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Aulas PROVA - resumo

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Aula 1 - Antropologia e Cultura
Para explicar as diferenças entre as muitas sociedades e instituições, principalmente aquelas dos “povos exóticos”, a Antropologia desenvolveu uma metodologia própria baseada, inicialmente, em relatos e, posteriormente, em observação direta.
Para começar a pensar antropologicamente, é necessário que você conheça a definição de Homem.
Ao contrário dos outros animais, o ser humano elabora, compartilha e transmite cultura aos seus descendentes. Se os outros animais agem orientados pelos instintos, o animal humano ofusca os instintos através do desenvolvimento da cultura. Outra definição importante é a de Cultura. Apesar de praticarem e transmitirem a cultura, nem sempre os seres humanos se esforçaram por defini-la e analisá-la.
Cultura é uma produção exclusivamente humana. A partir daí percebemos que os mais velhos precisam transmitir a cultura para os membros mais novos. Essa transmissão da cultura de uma geração à outra se dá pela educação.  
Segundo a antropóloga Ruth Benedict, a cultura é como a lente, através da qual o homem vê o mundo.
DIVERSIDADE CULTURAL Indivíduos de culturas diferentes podem ser facilmente identificados. Isto se dá pelo seu modo de agir, suas roupas (ou pela ausência delas), os alimentos selecionados e, de um modo mais evidente, a partir das próprias diferenças linguísticas. 
RELATIVISMO CULTURAL “A coerência de um hábito cultural somente pode ser analisada a partir do sistema a que pertence (Laraia: 2005) 
De acordo com Lakatos e Marconi (1999): 
Podemos inferir que a classificação mencionada acima é aceita em termos de senso comum, não tendo respaldo em nenhuma teoria científica que mereça credibilidade.
Tomazi (2000), o primeiro a criar uma definição de cultura foi Edward Tylor (Inglaterra 1832 – 1917), ao juntar na palavra inglesa culture os sentidos que, no final do século XVII e início do século XVIII, eram carregados pela palavra alemã kultur e pela palavra francesa civilization.
Para esse autor, em seu livro Primitive Culture de 1871, “Cultura ... tomada em seu sentido etnográfico amplo é o todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.
Definição de cultura, na concepção de Tylor, é aprendida e não transmitida geneticamente, esse aprendizado se dá por meio da comunicação e da linguagem. Fica explícita também a oposição entre natureza e cultura, sendo a cultura considerada superior à primeira.
A partir de então, Cultura tornou-se um conceito central na Antropologia e nas outras Ciências Sociais e, em decorrência disso, houve uma proliferação de definições.
Num texto de 1952, intitulado Culture: a critical revew of concepts and definitions, A. L. Kroeber e C. Kluckhohn fizeram a análise de 160 definições em inglês concebidas por antropólogos, sociólogos, psicólogos, psiquiatras e outros.
Teoria da Evolução
No século XIX, o pensamento social foi muito influenciado pela Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin. Vários foram os pensadores que viam nas sociedades um movimento semelhante ao observado nos organismos. Para esses estudiosos, a sociedade evoluiria, natural e necessariamente de um estágio primitivo, para um estágio avançado.
O darwinismo social serviu, como justificativa para a intervenção europeia (colonialismo) em sociedades da África, Ásia, América e Oceania.
Etnia X Raça (definição e limitações do termo para tratar a humanidade)
Os conceitos de raça e etnia são importantes, segundo Dias (2006), porque configuram agrupamentos humanos cuja identidade ocorre por suas características exteriores, sejam estas culturais ou ainda físicas ou hereditárias.
Isto favorece a identificação entre os membros, que se reconhecem como pertencentes a determinado grupo, ao mesmo tempo em que os diferencia de outros grupos.
Determinismo
Existem doutrinas que afirmam que objetos e acontecimentos são e ocorrem de determinada maneira por serem regidos por leis ou forças que os fazem assim. Acredita-se que a possibilidade de escapar do determinismo é mínima ou nula. Podemos citar duas formas de determinismo:
Para os antropólogos essas doutrinas nada têm de correto, pois pode-se observar que uma das características da espécie humana é a capacidade de romper as suas próprias limitações.
O equívoco das visões deterministas sobre a cultura:
Det. Biol: Muitos ainda acreditam nas velhas, persistentes e incorretas teorias que atribuem capacidades inatas e específicas a determinadas raças. Atualmente os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais (Laraia: 2005)
Det. Geog: Pela lógica do determinismo geográfico as forças do mundo natural agiriam de modo mecânico e determinante sobre as sociedades humanas.
Na verdade esta visão é equivocada, na medida em que as diferentes culturas humanas são influenciadas, mas não determinadas de modo absoluto pelo meio físico.
Etnocentrismo é um fenômeno universal originado no fato de que o ser humano, ao enxergar o mundo através das lentes de sua Cultura, passa a considerar o seu modo de vida como o mais correto e mais natural.
Relativismo Cultural - Existe uma tendência em abandonar os juízos de valor no que diz respeito às diferentes culturas. Não existe, em termos de cultura, nem melhor nem pior, nem mais nem menos, nem superior nem inferior. Os padrões de beleza, de justiça, de moralidade etc., são relativos à cultura na qual os indivíduos estão inseridos. Existem diferenças no modo de pensar e de agir entre as diversas culturas que, segundo o relativismo cultural, devem ser respeitadas. Porém, muitas vezes essa posição tem sido encarada como descaso, apatia, em relação ao outro (Ex de diferenças culturais: anéis metálicos para alongar os pescoços, comer insetos, padrões de estética para a cultura ocidental). O topless, tratado como caso de polícia em Ipanema é amplamente praticado nas areias de Ibiza, na Espanha. Achamos no mínimo estranho o costume das mulheres da Birmânia de colocar anéis metálicos para alongar os seus pescoços, mas consideramos normal aplicar próteses de silicone para aumentar certas partes do corpo.
Relação entre cultura e educação: Cultura é uma produção exclusivamente humana. A partir daí percebemos que os mais velhos precisam transmitir a cultura para os membros mais novos. Essa transmissão da cultura de uma geração à outra se dá pela educação.  
Com base no que acabamos de ver, cite exemplos de contextos e situações que mostram a relação entre educação e cultura ocorrendo de maneira não sistemática e formal.
Corrigir - Quando um pai ensina seu filho a falar, se vestir, modos de agir em determinadas ocasiões etc.;
- Comunidades tribais que ensinam às gerações mais novas como caçar, plantar, colher etc.
Vamos conhecer agora os mitos, a religião e a ideologia como sistemas culturais e suas funções como ferramentas educativas desde as primeiras comunidades humanas.
Mitos - De acordo com Chauí (2004), o vocábulo tem sua origem na palavra grega mythos, derivada de 2 verbos:
O mito narra a origem do mundo e de tudo o que nele existe de três formas:
O mito aparece em todas as culturas. A seguir você terá mais informações sobre este tema.
Chauí (2004) afirma que o mito possui três funções:
1ª FUNÇÃO EXPLICATIVA - Explica o presente por alguma ação passada cujos efeitos persistiram no tempo. Como exemplo, a autora cita a crença de que uma constelação existe porque no passado crianças fugitivas e famintas morreram na floresta e foram levadas ao céu por uma deusa que as transformou em estrelas.
2ª FUNÇÃO ORGANIZATIVA- Organiza as relações sociais (de parentesco, de alianças, de poder, de sexo, etc.), legitimando e garantindo a permanência de um sistema complexo de proibições e permissões.
3ª FUNÇÃO COMPENSATÓRIA - Narra uma situação passada que é a negação do presente e que pode servir para compensar os homens de alguma perda ou paraassegurar que um erro do passado foi corrigido no presente, oferecendo uma visão estabilizada e regularizada da natureza e da vida comunitária.
Segundo a autora, o mito tem caráter educativo porque, na narrativa, encontramos mensagens ou normas que acabam orientando os comportamentos necessários para a vida em grupo.
De acordo com Meksenas (2000), há um mito muito difundido entre alguns índios do Brasil, no qual a origem da noite é atribuída à atitude de um grupo que, não obedecendo às tradições do seu povo, quebrou um coco proibido. Dali fugiu a noite, escurecendo toda a mata. Os deuses, sentindo piedade dos demais índios, devolveram-lhes a claridade do dia, mas com a condição de que agora seria sempre intercalada com um período noturno, para que todos se lembrassem do ocorrido. Não nos preocupando em saber se realmente a existência da noite pode ser explicada por esse mito ou pela ideia científica do movimento do globo terrestre, o que importa é saber que esse mito acaba sendo educativo porque ele fixa uma norma social: os perigos que podem aparecer a um grupo quando não se respeitam certas tradições ou o cuidado que devemos ter com o desconhecido. (p. 21)
Apesar da nossa sociedade valorizar o pensamento científico, não podemos dizer que os mitos ficaram no passado. De acordo com Chauí, o pensamento conceitual e o pensamento mítico podem coexistir na mesma sociedade. Para ela, a predominância de uma ou outra forma do pensamento depende, de um lado, das tendências pessoais e da história de vida dos indivíduos e, de outro, do modo como uma sociedade ou uma cultura recorrem mais à uma do que à outra forma para interpretar a realidade, intervir no mundo e explicar-se a si mesma. (2004, p. 164)
Religião
A religião é um vínculo entre o mundo profano (a natureza) e o mundo sagrado, isto é, a natureza habitada por divindades ou um mundo separado da natureza (Chauí, p. 253).
É importante destacar que a religiosidade é um fenômeno encontrado em todas as sociedades conhecidas até hoje. Muitas religiões já existiram e diversas continuam existindo.
O antropólogo se interessa pelo papel da religião na sociedade, mas não é papel da antropologia fazer julgamentos de valor sobre o conteúdo das religiões.
Se a maioria das instituições sociais têm sua origem em necessidades materiais, a religião se dirige às indagações sobrenaturais do ser humano.
Portanto, a religião tem função explicativa como o mito. Ela fornece explanações, por exemplo, de como surgiram o mundo, a natureza, os animais e os homens. Ela possibilita uma certa estabilidade social ao gerar paz de espírito e segurança aos indivíduos. Além disso, fornece normas que garantem a sobrevivência social. Acreditar em seres dotados de poderes sobrenaturais inspira respeito, temor e veneração, fazendo com que os indivíduos cumpram as regras.
Ideologia - Segundo o Dicionário de Ciências Sociais (pág. 570): 
D. Tracy foi o primeiro autor a fazer uso do termo no sentido de estudo das ideias, no final do século XVIII, sendo empregado da mesma forma por vários autores franceses, posteriormente, no século XIX. Ainda no século XIX, a palavra ideologia adquiriu conotação pejorativa, significando ideias abstratas e enganadoras.
A ideologia tem estreita ligação com a educação, pois alguns autores de influência marxista percebem a escola como um local onde se reproduzem as falsas consciências com o objetivo de manter o status quo.
Atividade
Analise as afirmativas abaixo:
I - A Antropologia, inicialmente baseava-se em relatos de viajantes, missionários, militares, administradores coloniais. Depois passou a utilizar a observação direta, em trabalhos de campo empreendidos por profissionais especializados.
II - A palavra Cultura tem origem no vocábulo latino colere e possuía denotação de cultivo das plantas, de cuidado com os animais e a terra, cuidado com as crianças e com sua educação, cuidado com os deuses, com os ancestrais e seus monumentos.
III - Os conceitos de raça e etnia configuram agrupamentos humanos cuja identidade ocorre por suas características interiores, sejam elas culturais, físicas ou hereditárias.
IV - O mito tem caráter educativo pois encontramos mensagens ou normas que acabam orientando os comportamentos necessários para a vida em grupo.
Com base no que você estudou, marque a opção que apresenta todas as afirmativas corretas:
I, II, IV
I, II, III
II, III, IV
I, III. IV
Corrigir – I, II, IV ; na 3 são culturais, físicas ou hereditárias não determinam.
Existem diversas definições de cultura.
Definições de homem, raça, etnia, evolução humana, etnocentrismo e relativismo cultural.
O mito, a religião e a ideologia podem ser considerados como elementos de educação e de coesão social.
Aula 2 - A Sociologia como Ciência Social
A ciência, como forma de conhecer, explicar e transformar o mundo é um fenômeno cultural. A nossa sociedade, estima o conhecimento científico porque este comprova os fatos de forma metódica e sistemática. Sociologia, ciência bastante nova quando comparada a outras. A Sociologia apareceu como ciência autônoma no século XIX; o que o chamado “Pai da Sociologia”, o intelectual francês Auguste Comte tem a ver com o lema da nossa bandeira: Ordem e Progresso?
O racionalismo e o surgimento do pensamento científico no mundo ocidental (o pensam científico é uma criação da soc ocid.); O surgimento da Sociologia neste contexto de grande difusão do pensamento científico.
Os movimentos sociais e revolucionários que contribuíram para a construção do atual modelo de sociedade. 
a sociologia teve origem em fatos históricos como a revolução industrial inglesa e a revolução francesa;
Caracterizar o pensamento de Auguste Comte e a sua Sociologia: Positivismo.
modernidade refere-se ao estilo, costume de vida ou organização social que emergiram na Europa a partir do século XVII. (Giddens, Anthony. As consequências da modernidade)
Características da Modernidade: As dimensões institucionais da modernidade compreendem o capitalismo, o industrialismo, a vigilância (controle da informação e supervisão social), poder militar (controle dos meios de violência no contexto da industrialização da guerra).
As condições históricas para o desenvolvimento do pensamento científico e para o surgimento da Sociologia.
Sociologia: uma nova ciência: O ser humano é um animal que produz mitos, religiões, ideologias, enfim, cultura. Na tentativa de entender as coisas ao nosso redor, produzimos uma vasta gama de conhecimentos como o filosófico, o religioso, o de senso comum etc. A sociedade ocidental produziu uma forma específica de explicar o mundo, chamada de ciência, ou seja, uma forma racional, objetiva, sistemática, metódica e refutável de formulação das leis que regem os fenômenos.
Na sociedade ocidental, a ciência é a principal forma de construção da realidade, considerada por muitos críticos como um novo mito por pretender ser a única promotora e critério de verdade.
Renascimento: é o momento classificado por muitos estudiosos como a ruptura entre o mundo medieval e o mundo moderno urbano, burguês e comercial.
De acordo com Costa (2005), existiam diversas visões do Renascimento. Dentre elas, destacamos:
 
Reforma Protestante
De acordo com Quintaneiro (2002), ao contestar a autoridade da Igreja como instância última na interpretação dos textos sagrados e na absolvição dos pecados, a Reforma colocou sobre o fiel essa responsabilidade e, instituindo o livre exame, fez da consciência individual o principal nexo com a divindade. Para esse autor:
Racionalismo - O racionalismo e a Revolução Científica do século XVII
No século XVII, surge o Racionalismo e fortalece a ideia de que o homem produz a história e não a Divina providência. Essa concepção fundamentava a ideia de que a sociedade podia ser compreendida porque, ao contrário da natureza, ela é obra dos próprios indivíduos. O pensamento filosófico desse século contribuiu para a popularização do pensamento científico.
Segundo Francis Bacon, a Teologiaperdeu o posto de norteadora do pensamento.
A autoridade, que exatamente constituía um dos alicerces da teologia, deveria, em sua opinião, ceder lugar a uma dúvida metódica, a fim de possibilitar um conhecimento objetivo da realidade.
Os pensadores desse período defenderam, assim, o emprego sistemático da razão e do livre exame da realidade.
Os movimentos revolucionários do século XVIII: Iluminismo, Rev Industrial e Rev Francesa
Segundo Martins (2001, p. 21): 
Revolução Industrial e Revolução Francesa É em meio a esse cenário de efervescência intelectual, política e social que observamos dois eventos históricos importantes, que ficaram conhecidos como Rev. Burguesas. 
No século XIX, os pensadores burgueses já não mais desejavam que as ideias revolucionárias iluministas continuassem animando o homem comum, pois, como a burguesia havia chegado ao poder, deveria lutar para mantê-lo. Apesar da industrialização e urbanização crescentes na França, a situação do proletariado era extremamente precária, pois os trabalhadores viviam na miséria e estavam sempre ameaçados pelo desemprego, o que acabou intensificando as crises econômicas e a luta de classes naquela sociedade. Aquele era o momento de abandonar os ideais iluministas e fundar uma nova ciência para “reorganizar” e “higienizar” a sociedade. Dito de outra forma, a Sociologia nasceu dos interesses burgueses em manter a ordem social e a estabilidade, ligando-se aos movimentos de reforma conservadora da sociedade. A preocupação passou a ser a de fazer com que os indivíduos aceitassem a ordem existente, deixando de lado a sua negação.
O positivismo: Auguste Comte (1798-1857)
é considerado o pai da Sociologia, também conhecida como Física Social. De acordo com Tomazi (2000), Comte rompeu logo cedo com a tradição de sua família monarquista e católica, transformando-se em um republicano com ideias liberais. Desenvolveu atividades políticas e literárias que lhe permitiram elaborar uma proposta para solucionar os problemas da sociedade de sua época.
Vivendo no período imediatamente posterior à Revolução Francesa, preocupou-se em organizar a sociedade que, em sua opinião, estava caótica.
A Lei dos Três Estados: Teológico Metafísico Positivo 
TEOLÓGICO: A explicação do mundo com base em concepções místicas e no pensamento religioso.
METAFÍSICO: Predomínio de princípios e construções teóricas de natureza filosófica.
POSITIVO: A conduta humana pautada nas convicções e deliberações da ciência.
A teoria positivista pode ser considerada como um tipo de cientificismo, que tenta explicar e compreender a sociedade humana, como se suas leis fossem derivadas das chamadas ciências naturais. Por esta razão, Comte também definia a nova disciplina, a Sociologia, como Física Social. 
Destacamos algumas das contribuições de Comte:
Atividade
Analise os conceitos abaixo e relacione a coluna da esquerda com a da direita.
A sequência correta é:
5; 4; 6; 2; 1; 3
4; 2; 5; 1; 3; 6
1; 4; 3; 2; 6; 5
4; 1; 2; 6; 1; 3
Corrigir – 425136
Herbert Spencer e o darwinismo social (1820-1903)
 O filósofo inglês Herbert Spencer foi o principal representante do evolucionismo nas ciências humanas. Ele especulava sobre a existência de regras evolucionistas na natureza antes de seu compatriota, o naturalista Charles Darwin, que foi o autor da teoria da evolução das espécies. É dele a expressão "sobrevivência do mais apto", muitas vezes atribuída a Darwin. Os princípios do darwinismo social foram construídos a partir da obra de Spencer.
CHARLES DARWIN (1809-1892)
Darwin foi um naturalista britânico que alcançou destaque no meio acadêmico ao desenvolver a teoria da evolução da vida na Terra. Em seu livro publicado em 1859, A Origem das Espécies ele introduziu a ideia de evolução a partir de um processo aleatório de seleção natural. Este princípio se tornaria a explicação científica dominante para a diversidade das espécies no mundo natural.
A Ciência como uma criação da cultura ocidental;
O surgimento da Sociologia não foi um fato isolado, pois está atrelado a acontecimentos históricos importantes, como a Revolução Industrial e a Revolução Francesa;
Aula 3 - Émile Durkheim e o Funcionalismo
A concepção de ciência que orientou Émile Durkheim na sistematização da sociologia;
O conceito de fato social, suas características e como o sociólogo deve estudá-lo;
Representações coletivas, consciência coletiva e solidariedade social.
Contribuição que Émile Durkheim deu para uma visão sociológica da educação. Durkheim, Max Weber e Karl Marx são chamados autores clássicos da Sociologia, porque forneceram as linhas mestras de explicação da realidade social que fundamentaram grande parte das obras elaboradas por autores posteriores. As explicações sobre os fenômenos sociais diferem segundo os autores. Émile Durkheim, autor que mais produziu estudos sobre o tema da educação, propõe uma explicação funcionalista; já Weber opta por uma Sociologia compreensiva e Karl Marx vai em direção à dialética, conforme você verá nas próximas aulas.
Émile Durkheim sistematizou a Sociologia. Breve histórico de sua vida: (1858-1917)
1879 - Entrou para a École Normale Supérieure, quando conheceu as obras de pensadores como Auguste Comte e Herbert Spencer, intelectuais que o influenciaram na busca por dotar a Sociologia de um caráter científico. 1887 - Foi nomeado professor de Pedagogia e Ciência Social na Faculdade de Letras da Universidade de Bordeaux, onde ministrou o primeiro curso de Sociologia das universidades francesas. 1895 - Lançou As Regras do Método Sociológico. 1897 - Publicou O Suicídio.
1912 - Publicou As Formas Elementares da Vida Religiosa.
1913 - A cadeira de que era titular passou a se chamar Cadeira de Sociologia da Sorbonne.
1915 - Em meio à Primeira Guerra Mundial, seu único filho morreu no front de Salonique.
1917 - Em 15 de novembro, muito abalado pela perda de seu filho, faleceu em Paris.
Livro: A Divisão do Trabalho Social. Educação e Sociologia.
A concepção de Sociologia como ciência positiva
Bastante influenciado pelo positivismo e pela lógica cientificista do século XIX, Émile Durkheim imaginava a existência de um “reino moral” ou “reino social”. Este reino moral seria o espaço no qual se processariam as representações coletivas. Tanto Durkheim quanto Karl Marx imaginavam ser possível descobrir o que poderia ser definido como “as leis naturais” da sociedade humana.
O século XIX foi marcado por várias mudanças importantes. Uma delas é o fato de alguns pensadores, inclusive Émile Durkheim, terem se dedicado à fundação de uma nova ciência, cujo objetivo era dar conta das coisas da sociedade, abandonando a arte política e a simples especulação. Alguns dos autores que influenciaram Durkheim: Saint Simon, Auguste Comte, Herbert Spencer.
Durkheim tratou de definir a Sociologia, seu objeto de estudo, seu método de trabalho e seus conceitos fundamentais. Transformou temas como o Direito, a Educação, a Religião, o Suicídio e a Moral em objetos de análise sociológica.
Preocupado com os problemas de seu tempo e convicto de que a sociedade europeia passava por um período de anomia, Durkheim sentia a necessidade de construir as novas formas sociais e, na sua concepção, a Sociologia tinha importante papel nesta tarefa, pois apenas ela estava habilitada a restaurar a noção de unidade orgânica da sociedade.
Dessa forma, a preocupação com a moral e a manutenção da ordem social foi constante em seu pensamento, o que resultou em críticas, aceitas por uns e questionadas por outros, que o caracterizaram como um sociólogo conservador, avesso mesmo às mudanças, interessado em ensinar aos homens a obedecer à ordem vigente.
Consciente de que a França atribuía um peso muito grande ao senso comum (consciência coletiva difusa), Durkheim procurou criar uma nova ciência elaborada na universidade. Muito preocupado com a objetividade, o autor advertia que, a exemplo de cientistas de áreas como a Biologia e a Química, o sociólogo não devia fazerconcessões às opiniões baseadas no senso comum.
A nova ciência positiva: a Sociologia 
Durkheim tinha como objetivo criar uma ciência positiva, autônoma (sobretudo em relação à Biologia e à Psicologia) e diferente das outras. Para tanto, esforçou-se em definir as suas bases, seu objeto de estudo e seu método, mas teve que recorrer ao exemplo de outras ciências já formadas, como a Biologia, a Química e a Física. Na sociologia de Durkheim:
 
 
Atente-se para alguns conceitos:
Leis naturais - Aqui a palavra lei deve ser entendida em seu sentido científico e não no sentido jurídico ou legislativo. De acordo com Cervo e Bervian (2002, p. 54), “Duas são as principais funções da lei científica: resumir grande quantidade de fatos e de fenômenos e possibilitar a previsão de novos fatos e fenômenos”. Leis naturais seriam leis invariáveis que independem, por exemplo, da vontade humana. Alguns exemplos dessas leis são: a água ferve a 100 graus; o calor dilata os metais etc.
Concepção - Apesar de esta concepção ter dominado durante muito tempo, Durkheim mostra que alguns pensadores como Aristóteles, Montesquieu e Condorcet viam a sociedade como algo natural, porém, estas ideias não tinham muito fôlego a ponto de fazer vingar uma ciência social orientada para o estudo das leis naturais que regem a sociedade.
Leis necessárias - É importante ter em mente a ideia de necessário como algo que não poderia ser diferente daquilo que é. A chuva é necessária porque não pode deixar de acontecer, por mais que eu queira que faça sol. Comer é necessário porque não posso deixar de me alimentar, sob risco de morrer de inanição.
Objeto de estudo da Sociologia: os Fatos sociais
Em As Regras do Método Sociológico, Durkheim afirma que o objeto de estudo da Sociologia é o fato social. Eles seriam aqueles modos de agir, pensar e sentir que exercem sobre os indivíduos uma coerção externa e que possuem existência própria. 3 características que tornam os fatos sociais realmente sociais.
EXTERIORIDADE- Os fatos sociais agem sobre os indivíduos independentemente de suas vontades particulares. São maneiras de pensar, de agir e sentir que existem fora das consciências individuais. Antes de nascermos, as regras morais, os costumes e as leis já existiam e, a despeito de nossas vontades, continuarão existindo. Por ex, um devoto, ao nascer, já encontra prontas as crenças e as práticas da vida religiosa. Da mesma forma, o sistema de moedas que utilizamos para fazer as transações comerciais e as práticas seguidas nas diferentes profissões funcionam independentemente do uso que cada indivíduo faz delas.
Durkheim ressalta que, embora a exterioridade seja condição necessária, não é condição suficiente para transformar os fenômenos em fatos sociais.
COERCITIVIDADE – Para que o fato seja considerado social, deve também exercer algum poder de coerção sobre os indivíduos. Nem sempre a coercitividade é sentida quando me conformo com ela, mas se tento resistir, sinto seu peso. Em outras palavras, quando eu infrinjo uma regra, sofro algum tipo de punição. O grau de coerção do fenômeno torna-se evidente pelas sanções a que o indivíduo é submetido ao ir contra o fato social. As sanções podem ser de dois tipos:
Legais: ocorrem quando, ao “violar as leis do direito, estas reagem contra mim de maneira a impedir meu ato se ainda é tempo; com o fim de anulá-lo e restabelecê-lo em sua forma normal se já se realizou e é reparável; ou então que eu o expie se não há outra possibilidade de reparação” (As Regras do Método Sociológico, p. 2). Por ex, a legislação eleitoral prevê multa e outras sanções ao eleitor brasileiro que não comparecer para votar nem justificar a sua ausência.
Espontâneas: ocorrem quando deixo de seguir as convenções “mundanas”. Por ex, se, ao escolher minhas roupas, não levo em consideração os costumes do meu país ou da minha classe, posso provocar riso ou afastamento, o que funciona como uma pena. Pense na reação das pessoas ao verem um homem usando saia no Brasil.
A educação possui um papel relevante na conformação do indivíduo à sociedade em que vive, fazendo com que, depois de algum tempo, as regras se internalizem e se transformem em hábitos.
GENERALIDADE - Todo fato social é geral, mas, não podemos dizer que todo fato geral é social. Para ser assim considerado, ele precisa ser coletivo (isto é, mais ou menos obrigatório). Daí decorre que este tipo de fenômeno deve ser estudado apenas em suas manifestações coletivas, como as crenças, as tendências e as práticas do grupo tomadas coletivamente, pois a sociedade não é o mero agregado dos comportamentos individuais. As tendências da moda e o idioma servem aqui como bons exemplos. todo fato social necessariamente possui um caráter de generalidade, ou seja, precisa ser percebido de modo coletivo
Agora q vc já sabe o que é fato social e quais são suas características veja como o sociólogo deve estudá-lo.
Regras para o estudo dos fatos sociais
Depois de definir e caracterizar os fatos sociais, Durkheim se dedica a elaborar os principais passos, o método para o seu estudo. São eles:
Durkheim alerta para o fato do sociólogo se expor a erros quando não toma as devidas precauções metodológicas quanto à distinção entre normal e patológico. Uma falha desse tipo seria classificar o crime como algo patológico.
É necessário, entender que o autor concebe crime como “um ato que ofende certos sentimentos coletivos dotados de energia e de nitidez particulares” (1972: p. 58), não se restringindo ao sentido jurídico.
Se, à primeira vista, o crime parece patológico, após uma análise meticulosa pode-se afirmar que o crime é normal e isso se deve a 2 motivos. Em primeiro lugar, porque é universal, isto é, acontece em todas as espécies sociais e em todos os estágios de desenvolvimento. Em segundo lugar, porque reforça sentimentos contrários, de repulsa ao agressor e aos fatores que o motivaram a cometer o crime.
Há ainda um outro aspecto muito importante: em alguns casos, o criminoso é visto como agente de mudança e a ausência do crime tornaria a sociedade estática. Isso permitiu ao autor concluir que, além de normal, o crime é necessário e tem a sua utilidade.
Consciência coletiva e representações coletivas
Em A Divisão do Trabalho Social, Durkheim afirma que enquanto seres socializados possuímos, simultaneamente, uma consciência individual e uma consciência coletiva.
A consciência coletiva é o nível mais profundo da realidade social. É a soma de crenças e sentimentos comuns à média dos membros de certa comunidade, constituindo um determinado sistema que possui vida própria, persiste no tempo e une as gerações. É, em outras palavras, o sistema de Representações coletivas presente em determinada sociedade.
Para Durkheim, não são os indivíduos que geram a consciência coletiva, ao contrário, é a consciência coletiva que molda as consciências individuais. A força que a consciência coletiva exerce sobre os indivíduos varia com o tipo de sociedade dependendo do seu estágio de evolução.
Solidariedade Social
Em sua tese de doutorado A Divisão do Trabalho Social, Durkheim propõe-se a investigar a função da Divisão do Trabalho. O autor se preocupou em analisar, à luz da Morfologia Social, a evolução das sociedades e a coesão social que dela resulta, que o fez concluir que as sociedades caminham, natural e necessariamente, do estado mecânico em direção ao estado orgânico, apresentando uma solidariedade característica para cada um desses estágios. Veja a seguir:
Sociedades Mecânicas
São aquelas de tipo pré-capitalista, muito “simples”, dotadas de forte consciência coletiva, onde a divisão do trabalho se baseia principalmente nos critérios de sexo e idade.
Nesse tipo de sociedade, a identificação entre os indivíduos se dá por meio da família, da religião, da tradição e dos costumes. A autoridade coletiva é absoluta e a consciência coletiva é tão forte que se sobrepõe à consciência individual. A solidariedade social de tipo mecânica é gerada pelas semelhanças entre os indivíduos que, partilhandoos mesmos sentimentos e valores, diferem pouco entre si. Predomina nas sociedades pré-capitalistas. A união do grupo se dá com base na idéia de identidade entre os indivíduos, manifestada através de costumes, religião, laços de família. É forte, neste contexto, a consciência coletiva. 
Sociedades Orgânicas
São mais extensas, mais complexas. Por possuírem estruturas econômicas avançadas, exigiam uma divisão do trabalho não mais baseada em sexo e idade, mas, na diversidade de funções que torna os indivíduos interdependentes.
Se nas sociedades mecânicas a consciência coletiva gerava uma irresistível coesão social, nas sociedades orgânicas a divisão do trabalho social tem por função criar a solidariedade social, pois a complexidade da vida e a ausência de semelhanças acabam por aproximar as pessoas, fazendo com que se completem.
Típica das sociedades capitalistas, nas quais a união do grupo se dá com base na interdependência entre os indivíduos. Esta, por sua vez, está ligada ao aumento da divisão do trabalho social, com a conseqüente especialização de funções. Neste contexto é mais fraca a consciência coletiva, com maior autonomia dos indivíduos. 
Em sociedades com forte divisão do trabalho, as relações sociais se baseiam na especialização de tarefas. Assim, a educação tem caráter duplo, pois, ensina aos novos membros valores, crenças e conhecimentos que devem ser gerais à massa da sociedade e, por outro lado, fornece conhecimentos específicos da área profissional em que a pessoa deverá atuar.
O FATO SOCIAL PATOLÓGICO: É todo fato que extrapola os limites aceitos pela consciência coletiva de uma determinada sociedade. Nestes casos eles engendram conflito ao invés de solidariedade, colocando em risco o consenso e representando uma espécie de estado “mórbido” para a sociedade.
A CONSCIÊNCIA COLETIVA É o modo como a sociedade vê a si mesma e as demais, através de suas lendas, mitos, concepções religiosas, crenças morais etc... Em outras palavras, seria o sistema de representações coletivas presente em determinada sociedade.
O MÉTODO DE PESQUISA EM SOCIOLOGIA Segundo Durkheim, o pesquisador deve assumir uma postura de distanciamento e neutralidade em relação aos fatos estudados, ou seja, deve abandonar as suas pré-noções. Estes, por sua vez, devem ser medidos e observados de forma objetiva. “Os fatos sociais devem ser encarados como coisas.”
AS FORMAS DE SOLIDARIEDADE OU DE COOPERAÇÃO SOCIAL Segundo Durkheim, o meio moral em determinada sociedade é produzido pela cooperação entre os indivíduos, por meio de um processo de interação que ele definiu como a divisão do trabalho social. Neste sentido haveriam duas formas básicas de se construir esta cooperação ou solidariedade, que seriam a solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica.
Anomia: Segundo Durkheim uma situação de anomia pode ser identificada toda vez que as relações sociais, assim como a divisão do trabalho, engendram conflito ao invés de solidariedade. Isto acontece quando deixa de existir correspondência entre as regras jurídicas e morais estabelecidas e as condições geradas pelas transformações das relações sociais, presentes em determinada sociedade.
Atividade
Analise os conceitos abaixo e relacione a coluna da esquerda com a da direita.
A sequência correta é:
5; 4; 3; 2; 1
4; 2; 5; 1; 3
1; 4; 3; 2; 5
2; 3; 1; 5; 4
Corrigir - 23154
A Sociologia é a ciência que estuda os Fatos Sociais e o sociólogo deve ter cuidados e critérios metodológicos para estudá-los;
Aula 4 - Émile Durkheim: Educação e Sociologia
A concepção de educação elaborada por Émile Durkheim; A educação como instrumento de socialização;
A ideia de que a educação deve servir para conformar o indivíduo a determinado meio moral. Saber o que o levou a estudar a educação como um fato social.
PQ o autor percebe a educação como instrumento de socialização.
Discutir a ideia de que a educação deve servir para conformar o indivíduo a determinado meio moral.
A Educação
Na concepção de Durkheim, a educação tem um papel fundamental na preparação do indivíduo para a vida em sociedade. Por esse motivo, ele se dedicou a estudar a educação como um fato social.
Em Educação e Sociologia, Durkheim se propõe a fazer um exame crítico das definições de educação formuladas por diferentes e importantes pensadores dos fenômenos sociais. Assim, ao analisar as concepções de John Stuart Mill, Immanuel Kant e James Mill, o autor conclui que não existe uma educação ideal, pois se observarmos a história, a educação varia com o tempo e com as regiões.
Algumas das afirmações de Émile Durkheim sobre a educação:
Movido pela sua convicção de que as sociedades evoluem e devem ser estudadas em determinado estágio de seu desenvolvimento, Durkheim utiliza como método de estudo a observação histórica para mostrar que os sistemas de educação têm poder coercitivo, pois, em cada momento há um tipo regulador de educação do qual os indivíduos não podem escapar sem resistências e que restringem os anseios daqueles que são discordantes. 
ANOMIA E SOLIDARIEDADE ORGÂNICA Quanto se apresenta de maneira muito intensa em determinada formação sociocultural, o individualismo ameaça a preservação da consciência coletiva. Sem ela não há como manter a continuidade das relações sociais, o que geraria um quadro de anomia. É neste sentido que, para Durkheim, a escola funcionaria como um instrumento de reforço da consciência coletiva.
A EDUCAÇÃO COMO INSTRUMENTO DE SOCIALIZAÇÃO Numa sociedade em que o individualismo, acirrado pela diferenciação social e pelas práticas do mercado, compete com a consciência coletiva, a educação assume o significado de educação moral. Assim, ela seria de vital importância para a manutenção da coesão social, na concepção de Durkheim.
A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO PARA DURKHEIM A educação para Durkheim seria o processo pelo qual os indivíduos aprendem a ser membros da sociedade. Consequentemente, as práticas de educação adequadas, para este autor, seriam aquelas próprias ao meio moral compartilhado por cada um. 
Numa sociedade complexa existem muitos meios morais, conforme as diferenças de classe, região, grupos sociais e religiosos e mesmo profissões. Aprender a ser um engenheiro ou um médico, para Durkheim, não significa apenas fazer plantas e cálculos, ou aprender anatomia humana. Ao ingressar nas universidades os indivíduos aprendem, também, como médicos e engenheiros estabelecem suas relações sociais próprias. A escolha da profissão passaria a ser uma maneira particular de se ingressar em determinado meio moral.
No entanto, por mais específicos que sejam os meios morais para os quais somos educados, sempre existirão crenças e valores básicos, que se apresentam como comuns a todos. (...) Não seria possível existir sociedade sem isto (Rodrigues, Alberto T. Sociologia da Educação, pg.33).
A sociedade ideal não está fora da sociedade real, é parte dela (...) porque uma sociedade não está simplesmente constituída pela massa de indivíduos que a compõem, pelo solo que ocupam, pelas coisas que utilizam, pelos movimentos que efetuam, mas, antes de tudo, pela idéia que ela faz de si mesma (Durkhem, As formas elementares da vida religiosa, pg. 434).
A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objeto suscitar e desenvolver na criança, certo número de estados físicos, intelectuais e morais pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio moral a que a criança particularmente se destinem (Durkheim, Educação e Sociologia).
A Educação como produto da sociedade
Ao definir mais precisamente a educação, Durkheim conclui que há algumas condições para que ela realmente exista, ou seja, é necessário que haja uma geração de adultos, uma geração de jovens e, que a primeira exerça uma ação sobre a segunda.
O sistema educativo, em qualquer sociedade, possui duplo aspecto, ou seja, é, simultaneamente:
Profissões - “Cada profissão, com efeito, constitui um meio sui generis que reclamaaptidões particulares e conhecimentos especiais, onde reinam certas ideias, certos usos, certas maneiras de ver as coisas; e, como a criança deve ser preparada tendo em vista a função que será chamada a desempenhar, a educação, a partir de uma certa idade não pode mais continuar a ser a mesma para todas as pessoas às quais ela se destina” (2001, p. 50).
Segundo Durkheim, cada sociedade formula determinado ideal de ser humano, ou seja, é a sociedade que determina o que esperar do indivíduo, seja do ponto de vista intelectual, físico ou moral. Em outras palavras, seremos aquilo que a sociedade espera que sejamos.
Assim, se até certo ponto esse ideal é o mesmo para todos os cidadãos, há um momento em que os indivíduos devem se diferenciar, segundo os meios sociais particulares em que estão inseridos.
Para o autor, a parte básica da educação é constituída por esse ideal, ao mesmo tempo, uno e diverso, que tem por função suscitar na criança:
É a sociedade, em seu conjunto, e cada meio social, em particular, que determinam o ideal a ser realizado. Durkheim ressalta que a homogeneidade é importante, pois é a base onde os sistemas de educação específicos se fundamentarão. A educação a perpetua e reforça, fixando na criança certas similitudes essenciais, exigidas pela vida coletiva.
É a heterogeneidade que torna a cooperação possível. A educação assegura a persistência dessa diversidade necessária, o que permite especializações.
Se a sociedade chegou a um grau de desenvolvimento em que as antigas divisões em castas e em classes não podem mais manter-se, prescreverá uma educação mais una em sua base. Se, no mesmo momento, o trabalho está mais diversificado, provocará nas crianças, sobre um primeiro fundo de ideias e de sentimentos comuns, uma mais rica diversidade de aptidões profissionais. Se vive em estado de guerra com as sociedades envolventes, esforça-se por formar os espíritos com base num modelo fortemente nacionalista; se a concorrência internacional toma uma forma mais pacífica, o tipo de educação que procurará realizar é mais geral e mais humano.
A evolução das sociedades
É necessário observar alguns temas importantes na teoria do autor, que foi fortemente influenciado pelo darwinismo social e, por isso, estava totalmente convencido de que, como os organismos, as sociedades também evoluíam. Segundo Durkheim (1893), as sociedades passariam do estágio mecânico para o estágio orgânico.
A formação que um futuro médico recebe é diferente daquela recebida pelo futuro engenheiro, que difere também da dispensada ao futuro advogado. Não podemos hoje, em nossa sociedade, conceber que só se formem ou engenheiros, ou advogados ou médicos. Advogados precisam dos serviços dos engenheiros, que precisam dos cuidados dos médicos e, assim por diante.
É isso que garante a nossa coesão social: a especialização em uma área e o fato de ser leigo nas outras faz com que os profissionais de um campo dependam de outros profissionais. Durkheim utiliza o exemplo da paixão que ocorre entre o homem e a mulher que, por serem diferentes, se complementam, formando um todo.
A educação como socialização das novas gerações
A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre aquelas que ainda não estão maduras para a vida social. Tem por objeto suscitar e desenvolver na criança um certo número de estados físicos, intelectuais e morais que lhe exigem a sociedade política no seu conjunto e o meio especial ao qual está particularmente destinada.
Dessa definição podemos assumir que a educação é a socialização metódica das novas gerações. Cada membro da sociedade possui em si dois seres: 
 
Saiba Mais - Os indivíduos agem de acordo com as necessidades sociais e a sociedade impõe aos homens uma tirania muito forte. Mas, segundo Durkheim, os próprios homens desejam que isso ocorra porque o ser novo, que a ação coletiva cria em cada um de nós por intermédio da educação, representa o que há de melhor no homem, o que há de propriamente humano em nós.
Na verdade, o homem só é homem porque vive em sociedade. Para comprovar essa afirmação, Durkheim mostra o desenvolvimento da moral, o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento da linguagem, coisas que só podem acontecer na vida em sociedade.
O Estado e a educação
O Estado é a instituição social mais importante que tem influência sobre a educação, tendo mais peso que a família, segundo Durkheim. Não poderia ser de outra forma, dado o caráter coercitivo atribuído pelo autor à educação.
A importância do Estado cresce à medida que assume uma função coletiva e busca a educação da criança na sociedade em que vive. Caberia a esse órgão esclarecer os princípios essenciais, fazer com que sejam ensinados nas escolas, cuidar para que as crianças não os ignorem e os respeitem.
Durkheim era taxativo e afirmava que tudo que é educação deve estar em certa medida submetido à ação do Estado. Ele percebia a ausência de unidade moral em sua sociedade, e a presença de muitas concepções divergentes, por isso se preocupava com a escola e com os professores.
A escola não pode ser pertença de um partido, e o professor falta aos seus deveres quando usa a autoridade de que dispõe para arrastar os seus alunos nos trilhos de seus próprios ideais, por mais justificados que lhe possam parecer.
O papel do professor
Para a ação educativa ser bem sucedida na transformação de um ser associal, como o bebê, em uma personagem bem definida que desempenhe um papel útil na sociedade, o educador deve agir como um hipnotizador. A criança, como o hipnotizado, está numa situação de passividade. Como a vontade infantil ainda é rudimentar, ela é facilmente sugestionável e acessível aos exemplos, e propensa à imitação.
O professor exerce sobre seus alunos uma ascendência baseada na superioridade de sua cultura e de sua experiência. O educador deve ter, também, serenidade.
Se professores e pais sentissem, de uma forma mais constante, que nada se pode passar diante da criança sem deixar nela alguma marca, que o moldar do seu espírito e do seu caráter depende destes milhares de pequenas ações insensíveis que se produzem a cada instante e aos quais não prestamos atenção por causa da sua insignificante aparência, como zelariam mais pela sua linguagem e pela sua conduta! Seguramente, a educação não pode chegar a grandes resultados quando procede por safanões bruscos e intermitentes.
Como o objetivo da educação é formar um ser novo, constrangendo o indivíduo e subjugando o egoísmo individual, não é possível formar o ser social através de brincadeiras e do prazer. É preciso então que o educador: 
Atividade
Analise as afirmativas a seguir:
I - A educação tem um papel fundamental na preparação do indivíduo para a vida em sociedade.
II - A educação é uma criação coletiva, pois os costumes e as ideias que determinam o tipo de educação reguladora são produzidos pela individualidade e manifestam as suas necessidades.
III - A heterogeneidade é importante, pois é a base onde os sistemas de educação específicos se fundamentarão. - homogeneidade
IV - A homogeneidade que torna a cooperação possível. A educação assegura a persistência dessa diversidade necessária, o que permite especializações. - heterogeneidade
A opção correta é:
I
II
III
IV
Corrigir - I
A concepção durkheimiana de Educação;
O ponto de vista do autor de que a Educação é um elemento de socialização;
A definição de Fato Social com a ideia de educação;
A importância da educação para a manutenção da moral social.
Aula 5 - O Pensamento Sociológico de Karl Marx
A teoria marxista pela sua perspectiva sociológica;
Os diferentes conceitos trabalhados por Marx como forma de analisar os mecanismos de funcionamento da sociedade capitalista.
Visão sociológica de Karl Marx, cuja obra marcou profundamente o pensamento ocidental no século XIX. Ele se propôs a analisar a sociedade capitalista de modo profundo, buscando a compreensão daqueles fatores que contribuiriam para o surgimento da miséria e do elevado nível de exploração da mão deobra assalariada.
Segundo Marx, este seria um processo histórico, no qual as elites burguesas expropriariam duplamente as classes trabalhadoras: primeiro, no que se refere à propriedade dos meios de produção e, em seguida, expropriando também o saber dos trabalhadores, no que se refere à organização da produção social.
Analisar a teoria marxista pela sua perspectiva sociológica.
Descrever os diferentes conceitos trabalhados por Marx como forma de analisar os mecanismos de funcionamento da sociedade capitalista.
Karl Marx (1818-1883)
O alemão Karl Marx influenciou de modo significativo o pensamento ocidental, tanto no século XIX quanto no século XX.
Ao nos referirmos a ele como um dos clássicos do pensamento sociológico, o fazemos por reconhecer a forte influência que o seu trabalho exerce, ainda hoje, sobre as obras de muitos autores.
A obra de Marx também teve influência sobre a construção do primeiro regime socialista a ser instituído na história recente da humanidade. Esta experiência se daria na Rússia, em 1917, ano em que o partido bolchevique, liderado por Lênin, no comando de um movimento revolucionário instituiria naquele país um projeto socialista de inspiração marxista. A partir daí, a Rússia passou a se chamar União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS, ou como se costumava dizer ao nível do senso comum, União Soviética. Livros: Contribuição para a crítica da economia política; O Capital; A Ideologia Alemã; Manuscritos Econômicos e Filosóficos. 
A expansão do socialismo de Karl Marx
Vamos conhecer um pouco da história da expansão do socialismo de Marx pelo mundo.
Todo este quadro no cenário geopolítico mundial mostra a importância do marxismo para o mundo contemporâneo.
Na verdade, esta bipolaridade entre os dois modelos socioculturais — o ocidental, marcado pela presença do capitalismo e da economia de mercado, e o socialismo —, traria muitas consequências para as relações entre as diferentes nações do mundo, dentre as quais se pode destacar a própria guerra fria.
No meio intelectual, o marxismo também faria sentir a sua presença ao longo de todo o século XX.
Com a participação de seu amigo e colaborador Friedrich Engels, Marx tinha, como objeto de sua pesquisa, a sociedade capitalista do século XIX. Suas teses e princípios teóricos eram baseados no materialismo dialético.
Neste sentido, para Marx, as contradições não seriam situações anômalas presentes na sociedade, mas ao contrário, fariam parte de sua própria essência.
A organização do trabalho social
A identificação destas contradições no interior da sociedade concentraria o foco da análise marxista no modo como o trabalho social é organizado. A análise da história humana com base nos princípios da dialética materialista levaria Marx a identificar as contradições de interesses existentes entre as principais classes sociais, como o principal fator de motivação das mudanças sociais.
Para Marx, esta “luta de classes” seria o principal combustível para as transformações nas sociedades humanas. Este modo de pensar a sociedade daria origem a um novo conceito elaborado por Marx, que seria o materialismo histórico. Na prática, uma aplicação da dialética materialista ao estudo da história humana.
Tipos de sociedades ou modelos de produção
A partir da visão de Marx, foi possível se identificar alguns tipos de sociedades ou modos de produção.
Modo de produção escravista - O escravismo predominou na chamada Antiguidade Clássica (Grécia e Roma), momento em que as principais contradições se dariam entre os escravos e seus senhores.
Modo de produção feudal - O feudalismo predominou na Idade Média, cujo antagonismo de classes seria identificado entre os nobres, donos das terras e os servos que, ao ocuparem estas terras, se viam obrigados a prestarem serviços aos primeiros.
Modo de produção capitalista - O predomínio do capitalismo acontece no período contemporâneo. Nesta nova fase da organização social, as relações de produção ou o modo como os indivíduos se relacionavam para organizar e implementar o trabalho social seriam desenvolvidos com base num processo de remuneração assalariada da mão de obra. Eram os operários que, desprovidos da propriedade das fábricas e dos meios de produção, “vendiam” aos burgueses, donos destes estabelecimentos, o único bem que possuíam, que seria a sua força de trabalho. Assim, neste modo de produção, como afirmava Marx, as principais contradições seriam aquelas existentes entre a burguesia — dona dos meios de produção — e o proletariado, que compreenderia os operários e trabalhadores de um modo geral. É importante destacar que, a cada um desses modos de produção corresponderiam diferentes níveis de desenvolvimento das forças produtivas e diferentes formas de organização do trabalho social ou das relações de produção.
São justamente as diferentes posições dos homens com relação às formas de propriedades presentes numa sociedade, ou modo de produção, que irão definir as diferentes classes sociais existentes. A transformação de um tipo de sociedade para outro, ou de um modo de produção a outro, se dá por meio dos conflitos abertos entre a classe dominante e as classes exploradas num determinado período.
Assim, de acordo com Marx: A história humana é uma história das lutas entre as classes.
Como vimos, de acordo com Marx, a detenção dos meios de produção define as classes sociais existentes. Com base nisso, descreva de que forma essa condição material pode influenciar a trajetória de vida de um indivíduo.
Corrigir - Uma vez que um indivíduo possui melhores condições materiais – quando detém os meios de produção –, as oportunidades de educação, de trabalho e, consequentemente, de crescimento são maiores, o que lhe permite manter um status social elevado. 
Em contrapartida, aqueles que possuem apenas força de trabalho têm oportunidades de crescimento mais restritas e, portanto, maiores dificuldades para alcançar níveis sociais mais altos.
A dialética é uma corrente filosófica, que tem sua origem na filosofia grega, com Heráclito de Éfeso e se estrutura afirmando a contradição como a própria substância da realidade. Esta se superaria num processo incessante de negação, conservação e síntese. Aplicada aos fenômenos historicamente produzidos, a ótica dialética cuida de apontar as contradições constitutivas da vida social que resultam na negação de uma determinada ordem.
DIALÉTICA DE HEGEL Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) é considerado um dos principais representantes do idealismo alemão. Para Hegel, o movimento do pensamento, que ele encarna com o nome de ideia, é o criador da realidade. Esta não seria mais do que a manifestação objetiva e concreta das ideias.
MATERIALISMO HISTÓRICO O método de abordagem da vida social, elaborado por Marx, foi chamado posteriormente de Materialismo Histórico. De acordo com tal concepção, as relações materiais que os homens estabelecem entre si, o modo como produzem os seus meios de vida, formam a base de todas as suas relações.
Entende-se por modo de produção a maneira pela qual os homens obtêm seus meios de existência material, isto é, os bens de que necessitam para viver. Na história podemos distinguir alguns modos de produção como o escravismo na antiguidade, o feudalismo, o capitalismo e o socialismo. Os modos de produção de uma sociedade dependem do estágio das forças produtivas e do desenvolvimento das relações de produção.
O conceito de forças produtivas refere-se aos instrumentos e habilidades utilizados na produção material, possibilitando o controle da natureza. Seu desenvolvimento é cumulativo.
A idéia de relações sociais de produção implica em diferentes formas de organização da produção, da distribuição, da posse e da propriedade dos meios de produção; bem como as suas garantias legais, constituindo-se dessa forma no substrato para a estruturação das classes sociais. De forma sintética, seriam as relações estabelecidas pelos indivíduos entre si e com o grupo, para a organização do trabalho social.
A presençade diferentes classes sociais nos diversos modos de produção, com interesses muitas vezes antagônicos, levou Marx a considerar a luta de classes como o fator de motivação das transformações da história humana. No capitalismo as duas classes predominantes são a burguesia e o proletariado.
Para Marx, esta “luta de classes seria o motor da história”. Este modo de pensar a sociedade representaria a base do materialismo histórico, que corresponde a aplicação da dialética materialista ao estudo da história humana. 
As bases do pensamento sociológico marxista;
Os principais conceitos elaborados por Marx e Engels como o materialismo dialético, o materialismo histórico e o conceito de modo de produção;
A ideia da luta de classes como aquele princípio das contradições que motivariam as mudanças na história das sociedades.
Anomia - Ausência de regras morais claramente estabelecidas.
Orgânica - Durkheim via a sociedade como um organismo constituído por órgãos que devem se integrar garantindo um funcionamento harmônico. Para tanto, nenhuma das partes pode agir como se fosse o todo, sob pena de fazer adoecer o corpo social.
Objetividade - Na opinião de Durkheim, um importante critério de cientificidade.
Durkheim - “Toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter.” (1893, p. 11).
Consciência coletiva - Esse tipo de consciência não tem origem nas consciências individuais e está espalhada, difusa por toda a sociedade.
Representações coletivas - Lendas populares, tradições religiosas, crenças políticas e linguagem.
Especialização de tarefas - A formação que um futuro médico recebe é diferente daquela recebida pelo futuro engenheiro, que difere também da dispensada ao futuro advogado. Não podemos hoje, em nossa sociedade, conceber que só se formem ou engenheiros, ou advogados ou médicos. Advogados precisam dos serviços dos engenheiros, que precisam dos cuidados dos médicos e, assim por diante.
É isso que garante a nossa coesão social: a especialização em uma área e o fato de ser leigo nas outras faz com que os profissionais de um campo dependam de outros profissionais. Durkheim utiliza o exemplo da paixão que ocorre entre o homem e a mulher que, por serem diferentes, se complementam, formando um todo.
Estado - Elemento representativo da sociedade.
Princípios essenciais - Respeito pela razão, pela ciência, pelos ideais e sentimentos que estão na base moral da sociedade democrática.
Comte - Segundo Martins, Comte afirmava que: “a Sociologia deveria se orientar no sentido de conhecer e estabelecer as leis imutáveis da vida social, abstendo-se de qualquer consideração crítica, eliminando também qualquer discussão sobre a realidade existente, deixando de abordar, por exemplo, a questão da igualdade, da justiça e da liberdade.” (2001, p. 31)
Kultur - Aspectos espirituais de uma comunidade.
Civilization - Realizações materiais de um povo.
Estágio primitivo - As sociedades ditas “simples”, como as indígenas do Brasil, as tribos africanas etc.
Estágio avançado - As sociedades ditas complexas, ou seja, a Europa industrializada.
Culturais - Modos de vida, de falar, hábitos e costumes etc.
Físicas ou hereditárias - Cor da pele, formato dos olhos, nariz, boca etc.
Espécie humana - Segundo Laraia (2004), o homem é um animal frágil, provido de insignificante força física, dominou toda a natureza e se transformou no mais temível dos predadores. Sem asas dominou os ares; sem guelras ou membranas próprias conquistou os mares. Tudo isso porque difere dos outros animais por ser o único que possui cultura (p. 24).
Cultura - A cultura, segundo Ruth Benedict, citada por Roque Laraia, condiciona a visão de mundo do homem.
Etnocentrismo -“A crença de que a própria sociedade é o centro da humanidade, ou mesmo, a sua única expressão” (Laraia, p. 75).
Aula 6 - A Teoria Marxista e as Práticas de Educação
As relações entre a teoria marxista e a dinâmica cultural da sociedade;
Como se dão as relações entre os valores morais, as crenças, os princípios ideológicos e a base material da sociedade, na concepção de Marx;
O conceito de alienação e suas relações com o projeto de educação sugerido por Marx.
Na concepção de Marx, as ideias que os indivíduos incorporam, na sociedade capitalista, implicam numa visão imprecisa ou falsa da realidade. Isto acontece na medida em que a consciência que os trabalhadores constroem sobre o seu próprio modo de vida tende a ser profundamente influenciada pelos valores das elites burguesas.
Numa posição diferente daquela assumida por Durkheim, Marx não percebe as representações coletivas como produto do conjunto da sociedade. Para ele, estas ideias — às quais chamou de ideologia — são o fruto de um processo de dominação, que leva as classes oprimidas a perceberem o mundo com as lentes de seus opressores, processo este denominado de alienação.
Projeto de educação de Marx, que busca superar esta ausência de consciência, ou seja, um projeto que possa construir indivíduos integralmente desenvolvidos e emancipar os trabalhadores do seu processo de alienação.
O pensamento dialético
Na concepção marxista, a partir da lógica do pensamento dialético, haveria uma reciprocidade de influências entre a consciência e as condições materiais da vida em sociedade.
A particularidade da concepção de Marx está no fato de ele perceber este grande conjunto das ideias representado pelos valores e crenças predominantes, no caso da sociedade capitalista, como o fruto de um processo de dominação das elites burguesas. Como consequência, por terem perdido o controle sobre a organização da produção, os trabalhadores teriam perdido, também, a possibilidade de construir uma visão adequada sobre a sua própria realidade. Eles perceberiam o mundo a partir dos valores da burguesia, como se esta fosse a única forma possível de trabalhar e viver.
Segundo Marx, no capitalismo existem os burgueses, proprietários dos meios de produção.
E aqueles que vendem o único bem que possuem, ou seja, a sua força de trabalho, em troca do pagamento de salário. Estes seriam os proletários, classe que representaria a maioria da sociedade. Para eles, o modo de vida estabelecido na sociedade capitalista parece algo natural. É como se trabalhar em troca de um salário fosse um modo de vida que sempre existiu e sempre existirá.
Proletários - “Este indivíduo não vê a sociedade capitalista como uma sociedade historicamente construída pela luta entre classes com interesses opostos” (RODRIGUES: 2006, p. 42).
Um conceito fundamental, na concepção marxista, é o de alienação. O trabalho na sociedade capitalista é considerado como algo sobre o qual o próprio trabalhador não possui nenhum controle. Ou seja, um operário numa determinada linha de montagem executa muito bem a sua função, por exemplo, encaixar amortecedores na carroceria do veículo, sem ter a menor ideia sobre o procedimento para construir, de modo completo, um automóvel. Este saber lhe foi expropriado num processo histórico, juntamente com os meios de produção. Este mecanismo é definido por Marx como alienação.
O trabalho social
A organização do trabalho social na sociedade capitalista, segundo Marx, possuiria, portanto, uma considerável diferença em relação ao que era feito na sociedade feudal. Naquele período, em que predominavam as oficinas artesanais nas vilas e pequenas cidades, o Mestre Artesão era ao mesmo tempo executor e organizador do processo produtivo.
Processo produtivo
Por exemplo, numa oficina de sapateiros, caberia a ele a compra da matéria prima, o planejamento dos modelos a serem fabricados, o corte do couro, a costura, o acabamento final e a própria venda do produto, ou seja, ele era responsável por todas as etapas do processo produtivo.
Essa situação difere profundamente daquela presente na sociedade capitalista,na qual o dono da fábrica, que organiza e planeja a produção, não é quem executa o trabalho.
Executa o trabalho
Por exemplo, não vemos os executivos das grandes montadoras de automóveis encaixando as peças dos veículos na linha de montagem.
No modelo civilizatório marcado pela presença do capitalismo, a fragmentação das atividades profissionais é a marca registrada. Dessa forma, a regra para a divisão do trabalho é:
A causa da consciência distorcida construída pela grande maioria dos trabalhadores acerca do seu próprio modo de vida, é justamente esta divisão qualitativa do trabalho.
O Projeto Educacional de Marx
Marx considerava esta situação, além de injusta, a causa de todo o processo de alienação presente na sociedade de sua época, a Europa do século XIX.
Para resolver este problema, além da ação de conscientização das massas pelos integrantes do partido comunista (que ele considerava o partido revolucionário da causa dos trabalhadores) Marx imaginou um projeto de educação que pudesse compensar estas diferenças.
Marx e Engels percebiam as práticas de educação escolar como uma importante ferramenta que poderia ser utilizada, tanto para perpetuar o processo de alienação e de dominação existente na sociedade capitalista, quanto para emancipar os trabalhadores desta realidade. É fundamental que você procure deslocar o pensamento para o século XIX e tente imaginar como viviam as pessoas nas cidades industriais naquele momento, para poder entender o raciocínio de Marx com relação ao seu projeto educacional.
Em algumas citações de O Capital, sua obra mais importante, Marx relata algumas visitas a escolas localizadas em cidades na Inglaterra, cujas condições de ensino eram tão precárias, que só poderiam servir como espécie de engodo, para a nova legislação inglesa de 1844, que determinava que as crianças ao serem contratadas pelas fábricas deveriam estar devidamente matriculadas em algum estabelecimento de ensino. 
Sugerido para solucionar o problema educacional, o projeto de Marx certamente seria alvo de certa estranheza nos dias atuais. Para ele: 
O Projeto Educacional de Marx pode ser representado pela equação abaixo.
Projeto Educacional de Marx = Educação Intelectual + Educação Profissional + Educação Física
Para Marx era fundamental que todos os indivíduos combinassem educação intelectual, educação profissional e educação física, na sua formação. Só assim, todos se tornariam indivíduos integralmente desenvolvidos, capazes de desenvolver diferentes tarefas e atividades sociais. Ele considerava injusto que alguns indivíduos trabalhassem apenas com a mente, desenvolvendo seu intelecto, enquanto outros passassem toda a vida presos a atividades manuais repetitivas e embrutecedoras, no que se refere ao espírito humano.
Mesmo para os membros da burguesia, a educação fragmentada era considerada por Marx como prejudicial, na medida em que o indivíduo se via desprovido daquilo que ele considerava como conhecimento tecnológico.
Atenção: É importante ressaltar que este projeto de educação sugerido pela teoria marxista se apresentava para a realidade europeia no século XIX.
Neste momento o acesso a escola, mesmo num sentido tradicional, era restrito a um pequeno número de crianças originárias das classes mais favorecidas.
Além disso, a possibilidade de automação do processo produtivo, como conhecemos hoje, era algo inconcebível em termos tecnológicos. Sendo assim, na visão de Marx, a ideia de que todos pudessem, ao longo de seu dia, compartilhar todas as funções existentes na sociedade, tanto as mais enaltecedoras quanto as mais laboriosas, se apresentava como a alternativa mais justa.
A presença de diferentes classes sociais nos diversos modos de produção, com interesses muitas vezes antagônicos, levou Marx a considerar a luta de classes como o motor das transformações da história humana. No capitalismo a duas classes predominantes são a burguesia e o proletariado. Na sociedade capitalista, segundo Marx, este antagonismo de classes se daria entre Burguesia X Proletariado
Na visão marxista a consciência humana estaria ligada às condições materiais de vida, ou seja, às relações econômicas estabelecidas entre os homens. Em outras palavras o mundo das idéias, do conhecimento, das crenças seria influenciado, de forma determinante, por este mundo material representado pela produção e pelas diferentes formas de organização do trabalho social.
O CONCEITO DE ALIENAÇÃO: O trabalho na sociedade capitalista é considerado como algo sobre o qual o próprio trabalhador não possui nenhum controle. Este saber lhe foi expropriado num processo histórico, juntamente com os meios de produção. Este mecanismo é definido por Marx como alienação. 
[Para a teoria marxista a ideologia seria] “o conjunto de proposições existentes com a finalidade de fazer aparentar os interesses da classe dominante com o interesse coletivo, construindo uma hegemonia daquela classe, tornando-se uma verdade absoluta e natural”.(Chauí)
DOMINADORES E DOMINADOS De acordo com Marx, com a alienação no capitalismo o trabalho é percebido como algo fora de si, ou seja, que pertence aos outros. Para o autor, esta falta de consciência sobre o processo de organização da produção faz com que os trabalhadores formem uma falsa consciência, ou uma consciência invertida sobre sua própria realidade. Para a teoria marxista, no capitalismo, os dominados pensariam com a cabeça dos dominadores.
A EDUCAÇÃO NA INGLATERRA DO SÉC. XIX A sala de aula tinha 15 pés de comprimento por 10 pés de largura e continha 75 crianças que grunhiam algo ininteligível (...) Além disso, o mobiliário escolar é pobre, há falta de livros e de material de ensino e uma atmosfera fétida exerce efeito deprimente sobre as infelizes crianças. Estive em muitas dessas escolas e nelas vi filas inteiras de crianças que não faziam absolutamente nada. E a isto se dá o atestado de frequência escolar; e esses meninos figuram na categoria de instruídos de nossas estatísticas oficiais. (Marx, Karl. O Capital, cap. XIII, item 9).
EDUCAÇÃO PARA A TEORIA MARXISTA Para Marx e Engels não existe educação em geral, ou seja, conforme o conteúdo de classe ao qual estiver exposta ela pode ser uma educação para a alienação ou para emancipação
O INDIVÍDUO INTEGRALMENTE DESENVOLVIDO Para Marx o objetivo das práticas de educação deveria ser o de romper com o processo de alienação, presente na sociedade capitalista. Segundo ele todos deveriam conjugar trabalho manual e intelectual e desta forma substituir o indivíduo com uma formação fragmentada por um outro integralmente desenvolvido.
A FORMAÇÃO INTEGRAL A análise das obras de Marx permite concluir que, para este autor, os conteúdos educacionais adequados devem contemplar três dimensões: uma educação intelectual, uma educação tecnológica e uma educação física.
Atividade
Relacione a coluna da esquerda com a da direita:
A sequência correta é:
2 – 4 – 1 – 3
4 – 3 – 2 – 1
2 – 1 – 4 – 3
2 – 1 – 3 - 4
Gabarito: 2-1-4-3
Os conceitos de ideologia e de alienação do trabalho desenvolvidos por Marx;
A ideia da educação como instrumento de alienação ou emancipação;
A proposta de ensino que forma indivíduos de uma educação intelectual, tecnológica e física.
Aula 7 - A Sociologia de Max Weber
Os principais conceitos relacionados a sociologia weberiana, explicando o conceito de sociologia compreensiva;
Os conceitos de ação social, relações sociais e também o significado dos tipos ideais.
A ruptura com o cientificismo positivista e percepção da sociedade como uma teia de relações sociais.
O sociólogo Max Weber parte do princípio de que a sociedade não é apenas algo exterior aos indivíduos. Ao contrário, ela seria o resultado de uma imensa rede de interações entre os seus membros.
Para analisar esta rede de relações não basta observá-la de modo distante, é necessário se aproximar, interagir e, a partir daí, assimilar os diferentes tipos de racionalidade que motivam as ações sociais.
Esta compreensão do sentido subjetivo das ações dosindivíduos que se relacionam com os demais membros da sociedade ou grupo é a base da sociologia weberiana.
Ação social
Um importante conceito que é a base a partir da qual a sociologia weberiana pode ser estruturada é o conceito de ação social.
 Ação social, segundo Weber, é todo tipo de conduta humana relacionada a outros indivíduos e dotada de um sentido subjetivamente elaborado.
 O que é a sociedade para Weber?
A sociedade NÃO seria um organismo com uma espécie de complementaridade entre as suas partes, como postulava Durkheim, nem tampouco uma espécie de prisão para as classes menos favorecidas, como imaginava Marx.
A sociedade se apresentava como uma grande teia formada por diversos tipos de ações sociais. A identificação do sentido subjetivo dessas ações, ou seja, do tipo de racionalidade que as motiva e que leva a este ou àquele comportamento é o que define a sociologia weberiana como compreensiva.
De um modo diferente daquele empregado por seus contemporâneos, Weber rompe de forma mais sistemática com o cientificismo de influência positivista, muito presente nas obras de pensadores do século XIX, como Émile Durkheim.
Na opinião de Max Weber, as ciências sociais, definidas por ele como ciências da cultura, são disciplinas cujas diretrizes metodológicas e teóricas são profundamente influenciadas pelo ponto de vista do investigador, ou seja, ao se produzir conhecimento científico, ou se relacionar com ele é de grande relevância se levar em consideração os valores presentes na personalidade do cientista ou pesquisador.
Neste sentido, não existiria uma espécie de ciência “neutra”, sendo o próprio foco da pesquisa científica estabelecido, muitas vezes, em sintonia com os valores morais, políticos ou religiosos de quem desenvolve o trabalho.
É na simples escolha de uma das partes deste todo para ser estudada, que se encontram envolvidos os valores do pesquisador. A escolha de um caminho para a pesquisa envolve um tipo de racionalidade e, consequentemente, também se caracteriza como uma ação social.
Com o objetivo de qualificar estas ações sociais, Weber desenvolve o conceito de tipos puros ou tipos ideais, sabendo que estas construções não espelhariam de forma fiel a realidade. Elas se apresentariam como pontos de referência, a partir dos quais seria possível se estabelecer níveis de comparação com o mundo concreto, funcionando, na prática, como um importante método de investigação para as ciências sociais.
Para a sociologia weberiana a sociedade concebida como esta totalidade, ou um “todo” monolítico seria algo absolutamente incompreensível “pela simples razão de que este todo reside na interação entre as partes e não é possível conhecer todas elas ao mesmo tempo, porque são muitas e porque se renovam a cada dia.” (Rodrigues, 2006: p. 61).
Tipos de ações sociais: Todas as ações praticadas em sociedade implicam em um determinado nível de racionalidade, por parte do sujeito que as executa. Justamente a partir do seu caráter mais ou menos racional, Weber estabelece uma classificação para as ações sociais, segundo o princípio dos tipos ideais (tipos ideais de ação social):
Para Weber, os tipos ideais, ou tipos puros, seriam instrumentos ou conceitos criados pelo cientista social, para a análise da sociedade por meio de um princípio de comparação. Todo conceito seleciona alguns aspectos da realidade infinita, enquanto exclui outros.
Ação social racional com relação a fins: São aquelas cujo sentido subjetivo envolve os meios adequados para se atingir determinados objetivos, previamente estabelecidos. Ex.: uma pesquisa científica, um projeto econômico, fazer um curso de graduação etc.
Ação social racional com relação a valores: São aquelas cujo princípio racional não se vincula tanto ao objetivo a ser alcançado, mas à afirmação de determinados valores. Ex.: participar de uma manifestação em defesa da natureza ou em prol dos direitos humanos, ou entrar para a universidade porque a família considera este um ponto importante. São aquelas cujo princípio racional se caracteriza pela tentativa de influenciar outros indivíduos sobre a afirmação de determinados valores.
Ação social afetiva: São aquelas cujo sentido subjetivo racional se mistura a uma forte carga emocional, muitas vezes comprometendo a própria análise da racionalidade em questão. Ex.: ações motivadas por ciúme, cólera, paixão etc.
Ação social racional com relação ao regular ou ação social tradicional: São aquelas cujo sentido subjetivo se constrói com vistas à observação de costumes ou tradições. Ex.: o casamento religioso ou o batismo dos filhos em determinada igreja, para quem não é praticante daquela crença. Ir para a universidade porque todos na família assim o fizeram etc.
Vale ressaltar que a afirmação de que Weber considerava as situações descritas como tipos ideais, construídas para simples efeito de comparação é porque elas não representam a realidade num sentido fiel, mas sim para efeito de aproximação.
Exercício
Imagine que um rapaz ingressa na universidade para se graduar em Medicina. Entretanto, ao se matricular escolhe uma turma da manhã com o intuito de reencontrar uma ex-namorada. Além disso, todos na família são médicos e isto o faz sentir na obrigação de dar continuidade a esta cultura familiar.
Nesse contexto, qual seria a ação social? É possível haver mais de uma ação social?
GABARITO: É possível que as ações sociais sejam misturadas. Dessa forma:
Quando o rapaz ingressa na universidade para se graduar em Medicina, trata-se de uma ação social racional;
Quando o rapaz escolhe a turma da manhã para reencontrar uma ex-namorada, trata-se de uma ação social de caráter afetivo; Quando o capaz escolhe medicina para dar continuidade à tradição da família, trata-se de uma ação social de caráter tradicional. Neste caso, seriam misturadas à ação racional outras de caráter afetivo e tradicional.
O sociólogo Max Weber parte do princípio de que a sociedade não é apenas algo exterior aos indivíduos. Ao contrário ela seria o resultado de uma imensa rede de relações entre os seus membros. Para analisar esta rede de interações não basta observá-la de modo distante, é necessário se aproximar, interagir e partir daí assimilar os diferentes tipos de racionalidade que motivam as relações sociais existentes. 
Livros: Economia e Sociedade; A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo; Sobre a Teoria das Ciências Sociais; Ensaios de Sociologia. 
A SOCIOLOGIA COMPREENSIVA Esta compreensão do sentido subjetivo das ações dos indivíduos, que se relacionam com os demais membros da sociedade ou grupo é a base da sociologia weberiana. Neste sentido, para Weber a sociologia seria uma ciência compreensiva.
O CONCEITO DE AÇÃO SOCIAL A base da sociologia weberiana pode ser estruturada a partir do conceito de ação social, que segundo Weber seria todo tipo de conduta humana relacionada a outros indivíduos e dotada de um sentido subjetivamente elaborado. 
AS RELAÇÕES SOCIAIS São estabelecidas quando os agentes partilham o sentido de suas ações e agem reciprocamente, de acordo com certas expectativas que possuem do outro.
A RUPTURA COM O CIENTIFICISMO Weber rompe de forma mais sistemática com o cientificismo de influência positivista, muito presente nas obras de pensadores do século XIX. Em sua opinião as ciências sociais, que ele define como ciências da cultura, são disciplinas cujas diretrizes metodológicas e teóricas são profundamente influenciadas pelo ponto de vista do investigador.
A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo A presença muito significativa de protestantes de várias seitas entre os empresários e os trabalhadores qualificados, nos países capitalistas mais industrializados sugeriu a Weber a possibilidade da existência de algum tipo de afinidade particular entre certos valores presentes na época do surgimento do capitalismo moderno e a ética calvinista.
Aula 8 - As Práticas de Educação para a Sociologia Weberiana
A tipologia weberiana relacionada às práticas de dominação

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