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Matéria 2º BM - Resumo.pdf

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PROCESSO CIVIL II – 2º BIMESTRE 
 
TEORIA GERAL DAS PROVAS 
 O princípio que norteia as provas no processo civil é a verdade formal, a verdade que 
aparece no processo, por conta da atuação das partes em relação as provas. Se o réu, por 
exemplo, for ineficiente na atuação das provas, ele pode perder o processo. 
* Conceito: provas são instrumentos utilizado pelas partes para trazer informações para o 
processo. Essas informações vão corroborar aquelas alegações feitas pelas partes no processo. 
* Objeto: fatos controversos 
* destinatário: juiz 
 O juiz é destinatário das provas pois elas servem para o convencimento do juiz. O juiz é 
que realiza o controle. Ele pode indeferir as provas que são inúteis, impertinentes, descabidas. 
* meio diferente conteúdo 
* meios: 
 É o mecanismo através do qual a informação vem pro processo. O conteúdo da prova é 
a informação em si. 
- típicos: são os meios de provas previstos no código. 
- atípicos: são aqueles que mesmo não previsto nos códigos podem ser produzidos pelas partes. 
Como, por exemplo, um print de facebook. 
* iniciativa probatória: 
- partes 
- juiz 
* ônus da prova – partes – art. 373: 
 As partes devem cumprir o ônus de provar no processo, se não vão sofrer 
consequencas. 
- autor (I) 
- réu (II) 
* Princípios: 
- livre convencimento/Valoração das prova 
 O juiz sentencia conforme seu livre convencimento. Mas se a parte a quem incubia não 
produzia provas no processo, ele pode sentenciar a favor da parte que produziu provas. 
- persuasão racional 
- aquisição processual/comunhão da prova – irrelevância da autoria 
 Diz que uma vez que a prova é produzida no processo, ela pertence ao processo. Ela 
deixa de pertencer à parte. Ela é comum as partes, ela pode prejudicar ou beneficiar, não 
importa quem a produziu. 
* Inexistência de hierarquia entre os meios de prova 
* Licitude da prova: 3 correntes 
- obstativa (art. 5º LVICF) 
- permissiva 
- intermediária 
PEGAR 2 MATÉRIAS COM A CAROL. 
DEPOIMENTO PESSOAL 
 É um meio de prova direto, pois é colhido direto da fonte, ou seja, autor e réu. 
O primeiro meio de prova é o depoimento pessoal, que é quando a parte comparece ao 
juiz, na audiência de instrução e julgamento para depor. A audiência é o grande ato na qual 
são produzidas as provas orais. 
Como o juiz ta colhendo a prova direto da fonte, ele tem mais abundancia. 
O depoimento pessoal tem várias diferenças com relação ao interrogatório. O 
interrogatório é uma espécie de depoimento pessoal. O interrogatório também são as partes 
depondo. Ambos são as partes depondo perante o juiz. A primeira diferença é que o 
depoimento pessoal é um ato das partes, em que elas podem requer o depoimento ou pode ser 
declarado de ofício pelo juiz. O interrogatório é de ofício do juiz. Quando chega o autor ou réu o 
juiz passa a palavra para o advogado da parte contrária, no intuito de obter a confissão. 
Quando as partes fazem o requerimento e o juiz defere, a parte senta para depor perante o 
juiz, então o juiz pode pegar uns esclarecimentos deste ato, ou seja, antes do juiz passar a 
palavra para o advogado, ele pode fazer perguntas. O depoimento é um ato das partes, e 
quem faz as perguntas é o as advogados, mas o juiz, por iniciativa probatória, também pode 
fazer parte. Não é aconselhável o advogado pegar o depoimento do próprio cliente, pois pode 
gerar uma confissão, e nesse caso o juiz pode fundamentar a sentença com essa confissão. 
O interrogatório é ato exclusivo do juiz, e ele não passa para o advogado das partes, 
pois é um ato dele. Então sempre que tiver uma dúvida e precisar de esclarecimentos, ele pode 
convocar as partes a depor. Os advogados podem estar presentes na audiência, mas não pode 
fazer pergunta. Por meio do interrogatório, o juiz não pode tentar conseguir uma confissão, 
pois pode parecer que está advogando para uma das partes. Se ele conseguir uma confissão, 
ele não pode usar para fundamentar a sentença. Como é um ato exclusivo do juiz, ele pode ser 
realizado a qualquer tempo do processo, mas por óbvio, desde que seja antes da sentença. 
Todo requerimento de prova é preclusivo, então se elas não fazem na parte de 
saneamento, o direito de produzir provas preclui. Se as partes não fazem requerimento, o juiz 
pode entender que as partes não querem ouvir um ao outro, e então ele pode fazer um ato 
exclusivo dele, que é o interrogatório. 
 Procedimento/produção de prova 
- Tempestivo: Tem que ser requerido no prazo, ou seja, tem que ser um requerimento 
TEMPESTIVO. Tem que fazer o requerimento quando o juiz intimar as partes para indicar e 
especificar as provas, de forma fundamentada, que pretende produzir. 
- Deferimento: o juiz tem que deferir o depoimento como prova. 
- Audiência: é marcada a audiência de instrução e julgamento, onde é feita a intimação 
pessoal, somente da parte que vai depor. Os advogados também tem que ser intimados, mas 
não precisa ser pessoalmente. A intimação tem que ter uma advertência, que se a parte, 
devidamente intimada faltar, acontece a confissão ficta, que é uma presunção de prova do 
fato, ter-se-á o fato como provado. As vezes o juiz aplica a confissão ficta, mas aquilo não 
convence ele, pois tem outras provas no processo que convence mais. 
- Comparecimento pessoal na audiência: tem que comparecer pessoalmente na audiência 
para depor. 
- Oitiva: primeiramente escuta o autor, e depois o réu, se tiver litisconsórcio, primeiramente 
será ouvido todos os autores e depois todos os réus. Quando o autor vai depor, o réu não pode 
ouvir por que ainda não depôs ainda. Já o autor pode ouvir o depoimento do réu, pois ele já 
depôs. São ouvidos sucessiva e separadamente. Então, quem já depôs, pode ouvir o 
depoimento dos seguintes, mas quem não depôs ainda, não pode ouvir o depoimento do outro. 
Quando há litisconsórcio, a ordem a ser ouvido é conforme a petição inicial, então o segundo 
autor não pode ouvir o depoimento do primeiro, e assim sucessivamente. As partes não são 
compromissadas a dizer a verdade, pois o juiz só vai advertir que como se trata de um 
depoimento pessoal, que se não falar, ou falar respostas evasivas, ele vai aplicar a confissão 
ficta. Nesse caso, o silencio não é um direito, e sim traz um ônus. Quando as partes estão 
depondo, elas tem que ficar olhando fixamente para o juiz. Não pode levar nenhum papel para 
ler, apenas se valer de breves apontamentos, senão tira a espontaneidade do ato. 
- Perguntas: primeiro as perguntas vão ser do juiz, depois o advogado da parte contrária, e 
depois o advogado da parte. 
- Documentação dos depoimentos: pode ser realizada de áudio e vídeo. 
- Assinatura da ata: está contido os principais atos que aconteceram nessa audiência. 
 Justa recusa em responder – art. 388 
As situações de justa recusa são aquelas em que a parte pode ficar em silencio, sem que 
seja interpretado em seu favor, pois tem direito de não responder. O rol desses incisos são 
exemplificativos, pois o juiz pode ponderar no caso concreto. 
1. Fatos criminosos ou torpes que lhe forem imputados: imagine que a autora imponha no 
réu fatos criminosos ou torpes. Nesse caso, o legislador coloca que ela não é obrigada a 
responder, para que o resultado do processo não ultrapasse os limites da lide. Se o réu 
comparece perante o juiz e assume que cometeu determinado crime, onde o juiz, por dever 
legal, deve tirar cópia e mandar ao MP. 
2. Sigilo profissional: é aquela cujo estado ou profissão deva guardar sigilo. O jornalista, por 
exemplo, tem o direito de guardar sigilo da fonte. 
3. Não pode responder sem desonra própria, do companheiro, e dos parentes em grau 
sucessivo: os parentes em grau sucessivo são aqueles, por exemplo,que tem uma certa 
proximidade. 
4. Que coloca em risco a vida do depoente ou das pessoas do item 3: não precisa depor a 
respeito de fatos que coloquem em risco a vida própria ou familiares. 
- Parágrafo único - essas disposições não se aplicam as ações de Estado ou de família. O juiz 
para aplicar esse parágrafo, tem que analisar a causa com muita razoabilidade e 
proporcionalidade. Existe, pois no depoimento pessoal nas ações de família é imprescindível. 
CONFISSÃO – art. 389 e seguintes 
 Pode ser um elemento obtido por um meio de prova e pode ser um meio de prova. 
Pode acontecer no curso do processo pela via do depoimento pessoal. Mas, ela também pode 
vir para o processo por outro meio, por isso também é um meio de prova específico. Pode 
acontecer, inclusive, até fora do juízo. 
 É considerado um meio de prova típico e próprio. 
* Conceito 
 Aceitar como verdadeiro um fato contrário aos interesses do confitente. 
 Então todas as vezes que tem num processo uma parte aceitando como ocorrido um 
fato que lhe é contrário, esta diante de uma confissão. 
 A confissão, diferente na área penal, traz prejuízos, pois tem grandes chances de 
perder a ação, pois costuma convencer o juiz, mesmo naquelas situações em que ela acontece, 
mas que seus efeitos não podem ser levados em consideração. 
 É um meio de prova importante, mas existem situações que os efeitos dela nem são 
levados em consideração. 
* Confitente 
 É a pessoa que confessa. Pode ser tanto o autor, quanto o réu. Elas só acontecem com 
as partes, pois as testemunhas se falarem um fato contrário a alguma das partes não é 
confissão, apenas está depondo. 
* Pressupostos: 
- validade – capacidade confitente – art. 392, §1º 
 Para que a confissão seja válida, é necessário que o confitente seja capaz. Essa 
capacidade é a capacidade do direito civil, que é maior de 18, pleno uso e gozo das suas 
capacidades mentais, tem que estar ciente do que está fazendo, tem que ter condições de 
entender os efeitos de seu ato. 
- eficácia – direitos disponíveis – art. 392 
 Para que a confissão surta efeitos, não pode atingir direitos indisponíveis. O juiz só 
pode aceitar como válida, uma confissão que tenha por objeto direitos disponíveis. Se uma das 
partes fizer uma confissão que prejudique um direito que é indisponível, o juiz não vai aceitar 
como ocorrida aquela confissão. Como, por exemplo, a paternidade, pois é um direito 
indisponível, se numa ação de investigação de paternidade, o pai comparece e confessa que é 
pai, o juiz vai mandar as partes pro exame de DNA, pois fez uma confissão que incidiu sobre um 
direito indisponível, que é a paternidade, então o juiz pede outra prova. 
 A doutrina também traz uma outra confissão. Que diz que todas as confissões 
acontecer por procurador (preposto), é uma condição de validade da confissão, ter o poder 
específico para confessar, e essa confissão ocorre nos limites da procuração. 
* Limites objetivos: 
 Imagine que uma confissão aconteceu no processo, mas ela não será aceita por que ela 
tem limites objetivos impostos pela lei. Está no plano de eficácia. Encontrou barreira na própria 
lei. Mesmo que o confitente confesse, que tenha capacidade, ou o procurador com poderes 
específicos, não será aceita. 
- prova legal – art. 406 
 Quando a lei eleger um determinado documento como sendo da essência do fato, o 
fato só pode ser tido e considerado como provado se tiver um documento que a lei elege. Se 
aquele fato só puder ser provado com documento, mesmo que a parte confesse, esse fato só 
pode ser provado com documento. Como, por exemplo, morte, que só pode ser comprovado 
com certidão de óbito, mesmo que a parte confesse que a parte morreu, o fato só pode ser 
comprovado com o documento da certidão de óbito. Essa confissão incidiu sobre um fato que 
depende de prova legal. 
- direitos indisponíveis 
 A confissão não pode ser usada pelo juiz de forma isolada, pois se baseou numa prova 
que não é válida, pois é sobre direito indisponível. Exemplo, fala que viveu em união estável, o 
juiz depende de outras provas, como testemunha. 
- feita por um dos cônjuges 
 Se a confissão tiver sido feita por um só dos cônjuges, o juiz não pode aceitar e ela não 
produz efeitos no processo. Pois, para que a confissão produza efeitos no patrimônio comum, 
precisa ter a confissão de ambos os cônjuges. Ex: imagine que a prof e o marido tem uma 
fazenda em Goiás, mas ta ocupada há mais de 15 anos por pessoas, na posse ininterrupta, 
mansa e pacífica, e essas pessoas entraram com ação de usucapião, sem que o casal soubesse 
que tava invadida, pois nunca cumpriu a função social. Então veio uma família, ocupou a terra, 
fez relevantes obras, usam a fazenda para subsistência própria, e preencheu todos os requisitos 
de usucapião. Eles tem que entrar com ação de usucapião contra os dois, pois é litisconsórcio 
passivo necessário e unitário, pois quando o patrimônio comunica no regime de bens, o 
cônjuge tem que estar junto. Recebe a citação, contesta a ação, e pedem o depoimento 
pessoal, para confessar que abandonou a terra. Se um dos cônjuges confessa que não cuida da 
terra, porém, para essa confissão ser aceita, tem que o outro confessar também, pois a ação de 
usucapião não vai ser procedente. Se levarem outros meios de prova, o juiz pode julgar a ação 
por causa das outras provas no processo. A confissão de um só cônjuge, isolada, não pode ser 
usada na fundamentação da sentença que dá procedência para usucapião. 
 Para que a confissão seja admitida para fins de fundamentar a sentença, ambos os 
cônjuges tem que confessar. 
- litisconsórcio – art. 391 
 O regime de litisconsórcio é só pra beneficiar, pois nunca pode prejudicar os 
litisconsortes. É incentivado pelo ordenamento para ser célere. Então, se um único 
litisconsórcio confessar, essa confissão só atinge a ele, e não atinge aos outros. Para condenar 
os demais, tem que ter outras provas, caso contrário, somente o litisconsorte que confessou 
será condenado. 
* Diferenças com figuras afins – art. 487, III, c 
 A doutrina faz uma comparação com outras figuras do direito. Não pode confundir 
confissão com o reconhecimento da procedência do pedido e renúncia ao direito em que se 
funda a ação. 
1. Reconhecimento procedência do pedido 
É quando o réu comparece no processo, e ao invés de contestar a ação, ele reconhece a 
procedência do pedido. Quando o réu faz isso, o juiz é obrigado a julgar a ação procedente, 
pois o réu reconhece que o autor tem direito. Ele profere uma sentença de mérito, e faz coisa 
julgada. É obrigatório, pois o ato do reconhecimento vincula o juiz. 
2. Renúncia ao direito em que se funda a ação 
Se o autor entra com um ação e no curso do processo decide renunciar o direito, o juiz vai 
ter que julgar a ação improcedente, pois o titular do direito está renunciado o direito. Nesse 
caso a ação é improcedente com mérito, por isso que não pode ser confundida com desistência 
da ação, pois a ação é extinta sem análise do mérito. 
A diferença das duas figuras com a confissão é: 
a) Natureza: o reconhecimento e a procedência são atos de disposição do direito feito pelas 
partes. Enquanto a confissão é ato de prova, é ato instrutório. 
b) Vinculação do juiz: como ato dispositivo que são, o reconhecimento e a renúncia vinculam 
o juiz, pois ele é obrigado a julgar improcedente a ação. Enquanto isso, a prova não vincula 
o juiz, pois o convencimento sobre as provas é livre, então a confissão não vincula o juiz. 
c) Posição processual da parte: para reconhecer a procedência do pedido, somente o réu 
pode fazer. A renúncia só pode ser feita pelo autor. Esses atos dispositivos só são válidos se 
praticados por quem detenhauma determinada posição no processo. A confissão pode 
acontecer por qualquer uma das partes. 
* Características: 
 A confissão tem algumas características: 
- espontaneidade 
 A confissão é um ato espontâneo da parte, quando ela percebe já confessou. É sempre 
ato espontâneo. Pois, se ela tem noção de que aquilo que está falando vai prejudicá-la, nunca 
iria falar. 
- indivisibilidade – art. 395 
 Quando a parte depõe, ela fala todos os fatos e de repente confessa. A parte não pode 
dividir o depoimento dela, falando pro juiz considerar só o que é bom. A confissão, por tanto, é 
indivisível. O depoimento é analisado como um todo, inclusive e especialmente a parte 
negativa. 
 A indivisibilidade é uma características de todas as provas, via de regra, por que a 
parte não pode procurar dividir a prova, pois a prova pertence ao processo, conforme principio 
da comunhão da prova. 
- irretratável – art. 393 
 Uma vez que a parte confessou, ela não pode voltar atrás, não pode revogar a prova 
feita. Confessou está confessado. É irretratável. Porém, ela pode ser anulada. 
- vedação conteúdo inovativo – art. 395, 2ª parte 
 Na confissão, não pode ter inovação de matéria de defesa. É vedado o conteúdo 
inovatório. Ex: o réu confessa, e no próprio depoimento quer trazer um fato novo para afastar 
a confissão dele. Numa ação de cobrança, o réu alega que nunca pegou dinheiro emprestado. 
No depoimento alega que pegou mas já pagou, é um fato novo e por tanto não pode ser 
considerado. Então, será considerado confissão, e o pagamento nem é considerado. 
* Anulação da confissão – art. 393 
 A parte pode anular o depoimento somente por ação própria. Se a parte quiser anular, 
ela tem que entrar com uma ação própria, que vai ser ou anulatória ou rescisória. Tem que 
possibilitar para a parte contrária o contraditório e a ampla defesa, e vai ter que provar a 
causa da anulação. As causas de anulação, são aquelas de vício na manifestação da vontade 
no negócio jurídico, como por exemplo, coação. Quem alega tem que provar, pois se provar 
que teve vício, a confissão é anulada. 
- ação própria 
- ação anulatória 
 Se a sentença ainda não transitou em julgado, entra com uma ação anulatória. Então 
se já houve sentença, pode recorrer da sentença e entrar com ação anulatória, em que pode 
ser suspenso ou correr junto. Para correr suspenso tem que ter bons meios de provas. 
- ação rescisória 
 Para entrar com ação rescisória tem que ter uma sentença judicial transitada em 
julgado, em 2 anos. 
* Classificação 
 Tem dois critérios, que é quanto ao local (judicial e extrajudicial) e o outro é quanto a 
natureza da confissão (real e ficta) 
-> Judicial: 
 Pode ser no processo em curso, em juízo. 
- Espontânea: o réu comparece na audiência e confessa. 
- Provocada: é quando o advogado fica instigando, provocando a parte para ela confessar, mas 
mesmo assim ela confessa sem perceber, e por tanto, guarda a característica de 
espontaneidade. 
-> Extrajudicial: 
 É quando a confissão acontece antes do processo. 
- escrita: como, por exemplo, um termo de confissão de dívida, uma conversa no whatsapp por 
exemplo. 
- verbal: a pessoa confessa falando, através de testemunha, principalmente, mas também por 
vídeo, áudio. 
-> Real: a pessoa comparece em juízo e confessa e decorre de uma ação. 
-> Ficta: decorre de uma omissão, pois deixou de praticar o ato. Como, por exemplo, não foi pra 
audiência, ou foi pra audiência e ficou calado, ou falou, mas argumento de forma evasiva. 
 A doutrina e a lei trata a confissão ficta como pena. 
PROVA DOCUMENTAL 
 Toda ação que tem por objeto um imóvel, tem que ter um documento que é a 
matrícula do imóvel que é indispensável para a propositura da ação. Então, existem vários 
negócios jurídicos que são representados por documentos que são objeto da ação, assim como 
bens. 
 É um meio de prova típico e se caracterizada pela juntada de documentos no processo. 
Além de ser uma prova muito comum, é de fácil produção, bastando a parte que possui o 
documento pedir a juntada dele no processo. 
 O documento é uma forma comum de registro das atividades humanas. Então, toda 
vez que tem um determinado fato da vida, registrado, sedimentado, cristalizado num papel, 
documento, suporte, tem-se a prova documental. É qualquer forma ordinária comum de 
registro das ações humanas. Não é só o meio físico onde estão documentadas as informações, 
mas também os virtuais. Então, se tem o registro das situações fáticas da vida, pouco importa 
como é, pois tem um documento. 
 Ata notarial é uma forma de documentar algo visto no ambiente virtual, de forma a 
torná-la permanente numa escritura pública. É importante por dois motivos, que é documentar 
algo que está no ambiente virtual no qual não tem como armazenar, e ainda com fé pública, 
pois o tabelião tem fé pública naquilo que declara que viu. 
* Forma ordinária de registro das atividades humanas 
-> torna estático um momento da vida 
-> prova “literal” ou “pré-constituída” (real) 
 A prova literal acontece muito com documentos escritos. Ela é pré-constituida por que 
ela acontece antes da propositura da ação, e ela é real por que acontece com alguma coisa. 
* Suporte diferente de conteúdo 
 O suporte meio onde a informação está registrada. E o conteúdo é a informação que 
está contida no documento. 
 A forma de provar o suporte precisa de autoria, enquanto o conteúdo se prova com 
testemunha, e outros meios de prova. 
* Autoria: 
-> material: é o responsável pela elaboração do suporte. 
-> intelectual: as partes daquele negócio jurídico, que é o responsável pelo conteúdo. 
 Podem ou não coincidirem. 
* Classificação: 
-> Instrumento: 
 É aquele documento que é feito com o objetivo de servir de prova em um eventual 
processo. Como, por exemplo, documento particular de compra e venda. 
- público 
- privado 
-> Documento em sentido estrito 
 É um documento feito pelas partes sem nenhuma pretensão de servir para prova, mas 
é um documento. 
-> Título 
 É a representação de um negócio ocorrido. 
* Documetnos públicos: 
 São muitos valorizados por possuírem fé pública, por que é presumido verdadeiro. Tem 
presunção de veracidade, mas pode ser quebrada por prova em contrário. 
O documento é público por que em algum momento da sua formação algum agente 
público.. 
- judiciais 
- extrajudiciais 
 São aqueles feitos no foro extrajudicial, mas perante alguém com fé pública. Como, por 
exemplo, as matrículas. 
- administrativos 
 São feitos por agente público, mas na área administrativa. 
-> Possuem fé pública (405) 
-> Presunção relativa 
* Caso padeça de vício valerá como documento privado (art. 407) 
* Documentos particulares 
- Narrativos 
- Constitutivos 
-> Sem presunção de veracidade, mas demonstram ciência da parte 
- reconhecimento de firma 
* Art. 423: documentos possuem a mesma força probatória que os originais 
* Fotografias: reputadas verdadeiras, mas admitem impugnação (art. 422) 
* Perda da eficácia probatória (art. 427) 
-> declaração falsidade 
 A parte tem 15 dias para alegar a falsidade. 
* Prova legal (art. 406) 
 Se o documento for da substancia do fato ou ato jurídico, ele só pode ser provado se 
tiver o documento que a lei elege. 
* Indivisibilidade 
 Todas as provas são indivisíveis. Não pode juntar um contrato no processo pedindo que 
o negócio jurídico foi feito apenas as primeiras clausulas. O documento, ao ser trazido ao 
processo, é analisado como um todo. Uma vez que a prova é trazida ao processo, ela é 
adquirida pelo processo. Princípio da comunhão das provas é aquele que independente de 
quem trouxe ao processo, ela não é daspartes e sim do processo. 
A doutrina fala que em alguns momentos pode dividir um documento para provar fatos 
isolados. 
Ou ainda ele pode dividir para proteger outro direito. 
* Documento estrangeiro (art. 192) 
 Pode trazer ao processo, mas tem que ter a tradução feita pelo órgão oficial. 
-> tradução oficial 
* Produção na prova (art. 434) 
 A prova documental é produzida juntando ela no processo. E é no primeiro momento 
que as partes tem para falar no processo. O autor tem que juntar com a petição inicial. O réu 
tem que juntar com a contestação. 
 Para juntar no curso do processo tem que justificar, que é em duas situações, ou seja, 
quando ele for novo ou quando servir de contra prova. 
PROVA TESTEMUNHAL (Art. 442 e SS) 
* Conceito – pessoa física estranha ao processo 
- prova indireta 
- sujeita a imprecisões, falível 
- testemunha é 3ª estranha à lide 
- possui obrigações 
* Limites (art. 447) 
1. Subjetivos 
-> capacidade (art. 447, §1º) 
- interditos/dementos (I) 
- discernimento afetado (II) 
- menos 16 anos (III) 
- cego/surdo falta sentidos (IV) 
-> Imparcialidade (art. 447, §§ 2º e 3º) 
* impedidos: 
- cônjuge/companheiro e parentes (I) 
PROVA PERICIAL 
 Vai ser necessária que todas as vezes que tiver fatos complexos, que seja necessário a 
técnica de um perito. São fatos que depende de um conhecimento mais profundo de uma 
determinada área de saber. Ele apenas esclarece os fatos complexos. 
 A perícia é um meio de prova típico e indireto. É indireto pois o juiz toma conhecimento 
dos fatos por meio de uma pessoa interposta. A perícia tem dupla função, pois ao mesmo 
tempo que ela auxilia o juiz a entender os fatos para julgar adequadamente a lide, ela 
esclarece também as partes. 
* Elucidação dos fatos depende de conhecimentos específicos (fatos complexos) 
* Entendimento dos fatos exige a presença de um perito 
* Esclarecimentos diante da complexidade da causa 
* Variadas áreas do saber 
 Classificação 
* Exame 
* Vistoria 
* Avaliação 
* Judicial 
* Extrajudicial 
* Perícia simplificada (art. 464, §2º) 
 Cabimento 
* Útil 
 Tem que se referir a um ponto importante no processo. 
* Necessária 
 Para entender os fatos, precisa de um perito. 
* Praticável 
 Tem que ser possível realizar a perícia. 
PERITO 
 É uma pessoa conhecida e nomeado pelo juízo. O novo CPC fala que os juízos e os 
tribunais tem que manter uma lista de peritos cadastrados. 
* Agente auxiliar jurisdição (art. 156) 
* Cadastro do perito 
* Preferencialmente perito oficial 
* Deve ser imparcial 
* Perícia multidisciplinar (art. 475) 
 Escusa e responsabilidade – 15 dias 
Ele só pode se recusar de atuar se houver bom fundamento. Se for amigo, inimigo de uma 
das partes tem que apresentar recusa. 
- Impossível 
 Quando a tarefa for impossível, por exemplo, o objeto da destruído. 
- Ônus excessivo 
 Quando acarretar pra ele um ônus excessivo. 
- Não domínio área do saber 
 Quando não é a área de atuação. 
* Compromisso de bem atuar (art. 466) 
* Responsabilidade: 
- responde pelos prejuízos as partes 
 Responde pelos danos causados a parte. 
- inabilitação para função (5 anos) 
 Não pode ser nomeado para atuar em nenhum processo durante 5 anos. 
- multa 
 O juiz aplica uma multa. 
- comunicação ao órgão de classe 
 Manda a cópia para abrir um processo administrativo perante os órgãos de classe. 
* Possibilidade de substituição perito (art. 468) 
 Perito consensual 
O juiz dá oportunidade para as partes escolherem livremente um perito. Pouco importa se 
está cadastrado num poder judiciário ou não. Quem paga a perícia é a parte que pediu 
requerimento da prova. 
 Honorários do perito (art. 95) 
É feito de forma antecipada, então paga para depois trabalhar. O que o juiz pode fazer é 
dividir os honorários do perito. 
INSPEÇÃO JUDICIAL 
 É um meio de prova típico, previsto no CPC. É o juiz inspecionando. O juiz participa da 
produção, diretamente, inspecionando pessoa, coisas ou lugares. O juiz se vale da própria 
percepção. Ex: processo de interdição, ele pergunta o nome, onde mora. O juiz colhe tudo 
aquilo que é necessário para resolver a lide. 
* Meio de prova através do qual o juiz inspeciona diretamente – art. 481 
 É sobre o objeto da lide que recai a analise judicial. 
- pessoas 
- coisas 
- lugares 
* Meio de prova subsidiário – ALGUMAS DOUTRINAS 
 É um meio complementar, pois o juiz só vai usar se todos os meios de provas realizados 
no processo não foram suficientes para decidir a lide. A maior parte das vezes o juiz decide de 
oficio, mas as partes também podem requerer. 
* Pode ocorrer em qualquer fase do processo 
 Pode acontecer em qualquer tempo. Até por que o juiz tendo iniciativa probatória ele 
pode requisitar produção de provas. O juiz vendo com os próprios olhos, é uma boa forma de 
convencimento. 
* Art. 482: o juiz poderá convocar peritos 
 Se a causa for muito complexa, ele pode solicitar o acompanhamento de perito. Se o 
perito tiver presente, é interessante que as partes levem os assistentes técnicos. 
* Ocorrerá, em regra, na audiência de instrução e julgamento. 
 Em regra é na audiência que acontece, pois as pessoas e as coisas são levadas até o 
juiz. 
* Exceto (art. 483): 
 São os casos que o juiz tem que se deslocar para realizar a inspeção judicial. Nesse caso 
ele tem que levar um auxiliar da justiça, que é o escrivão, para ir tomando nota e fazendo 
constar no auto circunstanciado. 
- melhor verificação dos fatos 
 Quando for melhor para verificação dos fatos. Ele precisa ir para compreender melhor. 
Ex: vamos imaginar que comprou um dispositivo que coloca na maquina da industria que faz 
com que a produção seja maior, porém está com defeito, então o juiz pode ir até a fábrica e 
verificar se ver se não aumenta a produção. 
- transporte difícil ou custoso 
 Quando o transporte da coisa for muito difícil ou custoso. Ex: a Itaipu comprou uma 
turbina que esta com defeito. 
- reconstituição dos fatos 
 É mais difícil de acontecer, mas pode imaginar um acidente de veiculo, em que o juiz 
tem que reconstituir os fatos. 
* Contraditório deverá ser garantido 
Todas as vezes que ele marcar a inspeção judicial, as partes tem que ser comunicadas 
previamente. Para que elas possam se programar para comparecer na inspeção, por ser um 
ato do processo. 
* Auto circunstanciado 
 O juiz deixa documentado tudo aquilo que captou com suas percepções. É para ele 
lembrar tudo que viu com detalhes na hora de julgar. O Tribunal analisa provas, e é através do 
auto circunstanciado. É a documentação, onde as principais ocorrências da inspeção judicial 
fica documentado. 
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO 
 É uma audiência designada com a finalidade de colheita das provas orais. Todas as 
vezes que tiver provas orais para produzir no processo, ele designara audiência de instrução e 
julgamento. Não é um ato obrigatório do processo. É uma reunião de vários atos. 
* Art. 358 
- ato complexo voltado para a produção das provas orais 
- realização não obrigatório 
* Características: 
- publicidade: 
 Qualquer pessoa do povo pode acompanhar uma audiência, mesmo que não tenha 
interesse no processo. O correto é que a audiência aconteça com as portas abertas. Com a 
exceção dos casos que tem a publicidade restrita, que são os casos de segredo de justiça. 
- direção pelo juiz 
 O juiz é que direciona a audiência. Mantém a ordem, indefere perguntas impertinentes, 
dando ou tirando a palavra da parte. Ele organiza a produção das provas. Ele coordena os 
trabalhos da audiência. 
- unicidade e continuidade 
 É um ato único, que tem inicio,meio e fim. Mesmo que tenha necessidade de 
suspender a audiência para continuar no dia seguinte, ela tem que ser vista como um ato uno. 
* Atos que antecedem a audiência: 
- intimação 
 As partes tem que ser intimada para comparecer. A intimação é um ato prévio 
fundamental. Se o advogado fala que a testemunha vai independentemente de intimação, e a 
testemunha fala, ele perde a prova. 
- pregão 
 A pessoa que está dirigindo a audiência com o juiz, ele vai até o corredor e chama em 
voz alta as partes que tem que comparecer na audiência. 
* Fases na audiência: 
- abertura 
 É o pregão. 
- tentativa de conciliação 
 Tenta novamente um acordo, pois é sempre tempo de tentar conciliar. Se tiver o 
acordo ele lavra em ata, e julga o processo com julgamento do mérito. 
- instrução propriamente dita 
 É quando o juiz começa a produção das provas. Se o perito for falar na audiência, ouve 
primeiro o perito. Depois o depoimento pessoal das partes, e depois as testemunhas. 
- debates orais (art. 364, §1º) 
 É como se fosse as alegações finais. Nesse caso, as partes só confirma o que trouxe na 
inicial, e confirma com as provas. 
- decisão (art. 364, §2º) 
 Geralmente dá a sentença/decisão depois, em 30 dias, para ter mais tempo. Mas pode 
acontecer de dar na audiência. Os prazos para o juiz são impróprios. 
- documentação (art. 367) 
 A audiência é encerrada e todos assinam a ata. 
* Adiamento da audiência (art. 362): 
 A regra é que a audiência não seja adiada. Quem dá causa ao adiamento tem que 
pagar todas as despesas da audiência. 
- convenção das partes 
 As partes podem convencionar o adiamento da audiência. O juiz só vai acolher se tiver 
um motivo justificado. 
- impossibilidade de comparecer 
 Quando as partes ou advogado não puder comparecer. Essa impossibilidade tem que 
ser fundamentada, e tem que ser comunicada previamente. 
- atraso injustificado (+30min) 
 A audiência atrasou por causa do juízo por mais de meia hora de forma injustificada, os 
advogados podem pedir para adiar e vai ser gratuito. 
* Falta injustificada: 
- partes 
- advogados 
- testemunhas

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