Buscar

Apostila Sistema Sensorial CNM

Prévia do material em texto

Histologia
Sistema Sensorial
Christian Natã Melo
Recife
2014
Histologia
Sistema Sensorial
Pelo meio externo, recebemos milhares de estímulos ao longo do dia. Estímulos
esses capazes de ativar receptores e, a partir daí, causar alterações do potencial de
membrana de determinadas células. Toda essa definição constitui os pilares do sistema
sensorial, extremamente importante para nossa condição como seres vivos.
Nessa apostila, destacaremos o estudo histofisiológico da visão e da audição, já
que ambas fazem parte do conteúdo prático da disciplina no ICB/UPE. Em outra
oportunidade, abordaremos sobre a gustação e a olfação.
● Visão
A visão tem como representantes corporais os olhos, órgãos capazes de
analisar a forma e a coloração dos objetos, além da intensidade de luz refletida. São
derivados embriológicos da região ectodérmica da cabeça, do mesênquima e das
paredes laterais do cérebro embrionário localizado na região do diencéfalo. Cada olho
está inserido em uma cavidade óssea denominada órbita e é capaz de comunicar-se
com o cérebro por meio do nervo óptico (NC II). O processo completo da visão é
realizado dentro do globo ocular, cuja estrutura é dividida histologicamente em três
camadas:
● Camada Externa: córnea e esclera.
● Camada Média: coroide, corpo ciliar e íris.
● Camada Interna: retina.
O globo ocular também é dividida em três câmaras:
● Câmara anterior: entre a córnea e a superfície anterior da íris.
● Câmara posterior: entre a superfície posterior da íris e os ligamentos
suspensores.
● Cavidade vítrea: espaço escuro atrás do cristalino circundada pela retina.
Analisemos agora cada uma das camadas:
❖ Camada Externa
É ocupada em seus pela esclera (ou esclerótica), uma estrutura⅚
esbranquiçada e totalmente opaca que comumente chamados de “branco do
olho”. Tem espessura entre 0,6 e 1,0 mm e é abundante de fibras elásticas e
colágenas, sendo estas dispostas paralelamente à superfície ocular. É separada
pela coroide pela lâmina supracoroidea, formada por tecido conjuntivo frouxo e
rica em fibroblastos, fibras eláticas e, principalmente, melanina, substância que
veremos, ao longo da apostila, ser indispensável para a absorção da luz não-
necessária para a visão.
Os restantes da camada externa formam a córnea que, assim como a⅙
esclera, é destituída de vasos sanguíneos e linfáticos mas rica em inervação.
Por essa mesma questão é considerada um dos órgãos mais fáceis de se
realizar uma transfusão. Em compensação, não pode ficar muito tempo em
bancos de órgãos. Ela possui, ao todo, cinco camadas:
❏ Camada anterior: formada por epitélio pavimentoso estratificado
queratinizado. Contém microvilos cuja principal função é reter a
secreção das glândulas lacrimais. É contínua com a conjuntiva no
limbo.
❏ Camada de Bowman: região diferenciada do estroma corneano por
não ter fibras elásticas e por ser rica em colágeno tipo I. É uma
zona de transição entre o epitélio anterior e o conjuntivo adjacente.
❏ Estroma: parte da córnea que ocupa sua maior totalidade (90%).
Formada por colágeno tipos I e V, o que garante resistência a
tensões e deformidades.
❏ Membrana de Descemet: repleta de colágeno tipo VII, a membrana
de Descemet é uma das membranas basais mais extensas do
corpo. É resultado do epitélio posterior da córnea.
❏ Camada posterior: é constituída por epitélio pavimentoso simples e
tem como principal função impedir o fluxo de humor aquoso,
presente na câmara anterior do olho, para o interior do estroma
corneano.
O limbo, ou junção esclerocorneana, é a área de transição existente entre
as duas estruturas da camada externa. Trata-se de uma região altamente
vascularizada. É contornado pelo canal de Schlemm, região por onde todo o
humor aquoso[1] segue para o sistema venoso. A obstrução desse canal ou de
alguma via com destino a ele causa um aumento da pressão intra-ocular,
gerando assim o glaucoma.
[1]: o humor aquoso, antes de chegar ao canal de Schlemm, é levado até lá pelos espaços de Fontana,
que têm início na camada posterior da córnea. 
 
❖ Camada Média
Também chamada de camada vascular ou úvea, a camada média é
compostos por três porções: coroide, corpo ciliar e íris.
A coroide é a porção mais interna e a mais vascularizada da úvea. Possui
grande quantidade de tecido conjuntivo frouxo e, principalmente, melanócitos, o
que confere a coroide um aspecto microscópico enegrecido (estroma da
coroide). Boa parte de sua rede capilar possibilita a nutrição por difusão tanto da
retina quanto da fóvea , o que constitui a camada coriocapilar. Por fim, a coroide
também possui a membrana de Bruch, estrutura que separa esta camada da
retina. 
O corpo ciliar é apenas uma projeção ventral da retina e da coroide na
altura do cristalino. Tem a forma de anel espesso e contínuo e encontra-se
anteriormente à ora serrata. Possui dois componentes: o uveal - composto pelo
músculo ciliar, capilares irrigadores do músculo ciliar e a camada supraciliar,
uma continuação da coroide - e o neuroepitelial - prolongamento da retina com
camada epitelial exterior (epitélio cilíndrico simples rico em melanina e contínuo
com a retina pigmentar) e interior (epitélio cilíndrico simples sem melanina e
contínuo com a retina sensitiva). Do lado do corpo ciliar voltado para o cristalino,
encontramos os processos ciliares, que são extensões do corpo ciliar com
células não-pigmentadas mais externamente e células cheias de melanossomos
em seu interior. São os responsáveis pela produção do humor aquoso, além de
ser a base - junto com o corpo ciliar - dos ligamentos suspensores do cristalino,
importantíssimos para o processo de acomodação visual.
A íris é uma espécie de continuação do corpo ciliar e da coroide e cobre
anteriormente uma parte do cristalino. Sua parte anterior é feita de epitélio
pavimentoso simples e a posterior, do mesmo epitélio observado na superfície
dos corpos ciliares. Serve como uma espécie de “porta” para a passagem de
humor aquoso da câmara posterior para a anterior, além de ser a principal
reguladora da quantidade de luz absorvida. E é essa última característica que
define a cor dos olhos. Quanto mais melanina armazenada na íris, mais escura
ela é.
❖ Camada Interna
A camada interna tem apenas um representante: a retina, estrutura que
tem como precursor o cálice óptico. Ela é dividida em duas partes: a retina
pigmentar (epitélio cúbico simples) que, após chegar até a ora serrata, passa a
ser coincidente com o corpo ciliar; e a retina sensitiva. O deslocamento da retina
é uma ruptura que ocorre na ora serrata e que causa a separação das duas
retinas. 
A retina sensitiva é subdividida em nove camadas que estão dispostas, da
anterior a posterior, na seguinte ordem:
❏ Camada dos cones e bastonetes; camada formada apenas
por dendritos sensíveis à luz: os cones (capazes de
melhorar a visão central, a nitidez e as cores visuais) e os
bastonetes (melhoram as visões noturna e periférica).
❏ Camada limitante externa: neurônios fotorreceptores e
células de Müller (astrócitos modificados) justapostas.
❏ Camada nuclear externa: região de predominância dos
corpos neuronais dos neurônios fotossensíveis. 
❏ Camada plexiforme externa: local de sinapse entre
neurônios fotossensíveis e neurônios bipolares.
❏ Camada nuclear interna: região de predominância dos
corpos neuronais dos neurônios bipolares.
❏ Camada plexiforme interna: local de sinapse entre neurônios
fotossensíveis e gânglios.
❏ Camada das células ganglionares: regiãode predominância
de corpos ganglionares.
❏ Camada das fibras do nervo óptico: porção da retina onde
os axônios ganglionares aproximam-se a fim de formar o
segundo nervo craniano.
❏ Camada limitante interna: delimitação da retina e do espaço
vítreo criado por células de Müller.
A fim de facilitar a memorização e a compreensão das camadas da retina
sensitiva, é de suma importância destacar também os tipos de neurônios
encontrados nessa região. Dos mais anteriores aos mais posteriores, segue-se a
seguinte ordem:
❏ Neurônios fotossensíveis (fotorreceptores): possuidoras dos
cones e bastonetes.
❏ Neurônios condutores: neurônios bipolares e ganglionares.
❏ Neurônios de associação: células horizontais e amácrinas[2].
[2]: os neurônios de associação proporcionam apenas a comunicação entre neurônios de células
adjacentes. Não possuem dendritos e nem axônios. Ajudam a compor a camada nuclear interna.
Cabe destacar também aqui a fóvea central e a mácula lútea, duas
estruturas peculiares da retina. A fóvea central é o ponto do globo ocular em que
nitidez é maior. É formado apenas por cones. Em exames de fundo de olho, ela
é encontrada lateralmente ao disco óptico, distanciando-se do nariz. A mácula
lútea é uma região de coloração amarelada que fica ao redor da fóvea.
❖ Outras Estruturas do Olho:
❏ Cristalino: disco transparente, biconvexo, flexível e
avascular que assume a função de lente dentro do olho.
Suportado por ligamentos suspensores (ou fibras da
zônula), é composto de uma cápsula que contém colágeno
tipo IV e glicoaminoglicanos, que reveste o epitélio do
cristalino. Esse epitélio encontrado apenas na face anterior
do órgão e é do tipo cúbico simples. É responsável por dar
origem a novas células do cristalino. A mudança da
solubilidade proteica no órgão durante o envelhecimento
torna o cristalino propenso a se tornar mais opaco,
causando assim a catarata.
❏ Conjuntiva: camada que cobre o interior das pálpebras e a
porção anterior da esclera. Seu epitélio é colunar
estratificado.
❏ Pálpebras: responsáveis pela proteção do globo ocular.
Possui, anteriormente, um epitélio pavimentoso estratificado
queratinizado, tecido conjuntivo frouxo, feixes musculares
de conformidades circular que formam o músculo orbicular
do olho, além de glândulas de Moll, que são glândulas
sebáceas modificadas. Enquanto isso, na porção posterior,
encontramos uma mucosa com epitélio colunar estratificado
e tecido conjuntivo frouxo e a desembocadura das glândulas
de Meibomius, glândulas também sebáceas que previnem a
evaporação das lágrimas na esclera a partir de sua
secreção predominantemente lipídica.
❏ Glândulas lacrimais: glândulas do tipo tubuloacinar serosa
que liberam secreção composta por água, cloreto de sódio e
lisozima. Ajudam na manutenção de uma superfície ocular
úmida e livre de bactérias ou agentes irritantes. É regulado
tanto por fibras nervosas do plexo simpático quanto pelo
parassimpático.
● Audição
A audição é realizada por intermédio da orelha, a qual é dividida em três
porções: orelha externa, orelha média e orelha interna. Vamos ver, de forma detalhada,
cada uma dessas porções:
❖ Orelha Externa: parte da orelha responsável pela captação e condução
das ondas sonoras para a orelha média. É formada pelo pavilhão auditivo,
pelo meato acústico externo e pela membrana timpânica.
O pavilhão auditivo possui uma conformidade um pouco deformada
a fim de ser capaz de detectar o máximo de ondas sonoras existentes no
meio externo. É feita de epitélio pavimentoso estratificado queratinizado,
com poucas glândulas sudoríparas e que reveste cartilagem elástica.
O meato acústico externo é o meio pelo qual as ondas sonoras
passam para ressoar a membrana timpânica. Seu terço posterior é
revestido de cartilagem elástica, proveniente do pavilhão auditivo e os
resto é coberto por cavidades ósseas. A pele existente possui muitas
glândulas sebáceas e sudoríparas, sendo estas modificadas e secretoras
do cerume, um composto altamente hidrofóbico e que protege o meato
contra agentes e patógenos invasores.
A membrana timpânica é o limiar entre orelhas externa e média.
Sua superfície voltada para o meato acústico externo possui epitélio
pavimentoso simples, que é um pequeno resquício da epiderme. No
entanto, a parte voltada para a cavidade timpânica tem um epitélio cúbico
simples. Ambos são separados por um tecido conjuntivo rico em
fibroblastos. 
❖ Orelha Média: também chamada de cavidade timpânica, a orelha média é
a responsável por transformar, a partir dos ossículos presentes nela, a
energia provinda das ondas sonoras em energia mecânica que será
seguidamente lançada à orelha interna. É um espaço coberto de ar. Suas
paredes são feitas de um epitélio que difere conforme sua localização e
conforme as transições existentes entre as zonas próximas. Boa parte é
revestida por epitélio pavimentoso simples, com tendência a se tornar
pseudoestratificado colunar ciliado quanto mais próximo da faringe.
Os ossículos (martelo, bigorna e estribo[3]), estão revestidos por
epitélio pavimentoso simples e ligados entre si por pequenos ligamentos
com o intuito de permitir a transdução do sinal mecânico na orelha média.
Também estão incluídos nesse processo o músculo tensor do tímpano
(inervado por NCV) e o músculo estapédio (inervado por NCVII),
responsáveis pela manutenção e coordenação da condução do estímulo
através dos ossículos.
[3]: na ordem do mais lateral ao mais medial.
❖ Orelha Interna: trata-se da região auricular que é facilmente comparada a
um caracol. Tem origem embriológica no placoide ótico [4]. Possui duas
cavidade que são chamadas de labirintos. O maior é o labirinto ósseo,
presente no osso temporal e que é recheado por perilinfa, um líquido rico
em Na+ e pobre em K+. E, em seguida, temos o labirinto membranáceo,
que é menos e que em algumas regiões segue a mesma forma do
labirinto ósseo e em outras, não. Possui em seu interior a endolinfa que,
ao contrário da perilinfa, é rico em K+ e pobre em Na+.
No labirinto membranáceo deparamos, após a entrada do estímulo
nas janelas oval (em contato com a base do estribo) e redonda, duas
estruturas dilatadas imprescindíveis: o sáculo e o utrículo. Ambas são
formadas por epitélio pavimentoso simples. Possuem interior rico em
endolinfa e regiões epiteliais diferenciadas em neuroepitélio, as quais
entram em contato com o nervo vestibulococlear (NCVIII), as chamadas
máculas. Cobrindo as máculas, encontramos uma substância viscosa e
rica em glicoproteínas, junto com vários agregados extremamente sólidos
dessa substância, que são os otólitos.
Nos ductos semicirculares, locais do ouvido interno muito sensíveis
aos movimentos cefálicos, vemos um epitélio pavimentoso simples e
tecido conjuntivo e, em suas ampolas (regiões dilatadas dos ductos), uma
estrutura de tecido semelhante a encontrada nas máculas, só que sem
otólitos. São as cúpulas, responsáveis por bloquear a passagem de
endolinfa nos ductos. Por fim, temos o saco endolinfático, que contém
epitélio cilíndrico simples.
A cóclea é anterior às regiões vestibulares e cumpre a ela o papel
da audição. É um ducto espiralado com cerca de 34 mm de comprimento.
É subdividido em ápice e base e possui, ao todo, três câmaras:
❏ Ducto coclear: é também denominada escala média e
corresponde ao ducto central da cóclea.
❏ Rampa vestibular: é o ducto coclear superior, com
início na janela oval da orelha interna.
❏ Rampa timpânica:é o ducto coclear inferior, tendo
entrada na janela redonda.
A primeira câmara é recheada com endolinfa, sendo esta
produzida pela estria vascular[5], parede lateral do ducto formada de
epitélio estratificado. No entanto, os dois ductos restantes são
preenchidos por perilinfa e terminam se comunicando no helicotrema.
Vale ressaltar que, entre o ducto coclear e a rampa vestibular, existe a
membrana vestibular, a qual é feita de epitélio pavimentoso simples.
Sobre a lâmina e a membrana encontramos o órgão espiral, ou
órgão de Corti, estrutura presente no interior do ducto coclear e que é
altamente sensível às vibrações endolinfáticas e que envia o estímulo
recebido da membrana tectória[6] (acima do órgão de Corti) para o oitavo
nervo craniano. O deslizamento da membrana se dá a partir do tipo de
som recebido. Quanto mais grave ele for, mais ele será percebível pelo
ápice da cóclea.
[4]: não confundir com placoide óptico,que é o precursor do globo ocular.
[5]: a título de curiosidade, a estria vascular é um exceção dentro dos epitélios de revestimento. É o
único epitélio vascularizado. Acredita-se que essa peculiaridade possa influir na produção da endolinfa.
[6]: possui estrutura semelhante a encontrada nas máculas e ampolas.
Fotografias das Lâminas (Sistema Sensorial) 
Aula Prática
● Olho (HE, PAS: 100x)
epitélio pavimentoso estratificado
queratinizado - face anterior (notar a cor mais intensa, a espessura e a tortuosidade
tissular)
membrana de Bowman
estroma da córnea (tecido conjuntivo frouxo)
membrana de Descemet
epitélio pavimentoso simples - face posterior
• Olho (HE, PAS: 40x)
corpo ciliar
processo ciliar (observar prologamentos
maiores)
íris 
cavidade vítrea
câmara anterior
ângulo iridocorneano
• Olho (HE, PAS: 40x)
coroide
ora serrata
retina pigmentar
camada dos cones e bastonetes
(camada mais externa e mais clara)
camada nuclear externa (mais grande
na lâmina)
camada nuclear interna
camada das células ganglionares
(camada dos “pontinhos roxos”)
• Olho (HE, PAS: 40x)
camada limitante externa (limite entre camada
dos cones e bastonetes e camada nuclear externa)
camada plexiforme externa (entre camadas
nucleares)
camada plexiforme interna (entre nuclear
interna e camada ganglionar)
camada das fibras do nervo óptico (abaixo da
camada das células ganglionares)
camada limitante interna
espaço vítreo
• Orelha (HE, PAS: 40x)
Até a conclusão desta apostila, o professor não deu aos monitores os
objetivos das lâminas de orelha. Deixo aqui algumas fotografias aleatórias:
Referências Bibliográficas
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, José. Sistemas Fotorreceptor e Audiorreceptor. In:
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, José. Histologia Básica. 12. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2013. Cap. 23. p. 447-465. 
 KIERSZENBAUM, Abraham L.; TRES, Laura L.. Órgãos Sensoriais; Visão e Audição.
In: KIERSZENBAUM, Abraham L.; TRES, Laura L.. Histologia e Biologia Celular:Uma
Introdução à Patologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. p. 259-301.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes