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RESUMO - VOCAÇÃO HEREDITÁRIA SUCESSÃO LEGÍTIMA 01. Conceito. A sucessão legítima é aquela que se opera por força de lei e não por disposição de última vontade. 02. O art. 1.788 do CC encerra o caráter subsidiário da sucessão legítima. Destarte, não havendo testamento, tendo ele caducado ou sendo nulo, bem como no que tange aos bens nele não contemplados, operar-se-á a sucessão legítima, atribuindo o CC os bens do de cujus aos herdeiros, conforme a ordem de vocação hereditária, e na falta destes, ao Estado. ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA 01. Nos termos do art. 1.829 do CC, a ordem de vocação hereditária, rol preferencial, é: 1. Classe dos descendentes, em concorrência com o cônjuge. Preferem os de grau mais próximo, os filhos. Não havendo, chamados serão à sucessão os descendentes de 2º grau, os netos, e assim por diante. 2. Classe dos ascendentes, em concorrência com o cônjuge. Igualmente, preferem os de grau mais próximo, os pais. Se inexistentes, são chamados à sucessão os ascendentes de 2º grau, os avós, e assim por diante. 3. Cônjuge. 4. Colaterais até 4º grau. Mister atentar que a concorrência do cônjuge com os ascendentes e descendentes depende do regime de bens do casamento. 02. Fundamento. A ordem de vocação hereditária fundamenta-se na presumida vontade do falecido em privilegiar esses parentes mais próximos, com os quais mantém vínculos mais sólidos de afinidade. Além disso, a lei prefere beneficiar as energias novas e vigorosas, possibilitando a continuação da vida humana. HERDEIROS NECESSÁRIOS São os descendentes, ascendentes e o cônjuge. O art. 1.789, bem como o art. 1.846, ambos do CC, reserva 50% do patrimônio do de cujus aos herdeiros necessários, o qual constitui a legítima. Donde, havendo herdeiros necessários, o de cujus só poderá dispor de metade de seu patrimônio, o qual constitui a parte disponível. INOVAÇÕES CC de 2002 São 03 as inovações trazidas ao Direito das Sucessões pelo CC de 2002: 1ª: Retirada do Estado do rol dos herdeiros legítimos, tendo em vista que não adquire os bens mortis causa, tampouco pelo Princípio da Saisine, mas tão somente se declarada jacente e, posteriormente, vacante, a herança. Os herdeiros legítimos são: descendentes, ascendentes, cônjuge e colaterais até o 4º grau. 2ª: Concorrência do cônjuge, dependendo do regime de bens do casamento, com a classe dos descendentes e ascendentes. 3ª: Extinção do direito real de usufruto ao cônjuge supérstite, tendo em vista que com a concorrência adquire ele mais do que o simples usufruto, recebe ele a propriedade dos bens. DIREITO REAL DE HABITAÇÃO 01. O CC de 2002 manteve o direito real de habitação do imóvel residencial atribuído ao cônjuge sobrevivo, qualquer que seja o regime de bens do casamento. 02. Cumpre salientar que terá o cônjuge supérstite direito real de habitação, tão somente, se tiver restado um bem imóvel. Se restarem 02 (dois) ou mais imóveis, não haverá direito real de habitação. 03. Ademais, conforme interpretação teleológica, o cônjuge sobrevivente terá direito real de habitação enquanto não contrair novo matrimônio ou estabelecer união estável. 04. O Enunciado n° 271, elaborado na III Jornada de Direito Civil, promovida pelo Conselho da Justiça Federal, permite ao cônjuge supérstite renunciar ao direito real de habitação nos autos do inventário ou por escritura pública, sem prejuízo de sua participação na herança. DIREITO DE REPRESENTAÇÃO 01. Os filhos recebem por cabeça, por direito próprio, a herança dos pais. Contudo, se falecido algum dos filhos, os filhos deste último, netos do de cujus, receberão a parte da herança que caberia ao pai, por representação, por estirpe, dividindo entre eles (os netos) o montante. 02. Se todos os filhos forem falecidos, os netos receberão a herança do avô por direito próprio, por cabeça, em quinhões iguais. 03. Crítica da doutrina, tendo em vista que nesse caso os quinhões de alguns netos poderão ser aumentados e os de outros diminuídos, em relação ao que receberiam se apenas um dos filhos do de cujus fosse pré-morto. 04. Conclusão. Chamados a suceder herdeiros da mesma classe dos descendentes, porém de diferentes graus, os de grau mais próximo recebem por cabeça, por direito próprio, enquanto os de grau mais remoto recebem por estirpe, representando o herdeiro pré-morto. Entretanto, se chamados forem a suceder herdeiros da mesma classe dos descendentes, sendo todos do mesmo grau, receberão seus quinhões por cabeça, por direito próprio. REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS 01. O cônjuge sobrevivo possui direito à meação, 50% do patrimônio do casal, o qual engloba os bens adquiridos antes ou durante a constância do casamento, a título gratuito ou oneroso. 02. Tendo em vista a extensão da meação do cônjuge supérstite no regime da comunhão universal de bens, o que lhe oferece ampla proteção, não concorre ele na herança com os ascendentes e descendentes. REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL 01. Supondo que o de cujus não tenha deixado bens particulares. O cônjuge supérstite recebe apenas a meação, correspondente a 50% dos bens comuns adquiridos na constância do casamento. Os 50% restante do patrimônio, correspondente à meação do de cujus será repartido entre os demais herdeiros, conforme a ordem de vocação hereditária. Não havendo o de cujus deixado descendentes, tampouco ascendentes, o cônjuge recebe o restante do patrimônio, na qualidade de herdeiro legítimo necessário. 02. Supondo, porém, que o de cujus tenha deixado patrimônio particular. 1º entendimento. O cônjuge sobrevivo recebe a meação que recaí sobre os bens comuns e concorre com os demais herdeiros no que atine aos bens particulares. Afinal, a concorrência existe para compensar a ausência de meação. Como o cônjuge casado no regime da comunhão parcial de bens não tem direito à meação sobre o patrimônio particular, concorre com os herdeiros no que tange a esses bens, podendo alcançar parte deles a título sucessório. É a tese esposada por Carlos Roberto Gonçalves. É a tese prevalente na doutrina, amparada em interpretação teleológica. 2º posicionamento. Maria Helena Diniz. Francisco José Cahali. O cônjuge supérstite recebe a meação que incide sobre os bens comuns. Além disso, concorre com os demais herdeiros no que atine a toda a herança, bens comuns (meação pertencente ao de cujus) e bens particulares. Vale dizer, a concorrência do cônjuge atinge todo o acervo hereditário. Fundamento: indivisibilidade da herança. REGIME DA SEPARAÇÃO LEGAL OBRIGATÓRIA 01. art. 1.641 do CC enumera as hipóteses em que o regime da separação de bens será obrigatório: 1ª: Quando o casamento for realizado com inobservância das causas suspensivas; 2ª: Quando um dos cônjuges for maior de 60 anos; 3ª: Quando um dos cônjuges depender de suprimento judicial para contrair casamento. 02. NÃO há meação! 03. NÃO há concorrência do cônjuge com descendentes e ascendentes. É a única exceção ao Princípio de que não havendo meação haveria concorrência. 04. Súmula n° 377, STF. No regime da separação legal obrigatória comunicam- se os aquestos, presumindo-se o esforço comum na aquisição patrimonial a título oneroso durante a constância do casamento. REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL 01. NÃO há meação. Afinal, não há comunicabilidade patrimonial. O regime é o da separação de bens, o que implica na existência de 02 (dois) patrimônios distintos, particulares. 02. Todavia, para compensar a ausência de meação, o cônjuge supérstite concorre com os demais herdeiros. 03. A jurisprudência, com fundamento no Princípio da Vedação ao enriquecimento sem causa, permite a comunicação dosaquestos, isto é, dos bens adquiridos durante a constância do casamento, a título oneroso, pelo esforço comum. Distinção com o regime da comunhão parcial e da separação legal. No regime da separação convencional, o cônjuge precisa provar que os aquestos foram adquiridos pelo esforço comum, a fim de que haja comunicabilidade. A prova do esforço comum deve ser produzida em ação própria de reconhecimento de sociedade de fato. No regime da comunhão parcial, bem como no regime da separação obrigatória, ao revés, a comunicabilidade dos aquestos é automática, tendo em vista que o esforço comum é presumido, respectivamente, pela lei e pela Súmula do STF. REGIME DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS 01. Há concorrência do cônjuge sobrevivente com os demais herdeiros, se o de cujus tiver deixado bens particulares. 02. Há meação ao cônjuge sobrevivo no que tange aos aquestos. RESERVA DA QUARTA PARTE AO CÔNJUGE SOBREVIVENTE 01. O art. 1.832 do CC preleciona que se o cônjuge supérstite concorrer com filhos comuns, ¼ da herança lhe é reservada. Destarte, se o de cujus tinha 3 filhos com o cônjuge sobrevivente, sua herança será dividida em 4 quinhões iguais, um para cada filho e um para o cônjuge sobrevivente, o qual não é inferior à ¼ da herança. Contudo, se o de cujus deixou 4 filhos comuns, ¼ da herança será entregue ao cônjuge supérstite, enquanto os ¾ restantes serão divididos entre os 4 filhos. Cumpre atentar que a reserva de ¼ da herança ao cônjuge sobrevivo, havendo concorrência com filhos comuns, não prejudica a filiação. É verdade que os quinhões dos filhos comuns são diminuídos. Ocorre que, ulteriormente, a reserva de ¼ será revertida em favor desses mesmos filhos, que são também herdeiros do cônjuge sobrevivente. 02. Obviamente, a reserva de ¼ da herança recaí sobre os bens particulares. Afinal, no que tange aos bens comuns incide, tão somente, a meação, e não direitos sucessórios. 03. Filhos exclusivos do de cujus. NÃO há reserva de ¼ da herança ao cônjuge sobrevivente. Donde, concorrendo o cônjuge supérstite com filhos exclusivos do de cujus, todos receberão quinhões iguais. 04. Concorrência do cônjuge sobrevivente com filhos comuns e exclusivos. Filiação híbrida. A lei silencia no que tange a essa hipótese. Parte da doutrina entende que prevaleceria a reserva de ¼ da herança no que atine aos filhos comuns apenas, o que acarretaria em uma divisão proporcional da herança. Todavia, tal entendimento é flagrantemente inconstitucional, tendo em vista que os filhos receberiam, nesse caso, quinhões diferentes. Ora, o art. 227, §6°, da CF assegura a igualdade entre os filhos, sejam eles naturais ou civis, legítimos ou não. Portanto, a solução mais acertada é a atribuição de iguais quinhões a todos os filhos e ao cônjuge sobrevivente. Donde, o cônjuge supérstite teria direito à reserva de ¼ da herança se concorresse apenas com filhos comuns. SUCESSÃO DOS ASCENDENTES 01. A sucessão dos ascendentes rege-se por 04 regras principais: 1ª: Os ascendentes são chamados à sucessão na ausência de descendentes. 2ª: Os ascendentes de grau mais próximo excluem os de grau mais remoto. 3ª: Havendo ascendentes do mesmo grau, porém de linhas diferentes, metade da herança será atribuída a linha paterna e metade a linha materna. Exemplos: O de cujus não deixou descendentes, nem filhos, tampouco netos ou bisnetos. Logo, foram chamados à sucessão seus genitores. Supondo que já fossem os pais falecidos. Serão chamados à sucessão os avós. Sendo os 04 avôs vivos, cada um receberá ¼ da herança. Supondo, porém que os avós paternos são vivos, porém apenas a avó materna seja viva. A linha materna recebe ½ da herança, enquanto a linha paterna recebe a outra metade, donde os avôs paternos dividirão metade da herança. 4ª: NÃO há direito de representação. Exemplo: Supondo que o de cujus não tenha deixado descendentes. São chamados à sucessão os genitores. A mãe é viva, porém o pai não. Contudo, o avô paterno sim. O avô paterno não pode representar o filho (pai do de cujus) pré- morto e receber por representação. Nesse caso, a mãe receberá toda a herança. 02. O cônjuge concorre com os ascendentes, independentemente do regime de bens do casamento. 03. Concorrência do cônjuge. Nos termos do art. 1.837 do CC, o cônjuge terá direito: 1. 1/3 da herança se concorrer com os pais do falecido; 2. ½ se concorrer com apenas um dos pais; 3. ½ se concorrer com ascendente de grau mais remoto, como os avôs, por exemplo. CONCORRÊNCIA DO CÔNJUGE 01. Há concorrência do cônjuge com descendentes nas seguintes hipóteses: 1ª: Se separado de fato há menos de 2 anos; 2ª: Se separado de fato há mais de 2 anos provar que a separação não se deu por sua culpa exclusiva; 3ª: Se casado no regime da comunhão parcial de bens houver o de cujus deixado bens particulares; 4ª: Se casado no regime da participação final nos aquestos houver o de cujus deixado bens particulares; 5ª: Se casado no regime da separação convencional. 02. NÃO haverá a concorrência do cônjuge com descendentes nas seguintes hipóteses: 1ª: Se separado de fato há mais de 2 anos; 2ª: Se separado ou divorciado administrativa ou judicialmente; 3ª: Se casado no regime da comunhão universal de bens; 4ª: Se casado no regime da separação legal obrigatória. 5ª: Se casado no regime da comunhão parcial de bens, o autor da herança não houver deixado bens particulares. 03. É mister atentar que o direito sucessório do cônjuge só será afastado após homologada por sentença a separação judicial consensual, transitada em julgado a sentença na ação judicial de separação contenciosa ou divórcio, ou após lavrada a escritura pública de separação ou divórcio realizados em cartório extrajudicial. Ademais, cumpre mencionar que os efeitos da sentença são ex-nunc. SUCESSÃO COMPANHEIRO 01. O companheiro sobrevivo NÃO tem direito ao usufruto vidual. 02. O CC de 2002 NÃO atribui expressamente ao companheiro sobrevivo o direito real de habitação. Entretanto, o Enunciado n° 117 do Conselho da Justiça Federal, elaborado durante a I Jornada de Direito Civil, em 2002, estende o direito real de habitação, assegurado pelo art. 1.831 do CC ao cônjuge, também ao companheiro sobrevivo, com fundamento na interpretação analógica, bem como no art. 6° caput da CF, o qual assegura a todos o direito fundamental à moradia. Se não bastasse, a Lei n° 9.278/96, a qual garantia ao companheiro sobrevivo o direito real de habitação, não teria sido revogada a esse respeito, dada a omissão do CC de 2002. Ademais, o art. 227, §3°, da CF reconhece a união estável entre o homem e a mulher para fins de proteção do Estado. Donde, nada impede a extensão do direito real de habitação também ao companheiro sobrevivo. 03. O art. 1.725 do CC aplica o regime da comunhão parcial de bens à união estável, no que couber, salvo contrato escrito entre os companheiros. 04. O CC de 2002 representa um retrocesso no que atine aos direitos sucessórios dos companheiros. As alterações provocadas pelo CC de 2002 no regime sucessório dos companheiros são: 1ª: O companheiro NÃO é previsto como herdeiro necessário, logo não terá direito à legítima. 2ª: O companheiro concorre com os demais herdeiros no que tange aos bens comuns. Trata-se de um contrasenso. A concorrência visa compensar a ausência de meação. Ora, o companheiro já recebe a meação no que atine aos bens comuns. Por essa razão, a concorrência do companheiro deveria recair sobre os bens particulares, nos quais não incide a meação. 3ª: O art. 1.790, inciso I, do CC estabelece que se o companheiro concorrer com filhos comuns receberá quinhão equivalente, igual, ao que couber a cada um deles. O dispositivolegal em apreço merece uma interpretação extensiva e sistemática, no sentido de se considerar não apenas a concorrência do companheiro com os filhos comuns, mas sim com descendentes comuns. Nesse sentido o enunciado elaborado por Francisco José Cahali na III Jornada de Direito Civil. 4ª: O companheiro sobrevivo NÃO possui a reserva de ¼ da herança, ainda que concorra com descendentes comuns. 5ª: O art. 1.790, inciso II, do CC preceitua que se o companheiro concorrer com descendentes exclusivos do autor da herança, receberá quinhão equivalente à metade do que couber a cada um deles. 6ª: Descendência híbrida. Fica afastado o direito dos descendentes unilaterais de receber o dobro do que cabe ao companheiro sobrevivo. Logo, todos os descendentes, sejam comuns, sejam exclusivos do autor da herança, bem como o companheiro, receberão quinhões iguais. 7ª: Concorrência com ascendentes. O art. 1.790, inciso III, do CC estipula que se o companheiro concorrer com os ascendentes do autor da herança terá direito à 1/3 da herança. Exemplos: Companheiro concorre com o pai e a mãe do autor da herança. Cada um deles receberá 1/3. Supondo, porém, que a mãe seja falecida, o pai receberá 2/3 da herança e o companheiro 1/3. Considerando, entrementes, que os genitores do autor da herança sejam falecidos. Chamados serão à sucessão os avôs. Sendo vivos os avôs paternos e apenas a avó materna, o companheiro continuará recebendo 1/3 da herança. A estirpe paterna receberá 1/3 e a avó materna receberá o 1/3 restante. 8ª: Concorrência com colaterais até 4ª grau. O companheiro sobrevivo terá direito a 1/3 da herança. 05. O companheiro sobrevivo receberá a totalidade da herança apenas se NÃO houver descendentes, ascendentes ou colaterais até 4º grau. 06. Supondo que NÃO haja descendentes, ascendentes ou colaterais até 4º grau. Todavia, o autor da herança deixou tão somente bens particulares. Como os direitos sucessórios do companheiro restringem-se aos bens comuns, o companheiro sobrevivo não terá qualquer participação na herança. Os bens serão entregues ao Município. 07. Supondo que o autor da herança tenha deixado o companheiro e o cônjuge separado de fato há menos de 2 anos. Nesse caso, não havendo outros herdeiros, os direitos sucessórios do companheiro sobrevivo prevalecem sobre os do cônjuge separado de fato há menos de 2 anos. Entretanto, havendo outros herdeiros, os direitos sucessórios do companheiro restringir-se-ão aos aquestos adquiridos na constância da união, enquanto os direitos sucessórios do cônjuge separado de fato há menos de 2 anos incidirão sobre os bens particulares do autor da herança. 08. As alterações promovidos pelo CC de 2002 no que tange aos direitos sucessórios dos companheiros podem ser injustas. Todavia, não há que se olvidar de sua constitucionalidade, tendo em vista que o art. 226, §3°, da CF NÃO EQUIPAROU a união estável ao casamento. O mencionado dispositivo constitucional, ao revés, estabeleceu que a lei facilitará a conversão da união estável em casamento. O mesmo art. 226, §3°, da CF apenas reconheceu a união estável como entidade familiar, conferindo-lhe proteção estatal. SUCESSÃO DOS COLATERAIS 01. Na ausência de descendentes, ascendentes e cônjuge, serão chamados à sucessão os colaterais até 4ª grau. 02. Ordem de preferência: 1. Irmãos; 2. Sobrinhos; 3. Tios. 03. Direito de representação dos sobrinhos, isto é, dos filhos dos irmãos. Mister atentar que os filhos dos sobrinhos não possuem direito de representação. Exemplo: O autor da herança deixou um irmão, 2 sobrinhos de um 2º irmão já falecido e 3 sobrinhos de um 3º irmão também já falecido. A herança será dividida em 3 partes. Cada estirpe receberá 1/3. O irmão vivo receberá 1/3. Os 2 sobrinhos do 2º irmão receberão 1/3, dividindo tal soma entre si, e os 3 sobrinhos do 3º irmão receberam o 1/3 restante, por direito de representação, por estirpe. 04. Concorrência irmãos bilaterais ou germanos e unilaterais. Os irmãos bilaterais ou germanos são aqueles que derivam do mesmo pai e da mesma mãe, enquanto os irmãos unilaterais são aqueles que possuem apenas o mesmo pai ou a mesma mãe. Na hipótese, os irmãos bilaterais recebem o dobro do que couber a cada um dos irmãos unilaterais. 05. Os sobrinhos filhos de irmãos bilaterais ou germanos recebem o dobro do que couber aos sobrinhos filhos de irmãos unilaterais. Os tios recebem quotas idênticas.
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