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resenha 2018

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Centro Universitário Internacional - Uninter
Curso: Bacharelado em Serviço Social
Disciplinas:
Professor (a) /tutor Liliane Mendes de Almeida 
Nome do Aluno (a), RU: Maria de Fátima Mendes de Jesus, 1799722.
Identificação Bibliográfica: PEREIRA, Cícero; TORRES, Ana Raquel Rosas; ALMEIDA, Saulo Teles. In: Psicologia Reflexão e Crítica, 2003. Um estudo do preconceito na perspectiva das representações sociais: análise da influência de um discurso justificador da discriminação no preconceito racial. 
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/prc/v16n1/16801.pdf
RESENHA
O texto traz uma análise da Influência justificadora de um sermão sobre a Discriminação no Preconceito Racial nas representações sociais. Em um experimento que apresenta um cenário onde a gerente de uma loja contrata uma moça branca, discriminando uma negra, metade dos participantes (grupo experimental) recebeu um discurso justificando a discriminação. Os resultados mostram a representação da decisão da gerente organizada por dois princípios: parecer profissional e assimilação de justiça. Os integrantes que tiveram acesso ao discurso esclarecedor consideraram que o comportamento da gerente foi mais profissional e menos inapropriado do que os participantes do grupo de controle. Os integrantes do grupo experimental inclina contratar a moça branca, enquanto os membros do grupo de controle não mostram favoritismo pela cor da pele na admissão. A discordância apresenta o preconceito moderno como o resultado dos argumentos ideológicos produzidos por grupos majoritários para justificar a sua situação social.
Nas sociedades desenvolvidas, as ações visíveis de distinção racial e cultura são abertamente reprováveis e reprimidos por lei. A discriminação racial pode ser relacionada a uma pessoa emocionalmente fria, cuja parte perceptível equivale às ocorrências claras e a parte inundada de preconceitos não manifestos, presentes invisivelmente na cabeça dos indivíduos. As hipóteses psicológicas tradicionais analisam o preconceito como prática global, que perdura prontamente nos indivíduos ou grupos e que se exprime em sentimentos e atitudes aviltantes. As Teorias (Browser,1995; Kinder & Sears, 1981;Mummendey & Wenzel, 1999) fixam estes princípios psicológicos nas divergências reais de exclusão e inclusão social. Nesta percepção, o preconceito firma-se na tendência subjetiva das discordâncias efetivas de mando entre grupos e amplia-se como forma de junção intergrupal, onde no quadro típico das relações irregular de poder, se manifestam no seio dos grupos dominantes, com atos depreciativos e comportamentos desfavoráveis e discriminatórios em relação aos membros de grupos minoritários. Os indivíduos não expressam seus pensamentos de forma própria, mas de maneira empírica. Onde os grupos sociais respondem aos estímulos do meio em que vivem, construindo e organizando os diferentes incentivos do meio social, possibilitando respostas a esses incentivos. As representações sociais são consideradas empíricas, firma a compilação dos fatos das ações sociais ((Moscovici & Hewstone, 1993), o racismo não é uma ocorrência universal, mas uma forma de consciência social que se desenvolve em situações históricas concretas. Pesquisas realizadas no campo representacional mostram que a sociedade parece ter clara percepção da discriminação racial que se vive no Brasil, mas não assumem a responsabilidade por esta situação (Camino & cols., 2001; Venturi& Paulino, 1995). Percebe-se também que o individuo avalia muito melhor as pessoas de cor negra que as pessoas brancas, mas acreditam que os brasileiros fariam o contrário. 
No aprendizado, exposto neste artigo, pondera-se o impacto de um discurso explanador da discriminação racial sobre os moldes da expressão do preconceito racial. Empregando-se o Modelo da Análise Quantitativa das Representações Sociais (Doise & cols., 1993), foram nomeados os elementos típicos do campo representacional das junções raciais no Brasil a partir dos quais se compôs a fala justificadora da discriminação. Na sequência, foram consideradas as convicções construtivas da avaliação que os estudantes fizeram, da decisão que uma suposta gerente de loja teve ao contratar uma moça branca, discriminando uma negra e, que enfim, expôs como as moldes do preconceito aportam-se no discurso justificador da discriminação.
Uma elucidação opcional poderia ser erguida para o êxito do discurso sobre o preconceito. Conforme a perspectiva da percepção social, os membros do grupo experimental teriam mostrado um olhar mais positivo da deliberação da gerente porque, com a fala, eles tiveram aproximação a um maior aglomerado de dados sobre as intenções da gerente, de maneira que as suas suposições sobre o vinculo entre essas intenções e a sua ponderação profissional poderiam ser mais precisas. Por certo, nesse entendimento, o cidadão potencializa estruturas cognitivas próprias que modificam e desenrolam dados, onde as informações processadas não são uma cópia da realidade, mas uma construção pessoal do indivíduo (Santos 1999; Telles, 1994). Contudo, o princípio das expressões sociais, priorizada neste artigo, não nega que os indivíduos empregam um sentido cognitivo para fazer conjecturas, mas considera que esse sentido é social. Para esclarecer essa metodologia, Moscovici (1976) justifica que a reflexão necessita do método cognitivo, encarregado das ações mentais, que estabelece as regras da computação dessas ações. Esses sistemas são encarregados da mudança do entendimento científico em teorias de senso comum. À medida que essa modificação é realizada de acordo com as regras de dedução, elas são também estabelecidas no sistema de comunicação social (Moscovici, 1988). Desse modo, mesmo que os pontos de vista alcançados pelos estudantes do grupo experimental sobre a deliberação da gerente sejam processados a partir do fundamento da consequência cognitiva, o conteúdo dessa conclusão foi definido pelo teor e pelo fundamento do discurso externado, visto que, mostram os resultados dos elementos peculiares desse discurso que integram para os estudantes o campo representacional das relações raciais no Brasil. Este modo de atenuação inclina-se a analisar as condutas contra o racismo como excessos, coibindo discursos que se erguem contra estas práticas, naturalizando e acirrando atos cotidianos de preconceitos e conservando e apontando lugares, sobretudo desprestigiado àqueles designados a serem inferiores. Assim, a sala de aula deve ser um local para cruzar com estas linhas aterradoras, percebendo-se como um lugar de mutação e de ofensas para um lugar em que vençam a discriminação através de uma formação pública de cultura e de uma harmonização com o outro.
 Para concluir, é significativa a meditação sobre os meios e procedimentos aplicados neste estudo, no caso de que poderia parecer contraditória uma pesquisa experimental orientada pelo questionamento das expressões sociais. Com efeito, esse ponto de vista tem produzido polemicas entre os teóricos das representações sociais (Jesuíno, 2000), embora o próprio Moscovici (1988) defenda que os estudos manifestados nessa abordagem devam utilizar os mais variados procedimentos metodológicos. A investigação pode ser aplicada com limitações, tendo, por exemplo, como analise uma questão específica, como a importância de um discurso sobre a manifestação do preconceito em um grupo limitado de estudantes. Mas ela não permite verificar os processos ideológicos subjacentes à construção desses discursos, pois esses são construídos nas relações históricas que os grupos constroem em cada cultura específica. Uma cultura não se forma experimentalmente.

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