uso não é fonte de direito, pois não emerge como ato-regra. Possui tão somente o caráter de 
cláusula contratual tacitamente ajustada (= mesma natureza do CT e do Regul. Empresarial). 
JÁ o costume é entendido como a "prática habitual adotada num contexto mais amplo de certa 
empresa, categoria ou região, firmando um MODELO DE CONDUTA GERAL, impessoal, aplicável 
a todos os trabalhadores integrados no mesmo contexto". Os costumes têm caráter inquestionável de 
atos-regras, isto é, regras jurídicas (fonte formal de direito). 
 
ACORDOS E CONVENÇÕES COLETIVAS DE TRABALHO (fontes formais autônomas) 
 
Página 2 Direito do Trabalho I Prof. Rodrigo Octavio Fernandes 
CCT (sindicato de e X sindicato de E) e ACT (sindicato de e X empresa ou grupo de empresas) - são 
atos-regra, isto é, preceitos gerais, abstratos, impessoais e dirigidos a normatizar situações futuras. 
 
Permanência ou não dos preceitos da negociação coletiva nos contratos individuais - 2 posições: 
 
- ADERÊNCIA POR ULTRATIVIDADE - os dispositivos dos ACT e CCT aderem aos contratos de 
trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante NOVA negociação coletiva 
REVOGADORA – IGNORA-SE O PRAZO ASSINADO NA NEGOCIAÇÃO COLETIVA EM VIGOR (S. 
277 TST – NOVA REDAÇÃO) (MAJORITÁRIA). 
 
- ADERÊNCIA LIMITADA PELO PRAZO - os dispositivos dos ACT e CCT vigoram no prazo 
assinado, não aderindo indefinidamente aos contratos de trabalho (HOJE É MINORITÁRIA). 
 
JURISPRUDÊNCIA (integração)- fonte material - reiterada interpretação conferida pelos tribunais 
às normas jurídicas a partir dos casos concretos colocados a seu exame. A jurisprudência não vincula 
as decisões futuras -> não constituem fontes formais e sim materiais do Direito. Podem inspirar o 
legislador na produção ou modificação de leis e regulamentos, estas sim, fontes formais. 
 
DOUTRINA (integração)- fonte material - interpretação da norma jurídica pelos estudiosos, juristas 
e pesquisadores do Direito (dão força aos embasamentos e posicionamentos judiciais). 
 
HIERARQUIA ENTRE AS FONTES TRABALHISTAS 
 
A pirâmide trabalhista constrói-se de modo flexível. O critério informador da pirâmide hierárquica 
trabalhista é distinto do rígido Direito Comum (Kelsen). O vértice da pirâmide trabalhista não será a 
CRFB ou a Lei, necessariamente, mas a NORMA MAIS FAVORÁVEL AO TRABALHADOR. 
 
PRINCÍPIOS JURÍDICOS (integração) 
 
PRINCÍPIOS GERAIS APLICÁVEIS AO DIREITO DO TRABALHO - dignidade da pessoa humana, 
boa-fé, não alegação da própria torpeza, razoabilidade, proporcionalidade, igualdade, etc. 
 
PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO DIREITO DO TRABALHO 
 
A – PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO - O Direito do Trabalho estrutura, com suas 
regras, um arcabouço de proteção à parte historicamente hipossuficiente na relação 
empregatícia: o trabalhador. Tal princípio visa retificar no plano jurídico, o nítido 
desequilíbrio presente no plano fático do contrato de trabalho. 
 
B – PRINCÍPIO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL - dispõe que o operador do 
Direito do Trabalho deve optar pela regra mais favorável ao obreiro em três situações 
ou dimensões distintas, quais sejam: 
 
1) no instante de ELABORAÇÃO DA REGRA (orientação para a ação legislativa); 
 
2) no CONFRONTO ENTRE REGRAS (hierarquização das normas trabalhistas); 
 
3) no momento da INTERPRETAÇÃO DAS REGRAS JURÍDICAS (revelação do 
sentido e alcance da regra trabalhista – interpretação = IN DUBIO PRO OPERÁRIO). 
 
C – PRINCÍPIO DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA - Garantia de preservação, 
ao longo do contrato, da cláusula mais vantajosa ao e, que se reveste de direito 
adquirido (art 5º, XXXVI CRFB; art 468 CLT + S. 51, I TST ). 
 
Página 3 Direito do Trabalho I Prof. Rodrigo Octavio Fernandes 
D – PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE SOBRE A FORMA (verdade real) - 
Deve-se INVESTIGAR a prática concreta efetivada ao longo da prestação de svs , 
independentemente do que se, formalmente, manifestou no respectivo pacto. 
 
E – PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO - É de 
interesse do DT a permanência eterna do vínculo (CT indeterminado). Presume-
se, tb, que a ruptura do contrato se faz sempre da melhor forma ao empregado 
(dispensa s.j/causa). Em consequência, tornam-se exceptivos, no DT, os contratos a 
termo que somente ocorrem nas taxativas hipóteses legais (S. 212 TST). 
 
F – PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE (IRRENUNCIABILIDADE) DOS 
DIREITOS TRABALHISTAS - Inviabilidade do empregado de despojar-se, por sua 
simples manifestação de vontade, das proteções que lhe asseguram a ordem 
jurídica trabalhista e o contrato (as normas trabalhistas são de ordem pública). 
 
G – PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE - art. 1º, Lei 7.064/82, alterado pela Lei 
11.962/2009 - estendeu sua incidência para todos os casos de trabalhadores que 
prestam serviços no exterior, aplica-se, a partir de então, a lei mais favorável, 
conforme art. 3º da Lei 7.064/82 (S. 207 TST – cancelada em 2012). 
 
FLEXIBILIZAÇÃO TRABALHISTA 
 
A CRFB/88, adotou a flexibilização de algumas normas trabalhistas: redutibilidade salarial, 
compensação de horários (banco de horas) e trabalho em turnos de revezamento(art. 7º, VI, XIII e XIV); mas sempre sob tutela sindical (art. 7º, XXVI, CRFB) . 
 
A flexibilização é o mecanismo capaz de compatibilizar os interesses do E com os dos 
seus e, tendo em vista a conjuntura mundial, caracterizada pelas eventuais e rápidas 
flutuações da economia, pelo aparecimento de novas tecnologias e outros fatores que 
exigem ajustes inadiáveis (SAÚDE DA EMPRESA + MANUTENÇÃO DOS EMPREGOS). 
 
A flexibilização é a ampliação da capacidade dos entes envolvidos na relação de emprego de 
convencionarem, de modo temporário, de acordo com as suas necessidades, os parâmetros 
que observarão, guardadas as normas constantes do patamar civilizatório mínimo. 
 
RELAÇÃO DE TRABALHO (GÊNERO) X RELAÇÃO DE EMPREGO (ESPÉCIE) 
 
RELAÇÃO DE EMPREGO: negócio jurídico pelo qual uma pessoa física se obriga, mediante 
remuneração, a prestar serviços subordinados, de natureza não eventual a outra pessoa, física 
ou jurídica, que assume a direção e risco do negócio. 
 
REQUISITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO: 
 
1. PESSOALIDADE: DOIS ASPECTOS: 
 
1º. O e será sempre uma PESSOA FÍSICA; tutela aquele que gasta a energia de trabalho; 
 
2º. Não pode se fazer substituir por outro e (INTUITU PERSONAE). 
 
2. NÃO-EVENTUALIDADE: Sv prestado com habitualidade. Atividades habituais do E; 
 
3. ONEROSIDADE: Envolve vantagens recíprocas. Não é gratuito. Distinto do trabalho voluntário, 
que possui formalidades específicas como requisitos de validade (Leis 9.608/98 e 10.029/00); 
 
Página 4 Direito do Trabalho I Prof. Rodrigo Octavio Fernandes 
4. SUBORDINAÇÃO JURÍDICA: Nasce com o contrato de trabalho, em contraponto ao poder 
empregatício (o e, voluntariamente, se sujeita ao E que comanda a relação de emprego). 
 
5. ALTERIDADE: (ou alheabilidade; ou ajenidad) Os riscos do negócio correm por conta do E. O 
e não trabalha para si e sim, para outrem. 
 
RELAÇÕES DE TRABALHO SEM VÍNCULO DE EMPREGO 
 
1. AUTÔNOMO (alta qualificação profissional - Art 12, V, h), Lei 8212/91) + EVENTUAL 
(qualificação a nível técnico específico - Art 12, V, g) da Lei 8212/91) - Falta a subordinação. 
A intensidade de ordens no tocante à prestação de serviços é que tenderá a determinar, no 
caso concreto, qual sujeito da relação jurídica detém a direção da prestação destes serviços. O 
risco da prestação em desenvolvimento é do próprio prestador . 
 
- Obs: pode existir fraude para mascarar relação de emprego – primazia da realidade. 
 
- EXCEÇÃO DA NÃO EVENTUALIDADE (falta habitualidade) – PACTOS DE RESULTADO. 
 
- TEORIA DO EVENTO + FINS DA EMPRESA: será o trabalhador contratado para atender a 
um serviço esporádico, decorrente de um evento episódico e imprevisível na empresa, que não 
se insere nas suas atividades finalísticas. Ex: bombeiro hidráulico para corrigir um vazamento. 
 
 
- TEORIA DA DESCONTINUIDADE: do ponto de vista temporal, é aquele que se ativa em 
períodos entrecortados de curta duração, com domínio sobre a forma de prestação de seu SV 
(mínima subordinação). Teoria criada para distinguir a diarista da empregada doméstica. 
 
2. AVULSO: Modalidade de trabalhador eventual, que oferta sua força de trabalho, por curtos 
períodos de tempo, a distintos tomadores, sem se fixar especificamente a qualquer deles. O 
que distingue o avulso do eventual é a circunstância de sua força de trabalho ser 
ofertada no MERCADO ESPECÍFICO EM QUE ATUA (setor PORTUÁRIO OU 
RODOVIÁRIO DE CARGAS), através de uma entidade INTERMEDIÁRIA (OGMO). 
 
3. TERCEIRIZAÇÃO: Cabe na atividade meio do tomador (Art 5º, II, CRFB). É pacífico o 
uso nos serviços de vigilância e limpeza. A jurisprudência consolidou-se com a edição da S. 
331, TST. Sobre as atividades-meio, entende-se que são aquelas funções e tarefas empresariais 
e laborais que não se ajustam a atividade finalística da empresa). 
 
a) Sendo LÍCITA a terceirização, o vínculo entre o obreiro e a empresa de terceirização 
mantém-se incólume, em que pese o tomador de serviços possa vir a ser responsabilizado 
subsidiariamente pelo inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte do empregador. 
 
b) Sendo ILÍCITA a terceirização, haverá o reconhecimento do vínculo diretamente 
com o empregador oculto ou dissimulado (tomador de serviços), 
desfazendo-se o vínculo laboral com o empregador aparente (entidade terceirizante). 
 
OBS: Quando o E é ÓRGÃO PÚBLICO – na terceirização lícita, NO CASO DE CULPA 
COMPROVADA, aplica-se o NOVO INCISO “V” DA SÚMULA 331, TST, X já, na terceirização 
ilícita, não há possibilidade de se reconhecer o vínculo com o ÓRGÃO PÚBLICO, sem 
concurso público, por violação ao art. 37, II, CRFB – (nesse caso – aplica-se a S. 363 TST). 
 
4. TRABALHADOR TEMPORÁRIO (Lei n. 6.019/74): USADA em 2 casos (PODE SER NA 
ATIVIDADE FIM X terceirização): 
 
a) necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente (ex. greve) 
 
b) acréscimo extraordinário de serviços (ex. produção de ovos de páscoa) 
 
Formalidades para a pactuação: 
 
 
Página 5 Direito do Trabalho I Prof. Rodrigo Octavio Fernandes 
a) CONTRATO ESCRITO entre empregado e empresa de colocação (art. 11, Lei 
n. 6.019/74), e entre esta e a tomadora de serviços (art. 9o); 
 
 
b) expresso MOTIVO JUSTIFICADOR (art. 9o, Lei n. 6.019/74) 
 
 
c) prazo máximo de TRÊS MESES (esse prazo trimestral pode ser ampliado com 
autorização conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho (DRT) (art. 10). 
 
5. COOPERATIVADO (Lei 5.764/71) - Distingue-se pela presença de DOIS PRINCÍPIOS: 
 
a) DUPLA QUALIDADE: O filiado é, ao mesmo tempo, cooperado e cliente, auferindo as 
vantagens dessa duplicidade de situações. O cooperado trabalha para a cooperativa e 
esta, trabalha para ele (via de mão dupla). 
 
b) RETRIBUIÇÃO PESSOAL DIFERENCIADA: permite-se obter uma retribuição superior 
àquela que se obteria caso não se estivesse associado (exclui a + valia do E). 
 
6. ESTAGIÁRIO: Art. 1o, Lei do Estágio (Lei 11.788/08), "Estágio é ato educativo escolar 
supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho 
produtivo de educandos que estejam FREQÜENTANDO o ensino regular em instituições de 
educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos 
anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e 
adultos.". (Aplicar a Primazia da Realidade) (estagiário não tem vínculo X aprendiz tem). 
 
- Requisitos formais: 
 
a) Termo de compromisso trilateral e escrito: entre o educando (idade mínima de 16 anos – Conselho 
Nacional de Educação, Resolução 1/2004), a parte concedente do estágio e a instituição de ensino; 
 
b) Matrícula e frequência regular nos cursos do Art 1°, todos atestados pela instituição de ensino; 
 
c) Acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da 
parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios, consolidados a cada 6 meses; 
 
d) Seguro de acidentes pessoais: a cargo do concedente do estágio; 
 
e) Bolsa que venha a ser acordada, bem como auxílio-transporte, na hipótese de estágio não obrigatório 
(compulsória a sua concessão) X no obrigatório, qualquer contraprestação é facultativa; 
 
f) Jornada: 4 horas diárias e 20 horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos 
finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos; 6 horas diárias e 30 
horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do 
ensino médio regular. - Obs - Em cursos que alternem teoria e prática, nos períodos sem aulas presenciais, 
poderá ter jornada de até 40 horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto pedagógico da 
instituição de ensino. Nos períodosde provas, a carga horária será reduzida pelo menos à metade. 
 
g) Duração do estágio: na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 anos ou até a colação de grau, 
exceto quando se tratar de estagiário portador de necessidades especiais; 
 
h) Estágio com duração igual ou superior a 1 ano -> férias de 30 dias, preferencialmente durante as 
férias escolares. As férias serão proporcionais, nos casos de o estágio ter duração inferior a 1 ano; 
 
i) O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal das entidades concedentes de 
estágio, por estabelecimento, deverá ser: de 1 a 5 empregados: 1 estagiário; de 6 a 10 empregados: até 2 
estagiários; de 11 a 25 empregados: até 5 estagiários; acima de 25 empregados: até 20% de estagiários. - 
Obs - Aos portadores de necessidades especiais = 10% das vagas oferecidas pela concedente. 
 
EMPREGADO - TIPOS DE EMPREGADO 
 
1. EMPREGADO CLÁSSICO – Art 3º CLT - (não tendo classificação especial, é celetista). 
 
Página 6 Direito do Trabalho I Prof. Rodrigo Octavio Fernandes 
2. RURAL - CRFB/88 – consagra a igualdade de direitos entre e urbanos e rurais 
 
– IDENTIFICAÇÃO VERTICAL - Atividade do E: Art. 2o, Lei 5.889/73 – a contrário sensu da S. 
196 STF: "ainda que exerça atividade rural, o empregado de empresa industrial ou comercial é 
classificado de acordo com a categoria do empregador"; 
+ 
– IDENTIFICAÇÃO POR LOCAL DE TRABALHO: Art. 3o, Lei n. 5.889/73, Combinadamente ao 
critério vertical, o e rural é a pessoa física que presta serviços em IMÓVEL RURAL OU PRÉDIO 
RÚSTICO, com pessoalidade, onerosidade, não-eventualidade e subordinação. Imóvel rural 
refere-se à zona geográfica situada no campo, exterior às áreas urbanas. Prédio rústico é 
imóvel envolvido, do ponto de vista econômico e laborativo, por atividades agropastoris. 
 
3. DOMÉSTICO - doméstica, motorista, caseiro, etc (não confundir com o e celetista que 
trabalha em sua própria casa = empregado em domicílio - 6º CLT). 
 
REQUISITOS ESPECÍFICOS DO VÍNCULO DOMÉSTICO: Pessoalidade, Onerosidade, continuidade 
(habitualidade + forte); Finalidade não lucrativa (apoio familiar); labor à pessoa ou família (não pode 
ser pessoa jurídica); Âmbito residencial de prestação laborativa (residência, casa de praia, sítio). 
 
DIREITOS DOS DOMÉSTICOS = Art. 7º, P. Ú. CRFB (modificado pela EC 72/13) + recentemente 
regulamentada pela LC 150, de 1/6/2015, que revoga a Lei 5.859/72, alterada pela Lei 11.324/06 
– “São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, 
X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições 
estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e 
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, 
XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social." 
 
4. FUNÇÕES DE CONFIANÇA: 
 
A) Art. 62, II da CLT - dois requisitos: 
a) poderes de gestão; 
b) gratificação de, no mínimo, 40% a mais do que o salário do cargo efetivo. 
 
Efeitos do cargo de confiança: 
 
a) Retorno do e ao antigo posto ocupado, com redução remuneratória legal, conforme o 
disposto no art. 468, § único, da CLT (exceto no caso da S. 372, I TST – gratificação de função 
recebida por + de 10 anos não pode + ser retirada, quando o e de confiança retorna ao cargo original - 
princípio da estabilidade financeira), sem ter, o E, justo motivo para retira-lo do cargo de confiança). 
 
b) Não incidem horas extras a favor do e enquanto durar tal circunstância. A lei 
estabelece apenas uma presunção e não uma certeza. Se o alto e se submeter a rigoroso controle 
de horários (primazia da realidade), não há que se falar em exclusão do regime de jornada limitada. 
 
 c) Possibilidade de TRANSFERÊNCIA de localidade de sv, independentemente 
de sua anuência, conforme o 469, § 1o, CLT, todavia, desde que haja real necessidade de 
sv, sob pena de a transferência ser considerada abusiva. 
 
B) Art 224, § 2
o
, CLT (bancário tem norma especial no tocante ao cargo de confiança): 
 
a) o exercício de funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes; 
b) valor da gratificação não inferior a 1/3 do salário do cargo efetivo. 
 
Ex: gerente de contas, os cargos de chefe, subchefe, tesoureiro e subgerente. 
 
Efeito - Não observância da jornada especial de 6 horas (própria dos bancários), 
prevalecendo como jornada desse e o parâmetro genérico de 8 horas (Súmula 102, IV, TST). 
 
Página 7 Direito do Trabalho I Prof. Rodrigo Octavio Fernandes 
Súmula 287 TST – gerente geral de agência bancária (gerentão) – só um por agência = 62, II 
da CLT X os demais gerentes (corporativo, p.física, p. jurídica) – podem ser vários = 224, p.2º CLT. 
 
5. DIRETORES EMPREGADOS: Elemento fundamental para distinção: 
SUBORDINAÇÃO (S. 269 TST): o e eleito para ocupar o cargo de diretor tem o respectivo 
contrato de trabalho suspenso, não se computando o tp de sv deste período, salvo se 
permanecer a subordinação jurídica, inerente à relação de emprego” (PRIM. DA REALIDADE). 
 
EMPREGADOR 
 
Conceito: E é a pessoa física, jurídica ou ente despersonificado (massa falida, 
condomínio, espólio) titular da empresa ou estabelecimento. (art. 2º, caput CLT) 
 
Características do empregador: 
 
a) a sua DESPERSONALIZAÇÃO, para fins trabalhistas (plena modificação do sujeito passivo da 
relação de emprego sem prejuízo do contrato empregatício com o novo titular - Predomina, pois, a 
IMPESSOALIDADE no tocante à figura do empregador) - base para a sucessão trabalhista. 
 
b) a sua ASSUNÇÃO DOS RISCOS DO EMPREENDIMENTO; é o empregador quem 
assume os riscos da empresa, do estabelecimento e do próprio contrato de trabalho e sua execução. 
 
GRUPO ECONÔMICO (art 2º, p.2º CLT e art 3º, p.2º da Lei 5.889/73) 
 
OBJETIVO ESSENCIAL: ampliar as possibilidades de garantia do crédito 
trabalhista (solidariedade entre as empresas). 
 
- não há necessidade de o grupo econô., para fins do D. Trabalho, se revestir das modalidades 
jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Empresarial. Pode-se acolher a existência do 
grupo desde que se detectem evidências probatórias de que estão presentes os 
elementos fáticos de integração interempresarial (2o, § 2o, CLT e 3o, § 2o Lei 5.889/73). 
 
- para configuração do grupo econômico, deve existir necessariamente um fim comum 
econômico (não têm aptidão para compor a figura do grupo econômico entes que não se 
caracterizem por atuação econômica, tais como o Estado, o empregador doméstico, etc.) 
 
S. 129 TST: estampa a idéia de que o TST encara o Grupo Econômico como EMPREGADOR 
ÚNICO (maj p/ TST – plena solidariedade entre as empresas do g. econômico) 
 
 
SUCESSÃO DE EMPREGADORES – (Art. 10 e 448 da CLT) 
 
- para Es urbanos e rurais - "instituto justrabalhista em virtude do qual se opera, no contexto da 
transferência de titularidade de empresa, uma completa transmissão de créditos e 
assunção de dívidas trabalhistas entre alienante e adquirente envolvidos". 
 
Decorre: continuidade da relação de emprego + impessoalidade do E. 
 
REQUISITOS: 
 
a) que uma unidade econômico-jurídica seja transferida de um para outro titular; 
 
b) A sucessão trabalhista não se caracteriza quando há a venda dos bens da empresa falida, 
visto que o artigo 141, II, Lei 11.101/05 estabelece tal impossibilidade (II. o objeto da alienação 
estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do 
Página 8 Direito do Trabalho I Prof. Rodrigo Octavio Fernandes 
devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as 
decorrentes de acidente detrabalho). 
 
SITUAÇÕES DE OCORRÊNCIA: alteração na estrutura formal da E que contrata 
empregaticiamente (modificações na modalidade societária ou de processos de fusão, 
incorporação, cisão e outros correlatos); alienação ou transferência da empresa ou de 
parte dela (O + COMUM). 
 
EFEITOS DA SUCESSÃO TRABALHISTA 
 
a) Com relação ao novo titular (sucessor), o mesmo passa a responder pelas repercussões 
presentes, futuras e passadas (ativos e passivos) dos contratos de trabalho que lhe foram 
transferidos. Os direitos e as obrigações são plenamente transferidos, imperativamente (10 e 448). 
 
b) As cláusulas restritivas da responsabilização trabalhista não têm valor para o Direito do 
Trabalho (a sucessão é criada e regulada por normas jurídicas imperativas - OJ 261 SDI/1 
TST). Os efeitos de tais cláusulas só poderão ter efeitos quanto às relações civis ou empresariais. 
 
DONO DA OBRA – EMPREITADA – SUBEMPREITADA (455 CLT) 
 
 
- REPASSE DE ATIVIDADE FIM ESPECÍFICA - Subempreitada REGULAR – 
inadimplemento –> responsabilidade subsidiária do empreiteiro principal X FRAUDE – 
responsabilidade exclusiva do empreiteiro principal pelo vínculo direto (9º, CLT). 
 
- OJ 191/1 – D.O. –> EMPREITERA –> SUBEMPREITERA –> EMPREGADOS = 
Responsabilidade do D. da O. (possibilidade) – só construtor ou incorporador. 
 
PODERES DO EMPREGADOR (EMPREGATÍCIO, HIERÁRQUICO) 
 
 (nascem com o contrato – firmou o pacto = E, automaticamente, adquire o poder empreg.). 
 
1. Poderes de COMANDO, DIRETIVO, DE ORGANIZAÇÃO E REGULAMENTAR – 
organização do serviço da sua E, da estrutura e espaço (organograma da E e destinação 
dirigida da força de trabalho) + fixação de REGRAS GERAIS no âmbito da empresa - 
INSTRUMENTO: REGULAMENTO DA EMPRESA ou REGULAM. INTERNO. 
 
2. Poder de FISCALIZAÇÃO - conjunto de prerrogativas do E para ACOMPANHAMENTO 
CONTÍNUO da prestação laboral (Limites: 5°, caput, X – honra, imagem, intimidade, v. privada). 
 
* Problemas: câmeras de vigilância (banheiros), revista de bolsas e armários (TST – 
PESSOAL X ÍNTIMA), revistas íntimas - CLT 373-A, VI, controle de e-mail. 
 
3. Poder DISCIPLINAR - prerrogativas do E dirigidas a propiciar a IMPOSIÇÃO DE 
SANÇÕES aos e em face do descumprimento, por estes, de suas obrigações contratuais. 
 
* Sanções: advertência (costumes), suspensão (art. 474) e justa causa (art. 482). 
 
CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO 
 
CONCEITO – MGD – negócio jurídico EXPRESSO OU TÁCITO, VERBAL OU ESCRITO, mediante 
o qual uma pessoa natural obriga-se perante pessoa natural, jurídica ou ente despersonificado a 
uma prestação pessoal, não-eventual, subordinada e onerosa de serviços. 
 
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE TRABALHO 
 
Página 9 Direito do Trabalho I Prof. Rodrigo Octavio Fernandes 
a. DE DIREITO PRIVADO – impera a idéia de “AUTONOMIA DA VONTADE” (444 CLT) 
independente da presença, constante, do Estado protetor, na maioria das normas de Direito do 
Trabalho (NATUREZA JURÍDICA DO CT – NEGÓCIO JURÍDICO DE NATUREZA PRIVADA). 
 
b. BILATERAL – cria obrigações para ambas as partes – e trabalha e E paga salário. 
 
c. CONSENSUAL – independe de forma especial – pode ser expresso, por escrito, verbal ou tácito 
(exceções – atletas, artistas, contrato precário - tem que ser por escrito). 
 
d. ONEROSO – e faz um sacrifício em prol do dinheiro. 
 
e. DE TRATO SUCESSIVO – não se resolve instantaneamente, como por ex. a compra e venda. 
 
ESPÉCIES DE CONTRATO DE TRABALHO 
 
- regra geral: indeterminado; princípio da continuidade da relação de emprego (Súmula 212 TST); 
maior proteção e segurança ao empregado; 
 
- exceções: determinado; hipóteses taxativas previstas em lei. ex. 443, p.2º CLT, safra, obra certa 
(Lei 2.959/56), etc. 
 
DEFEITOS DO CONTRATO DE TRABALHO 
 
Elementos p/ formação do CT (art. 104 CC/02): 
 
- agente capaz; 
- objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
- forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
Nulidade - fere a ordem pública - No D. Tra. o resultado é diferente do Direito Civil, porque: 
 
 - energia de trabalho não pode ser devolvida 
 - evitar enriquecimento do tomador dos serviços 
 - não deixar o trabalhador s/ proteção por ter havido lesão a norma protetiva 
 
a) Agente absolutamente incapaz (nulidade que gera efeitos) 
 
- quanto ao E – Art 5º CC – capacidade aos 18 anos 
 
 - quanto ao e: - capacidade plena: 18 anos – CLT 402 
 
 - capacidade relativa: 16 a 18 anos – CF 7°, XXXIII; CLT 402 e 
403 (não p/ trab. noturno, insalubre e perigoso) 
 
 - situação especial: aprendiz - 14 a 24 anos (Lei 11.180/05) 
 
b) objeto ilícito: 
 
b.1) trabalho proibido – nulidade que gera efeitos (policial militar – S. 386) – todas as verbas 
b.2) trabalho ilícito – objeto imediato – nulidade sem efeitos (OJ 199 – jogo de bicho) - nada 
b.3) trabalho ilícito – objeto mediato – boa-fé – anulável (o e recebe tudo, menos 40% do FGTS e A.P.) 
b.4) trabalho ilícito – objeto mediato – má-fé – nulidade sem efeitos - nada 
 
c) forma – normalmente não há (o CT a termo que não atender as formalidades legais cai na 
regra geral = indeterminado) - EXCEÇÃO: – concurso público – S. 363 TST. 
 
TIPOLOGIA CONTRATUAL 
 
1) CONTRATO DETERMINADO DA CLT - 443 – sujeito a efeito futuro e certo - termo 
 
Casos - § 2° - O contrato por prazo determinado SÓ SERÁ VÁLIDO EM SE TRATANDO: 
 
Página 10 Direito do Trabalho I Prof. Rodrigo Octavio Fernandes 
 a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo (obra certa, 
ladrilhagem, pintura, etc); 
 
 b) de atividades empresariais de caráter transitório (simpósios, conferências, torneio esportivo) 
 
 c) de contrato de experiência (este tem regras próprias). 
 
Regras gerais para o contrato a termo: 
 
a) prazo máximo: 02 anos (CLT 445) 
 
b) prorrogação: uma vez (CLT 451) dentro dos 02 anos 
 
c) novo contrato: (CLT 452) – só após 06 meses 
 
- exceções: - quando primeiro contrato terminou pela execução de serviços 
especializados (instalação de sistema de informática) 
 
- ou da realização de certos acontecimentos (RIO +20, caso houvesse 
uma RIO + 21, poderia recontratar) 
 
- desrespeito: só o segundo contrato vira por prazo indeterminado. 
 
2) CONTRATO DE EXPERIÊNCIA 
 
. natureza: contrato autônomo 
. prazo máximo: 90 dias # da Lei 6019/74, que são 3 meses 
. prorrogação: 1 vez (dentro dos 90 dias) , não pode ter intervalo entre dois períodos, a prorrogação 
(2ª parte) tem que ser continuada do primeiro período, sem intervalo. 
. novo contrato: regra geral, não (já experimentou); exceção: nova função 
 
3) SAFRA (art. 14, p.u., Lei 5889/73) – Rural - termo fixado em função das variações estacionais da 
atividade agrária (termo final incerto quanto ao momento – plantio, colheita, preparo do solo) 
 
OBS: (Lei 11.718/08) - CONTRATAÇÃO DE TRABALHADOR RURAL POR PEQUENO PRAZO PARA 
ATIVIDADES DE NATUREZA TEMPORÁRIA (Art. 14-A da Lei no 5.889/73) 
 
- Só para produtor rural pessoa física (que explore diretamente atividade agroeconômica) poderá realizar 
contratação de trabalhador rural por até 2 meses por ano (se no período de 1 ano, superar 2 meses, fica 
convertida automaticamente em contrato de trabalho por prazo indeterminado) 
 
- Deverá ser formalizado mediante a anotação na CTPS e em Livro ou Ficha de Registro de Empregados; 
ou mediante contrato escrito, em 2 vias, uma para cada parte, onde conste, no mínimo: 
 
a) expressa autorização em acordo coletivo ou convenção coletiva; 
b) identificação do produtor rural e do imóvel onde será o trabalho e da respectiva matrícula; 
c) identificação do trabalhador, com indicação do respectivo Nr de Inscrição do Trabalhador. 
 
- São assegurados ao trabalhador rural contratadopor pequeno prazo, além de remuneração equivalente 
à do trabalhador rural permanente, os demais direitos de natureza trabalhista, inclusive FGTS. 
 
4) OBRA CERTA – Lei 2959/56 – é sv certo com termo final incerto = safra 
. prazo: 02 anos – com possibilidade de 1 prorrogação interna (aplica-se o 445 e o 451 CLT) 
. nova contratação: pode (não se aplica o art. 452 CLT) - pode surgir nova obra em - de 6 meses. 
 
5) APRENDIZAGEM – Leis 11.180/05 e 11.788/08 – Arts. 428 a 433 CLT 
 
- CT especial, por escrito (anotação na CTPS, matrícula e freqüência na escola, caso não haja concluído 
o ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade 
qualificada em formação técnico-profissional metódica). 
- Com maiores de 14 e menores de 24 anos, de no máximo 2 anos (acaba no termo ou quando o apz 
completa 24 anos - não se aplica ao portador de deficiência -> nem a idade nem o pz). 
- Direito ao sal. mín. hora, o E deve estar inscrito nos programas nacionais de aprendizagem. 
- Trabalho de no max 6 horas diárias sem prorrogação ou compensação. 
- Os apz que já completaram o ensino fundamental –> 8 horas. 
 
Página 11 Direito do Trabalho I Prof. Rodrigo Octavio Fernandes 
SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CT (471 segs. CLT) 
 
. conceito: sustação temporária dos efeitos do CT, unilateralmente (interrupção – o e não 
trabalha e o E paga $) ou bilateralmente (suspensão – o e não trabalha e o E não paga $). 
 
. efeitos no contrato de trabalho: 
 
 1. invalidade da resilição unilateral do contrato por ato do E (o E não poderá, durante a S 
ou I, usar seu direito potestativo de resilir o CT) - pode gerar o restabelecimento do vínculo de 
emprego declarado pelo Juiz - o E só pode dar AP ao e com CT S ou I quando do seu retorno; 
 
 2. garantia de retorno ao cargo anterior, com percepção do mesmo patamar salarial e 
direitos alcançados pela categoria – 471 CLT; 
 
 3. manutenção das obrigações negativas (482 e 483 CLT); 
 
 4. “pedido” de demissão – liberdade do trabalhador – Art 1º, IV CRFB – não há restrição 
ao direito potestativo do e de resilir seu CT; 
 
5. contratos a termo – 472, § 2° CLT - não se prorroga o prazo, acaba no termo, salvo 
ajuste em contrário (MAJ) X exceção: S. 244, III e 378, III, TST. 
 
6. Na suspensão do contrato de trabalho, em função de auxílio doença ou 
aposentadoria por invalidez, assegura-se o direito à permanência do plano de saúde 
ou assistência médica fornecidos pelo empregador (S. 440, TST). 
 
CASOS DE SUSPENSÃO 
 
1. afastamento previdenciário por motivo de doença a partir do 16° dia (476 CLT e 59, Lei 8.213/91) 
-os primeiros 15 dias são interrupção do CT e o E é quem paga. A partir daí o e entra em 
benefício e fica com o CT suspenso até seu retorno (não conta tp de sv para o e). 
 
2. afastamento previdenciário por motivo de acidente de trabalho a partir do 16° dia = doença 
ocupacional (476 CLT , Lei 8.213/91, 59 e 61, 4°, p.u. CLT, 15, § 5°, Lei 8036/90) 
-causas legais de acidente do trabalho e doença profissional – art. 19 a 21 da Lei 8.213/91 
-suspensão atípica – conta tp de sv e o E continua depositando o FGTS do e (S. 46 TST – as 
faltas decorrentes de acidente do trabalho não são consideradas para efeito de férias e 13º) 
 
3. aposentadoria provisória (por invalidez) (475 e §1° CLT , S. 160 TST , Lei 8.213/91, art. 42) 
-quando cessa (a qualquer momento), o e retorna ao sv (não são 5 anos para transformar em 
permanente (depende de laudo do INSS) - razoabilidade 
 
4. Greve (7°, Lei 7783/89) - os dias parados são suspensão do CT, salvo acordo coletivo em contrário 
 
5. licença maternidade (7°, XVIII CF, 392 CLT e 71, Lei 8.213/91) - O E paga o salário maternidade e 
desconta do valor da contribuição a ser recolhida ao INSS. O INSS paga o SM da doméstica, da 
contribuinte individual, da segurada especial e da trabalhadora avulsa. 
-Os 120 dias podem ser ampliados de 2 semanas antes e depois da LM por prescrição médica. 
-Embora não pague o SM, o E continua depositando o FGTS da empregada afastada em LM. 
 
6. suspensão disciplinar (474, CLT) – max. 30 dias (se ultrapassar, o CT é considerado rescindido) 
 
7. Diretor eleito de S/A – S. 269 TST - a eleição do e diretor para ocupar cargo em sociedade anônima 
suspende seu contrato de trabalho durante o exercício do cargo. O CT não produz seus regulares efeitos, 
razão pela qual não são devidas as férias, 13º salário e nenhuma outra contraprestação contratual. 
 
8. SV Militar Obrigatório – (art 472, CLT) - suspensão atípica – conta tp de sv e o E continua depositando o 
FGTS do e até a baixa e retorno ao trabalho. 
 
CASOS DE INTERRUPÇÃO 
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1. encargos públicos específicos - jurado - 430 CPP, testemunha - 822 CLT, parte - 473, VIII CLT. 
 
2. auxílio-doença e auxílio-doença acidentário - nos primeiros 15 dias 
 
3. interrupção dos sv na E por causas acidentais ou de força maior - 61, § 3° CLT 
 
4. falecimento - 473, I CLT (cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou dependente declarado -> 2 
dias) - professores – 320, § 3° CLT – (cônjuge, pai, mãe, filho -> 9 dias) 
 
5. casamento - 473, II CLT - (3 dias) - professores – 320, § 3° CLT – (9 dias) 
 
6. descansos remunerados - férias, repouso semanal, feriados etc. 
 
7. licença-paternidade - 7°, XIX CRFB c/c 10, § 1° ADCT (5 dias remunerados é o que prevalece hoje) 
X 473, III CLT (1 dia remunerado – foi ampliado o direito pela CRFB) 
 
8. doação voluntária de sangue - 473, IV CLT (1 dia a cada 12 meses – comprovante) 
 
9. apresentação no serviço militar - apresentação anual ou periódica do reservista, período de 
entrevistas e exames médicos do alistado - dias necessários – 473, VI CLT 
 
10. vestibular - dia de provas p/ ingresso em curso do ensino superior - 473, VII CLT 
 
11. alistamento eleitoral - 2 dias seguidos ou não para alistamento eleitoral - 473, V CLT 
 
12. até 2 dias p/ acompanhar consultas médicas e exames complementares, durante o período de 
gravidez da esposa ou companheira 
 
13. por 1 dia por ano, para acompanhar filho de até 6 anos, em consulta médica. 
 
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO 
 
DISTINÇÃO: remuneração = salário + verbas pagas por terceiros (GORJETAS) 
 
 
 - salário: contraprestação do E para o e em razão do contrato de trabalho 
 
 
- gorjetas - próprias (espontâneas) x impróprias (nota de sv) efeitos iguais; 
- lícita x ilícita (gueltas) 
 
IMPORTANTE: S. 354 TST – NÃO SÃO BASE DE CÁLCULO PARA O AP, AN, HE, RSR. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA REMUNERAÇÃO: quanto ao: 
 
1) Modo de aferição: 
 
a) por unidade de tempo – fixado em função do tempo (É A FORMA MAIS COMUM) 
 
. máximo de um mês 
. não leva em consideração produtividade 
. atende a alteridade do contrato de trabalho (GRANDE VANTAGEM) 
. não incentiva maior empenho do empregado (GRANDE DESVANTAGEM) 
 
b) por unidade de obra – por produção 
 
. incentiva a produção (O CONTRÁRIO DO ANTERIOR) 
. inclui nesse conceito: comissões e percentagens 
. usado quando há dificuldade de controle de jornada (e externo e a domicílio) 
. crítica: o e sofre parcela de risco do negócio 
 
c) por tarefa – combina os dois critérios (é o menos usual) 
 
 -ex. o e trabalha 6 h/dia ou 10 peças/dia – se fez 10 peças em 3 hs, pode ir embora 
 
2) Forma de pagamento 
 
a) pecúnia - dinheiro é o normal - moeda corrente do país (DL 857/69 e art. 463 CLT) 
 - Conv. 95 OIT, Dec 41.721/67, Port 3245/71 – admitem cheque ou depósito em c/c. 
 
 b) utilidades - a utilidade pode ou não ser salário (quando for salário, recebe a denominação de 
salário in natura – salário na forma como veio ao mundo) 
 
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REGRA GERAL - causa do fornecimento: contraprestação (pelo) – aí é salário 
 Exemplo da maquiagem da mulher (pelo X para o trabalho) 
 X 
 “para o trabalho”: 
 
 
1) bem para tornar viável a prestação do serviço = ferramenta 
2) bem para aperfeiçoar o e – curso técnico 
3) bem decorrente de cumprimento de dever legal pelo empregador – VT 
4) benefícios que não têm natureza salarial por força de norma jurídica (tendência) 
 
- rol de utilidades do 458 p.2º = sem natureza salarial 
- PAT (Lei 6321/76, art. 3° + OJ 133/1) X vale refeição é salário (= vale compras, vale alimentação) 
- norma coletiva - possibilidade de exclusão – OJ 123/1 
 
 Obs 1: Vedação legal: bebidas alcoólicas e drogas nocivas – art. 458 CLT e S. 367, II (cigarro). 
 
 Obs 2: Habitação, energia elétrica e veículo, qdo indispensáveis ao sv, não são salário, mesmo que 
usados pelo e nos fins de semana e em atv particulares (S. 367, I TST – muito importante). 
 
Obs 3: efeito – se for dado a utilidade o caráter salarial - compõe salário base – todo o resto vai ser 
calculado sobre o binômio salário $ + utilidades. 
 
 Obs 4: valor das utilidades - art. 458, §1° CLT - valores devem ser justos e razoáveis - Limite do 
art. 82, parágrafo único CLT - 70% utilidade – 30% pecúnia 
 
 - Urbano: art. 458, § 3° CLT – 20% alimentação ; 25% moradia (do salário contratual) 
 
 - Rural: rol taxativo - art 9º, lei 5889/73 e sobre salário mínimo - 20% moradia; 25% alimentação. 
 
MORFOLOGIA DA REMUNERAÇÃO 
 
SALÁRIO COMPLESSIVO – espécie de demonstrativo remuneratório que não discrimina a natureza e a 
que título as verbas salariais são pagas. O salário é pago de forma global, que, em tese, encerraria todas as 
verbas (salário base, gratificações, RSR, etc) – proibido no Brasil (Súmula 91 TST). 
 
1) Salário básico - contraprestação salarial fixa principal (onde reflete todo o resto). 
 - admite comissionista puro (observar o sal mínimo) X comissionista misto 
 
2) Abono - antecipações pecuniárias para futura compensação (integra salário básico) 
 
3) Adicionais - devidos em virtude do exercício do trabalho em circunstâncias mais gravosas 
- tem natureza salarial (plus para contraprestacionar o serviço mais gravoso) 
 - salário condicionado (acabou a condição, o adicional é retirado) 
 
 * Principais adicionais: 
 
a) penosidade – art. 7°, XXIII CRFB – ainda não regulamentado 
 
b) insalubridade – art. 7°, XXIII CRFB - conceito: art. 189 CLT – trabalho que exponha o e a 
agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados pelo Ministério do Trabalho. 
 
- fixação dos agentes insalubres pelo Ministério do Trabalho por NR - art . 190 – é o órgão 
competente - S. 248 TST – mudança, reclassificação de agente nocivo (não há direito adquirido) 
 
- caracterização por perícia – Art . 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da 
periculosidade, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho 
(tanto um quanto outro - OJ 165 SDI-I TST), registrados no Ministério do Trabalho - Súmula 448, I, TST 
(dupla configuração -> necessidade de perícia + constar das NR 15 do Ministério do Trabalho) 
 
- eliminação - Art. 194 - O direito do e ao adic. de insalubridade ou de periculosidade cessará com 
a eliminação do risco à sua saúde (artigo confirmado pela S. 80 TST - a eliminação da insalubridade exclui o 
direito de recebimento do adicional) - S. 289 TST (o E deve fiscalizar o uso dos epis para eliminação). 
 
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- adicional e base de cálculo – Art. 192 – Insalubridade - adicional respectivamente de 40% (grau 
máximo), 20% (médio) e 10% (mínimo) sobre o salário-mínimo -> S. Vinculante 4 STF 
(inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade – suspensa a S. 228 TST – G. Mendes). 
 
c) periculosidade - conceito - Art . 193 - São consideradas atividades perigosas àquelas que 
impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. 
 
- adicional e base de cálculo - art. 193, § 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao 
empregado um adicional de 30% sobre o salário base (exceção: S. 191 TST - eletricitários, incide sobre o 
conjunto total de parcelas salariais) 
 
- eliminação e perícia - Art . 194 e 195 = insalubridade. 
 
- proibição de recebimento simultâneo de periculosidade + insalubridade art. 193, § 2º CLT. 
 
d) transferência (469, p.1º, 2º e 3º, CLT) - possibilidades: 
 
1- com a concordância do empregado – interesse obreiro – sem fraude 
 
2- sem a concordância do empregado (o e tem que aceitar) - por extinção do estabelecimento, 
cargo de confiança + cláusula explícita + implícita (p.1, 2ª parte). 
– adicional de 25% sobre todo o salário do e enquanto durar a situação) – só na transferência 
provisória (OJ 113 SDI-I TST) X na transf. definitiva não é devido o adicional (ânimo do e) + necessidade do 
sv tem que existir sempre, se não a transferência é abusiva (S. 43 TST - desvio de finalidade – possibilidade 
de recusa do e – art. 659, IX, CLT). 
 
REMOÇÃO - mudança do local de trabalho sem mudança de residência do e (Niterói para São 
Gonçalo) – isso pode, basta que o E pague a diferença do VT . X TRANSFERÊNCIA - art. 469 CLT - 
mudança do local de trabalho com mudança de residência do e – é necessária a mudança do e. 
 
 
e) noturno e horas extras – quando dermos duração do trabalho (jornada). 
 
4) Gratificações – pagas em decorrência de um evento ou circunstância GERAL tida como relevante 
pelo empregador ou por norma jurídica. 
 
 - décimo terceiro – GRATIFICAÇÃO TÍPICA (fato legal: compras de Natal) – (art. 7° VIII CRFB) 
 
 - base de cálculo – remuneração (a S. 354 não menciona o 13º salário) 
 
 
- duas parcelas: . primeira – entre fev e nov (metade do sal. recebido no mês anterior) ou nas férias 
se o e fizer o requerimento em janeiro; X segunda – até 20 / dez, compensando o adiantamento. 
 
5) Diárias – 457, § 1° e 2° CLT – quando há prestação de contas = indenização (para GASTOS EM viagem) 
X quando ñ há prestação de contas -> critério objetivo = S. 101 TST (integram os sal as que forem > 50% do 
sal, pelo total de diárias recebidas) + S. 318 TST (50% do sal mensal e não do sal diário). 
 
6) Ajuda de custo – art. 457, § 2° e 470 CLT - indenização por gastos com o sv ou com a transferência 
 
7) Comissões - 466, §§ CLT e Lei 3.207/57 - parcelas pagas em decorrência de uma produção (venda) 
 
- salário pode ser apenas comissionado ou misto (fixo + comissões) 
- garantia do mínimo: art. 7°, VII CRFB 
 
a) pagamento: - venda à vista: basta a ultimação do negócio X venda em prestações sucessivas: 
proporcional ao pag efetivo pelo cliente de cada parcela 
 
b) extinção do contrato: - empregado recebe pelas vendas já ultimadas (o CT acaba, mas a obrigação 
pode continuar). 
 
c) alteração no valor das comissões: prejuízo? - ver remuneração final (primaz. realidade) 
 
d) riscos pelo empregador: e recebe ainda que o negócio não seja consumado por culpa do E ou por 
reconsideração deste, ou cancelamento pelo cliente, ou não envio de mercadoria, ou extravio da mercadoria, 
ou recusa de recebimento pelo comprador, ou calote. 
 
8) Participação nos lucros e resultados - art. 7o, XI CRFB; Lei 10.101/00; Art. 63 e 621 CLT 
 
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- até CRFB/88: era salário X depois da CRFB/88 – sem natu. sal 
 
- a lei define estipulação em negociação coletiva (CCT e ACT) ou comissão integrada por representante 
do sindicato (se não seguir o formalismo = vira salário) 
 
- periodicidade mínima de seis meses - se desrespeitar regras da Lei 10.101/00 => natureza salarial!S. 451 - PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. RESCISÃO CONTRATUAL ANTERIOR À DATA 
DA DISTRIBUIÇÃO DOS LUCROS. PAGAMENTO PROPORCIONAL AOS MESES TRABALHADOS. 
PRINCÍPIO DA ISONOMIA. (23.05.2014) - Fere o princípio da isonomia instituir vantagem mediante acordo 
coletivo ou norma regulamentar que condiciona a percepção da parcela participação nos lucros e resultados ao 
fato de estar o contrato de trabalho em vigor na data prevista para a distribuição dos lucros. Assim, inclusive na 
rescisão contratual antecipada, é devido o pagamento da parcela de forma proporcional aos meses 
trabalhados, pois o ex-empregado concorreu para os resultados positivos da empresa. 
 
PROTEÇÃO AO SALÁRIO 
 
1) Irredutibilidade salarial – art. 7°, VI e XXVI , CRFB – permitida apenas por negociação coletiva. 
 
 - garantia nominal e não real (o poder de compra não está protegido) 
 
2) Integralidade ou intangibilidade – 7°, X CRFB 
 
 - regra: vedação de descontos - art. 462 CLT 
 
 - exceções: 
 
a) dedução de adiantamentos (não é desconto) + dedução por salário utilidade (não é desconto) 
b) prejuízos por dolo do e (mesmo sem pacto) X prejuízos por culpa, só se previamente pactuado (CT) 
c) por lei ou decisão judicial – ex: INSS, IR, contribuição sindical compulsória, pensão alimentícia, 
desconto de aviso prévio, empréstimo por consignação em folha, SFH, vale-transporte. 
d) por normas coletivas – contribuições sindicais só para associados – S. 666 STF e PN 119 
e) por acordo entre as partes – S. 342 e OJ 160 (a coação não é presumida – depende de prova) 
 
3) Critérios para pagamento 
 
 1) Tempo: – art. 459 CLT – máximo mensal, salvo comissões, percentagens, gratif. 
 
 - prazo máximo – quinto dia útil do mês subsequente (459, p.u. e OJ 159). 
 
2) Meios de pagamento: dinheiro (moeda nacional - art. 463 CLT e DL 857/69 - pg diretamente ao e), 
utilidades, cheque ou depósito em C/C (vale o comprovante de depósito – art. 464, p.u. CLT; Conv. 95 OIT). 
 
EQUIPARAÇÃO SALARIAL 
 
a) EQUIPARAÇÃO SALARIAL: espécie do gênero isonomia – art. 461 e §§ (S. 6 do TST); 
 
- fato constitutivo do e – IDENTIDADE DE FUNÇÃO (não cargo) –> função = tarefas + responsabilidades; – 
S. 6, III – não importa o nome da função, se faz, de fato, a mesma coisa => equiparação; 
 
- S. 6, X - estabeleceu o conceito de mesma localidade como sendo aquela que, em princípio, refere-se ao 
mesmo município ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana. 
 
- diferença de tempo de serviço na função e não no emprego (< 2 anos) – S. 6, II; 
 
- o E deve provar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do e – S. 6, VIII; 
 
- quadro de carreira devidamente homologado pelo Ministério do Trabalho (exceto administração direta, 
autárquica e fundacional) – S. 6, I – fato impeditivo – prova do E 
 
- e readaptado – recebe o mesmo que antes – condição personalíssima – não pode servir de paradigma 
 
- decisão judicial – S. 6, VI – cabe equiparação com paradigma que se beneficiou de decisão judicial 
 
- CARGO VAGO (IMPORTANTE) – S. 159 TST – LER COM A TURMA OS INCISOS I E II. 
 
b) DESVIO DE FUNÇÃO e REENQUADRAMENTO - quadro de carreira homologado não obsta o pedido 
de desvio de função e de reenquadramento – S. 127 TST 
 
- desvio de função obtido não dá direito a reenquadramento – OJ 125/1 (o desviado receberá os 
salários do período desviado e retornará às funções de origem) 
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- servidor público celetista – OJ 297 – não cabe equiparação nem reenquadramento, mesmo para o 
servidor celetista (art 37, XIII CRFB) caberá apenas indenização por desvio funcional – o Juiz vai 
mandar o ente público indenizar e o servidor voltará ao cargo para o qual fez o concurso. 
 
DURAÇÃO DO TRABALHO 
 
1. JORNADA - lapso temporal diário em que o e se coloca à disposição do E em virtude do CT. 
 
a) fundamentos: biológicos (saúde e prevenção a fadiga) – 7º, XXII, CF; sociais (lazer, convívio familiar, 
estudo); econômicos – medida da energia de trabalho e limitação que gera + empregos. 
 
b) normas de ordem pública – as normas relativas a duração do trabalho são irrenunciáveis (hora 
extra é exceção e não pode ser pré-contratada – gera nulidade – S. 199, I TST – ex. caixa de banco 
= jornada especial de 6 horas que contrata + 2 horas – é inválido) 
 
c) tempo in itinere - 58, § 2º e 238, § 3º CLT (local de difícil acesso + não servido por transporte 
público = tp a disposição do E) - S. 90, I e 320 TST – maio/2011 = S. 429, TST - Considera-se à 
disposição do empregador o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da 
empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários. 
 
Obs: S. 90, III - a mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas in itinere. 
 
d) figuras especiais: 
 
- sobreaviso – 244, § 2º CLT (em casa - máx de 24 h e remunerado = 1/3 do salário normal) 
 
- prontidão – 244, º§ 3º CLT (na E - máx de 12 h e remunerado = 2/3 do salário normal) 
 
2. DURAÇÃO NORMAL DO TRABALHO (REGRA GERAL) – art. 7º, XIII CF e art. 59 CLT 
- 8 h diárias + 44 h semanais – deve-se observar os dois critérios 
- doutrina entende não recepcionados pela CF – caput e p. 1º do art 59 CLT 
 
3. EMPREGADO A TEMPO PARCIAL – 58-A - até 25 horas semanais + salário proporcional 
(mesmo o mínimo) - não pode fazer horas extras e tem férias reduzidas/proporcionais a duração semanal. 
 
4. COMPENSAÇÃO - art. 7º, XIII CF + 59, p.2º + S. 85 TST (alterada em maio 2011) = por dia: 
10 horas + compensação completa: em 1 ano. 
 
- ACT ou CCT (PARA COMPENSAÇÃO ANUAL OU MENSAL); 
- ACORDO INDIVIDUAL ESCRITO entre e e E (SÓ PARA COMP. SEMANAL). 
 
 
- para e menores – art. 413, I e parágrafo único e art. 384 CLT – requisitos: 
 
- só por negociação coletiva (para o menor não vale o acordo escrito entre e e E); 
- só pode compensação semanal (muda o parâmetro). 
 
- e a tempo parcial – art. 59, § 4º – não pode fazer compensação, pois não pode fazer HE. 
 
5. HORAS EXTRAORDINÁRIAS - conceito – CF art. 7°, XVI e CLT 59, § 1° e 61 e §§ 
 
a) força maior – art. 61 caput e §2° CLT – uma onda vai atingir a fábrica – tem que tirar tudo 
 
- conceito trabalhista de força maior – art. 501 CLT - adicional de 50% é sempre devido 
- ato unilateral e potestativo do E – se o e não anuir = 482, h) CLT - insubordinação 
- comunicação em 10 dias à DRT ou antes, em caso de fiscalização (menores: 48 hs) 
- limite diário: 12 h (menores: só se for imprescindível e 12 horas – art. 413, II CLT) 
 
b) serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa trazer prejuízo manifesto – 61, caput e § 1° 
CLT – chegou um caminhão de sorvete no final do dia – vai derreter se não guardar. 
- ato unilateral e potestativo do E, + paga o adicional de 50% 
- limite diário: sempre 12 horas no máximo (menor: não pode) 
- comunicação: = a força maior 
 
c) reposição de paralisações empresariais – art. 61, § 3° CLT – recuperação de horas 
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- causas acidentais - ato unilateral do E (menor: não pode) 
- limites: 45 dias por ano e 2 horas por dia, até o limite de 10 h diárias 
- prévia autorização da autoridade (neste caso a autorização da DRT é anterior) 
 
6. QUESTÕES: 
 
a) controle de jornada – art. 74, § 2° CLT – E com + de 10 e (em cada estabelecimento) = 
obrigatório o controle manual, eletrônico ou mecânico (cartão de ponto) 
 
b) empregados excluídos (62 CLT) - gerente com encargos de gestão + 40% e e externo 
incompatível com a fixação de horário (e vendedor pracista) – ver primazia da realidade! 
 
c) S. 291 TST - e que recebe HE habituais por + de 1 ano e cessaesta situação = E poderá 
deixar de efetuar o pagamento, indenizando o empregado no valor de um mês das horas suprimidas 
para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de serviço acima da jornada normal. 
 
d) Art 58, p. 1º, CLT + S. 366 - Não serão computadas como jornada extra as variações de horário do 
registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. 
Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada 
normal, pois configurado tempo à disposição do empregador, não importando as atividades 
desenvolvidas pelo e ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal, etc). 
 
7. JORNADAS ESPECIAIS 
 
A. superiores – recepcionadas pela CF por serem situações especiais (MAJ) - S. 391, I TST. ex. 
petroleiros (Lei 5811/72) - vale lei própria da categoria ou CCT e ACT (7º, XXVI, CF). 
 
OBS: S. 444, TST - é válido o regime de 12x36, ajustado mediante acordo ou convenção 
coletiva de trabalho, não sendo devido o adicional de 50% em função das horas excedentes. 
Porém, no caso de labor em feriados, o e tem direito a receber por eles, de forma dobrada. 
 
B. reduzidas - turnos ininterruptos de revezamento – art. 7°, XIV CF - 6 h - não 
descaracterização - interrupções intra e entre turnos - S. 360 TST; S. 675 STF 
 
8. TRABALHO NOTURNO (caput do 73, CLT – Ñ recepcionado pela CRFB) 
 
- HORÁRIO NOTURNO - urbano – art. 73, § 2° CLT (22h-5h) X rural – Lei 5889/73, art. 7° (21-5 
na lavoura e 20-4 na pecuária) 
 
- ADICIONAL - art. 7°, IX CF – remun. do trab. noturno superior a do diurno (+ gravoso) - urbano - 
art. 73 da CLT – 20% X rural – Lei 5889/73, art. 7°, parágrafo único – 25% 
 
- REDUÇÃO DA HORA NOTURNA (OJ 127) - urbano – 52 min e 30 seg valem 1 hora (hora 
noturna reduzida) – 7 h not = 8 h diu X rural – não têm redução da hora noturna 
 
 - HORÁRIO MISTO – art. 73, § 4° da CLT 
- diurno -> noturno (normal – paga h diu simples e not com o adicional) 
- noturno -> diurno – prorrogação - § 5°, art. 73 CLT – Súmula 60, II TST (cumprida 
integralmente ....) 
 - S. 265, TST - A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito 
ao adicional noturno. 
 
9. INTERVALOS INTRAJORNADA 
 
Fixação 
- urbano – art. 71, p.1º CLT – trabalho > 4 h e < 6 h = 15 min, não remunerado 
- urbano – art. 71 CLT – trabalho > 6 h = 1 h < 2h 
- rural – art. 5°, Lei 5889/73 – intervalo segundo usos e costumes da região > 6 horas 
- mulher e menor – 15 min após jornada normal, antes de iniciar as HE – arts. 384 e 413, 
parágrafo único CLT, não remunerado 
- mecanografia (art. 72 CLT ) + digitadores (S. 346 TST) – 10 min / 90min – remunerado 
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- frigorífico – 20 min / 1h 40min – art. 253 CLT - remunerado 
- minas de subsolo – art. 298 CLT – 15 minutos a cada 3 horas – remunerado 
- Intervalos espontâneos – S. 118 TST – liberalidade – tp a disp do E - remunerados 
 
Flexibilização – redução e ampliação 
- redução – 71, § 3o (única exceção recepcionada – FGV) CLT – mesmo por norma 
coletiva = é INVÁLIDO : S. 437 TST 
 
 
- ampliação – acordo individual ou negociação coletiva – caput, art. 71 CLT – é possível 
 
 
Ausência de gozo do intervalo - 71 § 4° + S. 437 TST - pag do intervalo total e, não só o 
período suprimido, com acréscimo de 50%, com natureza salarial. 
 
10. INTERVALOS INTERJORNADA (66 CLT) = não remunerado = 11 hs –> p/ urbano e rural 
- e com i. interjornada especiais => art. 229 CLT (e com h variável) - 17 horas - não 
remunerado - art. 235, caput e § 2° (operador cinematógrafo) - 12 horas - não 
remunerado - art. 308 CLT (jornalista) - 10 horas - não remunerado. 
 
11. RSR - 7º, XV, CRFB/88 - determina o RSR „preferencialmente‟ aos domingos (Lei 605/49 - art. 
9º - o trabalho nos feriados são equiparados aos domingos) - S.146, TST – DESRESPEITO = PAGA 
EM DOBRO; - Dec. 27.048/49 - atividades autorizadas a trabalhar nos dias de domingo e feriados; - 
Lei 10.101/00 - autoriza o trabalho aos domingos no comércio varejista em geral, art. 6º.

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