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CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO: DIREITO – 6º PERÍODO – MATUTINO DIREITO CIVIL V Direito das coisas ou Direito reais Professor: Luiz Miguel Barudi de Matos Acadêmica: Franciele Robin Machado 1º BIMESTRE Posse Num determinado momento é um elemento da propriedade no qual o proprietário depende, e pode também se contrapor ao proprietário. Propriedade Relacionada aos direito real. Eixo central desse conteúdo. Não tem um conceito formal, legal ou doutrinário. Trazida pelo CC como relação de poderes, art. 1.228. A propriedade não dá apenas ao titular esses poderes e sim atribui ao titular uma função, obrigação, de ousar da propriedade, não só em benefício do proprietário e sim, da coletividade (grande complicador). Propriedade tem uma função e o proprietário não pode agir como quiser. Direitos reais uso/fruição: - Servidões -Usufruto - Uso - Habitação Direitos reais garantia: - Penhor - Hipoteca - Anticrese Direito real aquisição Questões relevantes Direitos patrimoniais - Pessoais - Reais Constitucionalização - Funcionalização - Dignidade humana Influencia todo o restante da CF. Como fator de desenvolvimento social e econômico, garantindo o respeito a lei. - Propriedade privada Número de funcionários que devem ser contratados, não podem desrespeitar o meio ambiente. - Ordem econômica - Função social + ambiental (socioambiental) Diferenças REAIS PESSOAIS Sujeito ativo + coisa Sujeito ativo + sujeito passivo Publicidade/tipicidade Autonomia privada Rol taxativo Rol exemplificativo Coisa responde (sequela) Patrimônio devedor responde Efeito erga omnes Efeito intra partes Propriedade Contrato Pessoais: Reais: vinculadas ao direito de posse e propriedade. Autores dizem que é um pedaço do direito público dentro do privado. A diferença entre essas duas é a publicidade e a vontade se sobreponha. A relação jurídica existente há credor e devedor, assim pessoal, o obrigado e o que vai exigir a obrigação, sempre vinculada entre pessoas. Já o direito real não tem essa divisão e sim há um sujeito ativo, titular do direito real, que se sujeita com a coisa, assim, todos os outros sofrem efeitos dessa relação indeterminadamente. Qualquer relação jurídica com a coisa tem que estar nos parâmetros da lei, o sujeito tem que obedecer e não pode criar condições. Proprietário tem que estar registrado, senão, não há propriedade. Reais 1.225 CC é taxativo e pessoais é meramente exemplificativo, os contratos podem ser atípicos. Nos reais a coisa responde pois está relacionada, o direito real adere a coisa, não importa com quem ela esteja, o bem vincula ao titular, só desaparece quando transferir o direito de propriedade a outra pessoa. Já no pessoal o cumprimento da obrigação pode ser satisfeito no crédito. Instituto principal dos direitos reais é a propriedade e nos pessoais é o contrato. POSSE Posse e propriedade andam sempre conjuntas. A posse retoma a prioridade frente a propriedade, o possuidor é mais protegido pelo direito do que o proprietário. Antigamente a propriedade não tinha valor econômico e sim a posse. Assim, a terra não tinha valor, mas o título de posse era valorizado. A posse recebe novamente um valor de proteção. É mais importante aquele que usa e produz do que aquele que tem e não produz. A posse é quando a pessoa não é dona, ela apenas usa o bem. Ex: casa alugada. Exercício de fato 1.196 A pessoa mesmo não sendo proprietária consegue manter o bem na sua esfera de proteção é considerado possuidor. Ex: mochila é de propriedade da Camila, portanto ela é proprietária, mantendo a posse da mochila. Mesmo que a Camila não tendo contato físico com o bem, mantém sob seu patrimônio, mesmo se o professor coloca a mochila longe dela, ela ainda tem a posse, pois ainda está na esfera de determinação dela. Poder de impedir que alguém pegue a posse para si, sempre visível, posse escondida não existe. Poderes da propriedade 1.228 Pode ser exercida pelo próprio proprietário ou por aquele que recebe. Teoria objetiva: - Exteriorização/visibilidade - Pressuposto uso econômico - Meio proteção propriedade Aquele que tem direito de ter a posse, pode retomar daquele que ta com a posse ilegítima. - Meio condição propriedade - Entre: * Propriedade O proprietário pode fazer diretamente, ou transferir parte de seus poderes para outra pessoa (ex: emprestar). * Detenção 1.198 Exige o contato físico com a coisa, a esfera de influência, mas não há a determinação do bem, pois faz o que mandam e não o que quer, tem a posse física, mas não é possuidor, é mero detentor. Ex: prof não tem posse sobre a sala, mas tem mera detenção, pois ocupa o espaço a princípio como dono fosse, mas como as determinações da instituição, usa apenas para aula, para o que permitem fazer. Ex2: se a Camila pede para que a pessoa guarde a bolsa, tem detenção. Se a Camila pede para emprestar a bolsa, há a posse. OBJETO * Bens corpóreos * Individuais/universalidade Universalidade é o conjunto de bens (mouse, teclado, monitor), só pode usar tudo junto e não sozinho. * Principal + acessório O possuidor do bem principal também é possuidor do bem acessório. Ex: possuidor do computador é possuidor do mouse, teclado, etc. CLASSIFICAÇÃO/ESPÉCIES 1) Direta/indireta 1.197 - Transmissão Direta: quando ele mesmo utiliza, tem posse plena e propriedade plena. Proprietário é ao mesmo tempo possuidor (usar, fruir, dispor e reaver). Esse proprietário transfere para um 3º o uso e fruição, no qual sai do proprietário e passa para o 3º que passa a ter posse direta. O proprietário ainda mantém contato com o bem, assim, a posse indireta. O direito de posse indireta será sempre temporária. Ex: comodato, locação. O contrato tem um prazo ou uso determinado, ou se não tiver é de forma temporária igual, pois o proprietário pode pedir de volta. O proprietário resolve quem ele vai permitir que use e tenha a fruição do bem, mediante contrato, assim, transmitindo a posse física do bem a outra pessoa. Nesse momento, a posse que era uma coisa só se divide, a posse direta é transmitida pela vontade do antigo proprietário para outra pessoa e esse antigo proprietário possui a posse indireta. Nessa situação, durante a vigência do contrato ela tem força jurídica, pois ninguém o obrigou a emprestar, assim, tendo que cumprir o prazo determinado. Assim, o proprietário com posse indireta não pode incomodar quem tem a posse direta, pois agora ele está usando e fruindo do bem até a vigência do contrato. Surge a obrigação de devolver posteriormente, se não, a posse que era dividida em direta e indireta se modifica, o que era legítimo não existe mais, há uma posse diferente, contra a vontade do proprietário, tendo alteração da situação fática e o proprietário passa a ser de novo possuidor direto do bem. 2) Justa/injusta 1.200 Na transmissão sempre tem vontade (justa), não levando prazo a usucapião. Já a posse é injusta quando há: (tem início do prazo pra eventual contagem de usucapião, assim, proprietário tem que entrar com uma reintegração de posse a partir do momento que conhecer o que está acontecendo). - Violência Aquela que a pessoa vai e pega a força do legítimo possuidor (sem penal). Ex: alguém me retira da casa, percebido na hora. - Clandestinidade Obtida de forma escondida, se a percepção do legítimo proprietário. Ex: alguém entra na minha casa sem eu perceber, não percebe na hora a perda da posse.- Precariedade Rompimento do contrato mas a pessoa não devolve o bem. Não tem como utilizar a legítima defesa. Se a ação for proposta em ano e dia, o juiz tem o dever de fazer desocupar o bem concedendo a liminar, para desocupação imediata do bem. Se deixa passar o prazo de ano e dia ou não comprova, tem a devolução no final do processo, mantendo antes o usucapião. 3) Composse - + 1 titular 1.199 - Mesmo bem - Pro indiviso - Pro diviso Tudo isso se aplica a posse em sua individualidade ou em conjunto por vários titulares. Posso ser possuidor individual como posso ter situações que existam vários possuidor. Composse: bem individual ou conjunto de bens cuja a posse ta destinada a mais de um titular, um dos possuidor exerce seu direito sem atrapalhar o outro possuidor. A regra é que seja pro indiviso. Ex: um único lote com 4 possuidores, Ana Paula, Carol, Larissa e Denise, possuidoras em decorrência de um contrato de locação (locaram uma chácara de lazer), tem o mesmo direito de forma individual e de forma coletiva, uma não pode excluir o uso da outra, conjunta e espontânea pelos 4 possuidores, exercido desta maneira o direito de possuir, sempre que uma delas tentar impedir o uso pela outra ou for impedida tem direito aos instrumentos de proteção possessória contra. Pro diviso: quando tem a divisão de fato do bem, cada um usando uma parte individualmente do mesmo bem. POSSE DE BOA-FÉ/MÁ-FÉ Posse justa - boa fé; posse injusta - má fé; BOA FÉ: 1.201/1.202 Pessoa que tenha convicção de legitimidade para transferir posse a outra pessoa que tenha com instrumento a presunção relativa. - Convicção - Legitimidade - Regularidade - Ignorância vício/Impedimento legal - Justo título - Erro escusável Erro justificado, que pode ser perdoado. MÁ-FÉ: Aquela que o possuidor tem pleno conhecimento e convicção que a posse é irregular, com vícios e impedimentos. - Conhecimento - Vício/impedimento -Momento conhecimento/alteração Determinando alteração da sua natureza. Art. 1.202 CC. POSSE NOVA/VELHA 1.210 CC/ 554 ES. CPC Há uma posse obtida mediante autorização, contrato, transmitida pelo legitimo possuidor a uma terceira pessoa. Posse justa, de boa fé. Quando extingue o contrato há a devolução da coisa, não sendo respeitado, a posse se continua, porém se torna in justa e de má fé,pois a pessoa sabe que tem que devolver e não o faz, não existindo o justo tipo, nem possuidor legítimo e tendo má fé, pois sabe do vício que tem. - Tempo ---- ano e dia Prazo extremamente longo. Posse nova é a que tem menos de ano e dia e a velha a que tem mais. Ex: se o contrato tem mais de 3 anos é posse velha até a data de restituição, a partir da sua transformação há uma nova posse. - Ação força nova/velha - Convalidação vícios Efeito de convalidação de vícios, quando tem a tomada da posse por clandestinidade, precariedade e violência. - Tutela urgência -- antecipatória Proteção possessória: Mesmo a posse sendo injusta ela tem a proteção do direito. Medidas: de forma direta a legítima defesa e o desforço imediato. De forma indireta, as processuais, o interdito proibitório, a ação de manutenção e reintegração de posse. Toda posse justa injusta de má fé ou boa fé tem essas proteções (art. 1.210 §único); Diferença da posse justa e posse injusta: justa de boa fé o possuidor que recebe a posse do bem ele tem a seu favor as proteções que pode ser usada contra coletividade, proprietário do bem ou quem passou a posse de forma legítima. Ex: há uma propriedade rural, eu sou o proprietário, tenho a posse, para usar economicamente o bem, morando ou não lá. Proteção possessória, cada vez que o meu direito de possuidor foi atrapalhado ou impedido tenho os elementos de proteção. Se alguém se instaurar lá posso usar legítima defesa com o mesmo impacto, proporcionalmente. Se as pessoas se instalam lá, posso usar desforço imediato pode ser usado de maneira proporcional tirando as pessoas dali. Não pode matar, salvo se a vida da família tiver em risco, mas isso no contexto penal e não no civil. Na defesa indireta, há um grupo de pessoas que querem invadir a propriedade e tem a informação correta e garantida, conseguindo provar, com as ameaças iminentes pode pedir em juízo uma ordem de proibição (interdito proibitório), assim, tentarão evitar que as pessoas não invadam. Se entrarem e roubar na propriedade ou vandalizarem, impedindo que utilize, atrapalhando e não retirando a propriedade, comum de sem terras e índios, assim, se usar a defesa direta pode fazer desde que seja proporcional, o mais prático é usando o poder judiciário, comprovando isso e usando o direito possessório através da manutenção, para que o juiz ordene que não interfiram no direito do uso da posse. Se faz isso dentro do prazo do ano e dia, do momento da turbação e do esbulho, o poder judiciário tem que conceder a tutela de urgência, se deixa de passar um ano e mais um dia significa se tiver direito a posse ainda, esta só vai ser restituída no final do processo, quando transita em julgado, ocorrendo a reintegração de posse. É errado que um juiz determina que imediatamente faça a restituição do bem, pela vulnerabilidade social, proteção ao mínimo de dignidade, solucionando o problema evitando o máximo o conflito. Ex: Fazenda Santa Maria. POSSE AD INTERDICTA/AD USUCAPIONEM Ad usucapionem: aquela que tem ou leva a usucapião; ad interdicta: aquela que tem os meios de interditos ou defesa? (denise) - Interditos/defesa - Usucapião Conjugal: dois anos; especial urbana e rural: 5 anos e extraordinária começa em 15 e pode diminuir pra 10. (denise) FALTA COISA A posse nova é o momento que foi constituída em menos de ano e dia, se passar de ano e dia é posse velha. MODOS AQUISITIVOS DA POSSE A partir do momento que é possível que o cidadão exerça seu direito da propriedade. - Situação de fato 1.204 - Início: * Consolidação * Possível * Exercício A posse se obtém de duas maneiras, originária e derivada. Momento, tempo, características, forma - Divisão: * Originária Exclui a vontade do antigo possuidor, não há transmissão, ofensa direta a posse anterior, nova posse, nova condição. * Derivada Transmissão por manifestação de vontade de ambos possuidores, bilateralidade e possibilidade de continuidade da posse nas mesmas condições que foi obtida. - Originária * Sem transmissão * Sem vontade possuidor anterior * Ato unilateral novo possuidor - Exemplos * Ocupação (violência/clandestinidade) Ocupação do bem por outra pessoa que não seja o possuidor. * Apreensão Abandono ou coisa que não tenha dono, aquisição sem nenhum vício, surgindo de boa fé. * Alteração relação jurídica (precariedade) - Derivada Posse justa * Com transmissão * Com vontade ambos * Bilateral * Negócio jurídico (contrato) * Pessoal/real - Exemplos * Tradição Pode ser real (física) ou ficta (fictícia), não necessariamente precisa entregar a própria coisa. * Constituto possessório (1.267, § único) 1º situação: quando o proprietário aliena o bem mas continua com a posse, ex: dono do apartamento e moro lá; 2º situação: quando o comprador já tem a posse por outro motivo; 3º situação: quando a posse é mantida com terceiro e tem alteração da propriedade. No aluguel, por exemplo, o locador fica com a posse indireta e o locatário com a posse direta. Posse plena sempre de quem é dono do bem, proprietário. - Acessão Possibilidadede somar todas as posses que existiram sobre a coisa e promover a ação de usucapião. Sempre ver quando a posse se consolidou. Nesse caminho pode ser de várias pessoas. * Continuidade * Posses anteriores (derivada) PERDA DE POSSE - Abandono A parte tem que demonstrar que não quer mais o bem. Ex: deixo algo na rua para levarem - Tradição Transmite posse pela vontade - Deterioridade bem Perda do objeto, situação de fato vinculada a um sujeito, se não tem mais o bem não tem mais a posse * Física * Econômica - Posse de outra pessoa (injusta) - Constituto possessório EFEITOS DA POSSE - Proteção possessório - Percepção frutos - Responsabilidade coisa - Indenização benfeitorias - Usucapião - Proteção superior propriedade PROTEÇÃO POSSESSÓRIA Para que haja a proteção possessória tem que haver a turbação ou o esbulho ou algo ameaçando. Turbação e esbulho = posse injusta, violência, clandestinidade e precariedade - Turbação: Alguém impede que você exerça o direito de possuidor. Ameaça ao livre exercício de possuidor. Ato que dificulta o uso da posse. * Impedimento * Embaraço * Exercício * Ato humano * Fato jurídico - Esbulho: O impedimento da posse já se consumou. Ato que importa na impossibilidade de uso da posse. * Privação completa * Violência * Clandestinidade * Abuso de confiança (precariedade) - Defesa Na doutrina há a autotutela e eterotutela também. (Ver sobre a fungibilidade). * Direta * Indireta - Direta O próprio prejudicado atua por sua própria força e condições exercendo a legitima defesa na turbação (ainda não perdeu e está impedindo que perca) ou desforço imediato no esbulho (já perdeu, e quer retomar a posse), é autorizado por lei no 1.210 §único. * Legítima defesa A força tem que ser proporcional a ofensa. * Desforço imediato Tem que ser imediatamente, não pode, por exemplo, esperar seis meses e retirar. - Indireta * Interdito proibitório Usado para prevenir, cautelamento de algo que está para acontecer. * Manutenção * Reintegração AÇÕES ATÍPICAS - Nunciação obra nova Visa a obstrução da construção. Construção fora dos parâmetros da lei. Suspende a posse e pode demolir. - Ação dano infecto Há uma construção abandonada ou em ruína que é perigosa para pessoas que circulam naquele local, coloca em risco a saúde ou a segurança. Também obras abandonadas onde seja ponto para drogas. Ou terrenos abandonados que estão acumulando insetos. Pedir indenização pelos danos causados. Inclui a ADM pública, pois esta deveria fiscalizar. Ex: prédio da Avenida Paraná. - Imissão de posse Ação correta para quando a pessoa adquire a propriedade e não a posse. - Embargos de terceiro Possuidor sem vínculo jurídico com o fato discutido e o resultado atinge o bem que a pessoa tem. Outra relação jurídica da qual não faz parte atinge. Outros efeitos: Ideia da boa fé e má fé. Frutos Todo bem tem a capacidade de gerar frutos que beneficiaram o possuidor, deverão ser restituídos ao proprietário ou ao antigo proprietário esbulhado ou não. - Boa fé: Esse possuidor tem direito de percepção dos frutos, sem obrigação de restituição enquanto durar a boa fé. Ex: na minha casa tem pé de laranja, sou inquilino, enquanto durar meu contrato de locação posso usar as laranjas, após vencer, restituo o bem. Se não restituir, a posse de boa fé considera-se de má fé, tudo que se consumiu pra trás não precisa restituir, apenas os pendentes, entregue junto com os bens. * Percepção * Pendentes restituição * Colhidos antes restituição * Dedução despesas - Má fé: * Restituição Denise * Dedução despesas Se produziu de forma violenta, clandestina, abuso de confiança, etc, paga mas deduz as despesas feitas. Não pode causar enriquecimento sem causa. Benfeitorias Pegar explicações com a lari - Boa fé: Regra geral direito indenização as benfeitorias necessarias e uteis e levantar as voluptuarias desde q nao prejudique o bem, tem direito a retençao, não restitue qnd não pagar. * Indenização * Necessárias/úteis * Levantamento voluptuárias * Retenção - Má fé: * Indenização * Necessárias * Não retenção Responsabilidade - Boa fé: * Culpa - Má fé: * Objetiva * Exceção ocorrência mesma posse outro PROPRIEDADE - Domínio/propriedade Na doutrina são utilizados como sinônimos. - Direito real: aquele com maior abrangência, a partir dai o titular cria a favor de 3ºs os demais direitos reais. Direitos reais tem mais estabilidade de dívidas?*, permitindo sua extinção e modificação única, extinguindo-se única e exclusivamente pelos motivos previstos em lei. * Maior abrangência * Essencial * Origem outros direitos reais - Poderes (1.228) Primeiro limite de ordem econômica regidos pela propriedade privada, função social, produção de riquezas, etc (art. 170 CF), poderes sobre esses fins econômicos, sobre promoção a eles. Os fins sociais leva em tese ao desenvolvimento social, atingidos os objetivos da CF bem como o art. 7º. A maior diferença do 1.228 §1º está relacionada ao meio ambiente, falando que amplia a proteção ambiental, a fauna, flora, não poluição do ar, proteção do ambiente ecológico e patrimônio cultural. * Usar * Fruir * Dispor * Reaver CARACTERÍSTICAS A propriedade tem como característica: Tratados dentro de legitimidade de exercício, não apenas absoluta mas também tratada relativamente. - Absoluta Através do exercício de seus poderes é oponível a terceiros, tem que respeitar o dono da propriedade, relativa pois quando a função social não se cumpre ela é relatividade. - Exclusiva A lógica da exclusividade é vinculada a oponibilidade, também a um titular, quando ela é dividida entre vários titulares mas a propriedade é uma só. Ex: condomínio. - Perpétua/irrevogável Apenas que a não utilização de plano não extingue a propriedade, esta só extingue por motivos previstos em lei. FORMAS DE AQUISIÇÃO - Originária: * Sem transmissão * Sem defeitos/limitações - Derivada: A partir da vontade ou por determinação legal. * Com transmissão Transmite todos os defeitos, vícios e limitações. * Intervivos/causa mortis Decorrente da morte do particular (causa mortis). - Transmissão: * Tradição Transmite apenas a posse, mas não a propriedade. * Registro título BENS IMÓVEIS Registro título - Título (contrato): * Instrumento público 108 * Particular - Transmissão (registro): * CRI * Matrícula - Prenotação 1.246 Aquele que primeiro protocolar o bem tem preferência sobre ele. - Efeitos: * Constitutivo * Publicidade (oponibilidade) Todos os direitos reais demandam a publicidade. * Legalidade * Força probaute * Continuidade ACESSÕES - Justaposição: * + valor * + utilidade - Modo originário - Ato humano (artificial/industrial) - Fato natural 1.248 NATURAIS Acréscimo da área decorrente de um fato da natureza, aumento da área não do imóvel e sim da sua utilidade econômica e seu valor. Formação de ilhas, aluvião e avulsão, formação de um rio particular e não dos rios públicos, limites de estados, rios navegáveis e sim rios particular, fora dessas condições para o aumento da área. Traço imaginário que divide o rio, o álveo, vinculando a propriedades ribeirinhas/confrontantes(desenho Babi). Deve promover a regularização dessas áreas junto a matrícula do imóvel para ter a propriedade adquirida. * Ilhas 1.249 * Aluvião 1.250 Acréscimo pela junção de detritos, seguimentos que se juntam a determinado pedaço da margem aumentando o espaço, só há a necessidade da regularização mediante processo administrativo. * Avulsão 1.251 Desprendimento de uma área, rio se junta a outro. Quem perdeu tem direito de cobrar no prazo de 1 ano. ** Denise entendeu * Abandono Álveo 1.252 Rio altera o curso e áreas que eram alagadas ficam secas e as que ficaram alagadas perdem sua utilidade. Sempre por obra da natureza e nunca humana. ARTIFICIAIS Ação humana, benfeitorias. - Presunção propriedade 1253 Todas as benfeitorias que são acrescidas a determinado imóvel presumem-se pertencer a seu proprietário. Ex: a casa construída em meu terreno presume-se que é minha. Liga-se ao ato de construir, plantar e semear. - Construir/plantar/semear - Terreno próprio/insumos alheios Prédio urbano ou rústico , todos os acessórios são acrescidos. Escritura pública da hipoteca, dando em garantia os bens móveis. Insumos (materiais construção/mão-de- obra/projetos/equipamentos/sementes/mudas de plantas/agrotóxicos/adubos). Tenho um determinado terreno, se construírem em meu terreno presume-se que a propriedade é do lote, tudo o que há na casa, cama geladeira televisão, pertence da mesma forma ao proprietário, independente da averbação que complementa isso. Numa propriedade rural que há a terra, galpão, rampa de manutenção dos tratores, os tratores, animais de serviço e consumo, portanto, há a terra, benfeitoria fixa imóvel e ... presume-se que tudo isso seja do proprietário, quando há essa presunção para os acrescidos o problema é que se eventualmente for executada por dívida, a execução e penhora pega esses bens que estão no imóvel, ex: trator emprestado tem que comprovar p banco que não é seu, pois ele está no bem imóvel rural. Se há possibilidade de separar os bens imóveis dos acessórios, pode dar em garantia as duas coisas, ex: dou em garantia meu lote em terras sem o que está em cima, pois posso dar tudo o que está em cima em garantia. Assim, propriedade rural pode ser considerada universalidade do bem ou único bem. * Adquire propriedade 1254 boa fé * Ressarcimento * + perdas e danos (má-fé) - Terreno próprio/insumos alheios 1255 * Perde insumos boa fé * Indenização * Valor acessões superior solo - aquisição/boa fé Aquele que planta em terreno próprio e insumo alheio, a terra é sua, o insumo são de outras pessoas. Ex: insumos de uma cooperativa em terreno próprio. Quando o valor das acessões é superior ao valor do solo há a aquisição de boa fé. - Ambos má-fé 1.256 O art. fala em valor das acessões. Ressarcimento dos insumos é valor do material, do que gastou, mas não do valor do resultado. Já na acessão é o valor do resultado disso tudo. * Aquisição para proprietário solo * Ressarcimento valor acessões Aquele que não atuou de boa fé perde os insumos sem direito a indenização. Pode haver contestação ao enriquecimento sem causa. - 3º boa fé/terreno e insumos alheios 1257 * Aplicação 1256 Aplica-se a mesma lógica do 1256. A partir dai quando é feito em zona lindeira, invadindo a área de outra pessoa. - Zona lindeira 1258/1259 1) - Invasão - 20% * Adquire solo invadido Boa fé * Valor construção maior * Área + desvalorização Quando não ocorrer a invasão menor que 20% tem que demolir ou resolver de outra forma. Quando a área invadida for igual ou superior de 20% e não puder ser demolida, também adquire a propriedade mais 10x valor perdas e danos. 2) - ≠ +20% - Valor construção + - Não puder demolir - Adquire propriedade - 10x valor perdas e danos 3) - Invasão + 20% - Adquire propriedade - Perdas e danos x 2 - Desvalorização Quando o valor for superior a 20%. USUCAPIÃO BEM IMÓVEL - Prescrição aquisitiva - Posse + tempo + requisitos legais - Animus específico - Tempo = força transforma direito Requisitos 1) Pessoais: - Capacidade - Aptidão - Impedidos * Cônjuge * Ascendentes/descendentes * Incapazes .... apagou o quadro 3) Posse: * Animus * Contínua * Sem oposição 4) Tempo 5) Declaração por sentença 6) Especiais: * Justo título * Boa fé * Uso ESPÉCIES 1) Extraordinária 1238 - Posse 15/10 anos - Presunção boa fé - Sentença 2) Ordinária 1242 - Posse 10/05 anos - Justo título boa fé - Sentença 3) Especial - Rural 1239 - Posse os anos - Imóvel até 50 ha - Não público - Moradia habitual - Produtiva - Não proprietário - Sentença - Urbana 1240 - Posse 05 anos - Imóvel até 250m² - Moradia - Não proprietário - Sentença 4) Conjugal 1240-A - Imóvel urbano 250m² - Propriedade comum - Abandono - Moradia/não proprietário - Sentença 5) Coletivo art. 10 - Estatuto, 1228 §4º - 05 anos - + 250m² - Vulnerabilidade - Não determinação área individual - Não proprietários - Sentença - Condomínio especial - Fração ideal AQUISIÇÃO MÓVEL - Usucapião: 1.260-1.262 * 03 anos * 05 anos Todas as regras da usucapião imóvel se aplica em móvel. Porém, há duas só em móvel: ordinária, com a posse de 3 anos ininterruptos, e a extraordinária que há um prazo maior, de 5 anos sem interrupção. É possível usucapião quando não se pode transferir o bem, embora seja muito difícil encontrar. - Ocupação/apreensão 1.263 Ocupação do bem móvel a partir do momento que a pessoa assenhora, se tornando proprietária. Ao invés de ocupação, a doutrina chama de apreensão. - Achado de tesouro 1.264-1.266 Na condição que o código nos traz, resquício de situação anterior, difícil que aconteça. Coisa antiga de valor que não se tenha conhecimento do dono. Eventualmente quando se encontra bens de valores históricos e culturais, inicialmente serão do estado com remuneração de quem encontrar. Quem custeia o tesouro, quem encontra em terreno alheio e em caso fortuito é trabalhado no CC. - Tradição 1.267/1.268 Entrega efetiva do bem. As vezes é ficta, pela desnecessidade da tradição real. - Especificação 1.269-1.271 Ideia da criação a partir de determinada matéria prima, vinculada a uma obra de arte que depende da manipulação do ser humano. Direito autoral da propriedade intelectual, na prática não há aplicação pura do CC. Ou há coisa de natureza artística ou industrial. Regra básica do CC diz que fornece insumos. - Confusão/comissão/adjunção 1.272/1.273 Mistura de bens que sejam líquidos e se transforme em outros bens, da mesma forma de bens sólidos. PERDA DA PROPRIEDADE Sempre que há a aquisição da propriedade por alguém, há a perda da possibilidade por outra pessoa. Só conseguimos ter a propriedade se ela não é de alguém, abandona, renúncia, se era de alguém e passou pra mim ou se o objeto era desaparecido perdendo sua utilidade. 1) Alienação: - Compra e venda - Troca - Dação em pagamento - Doação Todas as formas de alienação com esse objetivo, compra e venda, troca dação em pagamento são alienação onerosa e a doação é gratuita. As 4 hipóteses é decorrente de negócio jurídico derivado entre as partes, perda pra um, aquisição para outro. Bem móvel tradição e imóvel tradição+ registro. Só transmite propriedade através disso. 2) Renúncia - Res nullius - Sem dono Maria Helena Diniz entende a renúncia como favor de alguém. O proprietário expressa formalmente que não tem interesse mais nessa situação. Em bem imóvel tem que expressar também conforme o art. 108 CC (de forma pública, escritura pública, declaração). O titular não quer ser mais titular da propriedade, transforma a coisa sem dono: res nullius. Ausência de interesse na titularidade. Se há a renúncia a favor de alguém há a doação. 3) Abandono - Sem dono A coisa também se torna sem dono, mas tem que mostrar isso faticamente. Não consegue se eximir da responsabilidade tributária, ao contrário da renúncia. Ex: se eu abandonei e há perigo para sociedade, eu respondo por isso. Vontade/voluntária: abandono, renúncia e alienação 4) Perecimento objeto Pode acontecer em caso fortuito e força maior. Se dá em desaparecimento físico natural do objeto ou perda da sua utilidade econômica. 5) Desapropriação Atuação do estado. Sempre que tiver interesse público sobrepondo a interesse privado, o Estado pode retirar coercitivamente a propriedade de alguém, mediante prévia e justa indenização. Prazo de 05 anos para ser desapropriado. Involuntária: perecimento do objeto e desapropriação RESTRIÇÕES DIREITO PROPRIEDADE Todo o contexto da propriedade não é de exercício absoluto por parte do proprietário, tendo restrições de interesse público e privado. - Interesse público/social * Perdimento * Desapropriação Impõe certas regras, impondo o interesse público sobre o particular, tendo a pena de perdimento, quando o particular usa o bem para um fim ilícito. Vincula a ideia de desapropriação e pena de perdimento. - Interesse privado * Direito de vizinhança * Uso abusivo Gera interferência no entorno, seja nas pessoas que trabalham por ali ou circulam o local. * Interferência indevida Uma interferência que atinge a saúde, o sossego e a segurança. Posso ter um local que faço festas, mas não de qualquer tempo, forma, som, horário. Há normas técnicas para isso. * Saúde/sossego/segurança Interesse das outras pessoas acaba sendo ofendido ou atingido pelo uso ou atuação do proprietário. DIREITO DE VIZINHANÇA A propriedade traz uma série de direitos e deveres. - Uso nocivo da propriedade; - Abusividade/interferência; Sempre que tiver interferência pode buscar em juízo a cessação desta. A adm pública pode fiscalizar isso. - Saúde/sossego/segurança; Quando deixo de cuidar, fazer a manutenção do imóvel. - Direito fazer cessar interferência; - Limites tolerância (ordinários); - Localização (zoneamento); - Uso/destinação bem; - Normas administrativas; - Normas técnicas. - Interesse público (1.278); Aquele que suporta a interferência em benefício da sociedade tem direito a indenização. O proprietário é responsável pare o pagamento da indenização e a adm pública, eventualmente. * Suportar; * Indenização; - Obrigação suportar (1.279); Mesmo que se determine que a interferência tem que ser suportada por haver interesse público, é possível que a parte exija, se tiver tecnologia disponível para isso, minimizar ou eliminar essa transferência. Ex: baladas com equipamentos de proteção acústica. * Minimizar; * Eliminar; (Tecnologia disponível) CAUÇÃO DANO INFECTO 1.280/1.281 - Prédio; bem imóvel que está em situação de ruína e pode desabar. O proprietário em juízo pode reparar o bem ou sua demolição. - Perigo: * Desabamento; * Ruína; - Reparar/demolir; - Prestar caução: * Eventual dano futuro; - Aplica-se adm. pública Tanto como proprietário do imóvel quanto como órgão fiscalizador. PASSAGEM FORÇADA - Prédio: * Rústico * Urbano * Encravado - Sem acesso: 1.285 * Via pública; * Nascente; * Porto; - Compulsividade: * Indenização; * Modo + cômodo: -> Natural -> Menos oneroso - Extinção: * Não uso (10 anos); * Alteração situação fática. - Ação obrigação de fazer 497-501 CPC - Passagem cabos/tubulações * Serviços essenciais; * Aplicação: -> Sem outra forma; -> Onerosidade; - Indenização - Forma mais gravosa - Obras de segurança 1.286/1.287 - Ação obrigação de fazer 2º BIMESTRE Condomínio geral – art. 1314 CC 1. Condomínio voluntário Comunhão de propriedade – quando há mais de um sujeito de direito que tem titularidade sobre um bem. Cada um dos proprietários pode exercer seus direitos sobre o bem de forma individual ou coletiva. Art. 1315 – cada proprietário assume as despesas da sua parte sobre o bem. Presume-se que as partes são iguais, a não ser que na matricula conste a parcela de cada um. Classificação - quanto à origem a. Condomínio convencional ou voluntário: quando decorre da vontade dos condôminos para sua formação, ou seja, quando duas ou mais pessoas adquirem o mesmo bem; os direitos de proprietário pertencem a mais de uma pessoa, sobre o todo e a parte que te corresponde. b. Condomínio eventual: depende da manifestação de vontade de terceiro, ou seja, do doador ou do testador, ao efetuarem uma liberalidade a várias pessoas. c. Condomínio legal ou necessário: apresenta-se assim porque a lei determina; - quanto à forma a. Condomínio pro diviso: há uma comunhão de direito com aparência de condomínio, mas cada condômino tem sua parte certa e determinada; age como dono exclusivo da parte ocupada; b. Condomínio pro indiviso: há comunhão de fato e de direito; não há localização de partes certas e determinadas; não há individualização para a utilização do bem, como por exemplo, em prédios onde os andares pertencem a vários proprietários; c. Condomínio transitório: é convencional ou eventual; as partes podem extingui-lo quando quiserem; d. Condomínio permanente: é o legal; dura enquanto permanecer a situação que o determinou; - quanto ao objeto a. Condomínio universal: conjunto de patrimônios do sujeito; abrange todos os bens, inclusive frutos e rendimentos. b. Condomínio singular: incide sobre coisa determinada, por exemplo, muro divisório. Personalidade jurídica Art. 12 IX CPC – personalidade anômala (não pode se classificar nem como pessoa física, nem como pessoa jurídica). Porém, pode demandar ou ser demandado numa ação judicial. Direitos e deveres dos condôminos Art. 1314 Os condôminos têm o direito de: a. Usar da coisa e exercer direitos compatíveis com a indivisão: quanto ao direito de usar da coisa, o condômino não pode alterar a destinação nem a substância da coisa sem o consentimento dos outros; quanto ao exercício de direitos, um condômino não pode impedir que os demais condôminos se utilizem também de seus direitos; cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da coisa comum ou pelos danos causados; e nenhum condômino pode dar posse, uso ou gozo da propriedade à estranhos sem o consentimento de todos. b. Reivindicá-la de terceiro: como o direito de reivindicar é deferido ao proprietário, o condômino só pode propor ação reivindicatória contra terceiro, e não contra outro condômino, porque este também é proprietário e oporia ao reivindicante direito igual. Contra outro condômino só pode caber a possessória, mas a reivindicação, intentada pelo condômino contra terceiro, deve versar sobre todo o imóvel indiviso, e não sobre a quota do reivindicante somente. c. Defender a sua posse: a defesa quelhe é assegurada pode ser exercida contra terceiro e contra outro condômino. Não basta, todavia, ser condômino para estar legitimado a fazer uso dos interditos possessórios. Só o condômino que for também possuidor tem o direito de ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. d. Alhear a respectiva parte indivisa ou gravá-la: quanto à alhear, este prevê o direito de preferência em favor dos demais condôminos, e quanto à gravar a sua parte, pode, por exemplo, dá-la em hipoteca. Os condôminos têm dever de: a. Usar da coisa comum de maneira que não a deteriore, sem privar o uso dos outros condôminos. b. Contribuir com as despesas de conservação da coisa e de todas as outras de interesse comum. Extinção do condomínio Art. 1320 – a ação de divisão é imprescritível. Art. 1322 – se pode dividir, divide e reparte o que foi apurado. Se for indivisível, é necessário adjudicar. O que tem preferência são os outros condôminos e depois o terceiro. E entre os condôminos a preferência é daquele que tiver benfeitoria mais valiosa ou então a maior parcela sobre o bem. 2. Condomínio necessário É o imposto pela lei, como no caso de paredes, cercas, muros e valas. O proprietário que tiver direito a estremar um imóvel com paredes, cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação na parede, muro, valado ou cerca do vizinho, embolsando-lhe metade do que atualmente valer a obra e o terreno por ela ocupado. Não havendo acordo entre os vizinhos quanto ao preço da obra, será ele arbitrado por peritos, a expensas de ambos os confinante. O condomínio necessário não se origina, portanto, de uma convenção ou de sucessão hereditária. Decorre de imposição da ordem jurídica, em razão de situações peculiares determinadas pelo direito de vizinhança. Condomínio edilício Art. 1331 – condomínio edilício ou por edificação – todos condomínio deve ter, obrigatoriamente, ato de instituição, convenção, e regulamento. Ato de instituição – pode se dar através de destinação feita pelo proprietário, por incorporação ou por testamento. Convenção – cada condomínio tem uma convenção para seus condôminos. É a lei maior do condomínio. Ato de constituição tem que ser, necessariamente, documento escrito. Perante os condôminos, a convenção tem validade desde a sua votação/aprovação. Para terceiros, tem validade a partir do registro no CRI. (Art. 1333 – quórum para aprovação de convenção – para aprovar, é necessário 2/3 das unidades para sua aprovação) Regulamento interno – são tratadas as questões mais simples do cotidiano (ex: uso piscina, uso churrasqueira, etc.) Direitos e deveres do condômino edilício Art. 1335 – direitos I – livre disposição da minha unidade. II – posso exercer meu direito de usar as partes comuns, porém não posso usar sempre, retirando o direito dos outros condôminos. III – para poder participar ativamente das assembléias, o condômino deve estar em dia com as suas despesas; se não está, não pode ser proibido de escutar o que está sendo dito, pois se trata de um espaço coletivo, o condômino só não pode participar. Art. 1336 – deveres I – contribuir com as despesas na proporção da sua fração; II – não realizar obras que comprometam a segurança da edificação; III – não alterar cores e formas da fachada, das partes e esquadrias externas; IV – usar sua parte para o fim a que se destina, de maneira que não prejudique o sossego, salubridade e segurança ou aos bons costumes. §1º - o condômino que não pagar sua contribuição fica sujeitos aos juros moratórios, de 1% a.m e multa de ate 2% sobre o débito. Administração do condomínio A administração do condomínio é exercida por um síndico, que pode não ser condômino, cujo mandato não pode exceder de dois anos. É permitida a reeleição, pelo conselho fiscal e pelas assembléias gerais, que terão como diretriz a convenção e o regimento interno. Extinção do condomínio O condomínio pode extinguir-se por vários motivos, casuais ou jurídicos, como: a) pela destruição do imóvel por qualquer motivo, como, por exemplo, incêndio, terremoto, inundação; b) pela demolição voluntária do prédio, por razões urbanísticas ou arquitetônicas, ou por condenação do edifício pela autoridade pública, por motivo de insegurança ou insalubridade ou por ameaça de ruína; c) pela desapropriação do edifício, caso em que a indenização será repartida na proporção do valor das unidades imobiliárias; d) pela confusão, se todas as unidades autônomas forem adquiridas por uma só pessoa. Propriedade Resolúvel – art. 1359 CC 1. Conceito: a propriedade é resolúvel quando o titulo de aquisição está subordinado a uma condição resolutiva (quando perde o direito de propriedade em razão de uma cláusula resolutiva) ou condição do termo (suspensão dos efeitos do negócio jurídico; precisa que aconteça o futuro incerto para que ocorra a doação). 2. Natureza jurídica: é considerada como uma das modalidades do domínio; reconhece- se que a revogação deste é mera conseqüência da resolução do ato jurídico de que se originou. 3. Causas de resolução da propriedade 3.1. Resolução pelo implemento da condição ou pelo advento do termo: a condição ou termo referidos constam do título constitutivo da propriedade, de tal forma que o terceiro que a adquiriu não poderá alegar surpresa. O adquirente de algum bem, sobre o qual pende condição ou termo resolutivo, não pode alegar prejuízo, advindo da subseqüente resolução, pois ou o prejuízo decorreu de sua própria negligência, ou, então, assumiu espontaneamente o risco da resolução. A condição ou termo resolutivo operam retroativamente (ex tunc), e todos os direitos constituídos em sua pendência se desfazem, como se jamais houvessem existido. 3.2. Resolução por causa superveniente: se alguém, por exemplo, receber um imóvel em doação e depois o alienar, o adquirente será considerado proprietário perfeito e se, posteriormente, o doador resolver revogar a doação por ingratidão do donatário, embora se permita a revogação, não pode ela prejudicar direitos adquiridos por terceiros. Como se trata de causa superveniente, o adquirente não podia prevê-la. O doador, nesse caso, só poderá cobrar do donatário o valor da coisa, porque esta continuará pertencendo ao adquirente de boa-fé. Propriedade Fiduciária – art. 1361 CC 1. Conceito: considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor. Na propriedade fiduciária dá-se a transferência do domínio do bem móvel ao credor, denominado fiduciário (em geral, uma financeira, que forneceu o numerário para a aquisição), em garantia do pagamento, permanecendo o devedor (fiduciante) com a posse direta da coisa. O domínio e a posse indireta passam ao credor, em garantia. 2. Modos de constituição: constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro. O contrato deve ter, portanto, a forma escrita, podendo o instrumento ser público ou particular, e conter: a) o total da dívida, ou sua estimativa; b) o prazo, ou a época do pagamento; c) a taxa de juros, se houver; d) a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos indispensáveis à sua identificação. 3. Direitos e obrigações do fiduciante: os direitos e obrigações do fiduciante (devedor) resumem-se em: a)ficar com a posse direta da coisa e o direito eventual de reaver a propriedade plena, com o pagamento da dívida; b) purgar a mora, em caso de lhe ser movida ação de busca e apreensão; c) receber o saldo apurado na venda do bem efetuada pelo fiduciário para satisfação de seu crédito; d) responder pelo remanescente da dívida, se a garantia não se mostrar suficiente; e) não dispor do bem alienado, que pertence ao fiduciário (nada impede que ceda o direito eventual de que é titular, consistente na expectativa de vir a ser titular, independentemente da anuência do credor, levando a cessão a registro); f) entregar o bem, em caso de inadimplemento de sua obrigação, sujeitando-se ao pagamento de perdas e danos, como depositário infiel. 4. Direitos e obrigações do fiduciário: a obrigação principal do credor fiduciário consiste em proporcionar ao alienante o financiamento a que se obrigou, bem como em respeitar o direito ao uso regular da coisa por parte deste. Deve, portanto, não molestar a posse direta do fiduciante e não se apropriar da coisa alienada. Se o devedor é inadimplente, fica o credor obrigado a vender o bem, aplicando o preço no pagamento de seu crédito, acréscimos legais, contratuais e despesas, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor. Quando, vendida a coisa, o produto não bastar para o pagamento da dívida e das despesas de cobrança, continuará o devedor obrigado pelo restante. 5. Pacto comissório: o CC proíbe, declarando nula, a inserção, no contrato, de cláusula que permita ao credor ficar com a coisa alienada em garantia, em caso de inadimplemento contratual (pacto comissório). Incumbe ao credor, promover as medidas legais para vender, judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiros, e aplicar o preço no pagamento de seu crédito, entregando o saldo, se houver, ao devedor. 6. Procedimento em caso de inadimplemento do contrato: comprovada a mora do devedor, pode o credor considerar vencidas todas as obrigações contratuais e ajuizar ação de busca e apreensão, obtendo a liminar. A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento, mas deverá ser comprovada mediante o protesto do título ou por carta registrada, expedida por intermédio do Cartório de Títulos e Documentos, a critério do credor. Decreto 911/69 **obrigatório** Art. 3º – busca e apreensão: o primeiro ato é de pronto a busca e apreensão, ao contrário da execução, onde o réu é citado, etc. O credor não espera receber o dinheiro do devedor, ele busca a posse do bem, que é o objeto da garantia, mas para que tenha a busca e apreensão, é indispensável que seja comprovada a mora. Mora – comprovação com simples carta feita através de AR – feita a busca e apreensão, a posse plena volta a ser do credor. O devedor tem direito de contestar (ampla defesa e contraditório). Prisão civil Art. 3º §1º – consolidação da posse e propriedade §6º – multa – se a sentença for de improcedência Prazo para contestação da ação de busca e apreensão – 15 dias. Direitos reais sobre coisa alheia Servidão (art. 1378) 1. Conceito: é um ônus real, voluntariamente imposto a um prédio (o serviente) em favor de outro (o dominante), em virtude do qual o proprietário do primeiro perde o exercício de algum de seus direitos dominicais sobre o seu prédio, ou tolera que dele se utilize o proprietário do segundo, tornando este mais útil, ou pelo menos mais agradável. A servidão deve vir expressa na matrícula registrada no CRI. 2. Características a. É uma relação entre dois prédios distintos: o prédio serviente sofre as restrições em benefício do outro, chamado dominante. b. Os prédios devem pertencer a donos diversos c. Nas servidões, serve a coisa e não ao dono: o dono do prédio serviente deve suportar o exercício da servidão. d. A servidão não se presume, pois se constitui mediante declaração expressa dos proprietários ou por testamento, e por registro no CRI. e. A servidão deve ser útil ao prédio dominante. A servidão há de trazer alguma vantagem, de modo a aumentar o valor do imóvel dominante. f. A servidão é direito real e acessório: é direito real porque incide diretamente sobre bens imóveis, embora alheios. E é direito acessório porque depende do direito de propriedade. g. A servidão é de duração indefinida porque perde sua característica de servidão quando estabelecida por tempo limitado. h. A servidão é indivisível porque não se desdobra em caso de divisão do prédio dominante ou do prédio serviente. i. A servidão é inalienável. Por decorrer de uma necessidade do prédio dominante, não se concebe sua transferência a outro prédio, pois implicaria extinção da antiga servidão e constituição de outra. 3. Classificação 3.1. Quanto ao exercício a. Contínuas: quando exercida independentemente de uma ação humana e, em geral, ininterruptamente. b. Descontínuas: é a que tem o seu exercício condicionado a algum ato humano atual, como na de trânsito e na de retirada d’água. 3.2. Quanto ao modo de exercício a. Positivas: confere ao dono do prédio dominante o poder de praticar algum ato no prédio serviente, como a servidão de trânsito e a de tirada d’água. b. Negativas: impõe o dever de abster-se da prática de determinado ato de utilização. 3.3. Quanto à visibilidade a. Aparente: é a servidão que se manifesta por obras exteriores, visíveis e permanentes, como a de passagem e a de aqueduto, em que o caminho e os condutos podem ser vistos. b. Não aparente: é a servidão que não se revela por obras exteriores, como a de não edificar além de certa altura ou de não construir em determinado local. 4. Modos de constituição 4.1. Servidão constituída por ato humano a. Causa mortis ou inter vivos: as servidões podem ser constituídas por negócio jurídico causa mortis (testamento), ou por ato inter vivos (pelo contrato, em regra, a título oneroso). b. Ação de divisão: a servidão pode, assim, ser instituída judicialmente pela sentença que homologar a divisão, declarando-se na folha de pagamento as servidões indispensáveis que recaírem sobre o quinhão demarcado ou que a seu favor forem instituídas. c. Usucapião: o exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião. d. Destinação do proprietário: dá-se a constituição da servidão por destinação do proprietário quando este estabelece uma serventia em favor de um prédio sobre outro, sendo ambos de sua propriedade, e um deles é alienado. 5. Regulamentação 5.1. Obras necessárias à conservação e uso: o dono de uma servidão pode fazer todas as obras necessárias à sua conservação e uso, e, se a servidão pertencer a mais de um prédio, as despesas serão rateadas entre os respectivos donos; as obras devem ser feitas pelo dono do prédio dominante, se o contrário não dispuser expressamente o título; quando a obrigação incumbir ao dono do prédio serviente, este poderá exonerar-se, abandonando, total ou parcialmente, a propriedade ao dono do dominante; se o proprietário do prédio dominante se recusar a receber a propriedade do serviente, ou parte dela, caber-lhe-á custear as obras. 5.2. Exercício das servidões: o dono do prédio serviente não poderá embaraçar de modo algum o exercício legítimo da servidão. 5.3. Remoção da servidão: a servidão pode ser removida, de um local para outro, pelo dono do prédio serviente e à sua custa, se em nada diminuir as vantagens do prédio dominante, ou pelo dono deste e à sua custa, se houver considerável incremento da utilidade e não prejudicar o prédio serviente.6. Extinção: salvo nas desapropriações, a servidão, uma vez registrada, só se extingue, com respeito a terceiros, quando cancelada. Se o prédio dominante estiver hipotecado, e a servidão se mencionar no título hipotecário, será também preciso, para a cancelar, o consentimento do credor. Também se extingue pela reunião do domínio da mesma pessoa nos dois prédios, pelo não uso por 10 anos contínuos. Usufruto (art. 1390) 1. Conceito: é o direito de usar uma coisa pertencente a outrem e de perceber-lhe os frutos. O usufruto é o direito real de retirar da coisa alheia durante um certo período de tempo as utilidades e proveitos que ela encerra, sem alterar-lhe a substância ou mudar-lhe o destino. 2. Características a. É direito real sobre coisa alheia, pois se reveste de todos os elementos que identificam os direitos dessa natureza. b. Tem caráter temporário porque se extingue com a morte do usufrutuário ou no prazo de trinta anos se constituído em favor de pessoa jurídica, e esta não se extinguir antes. c. É inalienável, permitindo-se, porém, a cessão de seu exercício por título gratuito ou oneroso. d. É insuscetível de penhora. A inalienabilidade ocasiona a impenhorabilidade do usufruto. 3. Modos de constituição a. Por determinação legal: é o modo estabelecido pela lei em favor de certas pessoas, como o usufruto dos pais sobre os bens do filho menor; não é vitalício pois cessa com a maioridade dos filhos. b. Por ato de vontade: é o que resulta de contrato ou testamento. Na primeira hipótese, o ato pode ser oneroso ou gratuito, inter vivos ou mortis causa. c. Por usucapião: ordinária ou extraordinária, desde que concorram os requisitos legais. Configura-se ordinário, quando adquirido pelo decurso de lapso prescricional em favor de quem não seja proprietário. Configura-se extraordinária quando consumada a prescrição, onde o direito do usufrutuário subsiste em pleno vigor com todos os seus efeitos diante do verdadeiro proprietário, como se por ele mesmo houvesse sido estabelecido. 4. Coisas objeto de usufruto: o usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos. 5. Espécies a. Quanto à origem - legal: é o instituído por lei em benefício de determinadas pessoas. - convencional: é o que resulta de um negócio jurídico, seja bilateral e inter vivos, seja unilateral e mortis causa. b. Quanto à duração - temporário: é o estabelecido com prazo certo de vigência; extingue-se com o advento do termo. - vitalício: usufruto estabelecido para durar enquanto viver o usufrutuário. c. Quanto ao objeto - próprio: é o que tem por objeto coisas inconsumíveis e infungíveis. - impróprio: é o que incide sobre bens consumíveis ou fungíveis, sendo denominado quase usufruto. d. Quanto à extensão - universal: é o usufruto que recai sobre uma universalidade de bens, como a herança, o patrimônio, etc. - particular: é o que incide sobre determinado objeto, como uma casa, uma fazenda etc. - pleno: é o usufruto que compreende todos os frutos e utilidades que a coisa produz, sem exclusão de nenhum. - restrito: é o que restringe o gozo da coisa a alguma de suas utilidades. e. Quanto aos titulares - simultâneo: é o constituído em favor de duas ou mais pessoas, ao mesmo tempo, extinguindo-se gradativamente em relação a cada uma das que falecerem. - sucessivo: é o instituído em favor de uma pessoa, para que depois de sua morte transmita-se a terceiro. 6. Direitos do usufrutuário: o usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos. - posse: é condição necessária para que o usufrutuário possa exercer seus direitos; tem o usufrutuário a posse direta e justa da coisa frugífera, cabendo ao nu- proprietário a posse indireta. - uso: é uma decorrência natural do usufruto; o usufrutuário pode usar pessoalmente a coisa, como também ceder tal uso, a título oneroso ou gratuito. - administração: cabe ao usufrutuário extrair toda a utilização da coisa usufruída, competindo-lhe, a administração dela. - percepção dos frutos: nesse direito reside a essência do usufruto, pois a sua precípua finalidade é proporcionar ao usufrutuário a fruição da coisa, dela extraindo os frutos naturais ou civis por ela produzidos. 7. Deveres do usufrutuário 7.1. Obrigações anteriores I - inventariar, à sua custa, os bens que receber, determinando o estado em que se acham; a finalidade do inventário é facilitar o ajuste de contas, ao final do usufruto, entre usufrutuário e nu-proprietário, permitindo a verificação do que foi recebido e do que deve ser restituído. II - dar caução de lhes velar pela conservação e entregá-los findo o usufruto; tem por finalidade garantir, cessado o usufruto, a restituição da coisa usufruída, bem como as perdas e danos a este devida, no caso de gozo abusivo pelo usufrutuário. 7.2. Obrigações simultâneas I - conservar a coisa; decorre da própria natureza do usufruto; deve o usufrutuário fruí-la como bonus pater familias, para que possa ser restituída no mesmo estado em que foi recebida. II - fazer as reparações ordinárias; III - pagar certas contribuições; que se restringem às prestações e aos tributos devidos pela “posse ou rendimento da coisa usufruída”. 7.3. Obrigações posteriores I - restituir a coisa; sendo o usufruto um direito temporário, uma vez extinto, volta o bem à posse plena do proprietário, devendo ser devolvido pelo usufrutuário no mesmo estado em que o recebe. 8. Extinção do usufruto I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufrutuário foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395; VIII - pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai Uso (art. 1412) 1. Conceito: o uso nada mais é do que um usufruto limitado, destinado a assegurar ao beneficiário a utilização imediata de coisa alheia, limitada às necessidades do usuário e de sua família (cônjuge, filhos solteiros e empregados domésticos). 2. Características: é indivisível (não pode ser constituído por partes em uma mesma coisa), e também é incessível (não pode ceder seu exercício). 3. Objeto: o direito real de uso pode ter como objeto tanto as coisas móveis como imóveis; se recair sobre móvel, não poderá ser fungível nem consumível. 4. Extinção I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; II - pelo termo de sua duração; III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufrutuário foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer; IV - pela cessação do motivo de que se origina; V - pela destruição da coisa; VI - pela consolidação; VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação; VIII - pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai. Habitação (art. 1414) 1. Conceito: direitoreal temporário e personalíssimo, que serve somente para ocupar/morar com a sua família. Não pode alugar nem emprestar a outrem. 2. Regulamentação legal a. Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família. b. Se o direito real de habitação for conferido a mais de uma pessoa, qualquer delas que sozinha habite a casa não terá de pagar aluguel à outra, ou às outras, mas não as pode inibir de exercerem, querendo, o direito, que também lhes compete, de habitá-la. c. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. Direito do promitente comprador (art. 1417) 1. Conceito: consiste na promessa irretratável de compra e venda, celebrada por instrumento público ou particular e por registro no CRI, pelo qual o promitente vendedor obriga-se a vender ao compromissário comprador determinado imóvel, pelo preço, condições e modos convencionados, outorgando-lhe a escritura definitiva quando houver o adimplemento da obrigação. É um direito real de aquisição, pois não operou arrependimento. Direitos reais de garantia Real – garantia que recai sobre um bem específico. A garantia é una, pois forma um conjunto só. 1. Conceito: o próprio devedor, ou alguém por ele, oferece todo ou parte de seu patrimônio para assegurar o cumprimento da obrigação. 2. Características (art. 1419): a garantia real é mais eficaz, visto que vincula determinado bem do devedor ao pagamento da dívida. Em vez de ter-se, como garantia, o patrimônio do devedor, no estado em que se acha ao se iniciar a execução, obtém-se, como garantia, uma coisa, que fica vinculada à satisfação do crédito. Sua função é garantir ao credor o recebimento da dívida, por estar vinculado determinado bem ao seu pagamento, e por isso o direito de seqüela e de preferência atestam sua natureza substantiva e real. Trata-se o penhor, a hipoteca e a anticrese de direitos reais (CC, art. 1.419), pois são munidos das prerrogativas próprias de tais direitos, mas acessórios, uma vez que visam garantir uma dívida, que é a principal. Assim, extinta a obrigação principal, desaparece o direito real de garantia. 3. Requisitos subjetivos: só aquele que dispõe do bem (proprietário) pode empenhar, hipotecar ou dar em anticrese. 4. Requisitos objetivos: só os bens que se pode alienar que poderão ser dados em hipoteca, penhor ou anticrese. Não podem, assim, ser objeto de garantia, sob pena de nulidade, os bens fora do comércio, como os públicos, os inalienáveis enquanto assim permanecerem, o bem de família, os imóveis financiados pelos Institutos e Caixas de Aposentadorias e Pensões. 5. Requisitos formais (art. 1424): a eficácia da garantia é alcançada pela especialização e pela publicidade. A especialização é a descrição, no contrato, do bem dado em garantia (com suas especificações), do valor do crédito (estimação ou valor máximo), do prazo fixado para pagamento e da taxa de juros, se houver. A publicidade é dada pelo registro do título constitutivo no Registro de Imóveis ou no Registro de Títulos e Documentos. A tradição constitui um elemento importante do penhor, embora possa ser constituído por instrumento particular. A sua eficácia em relação a terceiros é alcançada após o registro do contrato no Registro de Títulos e Documentos. 6. Efeitos dos direitos reais de garantia (art. 1422): o principal efeito das garantias reais consiste no fato de o bem ficar afetado ao pagamento prioritário de determinada obrigação. Visam elas proteger o credor da insolvência do devedor. Disso decorrem, ainda, os seguintes efeitos: a) direito de preferência ou prelação; b) direito de seqüela; c) direito de excussão; d) indivisibilidade. Parágrafo único: em virtude de outras leis, existem dividas que devem ser pagas antes de qualquer outra, como por exemplo, dívidas trabalhistas, créditos fiscais, créditos alimentares, créditos condominiais, etc. 7. Direito de preferência: é a primazia deferida a determinado credor, em virtude da natureza de seu credito, de receber, preterindo aos concorrentes. O bem agravado é aplicado à satisfação exclusiva da dívida. A preferência é assegurada ao credor como garantia real por todas as legislações. 8. Direito de seqüela: é o direito de reclamar e perseguir a coisa, em poder de quem quer que se encontre, para sobre ela exercer o seu direito de excussão, pois o valor do bem está afeto à satisfação do crédito. Assim, quem adquire imóvel hipotecado, por exemplo, está sujeito a vê-lo levado à hasta pública, para pagamento da dívida que está a garantir. O vínculo não se descola da coisa cujo valor está afetado ao pagamento da dívida. Se o devedor a transmite a outrem, continua onerada, transferindo-se, com ela, o gravame. 9. Direito de excussão (art. 1422): é o direito de promover a sua venda em hasta pública, por meio do processo de execução judicial. É requisito que a obrigação esteja vencida. Havendo mais de uma hipoteca sobre o bem, prevalece a prioridade no registro. A ordem dos registros é que determina a prevalência da garantia e não a data do contrato. 10. Indivisibilidade (art. 1421): o pagamento parcial da dívida não acarreta liberação da garantia, ainda que esta compreenda vários bens. Enquanto não for pago totalmente, o bem continua garantindo o remanescente da dívida. 11. Vencimento antecipado da dívida (art. 1425) I – se o bem dado em segurança se deteriorar ou depreciar, desfalcando a garantia e se o devedor intimado não a reforçar ou substituir (é obrigação do devedor manter o objeto íntegro, se este sofre alguma degradação física, é dever do devedor colocar outra coisa em seu lugar). II – se o devedor cair em insolvência ou falir (a falência determina o vencimento de todas as dívidas, o que constitui vantagem de ordem geral). III – se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o pagamento (presume-se que a impontualidade revela insolvência, porém, o recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do credor ao seu direito de execução imediata). IV – se perecer o bem dado em garantia e não for substituído (ao credor assiste o direito de optar entre a execução imediata e o pedido de reforço da garantia). V – se se desapropriar o bem dado em garantia (nesse caso se deposita a parte do preço que for necessária para o pagamento integral do credor; se houver outros bens dados em garantia e o perecimento ocorrer em relação a apenas um deles, o vencimento antecipado se dá apenas da parte proporcional ao bem destruído). Em todas essas hipóteses de vencimento antecipado, não se compreendem os juros correspondentes ao tempo ainda não decorrido. 12. Garantia real outorgada por terceiro (art. 1427): um terceiro pode oferecer coisa sua em segurança da dívida de outrem. O terceiro não fica pessoalmente vinculado por isso não fica obrigado a substituir ou reforçar a garantia caso esta se deteriore. 13. Cláusula comissória (art. 1428): é a estipulação que autoriza o credor a ficar com a coisa dada em garantia, caso a dívida não seja paga. O nosso direito proíbe a cláusula comissória nas garantias reais. A finalidade da proibição é evitar a usura. O credor com garantia real somente poderá excutir o bem, pagando-se com o produto da arrematação. O que sobejar, será devolvido ao devedor. A principal razão da proibição é de ordem moral. Baseia-se nopropósito de proteger o devedor, buscando resguardar o fraco contra o forte. 14. Remissão (art. 1429): os sucessores do devedor não podem pagar a dívida parcialmente de acordo com seu quinhão. Deverá pagar integralmente e depois ficará sub-rogado nos direitos do credor pelas quotas dos outros herdeiros a qual tiver pago. 15. Responsabilidade do devedor pelo remanescente da dívida (art. 1430): quando o objeto dado em garantia (pessoal ou de terceiro) não for suficiente para liquidar a dívida, o devedor continua obrigado a pagar o resto da dívida remanescente. O credor pode requerer a penhora de outros bens do patrimônio do devedor. Penhor 1. Conceito: é transferência efetiva da posse de um bem, garantindo débito ao credor; constituição de garantia real sobre bem móvel alienável. 2. Características a. Direito real, pois o direito recai diretamente sobre a coisa. b. Direito acessório, pois segue o destino da coisa principal. c. O credor pode exercer o direito de retenção (art. 1433 III) d. Em regra, há a transmissão (tradição) da posse para o credor, exceto, em casos especiais (rural, industrial, mercantil e de veiculo – a posse continua com o devedor, que as deve guardar e conservar). 3. Tipos a. Convencional: decorre do acordo de vontades b. Legal: a lei estabelece o penhor c. Comum (art. 1431): as partes convencionam a transmissão da posse. d. Especial: casos como rural, industrial, mercantil e de veículos. 4. Objeto: o penhor recai sobre bens móveis ou suscetíveis de mobilização. 5. Forma: o penhor é um contrato solene, pois a lei exige que seja constituído por instrumento público ou particular, com a devida especificação (identificação e qualificação das partes, o valor do débito e o prazo para pagamento). 6. Direitos do credor a. Exercer a posse da coisa empenhada – a posse do credor é direta e protegida pelos interditos possessórios. b. Retenção da coisa – destina-se a assegurar o ressarcimento das despesas que realizou, desde que devidamente justificadas (as necessárias à conservação do bem) e que não tenham sido ocasionados por culpa sua. c. Ressarcimento do prejuízo sofrido por vício d. Promover a execução judicial ou a venda amigável – para fins de execução judicial, o contrato será havido como título executivo extrajudicial. Poderá ainda promover a venda amigável da coisa empenhada se constar autorização expressa nesse sentido no contrato, ou mediante autorização posterior, em procuração com poderes específicos. e. Apropriar-se dos frutos da coisa empenhada – a apropriação dos frutos pelo credor constitui, além de um reforço da garantia que lhe foi concedida, um adiantamento das parcelas que lhe são devidas. f. Promover a venda antecipada da coisa empenhada – só pode ser realizada se houver receio fundado de que venha a se perder ou deteriorar. g. O credor não pode ser constrangido a devolver a coisa empenhada antes que seja integralmente pago. 7. Obrigações do credor a. Custódia da coisa, como depositário – deve conservar com diligência e cuidado. b. Defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência ao dono dela, das circunstâncias que tornarem necessário o exercício de ação possessória. c. Imputar o valor dos frutos de que se apropriar – constitui um adiantamento das parcelas que lhe são devidas. d. Entregar o que sobra do valor do bem após a dívida ser paga – se o produto apurado for superior à importância devida, cabe ao credor entregar o excedente ao devedor. 8. Direito e obrigações do devedor pignoratício 8.1. Direitos a. Reaver a coisa dada em garantia após o pagamento da dívida; b. Conservar a titularidade do domínio e da posse indireta da coisa empenhada; c. Receber indenização, no valor da coisa, em caso de perecimento ou deteriorização por culpa do credor; 8.2. Deveres a. Ressarcir as despesas efetuadas pelo credor; b. Indenizar o credor dos prejuízos sofridos em razão de vício e defeito oculto da coisa; c. Reforçar ou substituir a garantia real se o bem deteriorar-se ou sofrer depreciação; d. Obter prévia licença do credor se necessitar vender a coisa empenhada. 9. Espécies 9.1. Penhor rural: constitui-se o penhor rural mediante instrumento público ou particular, registrado no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que garante com penhor rural, o devedor poderá emitir, em favor do credor, cédula rural pignoratícia, na forma determinada em lei especial. O penhor rural tem por objeto bens móveis e imóveis por acessão física e intelectual. 9.1.1. Penhor agrícola: o penhor agrícola recai sobre coisas relacionadas com a exploração agrícola. Podem ser objeto dessa modalidade de penhor: I - máquinas e instrumentos de agricultura; II - colheitas pendentes, ou em via de formação; III - frutos acondicionados ou armazenados; IV - lenha cortada e carvão vegetal; V - animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola. O penhor agrícola possibilita, portanto, a concessão de garantia sobre coisas futuras, ou seja, sobre colheitas de lavouras em formação. É negócio solene, pois a lei exige que seja feito por instrumento público ou particular e deve ser registrado no Registro de Imóveis. 9.1.2. Penhor pecuário: o penhor pecuário incide sobre os animais que se criam pascendo, para a indústria pastoril, agrícola ou de laticínios. Recai sobre o gado em geral, mas não abrange os animais de serviço ordinário de estabelecimento agrícola. Deve-se especificar os animais empenhados com a maior precisão possível, indicando o lugar onde se encontram e o destino que têm. O devedor não pode alienar os animais empenhados sem prévio consentimento escrito do credor. 9.2. Penhor industrial e mercantil: podem ser objeto de penhor máquinas, aparelhos, materiais, instrumentos, instalados e em funcionamento, com os acessórios ou sem eles; animais, utilizados na indústria; sal e bens destinados à exploração das salinas; produtos de suinocultura, animais destinados à industrialização de carnes e derivados; matérias-primas e produtos industrializados. As coisas empenhadas continuam em poder do devedor. 9.3. Penhor de direitos e títulos de crédito: podem ser objeto de penhor direitos sobre coisas móveis, suscetíveis de cessão. Abrange ações negociadas em bolsa de valores ou no mercado futuro, títulos nominativos da dívida pública, etc. Deve ser constituído mediante instrumento público ou particular, “registrado no Registro de Títulos e Documentos. O penhor de crédito não tem eficácia senão quando notificado ao devedor; por notificado tem-se o devedor que, em instrumento público ou particular, declarar-se ciente da existência do penhor. 9.4. Penhor de veículos: podem ser objeto de penhor os veículos empregados em qualquer espécie de transporte ou condução. Pode ter por objeto veículo individualizado ou de frota. Completa-se com a sua anotação no certificado de propriedade. A posse direta permanece com o devedor e não pode alienar ou mudar o veículo empenhado. O penhor de veículos só se pode convencionar pelo prazo máximo de dois anos, prorrogável até o limite de igual tempo. 9.5. Penhor legal: deriva da determinação do legislador. Esse penhor independe de convenção, resultando exclusivamente da vontade expressa do legislador. Aos donos de hotéis, pensões e pousadas, é passível o direito de constituir penhor sobre as bagagens, móveis, jóias ou dinheiro que os hóspedes tenham para garantia do pagamento de dívidas. Penhor legal é um meio direto de defesa, constituindo direito mais amplo que o simples direito de retenção e de maior
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