Buscar

Apostila Tecido Conjuntivo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Histologia
Tecido Conjuntivo
Christian Natã Melo
Recife
2014
Histologia
Tecido Conjuntivo
O tecido conjuntivo é um dos quatro tecidos básicos da Histologia.
Diferencia-se do tecido epitelial, já visto anteriormente, por possuir elevada
quantidade de matriz extracelular (MEC), um grande espaço intercelular,
irrigação e inervação abundantes, além de uma gama variada de células. Entre
suas principais funções podemos destacar:
• Conexão entre tecidos distintos; 
• local de realização de processos inflamatórios; 
• reparo tecidual;
• armazenamento de metabólitos.
 De acordo com Kierszenbaum (2012), podemos dividir o tecido
conjuntivo em três grupos: 
● Tecido conjuntivo embrionário: espécie de tecido conjuntivo que está
presente no cordão umbiical durante o desenvolvimento embrionário. É
especial pelo fato de possuir uma MEC hidrofílica e rica em
proteoglicanos de densidade alta, o que confere maior rigidez ao órgão
e resistência a compressões, protegendo assim as artérias e a veia
umbilicais, que nutrem o feto. Também é chamado de tecido conjuntivo
mucoso ou geleia de Wharton.
Figura 1 Tecido embrionário (mais clara) junto 
ao endotélio da artéria umbilical
● Tecido conjuntivo adulto[1]: tecido conjuntivo predominante no
organismo. Possui aspectos que diferem conforme a região corporal
onde está localizada. Isso o pode subdividí-lo em dois tipos:
◌ tecido conjuntivo frouxo: também denominado tecido areolar, contém
mais células do que fibras colágenas. É encontrada com frequência
na mucosa e na submucosa de alguns órgãos, tais como os do trato
gastrointestinal.
Figura 2 Tecido conjuntivo do tipo frouxo 
(derme papilar) em pele espessa, fortemente 
aderido ao epitélio 
◌ tecido conjuntivo denso: em menor proporção no organismo que o
frouxo, o tecido conjuntivo denso tem mais fibras colágenas do que
células. Ao todo, existem dois tipos: 
◦ modelado: conformação de fibras colágenas regular, que lembra
ondulações no microscópio óptico. Observado nos tendões e na
córnea. 
◦ não-modelado: conformação de fibras colágenas irregular e
aleatória ao longo do tecido. Destaca-se pela presença
abundante de fibras elásticas e reticulares, característica esta
que confere elasticidade e mobilidade aos tecidos conjuntivo e
adjacentes, além permitir a passagem de células para o interior
da mesma. Bastante comum em toda extensão da derme.
Figura 3 Comparação entre tecido 
conjuntivo denso não-modelado 
(esquerda) e modelado (direita)
[1]: os tecidos conjuntivos embrionário e o adulto podem ser resumidos em um único tipo de
tecido: o tecido conjuntivo propriamente dito (TCPD).
● Tecido conjuntivo especializado: tratam-se de tecidos de natureza
conjuntiva, mas que diferenciam-se do TCPD por possuir células e MEC
de propriedades distintas. São eles:
◌ Tecido adiposo; 
 Figura 4
◌ tecido ósseo; 
Figura 5
◌ tecido cartilaginoso;
Figura 6
 tecido hematopoietico (medula óssea).
Figura 7
Dos tecidos conjuntivos especializados, vamos descrever apenas o
adiposo. Os restantes serão explicados em apostilas posteriores. Por ora,
nossa atenção será dada às celulas, fibras e à MEC.
● Células do Tecido Conjuntivo Propriamente Dito
 
 No total, existem quatro tipos de células "mergulhadas" no tecido
conjuntivo. Vejamos agora cada uma delas:
◌Fibroblastos: são responsáveis pela produção dos principais
componentes da matriz extracelular e de parte da lâmina basal, no caso,
glicoproteínas, proteoglicanos[2] e os precursores da elastina e do
colágeno[3]. Sua morfologia é fusiforme e com um núcleo elíptico, mas
ambos tendem a se afinar-se com o tempo, e então passa a ser
denominado fibrócito. Também possui um retículo endoplasmático
rugoso e um aparelho golgiense bastante desenvolvidos[4].
Figura 8 Fibroblastos dispersos na 
matriz extracelular
[2]: o aumento da concentração de proteoglicanos na MEC, gera um recuo nas fibras elásticas,
condição esta que é a origem da síndrome de Marfan.
[3]: como a síntese de colágeno possui muitas etapas,um defeito na produção acaba sendo
mais fácil de ocorrer. Um exemplo disso é visto na síndrome de Erlers-Danlos, no qual
observamos uma pele e articulações hiperelásticas, devido a formação de moléculas de
colágeno "deformadas".
[4]: essas duas características são inerentes a toda célula capaz de produzir
proteínas,hormônios e outras substâncias. 
◌ Macrófagos: são células com um grande número de lisossomos, o que
explica sua capacidade fagocitária. São formados no tecido
hematopoietico e provém da mesma linha dos monócitos. Tem como
principais funções a renovação fibrótica da MEC, a síntese de
mediadores inflamatórios (citocinas), e também serve como célula
apresentadora de antígenos (APC), contribuindo assim no estímulo da
cascata do processo inflamatório. Em casos de necrose, é comum
observar a fusão de vários macrófagos em uma célula só, mque recebe
o nome de célula gigante. Dentre estas, a mais comum é a do tipo
Langhans. Vale lembrar que os macrófagos recebem outros nomes,
dependendo de onde os localiza. No figado, são chamadas de células
de Kupffer, osteoclastos no tecido ósseo, células de Langerhans na
pele, microglia no tecido nervoso, etc..
Figura 9 Macrófago. Atentar para pequenos 
prolongamentos (pseudópodes) de membrana 
quando mais próximas às hemácias. 
◌ Mastócitos: células que também têm origem no tecido hematopoietico.
São bastante coradas no microscopio óptico gracas aos grânulos de
natureza basófila presentes em toda a extensão de seu citoplasma.
Esses grânulos contém mediadores inflamatórios vasodilatadores e
quimiotáticos, tais como a heparina, a histamina e os leucotrienos e os
mesmos são liberados no meio extracelular após interação da
imunoglobulina E (IgE) com receptores presentes na membrana celular.
Além disso, os grânulos possuem uma propriedade chamada
heterocromasia, um fenômeno no qual, ao serem coradas por um
corante, acabam por adquirir colorações diferentes do esperado. Essa
característica divide os mastócitos em dois grupos: mastócitos do tecido
conjuntivo (presente na derme e no peritônio) e mastócitos da mucosa
(presente no pulmão e nos intestinos), sendo aquele mais rico em
grânulos citoplasmáticos e com maior capacidade metacromásica que
este.
Figura 10 Mastócito no centro da imagem. 
Verificar a coloração intensa gerada pela 
presença de grânulos em todo o citoplasma.
 
◌ Plasmócitos: são unidades celulares provenientes de linhagem
semelhante a dos linfócitos B, linhagem essa capaz de produzir
anticorpos. Tem um morfologia ovoide e um citoplasma basófilo devido
ao RER desenvolvido. É fácil de visualizar no microscópio óptico, já que
tem um núcleo que lembra a roda de uma carroça (ver imagem abaixo).
Figura 11 Plasmócito
◌Leucócitos: são células sanguíneas que continuamente passam da
corrente sanguínea para a MEC do tecido conjuntivo, em um processo
chamado de diapedese. Esse fenômeno se torna mais frequente nos
processos inflamatórios agudos.
Figura 12 Leucócitos
● Fibras do Tecido Conjuntivo Propriamente Dito
◌ Fibras colágenas: fibras de variadas conformações formadas pela
proteína mais abundante do organismo: o colágeno. Cada fibra é
formada por feixes de tropocolágeno, uma proteína disposta em
tripla hélice com predominância dos aminoácidos prolina, glicina e
hidroxiprolina.Existem vários tipos de colágeno e cada um é
diferenciado de acordo com a função predominante no organismo:
▪ Colágenos que formam fibrilas: tipos I, II, III, V e XI;
▪ colágenos associados a fibrilas: tipos IX, XII e XIV;
▪ colágeno "ancorador": tipo VII;
▪ colágeno formador de redes: tipo IV.
 Dentre eles, o mais usual é o do tipo I, o qual é mais evidente em
tendões e aponeuroses.
Figura 13 Fibras colágenas. As regiões 
circulares são núcleos de fibroblastos.
●Fibras reticulares: é integrante do sistema colágeno do tecido
conjuntivo, junto com as próprias fibras colágenas. São diferentes
destas principalmente pelo fato de serem mais ricas em glicoproteínas e
proteoglicanos, moléculas que conferem adesão entre fibras de
colágeno tipo III, características das fibras reticulares. Aparecem em
grande quantidade no músculo liso, nos nódulos linfáticos e em órgãos
vulneráveis a sofrer aumento volumétrico, o que é o caso do útero, do
baço, do fígado, etc.. São mais fáceis de serem observadas no
microscópio óptico no uso de sais de prata.
Figura 14
◌Fibras elásticas (sistema elástico): constituído por três tipos de fibras
(da menos flexível a mais flexível):
1. Fibras oxitalânicas: compostas por fibrilina. Encontradas na
derme papilar (ligação entre a derme e lâmina basal).
2. Fibras elaunínicas: compostas de elastina com conformações
variadas. Visualizado nas glândulas sudoríparas e na derme
reticular.
3. Fibras elásticas: fibras com elastina ocupando o centro do feixe.
Das fibras do sistema elástico, é a que ocorre com maior
frequência.
Figura 15
● Matriz Extracelular (MEC)
 
 A matriz extracelular ou, simplesmente MEC, compreende toda a região
livre do tecido conjuntivo. Ela é constituída pela substância intercelular
fundamental (SIF) e o líquido tissular, ambos transparentes e incolores.
Servem como uma espécie de obstáculo à invasão antigênica, além de serem
úteis na lubrificação.
 A SIF é composta três tipos de moléculas: glicosaminoglicanos (ácido
hialurônico, glicosamina...), proteoglicanos (resultado da ligação de
glicosaminoglicanos com um eixo proteico[5]) e glicoproteínas multiadesivas
que, como o próprio nome sugere, proporcionam uma maior adesão
intercelular. 
 O líquido tissular é um fluido semelhante ao plasma presente no sangue
e que está em pequena concentração no tecido conjuntivo. Ele atua na
manutenção da pressão hidrostática e da pressão oncótica[6] dentro e fora do
capilar sanguíneo, respectivamente. Qualquer desregulação entre essas
forças acaba gerando o edema.
[5]: com exceção do ácido hialurônico. 
[6]: pressão oncótica: pressão gerada pela proteína do SIF sobre o endotélio capilar.
lTecido Adiposo
O tecido adiposo é um dos tecidos conjuntivos especializados já
discutidos anteriormente. Dentre eles, destaca-se pela presença de mais
células do que de fibras. É formada por adipócitos, células que, de início,
possui gotículas de lipídeos dispersas no citoplasma[7] que confluem-se em
uma macrogotícula que preenche toda a célula, deixando um pequeno espaço
na periferia da célula para o núcleo da mesma. Existem dois tipos de tecido
adiposo:
◌ Tecido adiposo marrom: mais predominante em recém-nascidos.
Tende a diminuir-se com a idade. Possui elevada irrigação e
inervação. As gotículas lipídicas possuem uma cor acastanhada
devido a presença de licopeno e de muitas mitocôndrias nos
adipócitos. É encontrado no pescoço, nos ombros, nas costas e
nas regiões perirrenal e para-aórtica. Tem como principal função
dissipar energia na forma de calor, servindo assim como um
poderoso isolante térmico.
◌ Tecido adiposo branco: tecido adiposo mais predominante em
adultos. Assim como o tipo marrom, também funciona como um
isolante térmico só que menos potente que o primeiro. Além
dessa função, também atuam como armazéns de energia
estocada na forma de lipídeos e amortecedores de regiões que
sofrem muita pressão no dia a dia (coxins), como é o caso das
plantas do pés e a região periocular.
Figura 16 Tecido adiposo marrom (esquerda) e 
branco (direita).
[7]: nesse período a célula é denominada pré-adipócito.
Fotografias das Lâminas (Tecido Conjuntivo)
Aula Prática
· Língua (HE, PAS: 100x)
tecido adiposo (observar 
gradeados circulares em torno 
da região rósea, que 
compreende o tecido muscular)
tecido conjuntivo frouxo (região 
clara abaixo do epitélio)
· Cordão Umbilical (HE, PAS: 40x)
tecido conjuntivo mucoso – 
geleia de Wharton (é fácil 
identificar essa lâmina sem 
microscópio. Procurar artérias e
veia umbilical)
● Artéria Aorta (HE, PAS: 100x)
fibras elásticas (procurar por 
ondulações depois do 
endotélio)
fibras colágenas (região 
esbranquiçada entre as fibras 
elásticas)
membrana elástica interna 
(procurar a primeira ondulação 
no sentido interno-externo)
membrana elástica externa 
(procurar última ondulação no 
sentido interno-externo)
● Artéria Aorta (Aldeído-fucsina, PAS: 100x)
fibras colágenas
fibras elásticas
Obs.: essa coloração serve mais para observar com mais nitidez as fibras
elásticas e, assim, diferenciar elas das colágenas.
● Tendão (HE, PAS: 40x)
tecido conjuntivo denso 
modelado 
(regiões do tendão mais 
rosáceas são 
aglutinados de fibroblastos)
● Baço (HE, PAS: 100x)
cápsula (tecido conjuntivo 
denso não-modelado)
Obs.: é possível identificar o órgão a partir das regiões róseas e roxas
presentes ao longo do baço.
● Pele delgada/ espessa (HE, PAS: 100x)
derme (tecido conjuntivo denso)
Obs.: existe diferenciação da derme em derme papilar (invagina-se para o
epitélio) e a derme reticular (resto da derme), mas isso não será cobrado na
avaliação.
Referências Bibliográficas
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, José. Tecido Conjuntivo. In:
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, José. Histologia Básica. 12. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Cap. 5. p. 90-118.
KIERSZENBAUM, Abraham L.; TRES, Laura L.. Tecido Conjuntivo. In:
KIERSZENBAUM, Abraham L.; TRES, Laura L.. Histologia e Biologia
Celular:Uma Introdução à Patologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. p.
111-149.
GENESER, Finn. Atlas de Histologia. 2. ed. São Paulo: Editorial Médica
Panamericana, 1987.
MITCHELL, Richard N. et al. Fundamentos de Robbins & Cotran: patologia.
8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 728 p.

Outros materiais