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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA DISCIPLINA: Química Orgânica Experimental I – QMC5230 TURMA: B Extração da Cafeína Experimento 04 Aluna: Mariana Dal Farra Professor: Antonio Luiz Braga Florianópolis, 2018 2 Sumário 1. Introdução .................................................................................................... 3 2. Objetivos ...................................................................................................... 5 3. Reagentes e Materiais ................................................................................. 6 4. Procedimento Experimental ......................................................................... 7 5. Resultados ................................................................................................... 8 6. Conclusão .................................................................................................... 9 7. Referências Bibliográficas ......................................................................... 10 3 1. Introdução Os alcaloides são substâncias de caráter básico que apresentam em sua estrutura o átomo de nitrogênio, normalmente em um anel heterocíclico. Estes compostos possuem alta atividade como fármacos ou como toxinas. Como exemplo pode ser citado à morfina, imagem 01, um potente anestésico originado do ópio, porém, se usado de forma incorreta, causadora de dependência. Imagem 01: Molécula de Morfina. A cafeína, imagem 02, é um composto psicoativo amplamente consumido através do consumo do café e de outros produtos como chás, refrigerantes e chocolates. Esta substância pode ser extraída de diversos meios, porém, quando se escolhe obtê-lo por meio de chás, existe um obstáculo. Junto à cafeína, também se extraí dos chás os taninos, moléculas de caráter ácido solúveis em água quente cujo peso molecular entra entre 500 a 3000. Para que isso não ocorra é necessária à utilização de uma base para romper o sal formado pelo tanino e permitir a solubilização somente da cafeína. Imagem 02: Moléculas de Cafeína. 4 A técnica utilizada para a extração da cafeína foi na forma líquido- líquido, que envolve a utilização de dois solventes imiscíveis e com propriedades de solubilidade diferentes, um solvente aquoso e um orgânico. Desta forma, ao agitar a mistura, os fluidos entram em contato um com o outro e as substâncias que antes estavam solúveis na água, por exemplo, se forem mais solúveis no solvente orgânico, são removidos de um líquido para o outro e, após um pequeno descanso, os solventes se separam por diferença de densidade e o produto desejado pode ser obtido em uma das fases enquanto a maioria das impurezas fica em outra. O método de recristalização por diferença de solubilidade é utilizado como forma de purificação e consiste na mistura de dois solventes miscíveis onde o produto e a impureza são solúveis no primeiro solvente, mas um dos dois compostos, normalmente o produto puro, é insolúvel no segundo, provocando a precipitação e recristalização. 5 2. Objetivos Obter alcaloides, como a cafeína, através da técnica de extração líquido- líquido e da recristalização por diferença de solubilidade. 6 3. Reagentes e Materiais Os reagentes utilizados no experimento foram: 20,0 g de chá preto 200 mL de água 9,3 g de carbonato de cálcio Diclorometano Sulfato de sódio anidro Acetona Éter de petróleo Os materiais utilizados no procedimento forma: Erlenmeyer Chapa de aquecimento Funil de Büchner Kitassato Funil de separação Papel filtro Funil Balão Banho de gelo Vidro relógio 7 4. Procedimento Experimental Em um erlenmeyer foram adicionados 20,0 g de chá preto comercial (20,077 g), 200 mL de água e 9,3 g de carbonato de cálcio (9,567 g) e a mistura foi colocada para aquecer com agitação ocasional. Após início da fervura foram contados 20 minutos, porém adicionou-se mais água fria ao complexo, pois o mesmo estava iniciando o processo de ebulição violenta, então foram deixados mais 10 minutos sob aquecimento. Após o tempo necessário a mistura foi filtrada a vácuo ainda quente e lavada com água a temperatura ambiente e o filtrado foi resfriado em banho de gelo até temperatura de aproximadamente 10°C. Uma porção do líquido frio foi colocada em um funil de separação e extraída quatro vezes com diclorometano e o mesmo se repetiu com as demais frações, salvando sempre a fase orgânica (inferior) e a fase que continha a emulsão. Posteriormente a extração do filtrado, foi realizada uma nova extração da fase orgânica impura, adicionando solução salina para evitar a formação de emulsão, resgatando somente a fase orgânica pura que foi seca com sulfato de sódio anidro. A fase orgânica seca foi filtrada em um balão previamente pesado (58,539 g) e o solvente foi seco através de rota evaporador gerando uma total de 0,211 g de alcaloides, incluindo a cafeína. Em seguida foram adicionados entre 2 e 3 mL de acetona, aqueceu-se a solução para completa solubilização, e acrescentou-se algumas gotas de éter de petróleo, porém, mesmo resfriando em banho de gelo, não era observado nenhuma precipitação como esperado. Constatou-se que havia água no balão, possivelmente ocorrida pelo uso indevido de vidrarias molhadas, e com o auxílio do professor o produto impuro foi recuperado e então a recristalização ocorreu normalmente. O cristal formado foi filtrado em papel filtro pesado (0.849 g), estocado em um vidro relógio coberto com papel filme e guardado em uma gaveta no laboratório onde permaneceu por quatro dias para garantir que estava completamente seco no momento da pesagem a qual resultou no valor de 0,042 g de cafeína pura. 8 5. Resultados Após quatro dias em repouso, a cafeína pura foi pesada, o ponto de fusão foi observado, o rendimento foi calculado e os dados foram adicionados na tabela 01 junto às informações do produto impuro. Tabela 01: Dados experimentais da extração da cafeína. Alcaloides Cafeína Massa (g) 0,211 0,042 Rendimento (%) 1,05 0,21 P. F. (°C) - 218 - 220 Com isso podemos observar que os alcaloides, incluindo a cafeína, compõem aproximadamente 1% do chá analisado enquanto a cafeína pura representa 0,21% do mesmo. O ponto de fusão do produto puro foi analisado e comparado ao apresentado na literatura para a cafeína e constatou-se que o composto ainda apresenta impurezas como, por exemplo, a clorofila do chá, pois seu ponto de fusão esteve entre 218 e 220 °C quando o esperado para a cafeína pura era entre 234 e 236,5 °C. Além disso, o produto apresentava coloração branca, porém com partes de cor marrom, o que pode ser observado na imagem 03, confirmando a impureza. Imagem 03: Produto analisado após recristalização. 9 6. Conclusão Por meio deste trabalho foi possível estudar e compreender a extração da cafeína, um produto de origem natural que é amplamente utilizado nas indústrias farmacêutica e alimentícia. Pode-se observar que mesmo com a grande quantidade de chá analisado, apenas 0,21% foi recuperada como cafeína pura, valor maior que os dados informados na literatura que dizem que a porcentagem em massa de cafeína em chás está entre 0,02 e 0,07 %. Isso pode ser explicado pela presença de impurezas como a clorofila na amostra 10 7. Referências Bibliográficas I. CABRAL, Célia; PITA, João Rui. Ciclo de Exposições: Temas de Saúde, Farmáciae Sociedade. Catálogo: 1. Alcalóides - Relevância na Farmácia e no Medicamento. 2015. Coimbra. Disponível em: <https://www.uc.pt/ffuc/patrimonio_historico_farmaceutico/publicacoes/c atalogosdeexposicoes/catalogo_1exp.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2018. II. Morphine solution, Sigma-Aldrich, CAS number 57-27-2. Disponível em: <https://www.sigmaaldrich.com/catalog/product/cerillian/m005?lang=pt&r egion=BR>. Acesso em: 02 abr. 2018. III. CERQUEIRA, Fernanda Karina; FERREIRA, Jonas Evaristo. Extração da cafeína do chá. Disponível em: <http://www.cempeqc.iq.unesp.br/Jose_Eduardo/Blog2013/Aula_21_06/ Extra%C3%A7%C3%A3o%20e%20purifica%C3%A7%C3%A3o%20da% 20cafe%C3%ADna%20BAC%202002%20T2.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2018. IV. SEMINÁRIO da Extração da Cafeína do Chá Preto. Disponível em: <http://www.cempeqc.iq.unesp.br/Jose_Eduardo/Blog2013/Aula_21_06/ Extra%C3%A7%C3%A3o%20e%20purifica%C3%A7%C3%A3o%20da% 20cafe%C3%ADna%20BAC%201999.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2018. V. Caffeine, Sigma-Aldrich CAS number 58-08-2. Disponível em: <https://www.sigmaaldrich.com/catalog/product/aldrich/w222402?lang=pt ®ion=BR>. Acesso em: 02 abr. 2018. VI. FERRAZ, Ricardo. Extração líquido-líquido. 2015. Disponível em: <https://scientificusblogpt.wordpress.com/2015/04/08/extracao-liquido- liquido/>. Acesso em: 02 abr. 2018. VII. RODRIGUES, João. Purificação de uma substância por Recristalização - Laboratório Online. 2013. Disponível em: <http://www.fciencias.com/2013/10/10/purificacao-substancia- recristalizacao-laboratorio-online/>. Acesso em: 02 abr. 2018. 11 VIII. SANTA CATARINA. Departamento de Química. Universidade Federal de Santa Catarina. Apostila de Química Orgânica Experimental I. Florianópolis, 2018. p. 51-55.
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