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PROCESSO CIVIL II – 2º BIMESTRE TEORIA GERAL DAS PROVAS O princípio que norteia as provas no processo civil é a verdade formal, a verdade que aparece no processo, por conta da atuação das partes em relação as provas. Se o réu, por exemplo, for ineficiente na atuação das provas, ele pode perder o processo. * Conceito: provas são instrumentos utilizado pelas partes para trazer informações para o processo. Essas informações vão corroborar aquelas alegações feitas pelas partes no processo. * Objeto: fatos controversos * destinatário: juiz O juiz é destinatário das provas pois elas servem para o convencimento do juiz. O juiz é que realiza o controle. Ele pode indeferir as provas que são inúteis, impertinentes, descabidas. * meio diferente conteúdo * meios: É o mecanismo através do qual a informação vem pro processo. O conteúdo da prova é a informação em si. - típicos: são os meios de provas previstos no código. - atípicos: são aqueles que mesmo não previsto nos códigos podem ser produzidos pelas partes. Como, por exemplo, um print de facebook. * iniciativa probatória: - partes - juiz * ônus da prova – partes – art. 373: As partes devem cumprir o ônus de provar no processo, se não vão sofrer consequencas. - autor (I) - réu (II) * Princípios: - livre convencimento/Valoração das prova O juiz sentencia conforme seu livre convencimento. Mas se a parte a quem incubia não produzia provas no processo, ele pode sentenciar a favor da parte que produziu provas. - persuasão racional - aquisição processual/comunhão da prova – irrelevância da autoria Diz que uma vez que a prova é produzida no processo, ela pertence ao processo. Ela deixa de pertencer à parte. Ela é comum as partes, ela pode prejudicar ou beneficiar, não importa quem a produziu. * Inexistência de hierarquia entre os meios de prova * Licitude da prova: 3 correntes - obstativa (art. 5º LVICF) - permissiva - intermediária PEGAR 2 MATÉRIAS COM A CAROL. DEPOIMENTO PESSOAL É um meio de prova direto, pois é colhido direto da fonte, ou seja, autor e réu. O primeiro meio de prova é o depoimento pessoal, que é quando a parte comparece ao juiz, na audiência de instrução e julgamento para depor. A audiência é o grande ato na qual são produzidas as provas orais. Como o juiz ta colhendo a prova direto da fonte, ele tem mais abundancia. O depoimento pessoal tem várias diferenças com relação ao interrogatório. O interrogatório é uma espécie de depoimento pessoal. O interrogatório também são as partes depondo. Ambos são as partes depondo perante o juiz. A primeira diferença é que o depoimento pessoal é um ato das partes, em que elas podem requer o depoimento ou pode ser declarado de ofício pelo juiz. O interrogatório é de ofício do juiz. Quando chega o autor ou réu o juiz passa a palavra para o advogado da parte contrária, no intuito de obter a confissão. Quando as partes fazem o requerimento e o juiz defere, a parte senta para depor perante o juiz, então o juiz pode pegar uns esclarecimentos deste ato, ou seja, antes do juiz passar a palavra para o advogado, ele pode fazer perguntas. O depoimento é um ato das partes, e quem faz as perguntas é o as advogados, mas o juiz, por iniciativa probatória, também pode fazer parte. Não é aconselhável o advogado pegar o depoimento do próprio cliente, pois pode gerar uma confissão, e nesse caso o juiz pode fundamentar a sentença com essa confissão. O interrogatório é ato exclusivo do juiz, e ele não passa para o advogado das partes, pois é um ato dele. Então sempre que tiver uma dúvida e precisar de esclarecimentos, ele pode convocar as partes a depor. Os advogados podem estar presentes na audiência, mas não pode fazer pergunta. Por meio do interrogatório, o juiz não pode tentar conseguir uma confissão, pois pode parecer que está advogando para uma das partes. Se ele conseguir uma confissão, ele não pode usar para fundamentar a sentença. Como é um ato exclusivo do juiz, ele pode ser realizado a qualquer tempo do processo, mas por óbvio, desde que seja antes da sentença. Todo requerimento de prova é preclusivo, então se elas não fazem na parte de saneamento, o direito de produzir provas preclui. Se as partes não fazem requerimento, o juiz pode entender que as partes não querem ouvir um ao outro, e então ele pode fazer um ato exclusivo dele, que é o interrogatório. Procedimento/produção de prova - Tempestivo: Tem que ser requerido no prazo, ou seja, tem que ser um requerimento TEMPESTIVO. Tem que fazer o requerimento quando o juiz intimar as partes para indicar e especificar as provas, de forma fundamentada, que pretende produzir. - Deferimento: o juiz tem que deferir o depoimento como prova. - Audiência: é marcada a audiência de instrução e julgamento, onde é feita a intimação pessoal, somente da parte que vai depor. Os advogados também tem que ser intimados, mas não precisa ser pessoalmente. A intimação tem que ter uma advertência, que se a parte, devidamente intimada faltar, acontece a confissão ficta, que é uma presunção de prova do fato, ter-se-á o fato como provado. As vezes o juiz aplica a confissão ficta, mas aquilo não convence ele, pois tem outras provas no processo que convence mais. - Comparecimento pessoal na audiência: tem que comparecer pessoalmente na audiência para depor. - Oitiva: primeiramente escuta o autor, e depois o réu, se tiver litisconsórcio, primeiramente será ouvido todos os autores e depois todos os réus. Quando o autor vai depor, o réu não pode ouvir por que ainda não depôs ainda. Já o autor pode ouvir o depoimento do réu, pois ele já depôs. São ouvidos sucessiva e separadamente. Então, quem já depôs, pode ouvir o depoimento dos seguintes, mas quem não depôs ainda, não pode ouvir o depoimento do outro. Quando há litisconsórcio, a ordem a ser ouvido é conforme a petição inicial, então o segundo autor não pode ouvir o depoimento do primeiro, e assim sucessivamente. As partes não são compromissadas a dizer a verdade, pois o juiz só vai advertir que como se trata de um depoimento pessoal, que se não falar, ou falar respostas evasivas, ele vai aplicar a confissão ficta. Nesse caso, o silencio não é um direito, e sim traz um ônus. Quando as partes estão depondo, elas tem que ficar olhando fixamente para o juiz. Não pode levar nenhum papel para ler, apenas se valer de breves apontamentos, senão tira a espontaneidade do ato. - Perguntas: primeiro as perguntas vão ser do juiz, depois o advogado da parte contrária, e depois o advogado da parte. - Documentação dos depoimentos: pode ser realizada de áudio e vídeo. - Assinatura da ata: está contido os principais atos que aconteceram nessa audiência. Justa recusa em responder – art. 388 As situações de justa recusa são aquelas em que a parte pode ficar em silencio, sem que seja interpretado em seu favor, pois tem direito de não responder. O rol desses incisos são exemplificativos, pois o juiz pode ponderar no caso concreto. 1. Fatos criminosos ou torpes que lhe forem imputados: imagine que a autora imponha no réu fatos criminosos ou torpes. Nesse caso, o legislador coloca que ela não é obrigada a responder, para que o resultado do processo não ultrapasse os limites da lide. Se o réu comparece perante o juiz e assume que cometeu determinado crime, onde o juiz, por dever legal, deve tirar cópia e mandar ao MP. 2. Sigilo profissional: é aquela cujo estado ou profissão deva guardar sigilo. O jornalista, por exemplo, tem o direito de guardar sigilo da fonte. 3. Não pode responder sem desonra própria, do companheiro, e dos parentes em grau sucessivo: os parentes em grau sucessivo são aqueles, por exemplo,que tem uma certa proximidade. 4. Que coloca em risco a vida do depoente ou das pessoas do item 3: não precisa depor a respeito de fatos que coloquem em risco a vida própria ou familiares. - Parágrafo único - essas disposições não se aplicam as ações de Estado ou de família. O juiz para aplicar esse parágrafo, tem que analisar a causa com muita razoabilidade e proporcionalidade. Existe, pois no depoimento pessoal nas ações de família é imprescindível. CONFISSÃO – art. 389 e seguintes Pode ser um elemento obtido por um meio de prova e pode ser um meio de prova. Pode acontecer no curso do processo pela via do depoimento pessoal. Mas, ela também pode vir para o processo por outro meio, por isso também é um meio de prova específico. Pode acontecer, inclusive, até fora do juízo. É considerado um meio de prova típico e próprio. * Conceito Aceitar como verdadeiro um fato contrário aos interesses do confitente. Então todas as vezes que tem num processo uma parte aceitando como ocorrido um fato que lhe é contrário, esta diante de uma confissão. A confissão, diferente na área penal, traz prejuízos, pois tem grandes chances de perder a ação, pois costuma convencer o juiz, mesmo naquelas situações em que ela acontece, mas que seus efeitos não podem ser levados em consideração. É um meio de prova importante, mas existem situações que os efeitos dela nem são levados em consideração. * Confitente É a pessoa que confessa. Pode ser tanto o autor, quanto o réu. Elas só acontecem com as partes, pois as testemunhas se falarem um fato contrário a alguma das partes não é confissão, apenas está depondo. * Pressupostos: - validade – capacidade confitente – art. 392, §1º Para que a confissão seja válida, é necessário que o confitente seja capaz. Essa capacidade é a capacidade do direito civil, que é maior de 18, pleno uso e gozo das suas capacidades mentais, tem que estar ciente do que está fazendo, tem que ter condições de entender os efeitos de seu ato. - eficácia – direitos disponíveis – art. 392 Para que a confissão surta efeitos, não pode atingir direitos indisponíveis. O juiz só pode aceitar como válida, uma confissão que tenha por objeto direitos disponíveis. Se uma das partes fizer uma confissão que prejudique um direito que é indisponível, o juiz não vai aceitar como ocorrida aquela confissão. Como, por exemplo, a paternidade, pois é um direito indisponível, se numa ação de investigação de paternidade, o pai comparece e confessa que é pai, o juiz vai mandar as partes pro exame de DNA, pois fez uma confissão que incidiu sobre um direito indisponível, que é a paternidade, então o juiz pede outra prova. A doutrina também traz uma outra confissão. Que diz que todas as confissões acontecer por procurador (preposto), é uma condição de validade da confissão, ter o poder específico para confessar, e essa confissão ocorre nos limites da procuração. * Limites objetivos: Imagine que uma confissão aconteceu no processo, mas ela não será aceita por que ela tem limites objetivos impostos pela lei. Está no plano de eficácia. Encontrou barreira na própria lei. Mesmo que o confitente confesse, que tenha capacidade, ou o procurador com poderes específicos, não será aceita. - prova legal – art. 406 Quando a lei eleger um determinado documento como sendo da essência do fato, o fato só pode ser tido e considerado como provado se tiver um documento que a lei elege. Se aquele fato só puder ser provado com documento, mesmo que a parte confesse, esse fato só pode ser provado com documento. Como, por exemplo, morte, que só pode ser comprovado com certidão de óbito, mesmo que a parte confesse que a parte morreu, o fato só pode ser comprovado com o documento da certidão de óbito. Essa confissão incidiu sobre um fato que depende de prova legal. - direitos indisponíveis A confissão não pode ser usada pelo juiz de forma isolada, pois se baseou numa prova que não é válida, pois é sobre direito indisponível. Exemplo, fala que viveu em união estável, o juiz depende de outras provas, como testemunha. - feita por um dos cônjuges Se a confissão tiver sido feita por um só dos cônjuges, o juiz não pode aceitar e ela não produz efeitos no processo. Pois, para que a confissão produza efeitos no patrimônio comum, precisa ter a confissão de ambos os cônjuges. Ex: imagine que a prof e o marido tem uma fazenda em Goiás, mas ta ocupada há mais de 15 anos por pessoas, na posse ininterrupta, mansa e pacífica, e essas pessoas entraram com ação de usucapião, sem que o casal soubesse que tava invadida, pois nunca cumpriu a função social. Então veio uma família, ocupou a terra, fez relevantes obras, usam a fazenda para subsistência própria, e preencheu todos os requisitos de usucapião. Eles tem que entrar com ação de usucapião contra os dois, pois é litisconsórcio passivo necessário e unitário, pois quando o patrimônio comunica no regime de bens, o cônjuge tem que estar junto. Recebe a citação, contesta a ação, e pedem o depoimento pessoal, para confessar que abandonou a terra. Se um dos cônjuges confessa que não cuida da terra, porém, para essa confissão ser aceita, tem que o outro confessar também, pois a ação de usucapião não vai ser procedente. Se levarem outros meios de prova, o juiz pode julgar a ação por causa das outras provas no processo. A confissão de um só cônjuge, isolada, não pode ser usada na fundamentação da sentença que dá procedência para usucapião. Para que a confissão seja admitida para fins de fundamentar a sentença, ambos os cônjuges tem que confessar. - litisconsórcio – art. 391 O regime de litisconsórcio é só pra beneficiar, pois nunca pode prejudicar os litisconsortes. É incentivado pelo ordenamento para ser célere. Então, se um único litisconsórcio confessar, essa confissão só atinge a ele, e não atinge aos outros. Para condenar os demais, tem que ter outras provas, caso contrário, somente o litisconsorte que confessou será condenado. * Diferenças com figuras afins – art. 487, III, c A doutrina faz uma comparação com outras figuras do direito. Não pode confundir confissão com o reconhecimento da procedência do pedido e renúncia ao direito em que se funda a ação. 1. Reconhecimento procedência do pedido É quando o réu comparece no processo, e ao invés de contestar a ação, ele reconhece a procedência do pedido. Quando o réu faz isso, o juiz é obrigado a julgar a ação procedente, pois o réu reconhece que o autor tem direito. Ele profere uma sentença de mérito, e faz coisa julgada. É obrigatório, pois o ato do reconhecimento vincula o juiz. 2. Renúncia ao direito em que se funda a ação Se o autor entra com um ação e no curso do processo decide renunciar o direito, o juiz vai ter que julgar a ação improcedente, pois o titular do direito está renunciado o direito. Nesse caso a ação é improcedente com mérito, por isso que não pode ser confundida com desistência da ação, pois a ação é extinta sem análise do mérito. A diferença das duas figuras com a confissão é: a) Natureza: o reconhecimento e a procedência são atos de disposição do direito feito pelas partes. Enquanto a confissão é ato de prova, é ato instrutório. b) Vinculação do juiz: como ato dispositivo que são, o reconhecimento e a renúncia vinculam o juiz, pois ele é obrigado a julgar improcedente a ação. Enquanto isso, a prova não vincula o juiz, pois o convencimento sobre as provas é livre, então a confissão não vincula o juiz. c) Posição processual da parte: para reconhecer a procedência do pedido, somente o réu pode fazer. A renúncia só pode ser feita pelo autor. Esses atos dispositivos só são válidos se praticados por quem detenhauma determinada posição no processo. A confissão pode acontecer por qualquer uma das partes. * Características: A confissão tem algumas características: - espontaneidade A confissão é um ato espontâneo da parte, quando ela percebe já confessou. É sempre ato espontâneo. Pois, se ela tem noção de que aquilo que está falando vai prejudicá-la, nunca iria falar. - indivisibilidade – art. 395 Quando a parte depõe, ela fala todos os fatos e de repente confessa. A parte não pode dividir o depoimento dela, falando pro juiz considerar só o que é bom. A confissão, por tanto, é indivisível. O depoimento é analisado como um todo, inclusive e especialmente a parte negativa. A indivisibilidade é uma características de todas as provas, via de regra, por que a parte não pode procurar dividir a prova, pois a prova pertence ao processo, conforme principio da comunhão da prova. - irretratável – art. 393 Uma vez que a parte confessou, ela não pode voltar atrás, não pode revogar a prova feita. Confessou está confessado. É irretratável. Porém, ela pode ser anulada. - vedação conteúdo inovativo – art. 395, 2ª parte Na confissão, não pode ter inovação de matéria de defesa. É vedado o conteúdo inovatório. Ex: o réu confessa, e no próprio depoimento quer trazer um fato novo para afastar a confissão dele. Numa ação de cobrança, o réu alega que nunca pegou dinheiro emprestado. No depoimento alega que pegou mas já pagou, é um fato novo e por tanto não pode ser considerado. Então, será considerado confissão, e o pagamento nem é considerado. * Anulação da confissão – art. 393 A parte pode anular o depoimento somente por ação própria. Se a parte quiser anular, ela tem que entrar com uma ação própria, que vai ser ou anulatória ou rescisória. Tem que possibilitar para a parte contrária o contraditório e a ampla defesa, e vai ter que provar a causa da anulação. As causas de anulação, são aquelas de vício na manifestação da vontade no negócio jurídico, como por exemplo, coação. Quem alega tem que provar, pois se provar que teve vício, a confissão é anulada. - ação própria - ação anulatória Se a sentença ainda não transitou em julgado, entra com uma ação anulatória. Então se já houve sentença, pode recorrer da sentença e entrar com ação anulatória, em que pode ser suspenso ou correr junto. Para correr suspenso tem que ter bons meios de provas. - ação rescisória Para entrar com ação rescisória tem que ter uma sentença judicial transitada em julgado, em 2 anos. * Classificação Tem dois critérios, que é quanto ao local (judicial e extrajudicial) e o outro é quanto a natureza da confissão (real e ficta) -> Judicial: Pode ser no processo em curso, em juízo. - Espontânea: o réu comparece na audiência e confessa. - Provocada: é quando o advogado fica instigando, provocando a parte para ela confessar, mas mesmo assim ela confessa sem perceber, e por tanto, guarda a característica de espontaneidade. -> Extrajudicial: É quando a confissão acontece antes do processo. - escrita: como, por exemplo, um termo de confissão de dívida, uma conversa no whatsapp por exemplo. - verbal: a pessoa confessa falando, através de testemunha, principalmente, mas também por vídeo, áudio. -> Real: a pessoa comparece em juízo e confessa e decorre de uma ação. -> Ficta: decorre de uma omissão, pois deixou de praticar o ato. Como, por exemplo, não foi pra audiência, ou foi pra audiência e ficou calado, ou falou, mas argumento de forma evasiva. A doutrina e a lei trata a confissão ficta como pena. PROVA DOCUMENTAL Toda ação que tem por objeto um imóvel, tem que ter um documento que é a matrícula do imóvel que é indispensável para a propositura da ação. Então, existem vários negócios jurídicos que são representados por documentos que são objeto da ação, assim como bens. É um meio de prova típico e se caracterizada pela juntada de documentos no processo. Além de ser uma prova muito comum, é de fácil produção, bastando a parte que possui o documento pedir a juntada dele no processo. O documento é uma forma comum de registro das atividades humanas. Então, toda vez que tem um determinado fato da vida, registrado, sedimentado, cristalizado num papel, documento, suporte, tem-se a prova documental. É qualquer forma ordinária comum de registro das ações humanas. Não é só o meio físico onde estão documentadas as informações, mas também os virtuais. Então, se tem o registro das situações fáticas da vida, pouco importa como é, pois tem um documento. Ata notarial é uma forma de documentar algo visto no ambiente virtual, de forma a torná-la permanente numa escritura pública. É importante por dois motivos, que é documentar algo que está no ambiente virtual no qual não tem como armazenar, e ainda com fé pública, pois o tabelião tem fé pública naquilo que declara que viu. * Forma ordinária de registro das atividades humanas -> torna estático um momento da vida -> prova “literal” ou “pré-constituída” (real) A prova literal acontece muito com documentos escritos. Ela é pré-constituida por que ela acontece antes da propositura da ação, e ela é real por que acontece com alguma coisa. * Suporte diferente de conteúdo O suporte meio onde a informação está registrada. E o conteúdo é a informação que está contida no documento. A forma de provar o suporte precisa de autoria, enquanto o conteúdo se prova com testemunha, e outros meios de prova. * Autoria: -> material: é o responsável pela elaboração do suporte. -> intelectual: as partes daquele negócio jurídico, que é o responsável pelo conteúdo. Podem ou não coincidirem. * Classificação: -> Instrumento: É aquele documento que é feito com o objetivo de servir de prova em um eventual processo. Como, por exemplo, documento particular de compra e venda. - público - privado -> Documento em sentido estrito É um documento feito pelas partes sem nenhuma pretensão de servir para prova, mas é um documento. -> Título É a representação de um negócio ocorrido. * Documetnos públicos: São muitos valorizados por possuírem fé pública, por que é presumido verdadeiro. Tem presunção de veracidade, mas pode ser quebrada por prova em contrário. O documento é público por que em algum momento da sua formação algum agente público.. - judiciais - extrajudiciais São aqueles feitos no foro extrajudicial, mas perante alguém com fé pública. Como, por exemplo, as matrículas. - administrativos São feitos por agente público, mas na área administrativa. -> Possuem fé pública (405) -> Presunção relativa * Caso padeça de vício valerá como documento privado (art. 407) * Documentos particulares - Narrativos - Constitutivos -> Sem presunção de veracidade, mas demonstram ciência da parte - reconhecimento de firma * Art. 423: documentos possuem a mesma força probatória que os originais * Fotografias: reputadas verdadeiras, mas admitem impugnação (art. 422) * Perda da eficácia probatória (art. 427) -> declaração falsidade A parte tem 15 dias para alegar a falsidade. * Prova legal (art. 406) Se o documento for da substancia do fato ou ato jurídico, ele só pode ser provado se tiver o documento que a lei elege. * Indivisibilidade Todas as provas são indivisíveis. Não pode juntar um contrato no processo pedindo que o negócio jurídico foi feito apenas as primeiras clausulas. O documento, ao ser trazido ao processo, é analisado como um todo. Uma vez que a prova é trazida ao processo, ela é adquirida pelo processo. Princípio da comunhão das provas é aquele que independente de quem trouxe ao processo, ela não é daspartes e sim do processo. A doutrina fala que em alguns momentos pode dividir um documento para provar fatos isolados. Ou ainda ele pode dividir para proteger outro direito. * Documento estrangeiro (art. 192) Pode trazer ao processo, mas tem que ter a tradução feita pelo órgão oficial. -> tradução oficial * Produção na prova (art. 434) A prova documental é produzida juntando ela no processo. E é no primeiro momento que as partes tem para falar no processo. O autor tem que juntar com a petição inicial. O réu tem que juntar com a contestação. Para juntar no curso do processo tem que justificar, que é em duas situações, ou seja, quando ele for novo ou quando servir de contra prova. PROVA TESTEMUNHAL (Art. 442 e SS) * Conceito – pessoa física estranha ao processo - prova indireta - sujeita a imprecisões, falível - testemunha é 3ª estranha à lide - possui obrigações * Limites (art. 447) 1. Subjetivos -> capacidade (art. 447, §1º) - interditos/dementos (I) - discernimento afetado (II) - menos 16 anos (III) - cego/surdo falta sentidos (IV) -> Imparcialidade (art. 447, §§ 2º e 3º) * impedidos: - cônjuge/companheiro e parentes (I) PROVA PERICIAL Vai ser necessária que todas as vezes que tiver fatos complexos, que seja necessário a técnica de um perito. São fatos que depende de um conhecimento mais profundo de uma determinada área de saber. Ele apenas esclarece os fatos complexos. A perícia é um meio de prova típico e indireto. É indireto pois o juiz toma conhecimento dos fatos por meio de uma pessoa interposta. A perícia tem dupla função, pois ao mesmo tempo que ela auxilia o juiz a entender os fatos para julgar adequadamente a lide, ela esclarece também as partes. * Elucidação dos fatos depende de conhecimentos específicos (fatos complexos) * Entendimento dos fatos exige a presença de um perito * Esclarecimentos diante da complexidade da causa * Variadas áreas do saber Classificação * Exame * Vistoria * Avaliação * Judicial * Extrajudicial * Perícia simplificada (art. 464, §2º) Cabimento * Útil Tem que se referir a um ponto importante no processo. * Necessária Para entender os fatos, precisa de um perito. * Praticável Tem que ser possível realizar a perícia. PERITO É uma pessoa conhecida e nomeado pelo juízo. O novo CPC fala que os juízos e os tribunais tem que manter uma lista de peritos cadastrados. * Agente auxiliar jurisdição (art. 156) * Cadastro do perito * Preferencialmente perito oficial * Deve ser imparcial * Perícia multidisciplinar (art. 475) Escusa e responsabilidade – 15 dias Ele só pode se recusar de atuar se houver bom fundamento. Se for amigo, inimigo de uma das partes tem que apresentar recusa. - Impossível Quando a tarefa for impossível, por exemplo, o objeto da destruído. - Ônus excessivo Quando acarretar pra ele um ônus excessivo. - Não domínio área do saber Quando não é a área de atuação. * Compromisso de bem atuar (art. 466) * Responsabilidade: - responde pelos prejuízos as partes Responde pelos danos causados a parte. - inabilitação para função (5 anos) Não pode ser nomeado para atuar em nenhum processo durante 5 anos. - multa O juiz aplica uma multa. - comunicação ao órgão de classe Manda a cópia para abrir um processo administrativo perante os órgãos de classe. * Possibilidade de substituição perito (art. 468) Perito consensual O juiz dá oportunidade para as partes escolherem livremente um perito. Pouco importa se está cadastrado num poder judiciário ou não. Quem paga a perícia é a parte que pediu requerimento da prova. Honorários do perito (art. 95) É feito de forma antecipada, então paga para depois trabalhar. O que o juiz pode fazer é dividir os honorários do perito. INSPEÇÃO JUDICIAL É um meio de prova típico, previsto no CPC. É o juiz inspecionando. O juiz participa da produção, diretamente, inspecionando pessoa, coisas ou lugares. O juiz se vale da própria percepção. Ex: processo de interdição, ele pergunta o nome, onde mora. O juiz colhe tudo aquilo que é necessário para resolver a lide. * Meio de prova através do qual o juiz inspeciona diretamente – art. 481 É sobre o objeto da lide que recai a analise judicial. - pessoas - coisas - lugares * Meio de prova subsidiário – ALGUMAS DOUTRINAS É um meio complementar, pois o juiz só vai usar se todos os meios de provas realizados no processo não foram suficientes para decidir a lide. A maior parte das vezes o juiz decide de oficio, mas as partes também podem requerer. * Pode ocorrer em qualquer fase do processo Pode acontecer em qualquer tempo. Até por que o juiz tendo iniciativa probatória ele pode requisitar produção de provas. O juiz vendo com os próprios olhos, é uma boa forma de convencimento. * Art. 482: o juiz poderá convocar peritos Se a causa for muito complexa, ele pode solicitar o acompanhamento de perito. Se o perito tiver presente, é interessante que as partes levem os assistentes técnicos. * Ocorrerá, em regra, na audiência de instrução e julgamento. Em regra é na audiência que acontece, pois as pessoas e as coisas são levadas até o juiz. * Exceto (art. 483): São os casos que o juiz tem que se deslocar para realizar a inspeção judicial. Nesse caso ele tem que levar um auxiliar da justiça, que é o escrivão, para ir tomando nota e fazendo constar no auto circunstanciado. - melhor verificação dos fatos Quando for melhor para verificação dos fatos. Ele precisa ir para compreender melhor. Ex: vamos imaginar que comprou um dispositivo que coloca na maquina da industria que faz com que a produção seja maior, porém está com defeito, então o juiz pode ir até a fábrica e verificar se ver se não aumenta a produção. - transporte difícil ou custoso Quando o transporte da coisa for muito difícil ou custoso. Ex: a Itaipu comprou uma turbina que esta com defeito. - reconstituição dos fatos É mais difícil de acontecer, mas pode imaginar um acidente de veiculo, em que o juiz tem que reconstituir os fatos. * Contraditório deverá ser garantido Todas as vezes que ele marcar a inspeção judicial, as partes tem que ser comunicadas previamente. Para que elas possam se programar para comparecer na inspeção, por ser um ato do processo. * Auto circunstanciado O juiz deixa documentado tudo aquilo que captou com suas percepções. É para ele lembrar tudo que viu com detalhes na hora de julgar. O Tribunal analisa provas, e é através do auto circunstanciado. É a documentação, onde as principais ocorrências da inspeção judicial fica documentado. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO É uma audiência designada com a finalidade de colheita das provas orais. Todas as vezes que tiver provas orais para produzir no processo, ele designara audiência de instrução e julgamento. Não é um ato obrigatório do processo. É uma reunião de vários atos. * Art. 358 - ato complexo voltado para a produção das provas orais - realização não obrigatório * Características: - publicidade: Qualquer pessoa do povo pode acompanhar uma audiência, mesmo que não tenha interesse no processo. O correto é que a audiência aconteça com as portas abertas. Com a exceção dos casos que tem a publicidade restrita, que são os casos de segredo de justiça. - direção pelo juiz O juiz é que direciona a audiência. Mantém a ordem, indefere perguntas impertinentes, dando ou tirando a palavra da parte. Ele organiza a produção das provas. Ele coordena os trabalhos da audiência. - unicidade e continuidade É um ato único, que tem inicio,meio e fim. Mesmo que tenha necessidade de suspender a audiência para continuar no dia seguinte, ela tem que ser vista como um ato uno. * Atos que antecedem a audiência: - intimação As partes tem que ser intimada para comparecer. A intimação é um ato prévio fundamental. Se o advogado fala que a testemunha vai independentemente de intimação, e a testemunha fala, ele perde a prova. - pregão A pessoa que está dirigindo a audiência com o juiz, ele vai até o corredor e chama em voz alta as partes que tem que comparecer na audiência. * Fases na audiência: - abertura É o pregão. - tentativa de conciliação Tenta novamente um acordo, pois é sempre tempo de tentar conciliar. Se tiver o acordo ele lavra em ata, e julga o processo com julgamento do mérito. - instrução propriamente dita É quando o juiz começa a produção das provas. Se o perito for falar na audiência, ouve primeiro o perito. Depois o depoimento pessoal das partes, e depois as testemunhas. - debates orais (art. 364, §1º) É como se fosse as alegações finais. Nesse caso, as partes só confirma o que trouxe na inicial, e confirma com as provas. - decisão (art. 364, §2º) Geralmente dá a sentença/decisão depois, em 30 dias, para ter mais tempo. Mas pode acontecer de dar na audiência. Os prazos para o juiz são impróprios. - documentação (art. 367) A audiência é encerrada e todos assinam a ata. * Adiamento da audiência (art. 362): A regra é que a audiência não seja adiada. Quem dá causa ao adiamento tem que pagar todas as despesas da audiência. - convenção das partes As partes podem convencionar o adiamento da audiência. O juiz só vai acolher se tiver um motivo justificado. - impossibilidade de comparecer Quando as partes ou advogado não puder comparecer. Essa impossibilidade tem que ser fundamentada, e tem que ser comunicada previamente. - atraso injustificado (+30min) A audiência atrasou por causa do juízo por mais de meia hora de forma injustificada, os advogados podem pedir para adiar e vai ser gratuito. * Falta injustificada: - partes - advogados - testemunhas
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