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Módulo III Genética Ângela Celis de Almeida Lopes 2 PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luiz Inácio Lula da Silva MINISTRO DA EDUCAÇÃO Fernando Haddad GOVERNADOR DO ESTADO Wellington Dias REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Luiz de Sousa Santos Júnior SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ Antonio José Medeiros SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC Carlos Eduardo Bielschowsky DIRETOR DE POLITICAS PUBLICAS PARA EaD Hélio Chaves COORDENADORIA GERAL DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL Celso Costa COORDENADOR GERAL DO CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA A DISTÂNCIA DA UFPI Gildásio Guedes Fernandes SUPERITENDÊCIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NO ESTADO Eliane Mendonça CENTRO DE CIENCIAS DA NATUREZA - DIRETOR Helder Nunes da Cunha COORDENADOR DO CURSO de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas na Modaliade de EaD Maria da Conceição Prado de Oliveira DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA- CHEFE DO DEPARTAMENTO Romildo Ribeiro Soares COODENADORA DE MATERIAL DIDÁTICO DO CEAD/UFPI Cleidinalva Maria Barbosa Oliveira DIAGRAMAÇÃO Joaquim Carvalho de Aguiar Neto Ficha catalográfica 3 Este texto é destinado aos estudantes que participam do programa de Educação a Distância da Universidade Aberta do Piauí (UAPI) vinculada ao consórcio formado pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Centro Federal de Ensino Tecnológico do Piauí (CEFET-PI), com apoio do Governo do estado do Piauí, através da Secretaria de Educação. O texto é composto de nove unidades, contendo itens e subitens, que discorrem sobre a importância da genética, bases moleculares, cromossômicas e mendelianas da hereditariedade, alelismo múltiplo, interação e ligação gênica, além das aberrações cromossômicas, bem como o efeito materno e a herança extracromossômica. Na Unidade 1 conceituamos a genética e listamos alguns exemplos que ressaltam sua importância. Na Unidade 2 comentamos a respeito das bases moleculares da herança ou genética molecular. Na Unidade 3 abordamos sobre a meiose, sua importância para a genética e a gametogênese. Na Unidade 4 elucidamos a parte referente às bases mendelianas da herança. Na Unidade 5 apresentamos os diversos tipos de interações estabelecidos pelos genes. Na Unidade 6 trataremos de alelismo múltiplo. Na Unidade 7 versaremos sobre os mecanismos de ligação gênica. Na Unidade 8 abordaremos o tema das aberrações cromossômicas e na Unidade 9 trataremos de efeito materno e herança extracromossômica e na unidade 10 falaremos sobre genética e herança do sexo. 4 UNIDADE 1. Importância do estudo da genética. 07 1.1 Introdução 09 1.2 A genética e sua importância 11 1.2.1 A genética na medicina 11 1.2.2 A genética na agricultura 11 Saiba Mais 14 1.3 Web-Bibliografia 14 Glossário 15 1.4 Guia de estudo 15 1.5 Referência Bibliográfica 16 UNIDADE 2. Genética Molecular 17 2.1 Natureza Química do Material Genético 19 2.2 Mutação do Material Genético 23 2.2.1 Base Molecular da Mutação 24 2.2.1.1 Substituição de bases 24 2.2.1.2 Adição ou deleção de bases 26 2.2.1.3 Mutações dominante, recessiva e letal 27 2.2.1.4 Mutações germinais e somáticas 28 2.2.1.5 Mutações espontâneas e induzidas 29 2.2.1.6 Mutação dirigida 34 2.2.1.7 Freqüência de mutação em genes individuais 35 2.2.1.8 Mutação reversa 35 2.3 Web-bibliografia 36 Glossário 37 2.4 Guia de estudo 38 2.5 Referência Bibliográfica 39 UNIDADE 3. Meiose e Gametogênese 40 3.1 Meiose 42 3.1.1 Desenvolvimento histórico da teoria cromossômica 42 3.2 Meiose 43 3.3 Gametogênese 47 Saiba mais 50 3.4 Web-bibliografia 51 Glossário 51 3.5 Guia de estudo 52 3.6 Referência bibliográfica 53 UNIDADE 4. Genética Mendeliana 54 4.1 Introdução 56 4.2 Os experimentos de Mendel 57 4.2.1 Escolha do material 57 4.2.2 Monoibridismo 58 4.2.3 Diibridismo 66 4.2.4 Genética humana 68 4.2.4.1 Genética médica 68 Saiba mais 72 4.3 Web-bibliografia 72 Glossário 72 5 4.4 Guia de estudo 73 4.5 Referência Bibliográfica 77 UNIDADE 5. Interações gênicas 78 5.1 Introdução 80 5.2 Interações Alélicas 80 5.2.1 Dominância completa 80 5.2.2 Dominância incompleta 81 5.2.3 Codominância 81 5.2.4 Genes Letais 82 5.3 Interações Gênicas 85 5.3.1 Epistasia Recessiva 85 5.3.2 Epistasia Recessiva Dupla 87 5.3.3 Epistasia Dominante 87 5.4 Outros tipos de interações não-alélicas 88 5.5 Aumentando a complexidade 89 Saiba mais 90 5.6 Web-bibliografia 91 Glossário 91 5.7 Guia de estudo 91 5.8 Referência Bibliográfica 94 UNIDADE 6 Alelismo Múltiplo 95 6.1 Alelismo múltiplo 97 6.2 Alelismo múltiplo em animais 97 6.3 Alelismo múltiplo em plantas 100 6.3.1 Incompatibilidade Gametofítica 100 6.3.2 Incompatibilidade Esporofítica 101 6.4 Teste de Alelismo 103 Saiba mais 104 6.5 Web-bibliografia 105 Glossário 105 6.6 Guia de estudo 106 6.7 Referência Bibliográfica 107 UNIDADE 7 Ligação Gênica 109 7.1 Ligação, recombinação e crossing over 111 7.1.1 Exceções ao Princípio de Mendel da Distribuição Independente 112 7.1.2 Freqüência de Recombinação Como Medida de Intensidade de Ligação 113 7.1.3 Crossing-Over e a Recombinação 114 7.1.4 Prova da ocorrência da permuta 116 7.2 Mapeamento Cromossômico 117 7.2.1 Teste de três pontos 117 Saiba mais 122 7.3 Web-bibliografia 122 Glossário 123 7.4 Guia de estudo 124 7.5 Referência Bibliográfica 127 UNIDADE 8 Aberrações cromossômicas 128 8.1 Introdução 130 8.2 Aberrações cromossômicas numéricas 130 8.2.1 Euploidia aberrante 131 6 8.2.1.2 Autopoliplóides 132 8.2.1.2.1 Autotriplóides 133 8.2.1.2.2 Autotetraplóides 135 8.2.1.3 Alopoliploides 135 8.2.2 Aneuploidia 137 8.2.2.1 Nulissômicos (2n - 2) 138 8.2.2.2 Monossômicos (2n=2x - 1) 138 8.2.2.3 Trissômicos (2n=2x + 1) 140 8.3Aberrações cromossômicas estruturais 141 8.3.1 Deficiências 141 8.3.2 Duplicações 141 8.3.3 Inversões 142 8.3.4 Translocações 143 8.4 Saiba mais 144 8.5 Web-bibliografia 144 8.6 Glossário 144 8.7 Guia de estudo 146 8.8 Referência Bibliográfica 147 UNIDADE 9 Genes Extranucleares 148 9.1 Introdução 150 9.2 Organização geral 150 9.3 Herança extracromossômica 150 9.3.1 Genes do cloroplasto 151 9.3.2 Genes da mitocôndria 153 9.4 Herança materna 154 9.5 Diferença entre herança materna e herança extracromossômica 156 9.6 Mitocôndrias e envelhecimento 156 Saiba mais 157 9.8 Web-bibliografia 157 Glossário 158 9.8 Guia de estudo 158 9.9 Referência Bibliográfica 159 UNIDADE 10 Genética e Sexo 160 10.1 Introdução 162 10.2 Cromossomos sexuais e determinação genética do sexo 162 10.3 Os cromossomos sexuais 164 10.4 A cromatina sexual 165 10.5 Diferenciação sexual 166 10.6 Mecanismo de determinação do sexo em seres humanos 167 10.7 Hereditariedade em relação ao sexo 169 10.7.1 Herança ligada aos cromossomos sexuais 169 10.7.2 Herança de genes limitados as sexo 171 10.7.3 Herança de genes influenciados pelo sexo 172 10.8 Anomalias sexuais humanas 173 Saiba mais 176 10.9 Web-bibliografia 176 Glossário 176 10.10Guia de estudo 178 10.11 Referência Bibliográfica 179 Unidade 1 A sociologia e a Sociologia da Educação A sociologia e a Sociologia da Educação Unidade 1 Resumo A Genética é uma das ciências mais dinâmicas, estima-se que o conhecimento, na referida área, leve menos de dois anos para dobrar. Por esse motivo faz-se necessário uma constante atualização que pode ser feito através de publicações didáticas (livros, apostilas etc), onde pode-se acompanhar os avanços mais recentes da genética. Nestaunidade conceituaremos a genética, destacando sua importância nas mais diferentes áreas. Para isso utilizaremos de exemplificações da aplicação da genética em áreas como a medicina e agropecuária entre outras. Importância do Estudo da Genética Unidade 1 8 UNIDADE 1. Importância do estudo da genética. 07 1.1 Introdução 09 1.2 A genética e sua importância 11 1.2.1 A genética na medicina 11 1.2.2 A genética na agricultura 11 Saiba Mais 14 1.3 Web-Bibliografia 14 Glossário 15 1.4 Guia de estudo 15 1.5 Referências 16 9 1.1 INTRODUÇÃO Genética pode ser conceituada com o estudo dos genes. Alguns a definem como o estudo da hereditariedade, mas esse fenômeno já despertava o interesse do homem muito antes da biologia ou da genética existirem como disciplinas científicas. No passado, a melhoria de plantas e animais domésticos era feita selecionando indivíduos desejáveis para se cruzar. Os povos antigos também deveriam ter se perguntado: Por que as crianças se parecem com seus pais? No entanto estas pessoas não podiam ser chamadas de geneticistas. A genética como ciência só surgiu com a figura do monge agostiniano Gregor Mendel que em 1865 publicou um trabalho sobre hibridação artificial em ervilha, seu trabalho indicou a existência de fatores hoje conhecidos por genes. A palavra genética vem de gene e os genes são o foco do assunto, não importando se o estudo é feito em nível molecular, celular, morfológico, populacional ou evolutivo, os genes são sempre centrais em seus estudos. Então a genética envolve o estudo de dois fenômenos distintos e complementares: a hereditariedade e a variação. O primeiro está relacionada a tendência de igual gerar igual, ou seja, explica o fato pelo qual os descendentes (filhos) se assemelham aos seus ascendentes (pais e avós). Em contrapartida, a variação pode ser definida como todas as diferenças genéticas ou ambientais entre organismos relacionados pela descendência. Portanto, as variações podem ser devidas ao meio, não-hereditárias, como também podem ser produzidas por alterações na constituição genética, neste caso, hereditárias. A hereditariedade e a variação são forças antagônicas, pois enquanto a hereditariedade está relacionada com a semelhança entre os indivíduos no decorrer das gerações, a variação é exatamente ao contrário. Gene: unidade funcional e física da hereditariedade. Segmento de DNA, composta de uma região transcrita e uma seqüência reguladora que possibilita a a transcrição. 10 Figura 1.1. Johannes Gregor Mendel Provavelmente a genética tenha despertado a atenção do homem há muitos anos. Existem evidências que há mais de 10.000 anos, o homem já se preocupava em selecionar plantas e animais para a sua sobrevivência. Muitas hipóteses foram formuladas para explicar a transmissão das características hereditárias ao longo do tempo. No entanto a genética recebeu seu maior impulso por meio dos trabalhos do monge agostiniano Gregor Mendel (Figura 1.1), realizados no final do século XIX e que receberam crédito apenas no início do século XX. Infelizmente o trabalho de Mendel só foi reconhecido em 1900, 16 anos após sua morte (1884). Assim, 1900 foi considerado o marco zero, ou o ano do nascimento da genética. É por essa razão que ela é conhecida como uma ciência do século XX. A genética é, portanto, uma ciência relativamente nova, mas que tem evoluído espetacularmente, sobretudo porque despertou a atenção de vários ramos do conhecimento humano. Nos primeiros anos, o estudo da genética estava voltado para o controle genético dos caracteres, mas a partir dos anos 50 foram intensificadas as pesquisas sobre a natureza química do gene, seu funcionamento e regulação que contribuíram para o desenvolvimento de uma nova tecnologia – Engenharia Genética. Engenharia Genética: tecnologia na qual genes podem ser isolados, transferidos para outras células ou organismos, duplicados e ativados; permite a manipulação do material genético de um organismo, introduzindo ou eliminando genes específicos 11 1.2 A IMPORTÂNCIA DA GENÉTICA A genética é uma das principais ciências a serviço do homem. Ela tem contribuído em várias áreas de atividades, como na biologia, medicina, agronomia, veterinária, entre outras, muitas aplicações com fins mais científicos e outros com finalidades comerciais. A seguir citaremos alguns exemplos da importância da genética. 1.2.1 A genética na medicina A genética teve e tem um profundo impacto na medicina. Embora as conexões entre algumas doenças e a herança tivessem sido feitas há séculos, as mais importantes ligações entre os novos princípios mendelianos descobertos e as doenças foi publicado em 1902. Os pesquisadores fizeram grandes esforços para estabelecer ligações entre genes defeituosos e doenças. Os genes nas pessoas normais são chamados de genes tipo selvagem; aqueles com defeitos são chamados de genes mutantes. Eles resultam em condições anormais ou mutantes. Os defeitos em genes mutantes são chamados de mutações. A hemofilia, ou doença do sangramento, foi um dos primeiros distúrbios humanos a serem ligados a um gene mutante e ao seu produto funcional. No passado, os indivíduos com esse defeito herdado, de coagulação do sangue, morriam durante a infância. Hoje em dia, eles vivem uma vida normal graças a tratamentos eficazes com fator de coagulação produzido por culturas de células de mamíferos geneticamente modificadas. 1.2.2 A genética na agricultura Além de seu impacto na medicina, a genética teve um tremendo impacto na agricultura. Uma das grandes conquistas foi a aplicação dos princípios mendelianos ao desenvolvimento do milho híbrido (Figura 1.2). Mutação: mudança brusca na informação genética, refere-se à alteração de um simples par de bases no DNA. Híbrido: indivíduo resultante do acasalamento de de dois genitores com genótipos diferentes 12 Durante o período de 1940 a 1980, a produção média de milho aumentou em 250%, em grande parte devido ao desenvolvimento e introdução de variedades de milho híbrido. Nos Estados Unidos, a híbridização, resultou em acentuados aumentos de produção em quase todas as colheitas de alimentos importantes, como cevada, feijão, arroz e trigo. a) Endocruzado1 Híbrido Endocruzado 2 b) Endocruzado1 Híbrido Endocruzado 2 Figura 1.2. Aumento da produção de milho híbrido resultado da aplicação dos fundamentos da genética. Em: Snustad & Simmons (2001). O tomate moderno se beneficiou muito da aplicação dos princípios genéticos. Os agricultores desenvolveram uma grande variedade de tipos de tomate, incluindo os redondos, os pequenos, em forma de pêra, amarelos, vermelhos e outros (Figura 1.3). Figura 1.3. Algumas das muitas variedades de tomates produzidas por hibridização e seleção. Em: www.kokopelli-seed-foundation.com/actu/new_ne... Híbridização: intercruzamento de espécies, raças, variedades e assim em diante, entre plantas ou animais 13 Os programas de cruzamentos seletivos produziram galinhas que têm mais carne, crescem mais depressa, são mais resistentes a doenças e botam mais ovos(Figura 1.4). Para gado, ovelha e porcos também a genética trouxe bons resultados, eles têm mais carne, crescem mais depressa e são mais eficientes em converter alimentos em carne, além de melhor adaptados aos ambientes regionais. Figura 1.4. Algumas das muitas variedades de galinha produzidas por hibridação e seleção. Em: Snustad & Simmons (2001). No caso do Brasil, a genética de plantas e animais também assume um papel muito importante, porque há uma forte pressão no incremento na produção de alimentos, tendo como objetivos melhorar o padrão de nutrição do povo brasileiro. Empresas Nacionais e Universidades Públicas desenvolvem programas de melhoramento genético para diferentes espécies (milho, feijão, soja, algodão, café, amendoim) contribuindo para o aumento da produção, melhoria da qualidade nutricional, resistência a pragas e doenças entre outras características. È mérito comentar que o papel de geneticistas tem sido reconhecido pela sociedade. Tanto é assim que geneticistas já foram laureados com o prêmio Nobel. Entre eles merece atenção o Dr. Norman Borlaug, que recebeu prêmio Nobel da Paz de 1970 pelas suas pesquisas, durante 25 anos com o melhoramento do trigo (Figura 1.5), e também a Dra. Bárbara McClintock, que trabalhando com citogenética do milho, recebeu prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1973, dado que seus trabalhos abriram perspectivas, entre outras coisas, para que muitas doenças hereditárias pudessem ser mais eficientemente controladas Melhoramento genético: Arte ou ciência para alterar geneticamente plantas ou animais de modo a atender às necessidades do homem 14 Figura 1.5. Dr. Norman Borlaug em campo experimental com trigo. Em: Snustad & Simmons (2001). 1.5 WEB-BIBLIOGRAFIA http://www.odnavaiaescola.com/ http://www.sbg.org.br/ Quer conhecer um pouco mais sobre genética? Não deixe de visitar o site http://www.ufv.br/dbg/gbol/gbol.htm Pesquise também os sites abaixo: http://www.virtual.epm.br/cursos/genetica/genetica.htm http://www.virtual.epm.br/cursos/genetica/genetica.htm 15 1.6 GUIA DE ESTUDO 1. Qual a importância da genética para a atualidade? 2. Associe os termos: genética, variação e hereditariedade. 3. Qual a importância da variação herdável para a genética? Ácido desoxirribonucléico (DNA): uma classe das macromoléculas que consiste de duas cadeias longas de nucleotídeos. E tem a capacidade de se autoduplicar passando de uma geração para a seguinte. Citogenética: O Enfoque citológico da genética, visando principalmente ao estudo microscópico dos cromossomos. DNA: (veja ácido desoxirribonucléico). Gene: Unidade de informação hereditária. Um gene é uma seção da molécula do DNA que especifica a produção de uma proteína em particular Gene mutante: genes com uma taxa de mutação alta Engenharia genética: Técnica de remoção, modificação, ou adição de genes à molécula de DNA a fim de alterar as informações que ela contém. Pela alteração destas informações, a engenharia genética altera o tipo ou quantidade de proteínas que um organismo é capaz de produzir Genética: Ciência que trata da reprodução, herança, variação e do conjunto de fenômenos e problemas relativos à descendência. Hereditariedade: Fenômeno pelo qual os descendentes se assemelham aos seus ascendentes. Híbrido:indivíduo resultante do acasalamento de dois genitores com genótipos diferentes Hibridação: Processo de obtenção de híbridos Melhoramento genético : Técnica de manipulação genética que objetiva o melhoramento do germoplasma para a obtenção de espécies vegetais com maiores qualidades nutricionais, resistentes a doenças e insetos, adaptadas à seca, salinidade e alumínio tóxico; animais mais produtivos e microorganismos úteis ao homem, aos animais e às plantas. Mutação: Alteração na seqüência de bases de uma molécula de DNA. Organismo geneticamente modificado: um organismo cujo genoma foi modificado pela aplicação externa de um novo DNA. Variação: Diferenças fenotípicas ou genotípicas entre indivíduos de uma população. 16 4. Qual a contribuição da genética para a medicina e para a agricultura? 5. Faça uma pesquisa nos sites indicados acima e responda: No caso específico do Brasil, a genética assume um papel importante? Justifique sua resposta. 1.7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA GRIFFITHS, A.J.F. et al. Introdução à genética. 7ª ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2001.794 p RAMALHO, Magno, Antonio Patto; SANTOS, João, Bosco dos; PINTO, Cesar, Augusto, Brasil, P. Genética na Agropecuária. 4ª ed. Lavras, Brasil. Editora UFLA, 2008. 464 p. SNUSTAD, Q.P.& SIMMONS, M.J. Fundamentos de Genética. 2ª ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2001 .756 p Unidade 1 A sociologia e a Sociologia da Educação A sociologia e a Sociologia da Educação Unidade 1 Resumo O objetivo básico desta unidade é fornecer aos alunos conhecimentos teóricos sobre a base molecular da herança Será abordado como o material genético consegue armazenar e transmitir a informação genética em todos os organismos conhecidos. Para tanto faremos uma abordagem histórica sobre a natureza química do material genético e os mecanismos de alteração do DNA (mutações gênicas). Genética molecular Unidade 2 18 UNIDADE 2. Genética Molecular 17 2.1 Natureza Química do Material Genético 19 2.2 Mutação do Material Genético 23 2.2.1 Base Molecular da Mutação 24 2.2.1.1 Substituição de bases 24 2.2.1.2 Adição ou deleção de bases 26 2.2.1.3 Mutações dominante, recessiva e letal 27 2.2.1.4 Mutações germinais e somáticas 28 2.2.1.5 Mutações espontâneas e induzidas 29 2.2.1.6 Mutação dirigida 34 2.2.1.7 Freqüência de mutação em genes individuais 35 2.2.1.8 Mutação reversa 35 2.3 Web-bibliografia 36 Glossário 37 2.4 Guia de estudo 38 2.5 Referência Bibliográfica 39 19 2.1 NATUREZA QUÍMICA DO MATERIAL GENÉTICO Após o trabalho de Mendel foi crescente o interesse em se conhecer qual era a constituição química, a estrutura e como funcionava a unidade de herança, o gene, para que o controle genético dos caracteres pudesse se melhor entendido. Para tanto, deduziu-se que tal substância deveria se suficientemente complexa para ser capaz de codificar um grande número de informações que correspondem a toda a variabilidade que se observa nos seres vivos. Com o objetivo de identificar qual substância constitui o material genético, os primeiros trabalhos procuraram determinar a constituição química dos mesmos. Constataram que entre as substâncias suficientemente complexas, com capacidade de codificar um grande número de informações, eram: ácido desoxirribonucléico (DNA); ácido ribonucléico (RNA) e as proteínas. Constataram que o DNA era mais constante entre as células do corpo de um indivíduo, seguidos das proteínas e o RNA. Como o número de informações deve ser constante nos indivíduos de mesma espécie, deduziram que o material genético poderia ser o DNA. Entretanto, a maior complexidade das proteínas contribui para que muitos cientistas acreditassem que as mesmas deveriam ser o material genético. Tal dúvida persistiu até a década de 1950. A partir de 1928, a natureza do material genético começou a ser elucidada, tendo como base as seguintes pesquisas de: 1- Griffith, 1928; 2- Avery, Mac Leod, McCarty (1944); 3- Hershey & Chase (1952).O Princípio Transformante: Uma observação desafiadora foi feita por Griffith no curso de experimentos na bactéria Streptococus pneumoniae. Essa bactéria, que causa pneumonia em humanos, é letal em camundongos. Entretanto, linhagens diferentes dessa bactérias evoluíram diferindo em virulência (habilidade de causar uma doença ou morte). Em seus experimentos, Griffith usou duas 20 linhagens distinguíveis pelo aparecimento de colônias quando cultiváveis, uma virulenta, possui células circundadas por um cápsula de polissacarídeos, originando colônias lisas (linhagem S) e a outra linhagem, não virulenta, não havia cápsulas, dando um aspecto rugoso (linhagem R) Griffith matou, por fervura, algumas células virulentas e então as injetou em camundongos. O mesmo sobreviveu, mostrando que os restos das bactérias não causam morte. Entretanto, quando os camundongos recebiam uma injeção contendo uma mistura de bactérias mortas por aquecimento e bactérias não virulentas vivas, constatava-se a morte dos camundongos. Indicando que algumas bactérias não virulentas (linhagem R) haviam se transformado em bactérias virulentas (linhagem S) (Figura 2.1). De algum modo, os restos das bactérias S mortas tinham convertido as R vivas em S vivas. O processo é chamado de transformação. Por meio desse experimento, ficou demonstrado que deveria existir algum componente nas bactérias S (virulentas) que transformava as bactérias R, não virulentas, em bactérias virulentas (tipo S). Figura 2.1 A primeira demonstração da transformação bacteriana. Em: RAMALHO et al. (2008). Transformação bacteriana: recombinação gênica em bactérias onde um DNA exógeno (estranho) é absorvido e incorporado ao genoma da célula. 21 Em 1944, portanto dezesseis anos depois, três pesquisadores: Avery, Mac Leod, McCarty isolaram diferentes classes de moléculas encontradas em restos de bactérias S mortas pelo calor e testaram cada classe separadamente para verificar sua capacidade transformante. Estes testes mostraram que os polissacarídeos não transformavam as bactérias rugosas. Avery e seus colaboradores observaram que apenas uma classe de moléculas, o DNA, induzia a transformação das bactérias R (Figura 2.2). Eles deduziram que o DNA é o agente que determina a patogenicidade. Além disso, parecia que o fornecimento de DNA S às bactérias R era fundamental para dar a essas bactérias os genes S. Figura 2.1 Demonstração que o DNA é o agente transformante. O DNA é o único agente que produz colônias lisas (S) quando adicionados a bactérias rugosas (R) vivas. Em: GRIFFITHS et al. (2001) As indicações conclusivas de que o DNA é o material genético foram verificadas também em experimentos com bacteriófagos. Os bacteriófagos, são organismos bastante simples, contendo apenas uma capa protéica cujo interior existe uma molécula de DNA. Em 1952, Hershey & Chase, demonstraram que a reprodução de novos bacteriófagos pela bactéria hospedeira dependia apenas da introdução do DNA viral, o qual fornecia as informações genéticas necessárias à formação de novos bacteriófagos. DNA: Ácido desoxirribonucléico uma dupla cadeia de nucleotídeos ligados; a substância fundamental da qual os genes são compostos. bacteriofágos: . partículas virais que se reproduzem em células bacterianas 22 A capa protéica do fago permanece no exterior da bactéria infectada e, portanto, não tem nenhuma relação com as informações genéticas necessárias à sua reprodução. Para tanto, os autores citados, produziram duas diferentes populações de bacteriófagos: uma com a capa protéica marcada com enxofre radioativo (32S) e outra com o DNA marcado com fósforo radioativo (32P). As duas populações foram usadas para infectar, separadamente, duas colônias de bactérias, e os novos descendentes dos bacteriófagos foram avaliados quanto à radioatividade. Como conclusão, teve-se que a população de bacteriófagos marcada com fósforo radioativo produziu descendentes altamente radioativos, demonstrando que o DNA marcado havia penetrado na bactéria e comandado a síntese de novos bacteriófagos. Por outro lado, a população marcado com enxofre radioativo produziu uma descendência praticamente desprovida de radioatividade (Figura 2.3). Figura 2.3 Experimento de Hershey & Chase usando o bacteriófago T2, demonstrando que o DNA é o material genético. Fonte: RAMALHO et al. (2008). Sobre composição química dos ácidos nucléicos, funções do material genético (replicação, transcrição e tradução) e código 23 genético, veja apostila de Biologia Celular, capítulo 2 (Bases macromoleculares da constituição celular), itens 2.2, 2.3 e 2.4. 2.2 MUTAÇÃO DO MATERIAL GENÉTICO O material genético é constituído de DNA, organizado em estruturas nucleares, os cromossomos, que são diferenciados longitudinalmente em genes. Qualquer alteração autoreproduzível na estrutura ou no número de cromossomos, será transmissível e dará origem a novos genótipos. Tais variações hereditárias são chamadas mutações. Os indivíduos que transportam uma mutação são chamados mutantes. No geral, as mutações são classificadas em numéricas, estruturais e mutações gênicas ou de ponto. Quando consideramos as mutações numéricas e estruturais, estas são chamadas de aberrações e representam alterações no número e na estrutura dos cromossomos, respectivamente. As mutações gênicas (ou de ponto), referem-se as alterações nos genes, nos pares de bases nitrogenadas. Mutação é o mecanismo que possibilita o aparecimento de variações individuais ou da variabilidade hereditária, que por sua vez é o substrato dos processos de melhoramento genético e evolução das espécies. Existe grande possibilidade de ocorrer várias mutações diferentes num gene, o que causa o aparecimento de alelos, que são as formas alternativas do gene. Um grande número de alelos é teoricamente possível para um dado gene, porque a probabilidade de que uma determinada mutação reverta ao estado alélico anterior é muito menor do que a probabilidade de uma mutação adicional para um novo estado alélico. A hereditariedade só pode ser estudada e comparada através dos alelos diferentes do mesmo gene que aparecem por mutação. Se os locos não sofressem mutações, eles nunca seriam detectados. mutação: . processo responsável pela produção de novos alelos por meio da alteração na seqüência de bases do DNA alelos: . formas alternativas de um gene loco: . local no cromossomo onde se localiza um determinando gene 24 2.2.1 Base Molecular da Mutação Nas mutações, a seqüência de bases nitrogenadas do DNA é alterada, o que pode modificar a cadeia polipeptídica a ser sintetizada. As causas que podem provocar essas alterações são: 2.2.1.1 Substituição de bases A troca de bases pode ser de uma purina (adenina ou guanina) por outra, ou de uma pirimidina (citosina ou timina) por outra, denominada transição; ou de uma purina por uma pirimidina, denominada transversão. As bases pareadas das moléculas do DNA, podem, ocasionalmente, sofrer uma mudança tautomérica. As formas tautoméricas raramente estão presentes nas células, mas podem se tornar comuns graças a ação de agentes mutagênicos naturais ou artificiais. Essas formas alternativas das bases nitrogenadas freqüentemente apresentam pareamento irregular durante a replicação do DNA (Figura 2.4). Figura 2.4. Base normal e tautomérica (raras). Fonte: RAMALHOet al. (2008). Na adenina, no estado normal amino, um átomo de hidrogênio envolvido na ligação com a timina da outra cadeia complementar da molécula do DNA, muda do grupo amino para o nitrogênio no anel, forma tautomérica imino que pode se parear com Mudança tautomérica: . A isomerização espontânea de uma base nitrogenada para uma condição alternativa de pontes de hidrogênio, possivelmente resultante de uma mutação 25 a citosina, durante a duplicação, em vez de parear com uma timina. Na duplicação seguinte, adenina pareia-se com timina, normalmente, e citosina com guanina. Assim os descendentes da cadeia com citosina terão agora o par G – C em lugar de ter o par A – T. Da mesma maneira, timina, no estado ceto, se pareia com a adenina, mas na forma tautomérica enólica é capaz de se parear com a guanina. Figura 2.5 Pareamento errado de bases. Fonte: RAMALHO et al. (2008). A substituição de bases causa alteração em um único códon no DNA. O códon mutante pode ou não provocar mudança de um aminoácido ao longo da cadeia polipeptídica, possibilitando três alternativas: • Mutação silenciosa – a substituição de bases no DNA não altera a seqüência de aminoácidos na cadeia polipeptídica graças à degenerescência do código genético. Isto ocorre quando o códon mutante codifica o mesmo aminoácido que o códon anterior. Ex. 3’ AGC 5’ - códon da serina 3’ AGG 5’ – códon da serina • Mutação no sentido errado – a substituição de uma base no DNA acarreta alteração em um aminoácido na cadeia. 26 Ex. 3’ AGC 5’ – códon da serina 3’ AAC 5’ - códon da leucina Mutação sem sentido – a troca de uma base no DNA leva a um códon de terminação (códon sem sentido) no mRNA, impedindo a síntese completa da cadeia polipeptídica. Ex. 3’ ÁGC 5’ -códon da serina 3’ ATC 5’ - UAG final de tradução. 2.2.1.2 Adição ou deleção de bases A retirada ou a inclusão de uma única base provoca alterações na seqüência de DNA a partir do ponto em que ocorreu a deleção ou adição. Ex. 5’ ATGCCGACGTATCAGTAA 3’ 3’ TACGGCTGCATAGTCATT 5’ fita sense mRNA 5’ AUG.CCG.ACG.UAU.CAG.UAA 3’ Proteína met – pro – tre – tri – aglu Adição do par A-T entre o 5o e 6o pares de bases: 5’ ATGCCAGACGTATCAGTAA 3’ 5’ TACGGTCTGCATAGTCATT 3’ mRNA 5’AUG.CCA.GAC.GUA.UCA.GUA.A 3’ Códon sem sentido : . Um códon para o qual não existe uma molécula de tRNA. A presença de um códon sem sentido causa término da tradução (fim da cadeia polipeptídica). Os três códons sem sentido são: UAA, UAG, UGA. 27 Proteína met – pro – asp – val – ser – va A adição de apenas uma base modifica completamente a seqüência de aminoácidos na cadeia polipeptídica sintetizada, a partir do ponto em que ocorre a adição da base nitrogenada no DNA. Por outro lado, desapareceu o ponto final, produzindo assim uma cadeia polipeptídica que certamente não será funcional. A mutação do tipo adição ou deleção é mais drástica do que a substituição de bases. Este tipo de mutação, via de regra, é letal, não sendo transmitida através das gerações. Apesar do grande número de nucleotídeos que constitui um gene, a freqüência de mutação é muito baixa porque o processo de replicação do DNA é muito preciso. As mutações variam quanto ao tipo, localização na célula e tratamento mutagênico. 2.2.1.3 Mutações dominante, recessiva e letal Se uma mutação for dominante, ele manifestar-se-á na primeira geração, mesmo na condição heterozigota. A mutação recessiva só se manifesta na condição homozigota. Portanto ela geralmente aparece somente em gerações posteriores. Se a mutação recessiva for ligada ao sexo ela pode ser detectada na geração em que foi provocada, somente no sexo heterogamético, pois os indivíduos são hemizigotos. As mutações letais, isto é, aquelas que provocam a morte dos indivíduos são relativamente freqüentes, tanto nos animais como nas plantas. Os letais dominantes, naturalmente, não podem ser estudados geneticamente a menos que a morte ocorra só depois da fase reprodutiva dos organismos. Os letais recessivos, porém, podem ser estudados geneticamente, porque eles serão transmitidos de geração na condição heterozigota. 28 2.2.1.4 Mutações germinais e somáticas As mutações ocorrem tanto nos tecidos somáticos (células do soma) como nas células germinativas (reprodutivas). As primeiras, mutações somáticas, se manifestam somente em determinados setores do indivíduo, ele é um mosaico de tecidos normais e mutados. As últimas são as que se transmitem de geração a geração. Figura 2.7 Uma mutação para um alelo que determina orelhas recurvadas surgiu na linhagem germinativa de um gato normal de orelhas retas e expressou-se na prole, como nesse gato. Fonte: GRIFFITHS et al. (2001). Nos organismos superiores, se as células reprodutivas não são afetadas, os genes mutados não podem ser transmitidos para as gerações futuras, e as análises genéticas não podem ser efetuadas. As mutações somáticas podem ter valor econômico na agricultura. Elas não podem ser transmitidas para a próxima geração por meio de reprodução sexual, porém podem ser propagadas por meio de enxertia ou qualquer outro processo de reprodução vegetativa. Tal é o caso, por exemplo da mutação na laranja Baiana para a Baianinha, que foi reproduzida por meio de borbulhas, Mosaico: . Um tecido contendo dois ou mais tipos de células geneticamente distintos, ou um indivíduo composto de tais tecidos. 29 tornando-se uma notável variedade de exportação da nossa citricultura. Figura 2.6 Uma mutação somática na maçã vermelha delicious. O alelo mutante que determina a cor dourada surgiu na parede ovariana da flor, que eventualmente se desenvolveu na parte carnosa da maça. As sementes não são mutantes e originarão árvores de maçãs vermelhas. Fonte: GRIFFITHS et al. (2001). 2.2.1.5 Mutações espontâneas e induzidas As mutações podem ocorrer espontaneamente ou podem ser induzidas artificialmente. As primeiras são chamadas de “mutações espontâneas” enquanto que as últimas são chamadas de “mutação induzidas”. Dizer que uma mutação é espontânea não significa que ela não tenha uma causa, mas, sim que ela apareceu sem que o organismo fosse objeto de tratamento especial. A causa da mutação espontânea não é bem conhecida ainda. Segundo alguns autores ela é causada por radiações naturais, porém essa é uma explicação insuficiente. A dosagem total de radiações naturais provenientes de raios cósmicos e radioisótopos existentes no ambiente natural é no máximo 0,8R por ano. (R= unidade de radiação, especialmente de raio X e raio gama). Esta dosagem é extremamente baixa para provocar mutação nos 30 organismos, mesmo considerando que as radiações podem ter efeito genético cumulativo. As mutações espontâneas, tanto germinais como somáticas, têm sido cuidadosamente selecionadas durante vários séculos por melhoristas de plantas e animais. Em maçãs e pêras há diversas variedades provenientes de mutações. A maioria das variedades de batatas é também originária de mutações. Em abacaxi, da variedade Cayena, isolaram-se 35 mutantes, alguns de valor comercial. O “visos” prateado (raposa), as laranjas sem sementes, e o carneiro da raça Ancon (pernas curtas) figuram entre as mutações espontâneas de reconhecidovalor econômico. Figura 2.8 Efeito de uma mutação espontânea e dominante em carneiros de pernas curtas e os de pernas longas (individuo normal). Fonte: SNUSTAD & SIMMONS (2001). A mutação pode ser induzida por radiações não ionizantes (luz ultravioleta), por radiações ionizantes (raios-X, raios gama, neutros, deuterons, etc.) e por várias drogas químicas. Luz ultravioleta é uma radiação não ionizante, tendo porém efeito mutagênico. A efetividade de luz ultravioleta em induzir mutações está estreitamente relacionada com o comprimento da onda utilizada. Em geral, a maior atividade está compreendida entre 2500 a 2800A ( 1A = 10-10m ), sendo que para alguns organismos o ponto máximo da efetividade está em torno de 2600A, que corresponde ao espectro de absorção do DNA. Sabe-se também que o ácido nucléico facilmente se decompõe em purinas e pirimidinas quando irradiado por raios 31 ultravioleta de comprimento de onda de 2600A. Igualmente, a ação bactericida mais eficiente desta luz está nesse comprimento de onda. Estes fatos tomados em conjunto nos sugerem que a atividade mutagênica dos raios ultravioleta e a sua atividade letal, é devida a modificação do ácido nucléico dentro da célula. O mecanismo principal do efeito mutagênico da luz ultravioleta é devido à excitação dos átomos nos organismos pela absorção de energia. Porém, a energia de raios ultravioleta é relativamente baixa, e consequentemente a penetrabilidade, também é baixa; portanto o uso desta luz é limitado só para a irradiação de microrganismos, esporos, pólens. Etc. Como radiações ionizantes, temos raios-X, raios-gama, partículas - alfa, partículas - beta, neutros, deuterons, prótons, etc. Conforme o nível de energia, temos dois tipos de raios-X duros e raio X moles. Temos ainda três tipos de neutrons, dependendo da energia, neutrons rápidos, neutrons lentos e neutrons térmicos. As radiações ionizantes como raio - X e radiações nucleares como raios gama, partículas - alfa, beta, neutrons, etc, agem biologicamente através da excitação e ionização das moléculas nas células. Os ions resultantes das irradiações podem reagir com as substâncias das células, e freqüentemente, produzir substâncias que normalmente não ocorrem nas células e que são quimicamente muito ativas como vários peróxidos orgânicos. Esses peróxidos podem causar quebras ou impedir a reunião dos cromossomos quebrados. Podem também oxidar as bases do DNA. De modo geral: 1. A freqüência de mutação induzida por radiação aumenta proporcionalmente com o aumento da dosagem. 32 2. As doses são aditivas e a quantidade de mutação induzida não depende da maneira pela qual a dose é administrada, mas sim, da dose total. As radiações provocam todos os tipos de mutações indiscriminadamente. Até agora não foi possível obter mutações específicas com radiação, pois a ação biológica de radiações ionizantes é completamente indeterminada dentro das células e, mesmo que fosse possível determinar o local de sua ação, atualmente não saberíamos ainda qual a parte da molécula a alterar no gene. Esses motivos fazem com que não se possa obter mutações dirigidas e específicas com radiações. Sabe-se que a ação mutagênica das radiações é baseada nas reações físico-químicas das células irradiadas; consequentemente qualquer fator que influencie essas reações podem causar a alteração da freqüência de mutação. As pesquisas recentes têm mostrado que numerosas substâncias químicas têm efeitos mutagênicos em vários organismos. Porém, na maioria dos casos, o modo exato da ação mutagênica ainda não é bem conhecido. As substâncias mutagênicas cujos comportamentos são conhecidos, mostram que elas reagem diretamente com o DNA, ou que são efetivas somente durante a síntese do DNA. Ácido nitroso e agentes alquilantes como, por exemplo mostarda nitrogenada, podem reagir quimicamente com o DNA intacto e podem modificar a estrutura do DNA. Análogos de bases, como por exemplo, 5- bromouracil e 2-aminopurina, são mutagênicos porque eles se incorporam durante a síntese do DNA. Uma substância química pode ser mutagênica para um organismo, mas sem efeito para outro. Por exemplo, uretano e fenóis são mutagênicos para Drosophila e bactérias, porém sem efeito em Neurospora. 33 Uma razão disto é que há um estágio particular do organismo que é mais sensível ao agente mutagênico. Por exemplo. O aldeído fórmico é eficiente como mutagênico em Drosophila, se tratarmos os estágios iniciais da espermatogênese, e sem efeito nas larvas ou ímagos deste inseto. Outra razão é que existem fatores que impedem a ação dos mutagênicos químicos, como por exemplo, a dificuldade de penetração na célula, ou decomposição por certas enzimas após ter penetrado na célula, etc. Algumas substâncias químicas, como por exemplo, etilenimina e metanosulfonato de etila, são mais eficientes e provocam maior freqüência de mutação nos organismos do que qualquer tipo de radiação. É recomendado o emprego de mutações induzidas quando novos caracteres que precisam ser introduzidos, dificilmente ocorrem nas populações naturais e quando se visa aumentar a variabilidade genética em populações já estabilizadas. Um dos primeiros cultivares conseguidos através do melhoramento por mutação induzida (raio - X), pertence à espécie Brassica napus L. V. oleirifera (mostarda). Há numerosos trabalhos com a cevada (Hordeum vulgare L.) realizados na Suécia e centenas de mutantes isolados e estudados. Entre estes mutantes ressaltam os que apresentam modificações no tamanho de sementes, ausência de arista ou portadores de aristas curtas. Há mutantes produzindo grãos maiores do que os das plantas que lhes deram origem, dando um aumento de produção de 9%. As mutações induzidas representam fonte potencial de “novos” genes para resistência às moléstias e pragas que atacam os cereais. Os geneticistas alemães foram os primeiros a conseguir resultados positivos na obtenção de mutantes de cevada resistente a uma raça fisiológica de míldio pulverulento. De grande interesse são os mutantes de trigo resistentes a ferrugem causada pela Puccinia glumarum. Resistência à ferrugem no linho, e á mancha foliar e à podridão da haste no amendoim, foi também encontrada. 34 Entre os resultados favoráveis do emprego de mutação induzida no melhoramento encontra-se o referente ao cultivar “Sanilac” do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L. ). Um dos mutantes encontrados em uma plantação, derivada de material irradiado do cultivar do tipo trepador “Michelite”, apresentava crescimento determinado, além de ser 12 dias mais precoce que a linha original. O novo cultivar mutante facilita a colheita mecânica. Estes exemplos e outros mostram o interesse que as mutações induzidas possam ter para a agricultura. A comparação entre fenótipos de mutantes espontâneos e de mutantes induzidos revela que não existe diferença qualitativa entre eles. 2.2.1.6 Mutação dirigida A obtenção de mutação específica por meio de mutagênicos específicos tem sido o sonho dos geneticistas, de longos anos. No momento, presume-se que este objetivo está ainda muito longe de ser alcançado. A grande dificuldade encontrada é devida à própria constituição do material genético. Assim, o código genético sendo formado por quatro letras: A - T - G - C, é sem dúvida, muito difícil, por métodos físicos ou químicos, selecionar um único elemento do código, para alterá-lo. Poder-se-ia atuar sobre umpar A-T ou G-C sem influir em outros pares? Não se pode ainda produzir mutações dirigidas, mas já se sabe, em alguns casos, que o espectro da mutação que se obtém com diversos tratamentos mutagênicos não é o mesmo. Como já foi citado, as radiações ionizantes provocam mutações, em todos os sentidos, enquanto alguns mutagênicos químicos podem provocar determinados tipos de mutações. Isto já nos mostra a possibilidade de mutação dirigida por mutagênicos químicos. Às vezes, pode-se predizer os resultados de um experimento, pois certas mutações ocorrem assiduamente; sendo 35 algumas com maior freqüência do que outras. Isto significa, que alguns genes são mais instáveis do que os outros. 2.2.1.7 Freqüência de mutação em genes individuais Há vários critérios para o cálculo de freqüência de mutação, podendo-se basear no número das mutações que ocorrem nos genes, nos gametas, nas células, nos indivíduos, etc. Freqüência de mutação de gametas é definido como a proporção de gametas contendo mutações, em relação ao total de gametas em uma geração. A freqüência de mutação varia bastante de um gene para outro, e varia ainda para o mesmo gene em diferentes populações. As diferenças nas freqüências de mutação são devidas à própria natureza do gene e também ao resto do genótipo. Nem todos os genes têm o mesmo tamanho. É de se esperar que um gene grande formado por muitos pares de purinas e pirimidinas, tenha maior probabilidade de mutar do que um gene pequeno com poucos pares. Outrossim, um mesmo organismo, tem certo limite para a variação das mutações possíveis. Por exemplo, no homem, já foram observadas inúmeras mutações que afetam a cor do cabelo. Todavia, as corres básicas são sempre branca, preta, castanha e vermelha. Nunca apareceu a cor verde, por exemplo. Evidentemente, alguma coisa de natureza química põe limite à variação das cores do cabelo. 2.2.1.8 Mutação reversa As mutações são às vezes reversíveis. O gene mutado pode reverter aparentemente ao normal ou selvagem. A freqüência da mutação reversa varia de um gene para outro, e também varia para mutações diferentes do mesmo gene. A situação pode ser esquematizada: 36 Quer saber mais sobre mutações? Não deixe de visitar o site: ttp://www.virtual.epm.br/cursos/genetica/genetica.htm u ←-------------- A a → v Onde A e a são alelos, e u e v são freqüências da mutação. Em Neurospora conhecem-se vários mutantes nutricionais, em que o fungo não pode mais efetuar um determinado passo metabólico. Suponhamos um mutante incapaz de sintetizar um dos aminoácidos essenciais, como arginina (Ag), cuja ausência sabemos ser controlada por um único par de genes. Se semearmos, em uma placa de Petri contendo um meio nutritivo sem arginina, um número muito grande de conídios desse mutante, às vezes notaremos aparecimento de algumas colônias. Essas colônias são certamente originárias dos indivíduos capazes de sintetizar arginina e portanto normais (+). Neste caso, o alelo Ag mutou novamente “para trás”, isto é, houve a mutação reversa do Ag +. 2.3 WEB-BIBLIOGRAFIA http://pt.wikipedia.org/wiki/DNA http://pt.wikipedia.org/wiki/Prote%C3%ADna http://www.ufv.br/dbg/gbolhtm/gbol0.htm#parte1 37 Ácido ribonucléico (RNA): Colabora na execução das informações genéticas codificadas no DNA ou, em raras espécies como os retrovírus, é a molécula que guarda a informação genética. Há três tipos de RNA: mensageiro, ribossômico e transportador. Adenina: uma das bases nitrogenadas, abreviada como A, presente nos nucleotídeos que se unem para formar o DNA e RNA. Pareia com a timina (T) no DNA e com a uracila (U) no RNA. Alelo: uma das formas diferentes de um gene que pode existir em um determinado lócus. Alelo dominante: um alelo que expressa seu efeito fenotípico mesmo quando em heterozigose com um alelo recessivo. Assim, se A é dominante em relação a a , então A/A e a/a têm o mesmo fenótipo. Alelo mutante: um alelo que difere do alelo encontrado no tipo padrão ou selvagem. Alelo recessivo: um alelo cujo efeito fenotípico não é expresso em um heterozigoto. Aminoácido: a unidade química básica das proteínas; nos organismos vivos encontram-se vinte tipos de aminoácidos. Bacteriófago (fago): um vírus que infecta a bactérias Base nitrogenada: Pode ser de quatro tipos no DNA: adenina, guanina, citosina e timina. O RNA possui os mesmos três primeiros tipos, mas a timina é substituída por uracila. Célula somática: uma célula que não é destinada a se tornar um gameta; uma célula do corpo cujo genes não serão passados para as gerações futuras. Citosina: uma das bases nitrogenadas, abreviada como C, presente nos nucleotídeos que se unem para formar o DNA e o RNA. Pareia com a guanina (G) tanto no DNA como no RNA. Código genético: o código pelo qual a informação genética, contida na seqüência de nucleotídeos do DNA, relaciona-se com a seqüência de aminoácidos da proteína. Cada três bases do DNA (tríplex) especificam um dos vinte aminoácidos na proteína. Códon: uma seqüência de três bases de DNA ou RNA que codifica um aminoácido na proteína. Códon sem sentido:um códon para o qual não existe uma molécula de tRNA. Desoxirribose: molécula de açúcar que compõe os nucleotídeos do DNA. DNA: (veja ácido desoxirribonucléico). Guanina: uma das bases nitrogenadas, abreviada como G, presente nos nucleotídeos que se unem para formar o DNA e o RNA. Pareia com a citosina (C) tanto no DNA como no RNA. 38 2.4 GUIA DE ESTUDO 1. O que são mutações? Quais seus efeitos fenotípicos? 2. Em quais níveis pode ocorrer uma mutação?Descreva-os. 3. Comente as diferenças das seguintes mutações: a) Dominante; recessiva; letal b) Germinais; somáticas c) Espontâneas; induzidas 4. Como uma mutação pode ser induzida. Comente. 5. Quais os tipos principais de mutações de ponto (base química). Defina-os. 6. O que é uma mutação reversa e como ela pode ocorrer? Heterozigose: uma medida de variação genética em uma população; com relação a um lócus, tida como a freqüência de heterozigotos para esse lócus Heterozigoto: um indivíduo que tem um par de genes heterozigoto Homozigoto: um indivíduo que tem um par de genes homozigoto. Mutação: mudança brusca na informação genética; normalmente refere-se à alteração de um simples par de bases no DNA, mas o termo também inclui alterações maiores, visíveis ao microscópio, como as aberrações cromossômicas. Oligonucleotídeo: um fragmento sintético de DNA composto de somente alguns poucos nucleotídeos (normalmente de 8 a 50pb). Pontes de hidrogênio: em uma ponte de hidrogênio, o átomo de hidrogênio está ligado a dois outros átomos, que em sistemas biológicos podem ser nitrogênio ou oxigênio. As pontes de hidrogênio mantêm as duas fitas de DNA unidas na dupla hélice e estabilizam a estrutura de proteínas. Ribose: molécula de açúcar que compõe os nucleotídeos do RNA. RNA: (veja ácido ribonucléico). Timina: uma das bases nitrogenadas, abreviada como T, presente nos nucleotídeos que se unem para formar o DNA e pareia com a adenina. Uracila: uma das bases nitrogenadas, abreviada com U, presente nos nudeotídeos que se unem para formar o RNA e pareia com a adenina. 39 7. Qual a importância da mutação para a evolução? 8. Por que nem toda mutação acarreta uma alteração fenotípica no indivíduo mutante? 2.5 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ALLEONI, M. R. B. Mutação. In: Textos do Curso de Genética Geral daESALQ / USP, 1971. GRIFFITHS, A.J.F. et al. Introdução à genética. 7ª ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2002.794 p RAMALHO, M.; SANTOS, J. B. dos; PINTO, C. B. Biotecnologia. Genética na agropecuária. Editora Globo, 2008. . SNUSTAD, Q.P.& SIMMONS, M.J. Fundamentos de Genética. 2ª ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2001 .756 p Unidade 1 A sociologia e a Sociologia da Educação A sociologia e a Sociologia da Educação Unidade 1 Resumo Considerando que as informações sobre o núcleo da célula e seus componentes, informações sobre o material genético e sua organização no núcleo das células, além dos mecanismos envolvidos na divisão celular e como esses mecanismos estão envolvidos no aparecimento de doenças, foi abordado na apostila de Biologia Celular, iremos complementar o assunto abordando um pouco mais sobre a meiose, sua importância para a genética e encerraremos o tema com a gametogênese. Meiose e Gametogênese Unidade 3 41 UNIDADE 3. Meiose e Gametogênese 40 3.1 Meiose 42 3.1.1 Desenvolvimento histórico da teoria cromossômica 42 3.2 Meiose 43 3.3 Gametogênese 47 Saiba mais 50 3.4 Web-bibliografia 51 Glossário 51 3.5 Guia de estudo 52 3.6 Referência bibliográfica 53 42 3.1 MEIOSE Meiose é a divisão nuclear pela qual uma célula reprodutiva com dois conjuntos equivalentes de cromossomos duas vezes para produzir quatro produtos meióticos, cada um dos quais tem apenas um conjunto cromossomos. A genética deu um grande passo adiante com a noção que os genes são partes de estruturas celulares específicas, os cromossomos. Este simples conceito ficou conhecido como a teoria cromossômica da herança. Embora simples, a idéia tem tido enormes implicações, fornecendo um meio para correlacionar os resultados dos experimentos de cruzamento com o comportamento de estruturas que podem ser vistas ao microscópio. Esta função entre genética e citologia ainda é uma parte essencial da análise genética hoje em dia e tem aplicações importantes em genética médica, genética na agricultura e genética evolutiva. 3.1.1 Desenvolvimento histórico da teoria cromossômica Como a teoria cromossômica tomou forma? As evidências se acumularam de variedade de fontes. Uma das primeiras linhas de evidência veio de observações de como os cromossomos se comportaram durante a divisão de um núcleo celular. No intervalo entre as pesquisas de Mendel e sua redescoberta (tema que será abordado na próxima unidade), muitos biólogos se interessaram em hereditariedade, muito embora não tivessem conhecimento dos resultados de Mendel, e enfocaram o problema de um modo totalmente diferente. Estes pesquisadores queriam situar o material genético na célula. Um lugar óbvio para procurar foi nos gametas, pois eles são o único elo de ligação entre as gerações. Os ovócitos e espermatozóides foram tidos como contribuindo igualmente para a constituição genética da prole, embora difiram em tamanho. Os núcleos de ovócitos e espermatozóides eram conhecidos como sendo de tamanhos aproximadamente iguais, de modo que os núcleos foram os candidatos para abrigar as estruturas hereditárias. 43 3.2 Meiose Muito embora, os primeiros pesquisadores não conhecessem o DNA ou que ele se replicava durante a interfase, ainda era evidente que a mitose (ver apostila de Biologia Celular) é o modo pelo qual o número de cromossomos é mantido durante a divisão celular. Assim, os cromossomos pareciam ser os candidatos naturais para serem portadores dos genes. Eles sabiam que, neste processo, dois núcleos se fundem, mas o número de cromossomos, entretanto, permanece constante. O que impedia a duplicação do número de cromossomos em cada geração? Esta dúvida foi resolvida pela previsão de um tipo especial de divisão nuclear que reduzia à metade o número de cromossomos. Esta divisão especial, que foi afinal descoberta nos tecidos produtores de gametas de plantas e animais, é chamada de meiose. Meiose é o nome dado a duas divisões nucleares sucessivas chamadas de meiose I (reducional) e meiose II (equacional) em células especiais chamadas meiócitos. As duas divisões meióticas e suas divisões celulares originam um grupo de quatro células que são chamados de produtos da meiose. Em animais e plantas, os produtos da meiose tornam-se gametas haplóides. Nos humanos e outros animais, a meiose ocorre nas gônadas e produtos da meiose são os gametas, espermatozóides e ovócitos. Nas plantas com flores, a meiose ocorre nas anteras e ovários e os produtos da meiose são os meiósporos dos quais se originam os gametas. Antes da meiose, uma fase S (ver apostila Biologia Celular) duplica o DNA de cada cromossomo para formar as cromátides irmãs, como na mitose. As cromátides irmãs tornam-se visíveis na prófase I. Os cromossomos homólogos então se pareiam para formar grupos de quatro cromátides. As cromátides não-irmãs participam de um processo de quebra e reunião chamado crossing-over, esse processo é fonte de variabilidade genética em genes situados em um mesmo cromossomo. Na anáfase I, cada um dos pares de cromátides irmãs é levado para núcleos filhos diferentes. Na anáfase Reducional: primeira parte da meiose que reduz o número de cromossomos pela metade. Equacional o número de cromossomos das células se dividem mantém-se o mesmo nas células que se formam. Crossing-over : representa a troca recíproca entre segmentos correspondentes de cromossomos homólogos, a qual ocorre na primeira divisão da meiose. 44 II, as próprias cromátides irmãs são levadas para núcleos filhos resultantes desta divisão. Vemos então que os eventos fundamentais da meiose são a replicação do DNA, seguida do pareamento dos homólogos, da segregação e então por outra segregação. Figura 3.1. Esquema do mecanismo da meiose. Fonte: http://www.esec-odivelas.rcts.pt/BioGeo/Fichas%20unidade%206/001.JPG Por meio da figura é possível vermos todas as subfases da Meiose I e Meiose II. A meiose I é subdivida em prófase I (leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese), metáfase I, anáfase I e telófase I. A meiose II é subdivida em metáfase II, anáfase II e telófase II. A prófase I é uma fase bem longa e consta de eventos importantes para a variabilidade genética. Na sub-fase de leptóteno os cromossomos tornam-se visíveis como filamentos únicos finos, semelhantes a um aspecto de colar de contas. A sub-fase de 45 zigóteno é destacada pelo pareamento ativo dos filamentos, chamado de sinapse, mediante a formação do complexo sinaptonêmico, que se dá pela existência de proteínas especiais de adesão. Embora a existência desse complexo seja conhecido há algum tempo, o funcionamento exato desta estrutura ainda é objeto de pesquisas. No paquíteno, temos cromossomos grossos e totalmente pareados. Nesta fase ocorre troca de segmentos entre as cromátides não-homólogas (crossing-over), primeiro evento importante para a variabilidade genética. O diplóteno se caracteriza pela visualização do crossing-over, também chamado de quiasmas. Na diacinese temos uma maior contração dos cromossomos e a terminalização dos quiasmas. Na Metáfase I cada par de homólogos ocupa uma posição na placa equatorial da célula. Nessa etapa a membrana nuclear e os nucléolos desaparecem. Esse direcionamento dos pares de cromossomos para o plano equatorial da célula se dá de forma aleatório e representa outra fonte de variabilidade, quando consideramos genes distintos situados em cromossomos separados.Nessa fase, as cromátides ainda encontram-se ligadas nos pontos de contato, estabelecidos pelo evento do crossing-over. A Anáfase I inicia-se quando as cromátides movem-se em direção aos pólos opostos, nesse momento as cromátides que trocaram segmentos são desligadas dos pontos de contato. A Telófase I e a interfase, ou também chamada de intercinese, não são universais. Em muitos organismos estes estágios não existem, não se reconstitui a membrana nuclear e as células vão para a meiose II. Em outros organismos, a telófase I e a intercinese são de duração curta, os cromossomos se alongam e tornam-se difusos e a membrana nuclear se reconstitui. Em qualquer caso, nunca há síntese de DNA neste período e o estado genético dos cromossomos não muda. Prófase II, os cromossomos se apresentam em número haplóide. Metáfase II, os cromossomos se dispõem na placa equatorial. Nesta fase, as cromátides se dissociam uma da outra em Complexo sinaptonêmico: uma estrutura complexa que une homólogos durante a prófase da meiose. 46 vez do modo como estão na meiose (ver apostila de Biologia Celular). Na Anáfase II, os centrômeros se dividem e as cromátides irmãs são levadas para os pólos opostos pelas fibras do fuso. Na Telófase II, os núcleos se reconstituem ao redor dos cromossomos nos pólos. Nas anteras de uma flor, os quatro produtos da meiose desenvolvem-se em grãos de pólen. Em outros organismos, a diferenciação produz outros tipos de estruturas a partir dos produtos da meiose, tais como espermatozóides nos animais. O crédito pela teoria cromossômica da hereditariedade, o conceito de que os genes são partes dos cromossomos é dado a Walter Suton e Theodor Boveri. Em 1902, eles reconheceram independentemente que o comportamento dos genes durante a produção dos gametas era paralelo ao comportamento dos cromossomos na meiose: os genes estão aos pares, bem como os cromossomos. Os alelos de um gene se segregam igualmente em gametas (e assim os membros de um par de cromossomos homólogos); diferentes genes atuam independentemente (e assim os diferentes pares de cromossomos). Após reconhecer este comportamento paralelo, ambos chegaram a mesma conclusão de que o comportamento paralelo dos genes e cromossomos sugere que os genes estão situados nos cromossomos. Figura 3.2. Paralelismo entre o comportamento dos genes de Mendel e os cromossomos durante a meiose. Fonte: Griffiths et al. (2001). 47 3.3 GAMETOGÊNESE A grande maioria dos organismos superiores se reproduz por via sexuada, que engloba dois grandes acontecimentos: gametogênese e fertilização. Em animais a gametogênese é chamada de espermatogênese, no sexo masculino, e ovogênese, para o sexo feminino, no qual são gerados os espermatozóides e os óvulos, respectivamente. A espermatogênese se origina no epitélio germinal dos túbulos seminíferos dos testículos. Dentro destes túbulos, ocorrem células que sofrem sucessivas divisões mitóticas até formarem o espermatogônio. As células do espermatogônio crescem e se diferenciam nos espermatócitos primários, os quais podem sofrer meiose. Após a primeira divisão meiótica, são produzidos espermatócitos secundários que sofrem a segunda meiose originando os espermatídeos, que passam por um processo de maturação, formam cauda e dão origem aos espermatozóides. A ovogênese ocorre no epitélio germinal do ovário. Por crescimento e armazenamento do citoplasma, o ovogônio origina o ovócito primário que sofre uma divisão meiótica, produzindo duas células de tamanhos diferentes, o ovócito secundário e o corpúsculo polar primário. Em algumas situações, o corpúsculo polar primário pode sofrer a segunda divisão meiótica, produzindo dois corpúsculos polares secundários. A segunda divisão meiótica do ovócito secundário produz um corpúsculo polar secundário e uma ovótide, a qual passa por fases de crescimento, diferenciação e maturação para originar o óvulo. Todos os três corpúsculos polares se degeneram e não tomam parte na fertilização. Gametogênese: mecanismos que promovem a formação dos gametas Fertilização: união dos núcleos dos gametas masculino e feminino 48 Figura 3.3 Gametogênese em animal. Fonte: Ramalho et al. (2008). A gametogênese em vegetais descrita nessa apostila é aquela típica das angiospermas. A microsporogênese ocorre nos sacos polínicos dentro das anteras das flores, resultando na formação dos grãos de pólen- microsporócito primário – sofre meiose produzindo dois microsporócitos secundários que, após a segunda meiose, originam quatro micrósporos. Estes passam por uma mitose, sem citocinese, produzindo uma célula com dois núcleos. Um desses núcleos passa por uma segunda mitose resultando em um grão de pólen com três núcleos (um vegetativo e dois reprodutivos). A megasporogênese ocorre no ovário, resultando num órgão reprodutivo com oito núcleos chamado saco embrionário. A formação do saco embrionário se inicia quando um megasporócito sofre meiose, formando duas células haplóides. Na segunda divisão meiótica tem-se uma estrutura com quatro células (megásporos). Após a meiose, três se degeneram e somente uma sofrerá três mitoses sucessivas, sem citocinese, resultando em uma célula com oito núcleos denominado saco embrionário, que é envolvido pelo nucelo e duas camadas de tecido materno- integumento. Esse órgão recebe o nome de óvulo. 49 Figura 3.4. Gametogênese em vegetais. Fonte: Ramalho et al. (2008). Em uma das extremidades do saco embrionário, há uma abertura chamada micrópila, na qual penetra o tubo polínico. Três dos oito núcleos do saco embrionário se localizam próximos à micrópila, dois são as sinérgidas que se degeneram e o terceiro é a oosfera, os outros três são chamados de antípodas e também se degeneram. Os dois últimos localizados na região mediana, se fundem originando o núcleo polar (Figura 3.5). 50 A fertilização é um fenômeno que ocorre com a penetração no óvulo por um gameta masculino, originando o zigoto, onde acontece a fusão de dois gametas. Em animais, o espermatozóide atravessa duas camadas que recobre o óvulo, tais camadas são digeridas por enzimas, produzidas pelo espermatozóide e tão logo ocorra a penetração, acontece a fusão dos dois núcleos haplóides, gerando um diplóide, completando a fertilização. Em vegetais, ocorre a fusão de dois núcleos reprodutivos do grão de pólen, sendo um com a oosfera, gerando o zigoto, e o outro com os dois núcleos polares, formando uma célula triplóide, que se divide por mitose para gerar o endosperma da semente. Esse processo é chamado de dupla fertilização. Figura 3.5: Dupla fertilização em vegetais. Fonte: RAMALHO et al., (2008). Quer conhecer um pouco mais sobre meiose? Não deixe de visitar o site http://www.ufmt.br/bionet/conteudos/01.03.05/divisao.htm Pesquise também os sites abaixo: http://www.cynara.com.br/citologia.htm http://www.icb.ufmg.br/biq/prodabi6/homepages/patricia/biopaty/ paginas/mitose_meiose.ppt 51 3.4 WEB-BIBLIOGRAFIA http://www.coladaweb.com/biologia/meiose.htm http://www.vestibular1.com.br/revisao/ciclo_mitose.doc http://www.icb.ufmg.br/biq/prodabi6/homepages/patricia/biopaty/ paginas/mitose_meiose.ppt http://pt.wikipedia.org/wiki/Meiose http://www.brasilescola.com/biologia/meiose.htm http://www.todabiologia.com/citologia/meiose.htm http://www.ofelia.com.br/vestibular/site/dicas/bio01.htm http://www.universitario.com.br/celo/topicos/subtopicos/citologia/meiose/meiose.html http://www.consulteme.com.br/media/index.php/Citologia Células germinativas: células reprodutivas que nos organismos com reprodução sexuada se unem para formar um novo organismo. Na espécie humana e em animais essas células são o ovócito, nas fêmeas, e o espermatozóide, nos machos. (Veja também gametas e haplóide). Centrômero: região do cromossomo que mantém as cromátides-irmãs unidas até a divisão celular. Cromátides-irmãs: as duas moléculas de DNA paralelas que se unem pelo centrômero e formam um cromossomo, após a duplicação do DNA. Cromossomos homólogos: os dois elementos que formam um par de cromossomos, um de origem materna e o outro, paterna. Cromossomos homólogos têm os mesmos locos gênicos e na mesma ordem. Crossing-over: a troca entre pares de homólogos correspondentes por troca e reunião de segmentos. Complexo sinaptonêmico: uma estrutura complexa que une homólogos durante a prófase da meiose. Diplóide: simbolizado por 2n, refere-se ao número cromossômico quando dois conjuntos completos de cromossomos estão presentes (pares de cromossomos). A maioria das células somáticas é diplóide e na espécie humana o número 2n é igual a 46. Gametas: as células reprodutivas, óvulo e espermatozóide, que possuem um número haplóide de cromossomos. 52 Haplóide: simbolizado por n, refere-se ao número cromossômico quando está presente um único conjunto de cromossomos, metade do número diplóide. Óvulos e espermatozóides são células haplóides e na espécie humana o número n é igual a 23. Mitose: o processo de divisão celular que origina duas células-filhas geneticamente idênticas à célula parental. Ocorre nas células somáticas para o crescimento do organismo e a reposição celular. Meiose: um tipo especial de divisão celular que consiste de duas divisões sucessivas do núcleo com uma única duplicação dos cromossomos, resultando em quatro células-filhas e na redução do número diplóide para haplóide. Ocorre na produção dos gametas. Meiócito: Célula na qual ocorre meiose. Meiósporos: célula que é um dos produtos da meiose nas plantas. Segregação: a separação de estruturas homólogas; a produção de dois fenótipos separados, correspondentes a dois alelos de um gene, seja em indivíduos diferentes (segregação meiótica) ou em tecidos diferentes (segregação mitótica). Teoria cromossômica da herança: a teoria unificadora que diz que os padrões de herança em geral podem ser explicados pela suposição que os genes estão situados em locais específicos dos cromossomos. Tétrade: Quatro cromátides homólogas em um feixe na primeira prófase meiótica e metáfase. As quatro células haplóides produzidas por uma única meiose. 3.5 GUIA DE ESTUDO 1. Cite as duas principais funções da meiose. 2. De que modo a segunda divisão da meiose difere da mitose? 3. A meiose normal ocorre em uma célula diplóide com o genótipo A\a ; B\b . Quais dos seguintes genótipos representam possíveis células filhas? A;B, a;b , A;b , a;B , A\A, B\B, A\a , B\b; a\a; b\b. 4. Se os filhos herdam metade de seus genes de um genitor e metade do outro genitor, porque os irmãos não são idênticos? 5. Quando uma célula com o genótipo A\a; B\b; C\c tendo com os todos os genes em pares separados de cromossomos se divide mitoticamente, quais são os genótipos das células filhas? 53 6. As células humanas normalmente têm 46 cromossomos. Para cada um dos seguintes estágios, diga o número de cromossomos presentes em uma célula humana: a) metáfase da mitose b) metáfase I da meiose c) telófase da mitose d) telófase I da meiose e) telófase II da meiose (Em sua resposta conte cromátides como cromossomos) 7. Quais dos seguintes eventos são parte tanto da meiose quanto da mitose, mas um é só meiótico. Qual? (1) Formação de cromátides, (2) Formação do fuso, (3) condensação dos cromossomos, (4) movimento dos cromossomos para os pólos, (5) pareamento cromossômico. 8. Organize os seguintes processos de meiose na ordem em que eles ocorrem. (I) os centrômeros se dividem; (II) as células tornam-se haplóides; (III) os cromossomos homólogos se segregam; (IV) os cromossomos se pareiam; (V) são formados os núcleos dos gametas; (VI) o DNA se replica; (VII) ocorre o crossing-over. 9. Uma célula tem quatro pares de cromossomos homólogos designados Aa, Bb, Cc e Dd, onde A e a representam um par de homólogos. Quantos tipos de gametas diferentes essas células podem produzir? 3.8 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA GRIFFITHS, A.J.F. et al. Introdução à genética. 7ª ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2002.794 p RAMALHO, M.; SANTOS, J. B. dos; PINTO, C. B. Biotecnologia. Genética na agropecuária. Editora Globo, 2008. . SNUSTAD, Q.P.& SIMMONS, M.J. Fundamentos de Genética. 2ª ed. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2001 .756 p Unidade 1 A sociologia e a Sociologia da Educação A sociologia e a Sociologia da Educação Unidade 1 Resumo O gene, a unidade funcional básica da hereditariedade, é o ponto principal da genética. Em todas as linhas de pesquisa genética, o gene é o ponto central de uma grande diversidade de experimentos. Analisaremos portanto, os padrões pelos quais os fenótipos são herdados nas plantas e nos animais. Genética Mendeliana Unidade 4 55 UNIDADE 4. Genética Mendeliana 54 4.1 Introdução 56 4.2 Os experimentos de Mendel 57 4.2.1 Escolha do material 57 4.2.2 Monoibridismo 58 4.2.3 Diibridismo 66 4.2.4 Genética humana 68 4.2.4.1 Genética médica 68 Saiba mais 72 4.3 Web-bibliografia 72 Glossário 72 4.4 Guia de estudo 73 4.5 Referência Bibliográfica 77 56 4.1 INTRODUÇÃO O conceito de gene, não a palavra, foi apresentado pela primeira vez por Gregor Mendel em 1865. Até em então, pouco progresso tinha sido feito na compreensão dos mecanismos de hereditariedade. A idéia predominante da época era que os gametas masculinos e femininos continham uma amostra das essências de várias partes do corpo dos pais. Estas essências de algum modo se misturavam para influenciar o desenvolvimento da nova descendência. Esta idéia de herança por mistura evoluiu para contribuir para o fato de que a descendência tipicamente apresenta características que são similares às de ambos os genitores. Entretanto, alguns problemas estão associados a esta idéia, um dos quais é que a prole nem sempre é uma mistura intermediária das características de seus genitores. Como resultado de sua pesquisa com ervilhas, Mendel propôs a herança particulada. De acordo com a teoria de Mendel, as características são determinadas por unidades discretas, que hoje chamamos de genes, herdadas intactas ao longo de gerações. Este modelo explica muitas observações que não podiam ser explicadas pela idéia de herança por mistura. Também serviu como um arcabouço para compreensão posterior mais detalhada do mecanismo de hereditariedade. A importância das idéias de Mendel só foi reconhecida por volta de 1900 (após sua morte). Sua publicação foi então redescoberta por três cientistas, após cada um, de maneira independente, ter obtido o mesmo tipo de resultado. O trabalho de Mendel constituiu o protótipo de uma análise genética. Ele inseriu um Figura 4.1. Capa do manuscrito de Mendel. Fonte: Snustad & Simmons (2001). 57 enfoque lógico e experimental para a hereditariedade, ainda utilizado nos dias de hoje. 4.2 OS EXPERIMENTOS DE MENDEL Gregor Mendel nasceu na região da Morávia, na época parte do império austro-húngaro. Ao terminar o colegial ele
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