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TRABALHO DE DIPRI - A Família no Direito Internacional Privado e Direito Sucessório Internacional

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A Família no Direito Internacional Privado 
 O direito de família internacional é aquele que irá regular as relações 
familiares que possuem elementos de conexão internacionais. Casamentos e 
divórcios internacionais é o nome que damos para aqueles que possuem 
elementos de conexão como: a nacionalidade dos cônjuges, o seu local de 
domicílio, o local de realização do casamento, dentre outros. Por exemplo, o 
casamento realizado entre um brasileiro e um estrangeiro, ou o casamento 
realizado por dois brasileiros no exterior. 
 Vejam alguns dos princípios gerais dos casamentos e divórcios 
internacionais: 
Lei aplicável e regime de bens 
 Primeiramente, cabe citar como a principal norma sobre o assunto o 
artigo 7º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), 
destinada a regular os casos de conflitos de leis e jurisdições. Essa lei 
determina que, para todos casos de casamentos e divórcio com conexão 
internacional, a lei aplicável será a lei do local de domicílio dos cônjuges. 
Validade do matrimônio 
 Quanto à validade do casamento, aplica-se a lei do local de celebração. 
Ou seja, o casamento realizado no exterior (ou perante autoridades consulares) 
será perfeitamente válido no Brasil, mesmo que os cônjuges nunca registrem 
esse casamento no Brasil. O registro não é necessário para que o casamento 
no exterior tenha validade. Isso decorre basicamente do fato de que os 
elementos da personalidade civil do indivíduo independem de fronteiras. Além 
disso, decorre também de dois importantes princípios: o do direito adquirido e o 
da “lex loci celebrationis”. 
Realização de novo casamento 
 Essa é uma dúvida comum, entretanto, como dissemos anteriormente, o 
casamento realizado no exterior é perfeitamente válido, mesmo que não haja 
registro no Brasil. A não-realização do registro não torna o casamento inválido. 
 Dessa forma, enquanto não for realizado o divórcio do primeiro 
casamento, o cônjuge fica impossibilitado de constituir novo matrimônio, 
mesmo que não tenha sido feito nenhum registro no Brasil. Tal fato constitui 
inclusive crime de bigamia, pela legislação brasileira (Art. 235 do Código 
Penal). 
Homologação de divórcio realizado no exterior 
 Ao contrário do que ocorre com o casamento, que é válido no Brasil, não 
importa onde ele tenha sido realizado, a lei impõe algumas restrições quanto 
ao divórcio. A mera realização do divórcio não é suficiente para que ele seja 
reconhecido. 
 Para que uma sentença estrangeira de divórcio envolvendo brasileiros 
seja reconhecida no Brasil, é necessário que ela seja homologada pelo 
Superior Tribunal de Justiça. Após essa ação de homologação, que deve 
necessariamente ser levada a cabo por meio de um advogado, será possível 
realizar a averbação do divórcio por meio da Carta de Sentença da decisão de 
homologação. Essa averbação será feita no Cartório de Registro Civil da 
Comarca na qual o cônjuge tenha domicílio (Art. 15 da Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro). 
 Antigamente a competência para a homologação era do Supremo 
Tribunal Federal (STF), não do STJ. Mas a Emenda Constitucional n.o 45 de 
2004 transferiu essa competência para o STJ. O assunto está regulamentado 
pela Resolução n.o 9 de 2005 do STJ. 
http://direitodefamiliainternacional.blogspot.com.br/2013/12/casamentos-e-
divorcios-internacionais.html 
 
 
Direito Sucessório Internacional 
 
Sucessão com conexão internacional 
 Na medida em que uma sucessão seja internacional, ou seja, tenha 
elementos relacionados a mais de um país, surgem questões jurídicas 
específicas. Em particular este é o caso referentes à competência internacional 
da Justiça invocada, ao direito a ser aplicado, e eventualmente também ao 
reconhecimento de documento de procedência de outro Estado, como por 
exemplo, um testamento redigido no exterior, sendo que o de cujus não era 
domiciliado ali, mas no Brasil à época de seu falecimento, ou ao 
reconhecimento de sentença estrangeira de partilha, decorrente de um 
processo judicial travado entre os herdeiros do de cujus. Trata-se, neste 
âmbito, de questões judiciais pertencentes ao direito processual civil 
internacional e ao direito internacional privado. 
 Aqui o autor examina estas questões apenas sob a perspectiva do 
direito brasileiro. Quando, porém, uma sucessão tem conexão internacional, 
convém levar em consideração todas as legislações que possam ter um 
interesse na sua aplicação ao caso concreto. Especificamente, tendo em vista 
o planejamento sucessório feito ainda em vida pelo de cujus, tais aspectos 
merecem destaque. 
 No direito brasileiro, a competência internacional das autoridades 
judiciais em relação a processos sucessórios está disciplinada no Código de 
Processo Civil, sendo que algumas questões omissas na lei foram esclarecidas 
pela doutrina e jurisprudência nacionais. 
 Compete à autoridade brasileira, com exclusividade, proceder ao 
inventário e à partilha dos bens do “de cujus” situados no Brasil, sendo 
irrelevante neste caso se este tenha possuído uma nacionalidade estrangeira 
ou tenha residido fora do território nacional. Como sendo aqui a competência 
internacional exclusivamente da Justiça brasileira, o país não reconhece uma 
sentença proferida fora do território nacional, quando for relacionada a bens 
móveis e imóveis do “de cujus” situados no Brasil. Não está expressamente 
regulamentado na lei, no entanto, se a Justiça brasileira é internacionalmente 
competente, caso os mesmos bens não estiverem situados no Brasil, mas no 
exterior. Conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, do Superior 
Tribunal de Justiça, e a doutrina predominante a Justiça brasileira não é 
internacionalmente competente nestes casos. O direito brasileiro segue, sob 
este aspecto, o princípio de pluralidade dos juízos sucessórios. 
 O juiz brasileiro aplicará, em princípio, a lei do país em que o “de cujus” 
era domiciliado. A sucessão de bens de estrangeiros situados no país, porém, 
será regida pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, 
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do “de cujus”. Quanto à 
capacidade de suceder, o direito aplicável é a lei do domicilio do herdeiro ou 
legatário. Finalmente, levando em consideração o regime de bens de pessoas 
que eram casadas, aplica-se, conforme o direito internacional privado 
brasileiro, a lei do primeiro domicílio conjugal. Na prática forense, todavia, se 
aplica frequentemente o direito brasileiro quando a parte interessada, 
principalmente, o cônjuge sobrevivente, não demonstra ao Juízo invocado o 
teor e a vigência do direito estrangeiro. No procedimento de inventário e 
partilha perante o competente Juízo no Brasil tais questões são relevantes, 
pois apenas quando se sabe o que do patrimônio matrimonial pertence a cada 
um dos cônjuges, é possível identificar o patrimônio deixado pelo “de cujus”. 
Cumpre registrar neste contexto ainda que no direito brasileiro a união estável 
entre homem e mulher é reconhecida como entidade familiar e ela também 
tem reflexos perante o direito sucessório. 
 De suma importância na prática, especialmente para estrangeiros, é a 
questão do reconhecimento pelo Brasil de testamentos redigidos pelo “de 
cujus” no exterior. Às vezes, ainda, pode ter relevância para um procedimento 
sucessório em tramite no Brasil uma sentença, prolatada por juiz ou tribunal 
estrangeiro, como, por exemplo, uma sentença de investigação de paternidade 
contra o “de cujus”, julgada procedente e transitada em julgado. Para que uma 
sentença estrangeira possa ter efeitos jurídicos no Brasil, é indispensável o seu 
prévio reconhecimento pelo Superior Tribunal de Justiça. 
 
http://www.swisscam.com.br/24.-sucessoes.html

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