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Resumo Direito

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CONCEITO DE DIREITO
ü Vulgarmente costuma-se dizer que o direito não passa de um “sentimento”, algo assim como o amor, que nasce no coração dos homens (MAX & EDIS, 2004, p. 32). De certo modo todos já sabem o que é o direito.
ü Se você compra algo com defeito, porque você volta até a loja para pedir a sua troca?
Conceito: “Direito é um complexo de normas reguladoras da conduta humana com força coativa” (A. CORREIA, 5ª ED., apud MAX & ÉDIS, 2004, p.32)
2.2 Origem e finalidade
É possível imaginar uma sociedade sem a força coativa do Estado?
É claro que é inviável uma sociedade estruturada ser administrada sem leis com suas conseqüentes punições. Talvez como exceção à regra, sociedades com o número absurdamente pequeno de sua população, sendo que os costumes nesses casos, são regras e às vezes mais respeitados do que a própria lei.
2.3 DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
Ø 2.3.1 Direito Objetivo: trata-se de conjunto de determinações legais ordinárias em vigência em determinado período de tempo e sociedade, direcionador ao alcance do bem comum, com força coativa à obediência legal (Exemplo: C. Penal, Civil, etc.).
Ø 2.3.2 Direito Subjetivo: Seguindo as idéias de MAX & ÉDIS (2004), temos que é a faculdade ou prerrogativa do indivíduo de invocar a lei, invocar o direito objetivo, na defesa de seu interesse. Ex.: Direito de propriedade. A pessoa sabe que tem o direito (objetivo), faz uso desta prerrogativa ou não, só depende dela (subjetivo).
2.4 DIREITO POSITIVO E DIREITO NATURAL
Ø 2.4.1 Direito Positivo: é o direito que para sua aplicação, depende da vontade humana, ou seja, será aplicado a todos através de seus textos escritos (leis, decretos, regulamentos, etc.).
Ø 2.4.2 Direito Natural: “é o que independe de ato de vontade, por refletir exigências sociais da natureza humana, comuns a todos os homens” (MAX & EDIS, 2004, p. 38). “É o direito preexistente que se converte em direito positivo ou serve para modificá-lo e aperfeiçoá-lo” (BRANCATO, 2003, p. 13).
Ø  Princípios supremos: reproduzir, direito de viver,etc.
2.5 DIREITO PÚBLICO E PRIVADO
Ø 2.5.1 Direito Público: trata de assuntos comuns ao grupo social, com conseqüente imposição de suas regras, sendo que os particulares não poderão, jamais, afasta-las por qualquer tipo de pacto. “...direito público o direito que tem por finalidade regular as relações do Estado, dos Estados entre si, do Estado com relação aos seus súditos, quando procede com seu poder de soberania, isto é, poder de império (VENOSA, 2002, p. 90)”.
Ø Direito Privado: já neste caso, temos o tratamento de matérias cuja previsão legal dá a possibilidade de pactuar, convencionar entre as partes assuntos de interesses particulares desde que não contrariem as regras vigentes.
DIREITO INTERNACIONAL E DIREITO NACIONAL
Ø Direito Internacional: denominação dada ao tratamento de relações entre países, com base legal, que temos esses países assinantes de tratados internacionais ou assuntos diplomáticos.
Ø Direito Nacional: trata de matérias aplicáveis apenas na territorialidade, ou seja, dentro das linhas demarcatórias de determinado país.
FONTES DO DIREITO
Ø Fonte: local de onde vem ou onde se produz algo; procedência, origem, proveniência; nascente de água; olho de água; mina, minadouro (Dicionário Houaiss).
Ø No sentido do direito quer dizer, de onde nasce o direito. Não se sabe de onde vem, de onde nasce, de onde brota aquela água daquele morro. Precisa-se de um estudo mais aprofundado. No direito temos a mesma problemática. Como surgiram as regras? Quais foram os primeiros impulsos para suas criações? Há certa subjetividade por de trás de tudo isso. Que um dia se tornou objetivo
FONTES IMEDIATAS E FONTES MEDIATAS
Ø Fontes diretas ou imediatas: são aquelas que diretamente moldam a sociedade para o alcance do bem comum, da harmonia da sociedade. Possuem força própria. São as leis e os costumes.
Ø Fontes indiretas e mediatas: são aquelas que indiretamente contribuem para a criação de moldes normativos para aplicação do justo. São as doutrinas e as jurisprudências.
FONTE DE INTEGRAÇÃO
Ø Analogia: é a aplicação, na prática, de norma semelhante ao fato ocorrido, por este novo fato não estar esclarecido em lei. Fazendo-se justiça mesmo nestas hipóteses.
Lei –  Pode ser definido como padrão de comportamento da conduta humana pré-estabelecido por órgão competente do Estado, de caráter obrigatório, geral, com previsão de punição ao responsável quando do seu descumprimento. Emana, no Brasil, via de regra pelo Poder Legislativo. Como figura atípica temos, também, a possibilidade de ser emanada em caso específico pelo Poder Executivo (CF, arts. 62 e 68).
Formação de uma lei:
1. Disposição: é o texto que revela o assunto a ser tratado na casa legislativa para possível transformação em lei.
2. Sanção: manifestação dada pelo executivo como concordância na criação da lei.
3. Promulgação: ato pelo qual se declara a existência da lei.
4. Publicação: ato que torna a lei conhecida à saciedade em geral por meio do Diário Oficial. Após este ato nenhuma pessoa pode alegar ignorância da lei.
A Constituição Federal é a Carta Mãe, Carta Maior, Carta Magna, portanto, tudo o que está abaixo dela deve respeito aos seus princípios, neste sentido pode ser dito que existe uma hierarquia.
Vigência da Lei
Ø É publicada em Diário Oficial.
Ø Não se pode alegar que não a conhece.
Ø Sua força obrigatória está ligada a sua vigência.
Ø Vigência é o dia em que ela começa a vigorar, entra em vigor.
Ø O período compreendido entre a publicação em Diário Oficial e o início da vigência é chamado de vacatio legis.
Ø A lei pode dizer quando entrará em vigor, ou não, quando não disser entrará em vigor dentro do prazo de 45 dias após a publicação (art. 1º do C.C.).
Ø A lei pode ter caráter temporário, ou seja, dizer quando começará a valer e quando cessará sua vigência.
Cessação da obrigatoriedade da lei
Ø A lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue
Ø Revogar é torná-la sem efeito
Ø A revogação pode ser expressa ou tácita:
Expressa: quando a lei nova declara de forma taxativa que está revogada a lei anterior.
Tácita: quando uma nova lei é incompatível com uma outra anterior existente.
Retroatividade e irretroatividade da lei (art. 5º, XXXVI – é um princípio fundamental, porque sem ele não há estabilidade jurídica.)
Ø A lei a princípio é irretroativa.
Ø A lei é ditada para regular situação futura.
Ø A retroatividade só é possível quando houver disposição legislativa expressa que determine que é legal.
Ø A exceção se dá no Direito Penal onde se tendo uma norma mais benigna, ela retroage.
Ø Portanto a lei respeita o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
Interpretação da Lei
Ø Nada mais é do que se tentar alcançar o sentido lógico exposto pelo legislador
Ø A interpretação tem que ser a mais próxima da relação existente entre a norma e o momento em que vive a sociedade
ESTADO
Origem – Conforme trata Dalmo de Abreu Dallari, o Estado tem sua origem, a partir do momento em que a coletividade estatal se organiza e possui órgãos que querem e agem por ela.
Conceito – Trata-se de pessoa jurídica de direito público, com personalidade jurídica, para que exista o efetivo respeito ao princípio do “fazer justiça”, ou seja, coloca-se o Estado em uma situação de igualdade, permitindo ao mesmo tempo ordenar, administrar, e, também, ser fiscalizado, fazer parte de um processo como pessoa de direitos e obrigações.
Na Teoria Geral do Estado, existem três elementos essenciais para a formação de um Estado: POVO, TERRITÓRIO E PODER SOBERANO.
ü Povo: é o conjunto dos nacionais, nativos da terra.
ü Território: é a delimitação territorial que inclui a superfície terrestre, subsolo, espaço aéreo e o mar, que é de 12 a 24 milhas a partir da nossa costa para efeitos de defesa do território nacional, e 200 milhas para efeitos de exploração marítima. Também são considerados extensões territoriais: aviões, navios e as embaixadas. Todos ficam sobefeito da aplicação da ordem jurídica nacional. No caso de aviões e embarcações vale uma ressalva: os aviões e embarcações oficiais, sempre, em qualquer lugar que se encontrem terão soberania para aplicação das leis de seus países de origem dentro destes estabelecimentos.
ü Poder soberano: é o poder, é a governabilidade de um Estado, delegado às mãos de alguns que terão como incumbência administrar a máquina, sem qualquer subordinação à outra ordem.
FORMAS DE ESTADO
a)    Estado simples: O Estado soberano não apresenta subdivisões internas em porções que sejam denominadas como Estados.
b)    Estado composto: casos em que há a composição do Estado por mais de um Estado.
ü Podem ser:
§ Federação – O Estado soberano apresenta subdivisões internamente para sua organização, denominando estas áreas como Estados, que compõem o Estado maior. Confederação – há a formação por Estados soberanos, que fixam Tratados Internacionais entre si.
O Brasil é uma Federação: o País é repartido em três esferas territoriais: União, Estados, e Municípios. As respectivas competências de cada uma dessas esferas ficam estabelecidas no artigo 21 e seguintes da Constituição Federal.
DEMOCRACIA
CONCEITO → Vem do grego Demos (povo) + Kratos (governo), que tem como significado a governabilidade é de todos, é da sociedade.
“É o governo do povo, pelo povo, e para o povo”.
Abraham Lincoln
O Brasil é um Estado Democrático de Direito, e podemos perceber isso em seu art. 1º § único.
Constituem objetivos fundamentais da República federativa: artigos 3º e 4º da Constituição Federal.
DOIS VALORES FUNDAMENTAIS PARA O CONCEITO:
LIBERDADE SOCIAL → É o direito cada um tem, de fazer tudo o que quiser desde que não invada o direito de outrem, não prejudique a liberdade de outrem;
IGUALDADE → Todos são iguais perante a lei.
FORMAS DE DEMOCRACIA
DIRETA → As decisões são tomadas diretamente pelos cidadãos em assembléia, não há representatividade. É interessante dizer, que a democracia direta somente é possível em sociedades que apresentam um número populacional baixo, e consequentemente sua área territorial não é das maiores. Em sociedades com índices populacional muito alto não é possível.
INDIRETA → O povo governa por intermédio de representantes.
SEMIDIRETA → O povo não governa diretamente, mas possui instrumentos jurídicos e políticos para interferir nas diretrizes do Estado. Podem intervir por meio de uma iniciativa popular (a sociedade cria uma disposição interessante para o momento da vida em sociedade e encaminham aos seus representantes para que coloquem em pauta de votação para possível aprovação), veto popular (a lei já foi elaborada e é reprovada, posteriormente, pela sociedade para que seja revogada), e o referendum (a lei posteriormente a sua elaboração, é apresentada à sociedade para que estes, por convocação, aprovem ou a reprovem).
A divisão dos poderes
Em sua obra L’Espirit des Lois, Montesquieu mostra que a razão da divisão dos três poderes é para que o governo não seja autoritário, ditador, exercido por uma única pessoa, que pode vir a governar de forma tirana. Montesquieu entendia que o homem tende a ser corrompido, e neste caso nada melhor do que ter um poder que fiscaliza o outro poder.
Assim:
ü O que está encarregado de fazê-las (Legislativo), não deve estar encarregado de aplicá-las, nem de executá-las;
ü O poder que está encarregado de executá-las, não deve ser encarregado de fazê-las e nem de julgá-las;
ü O que está encarregado de julgá-las não deve ser encarregado de fazê-las e nem de executá-las.
Vale salientar que se trata de função típica de cada poder, e que são independentes. Não há hierarquia entre eles, mas sim campos diferentes de atuação. Como função atípica há a invasão, a interferência de um poder na esfera do outro. Neste caso temos: executivo elabora leis delegadas e medidas provisórias (CF, art. 68, e 62); legislativo susta atos normativos do executivo (CF art. 49, V); judiciário quando o chefe do executivo conceder indulto (CF art. 84, XII).
DIREITO CONSTITUCIONAL (Ramo do Direito Público)
CONCEITO
“É o ramo do Direito Público Interno que disciplina a organização do Estado, define e limita a competência de seus poderes, suas atividades e suas relações com os indivíduos, aos quais atribui e assegura direitos fundamentais de ordem pessoal e social (MAX LIMONAD, 1952, p. 253 e 254).”
Por estabelecer, aos demais ramos do direito, as diretrizes gerais a serem seguidas, o Direito Constitucional acaba tendo uma posição de superioridade com relação aos outros ramos do direito.
CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO
Um dos conceitos mais usados por grande parte da doutrina é de que se trata de um “conjunto de normas escritas ou costumeiras, que regem a organização política de um país”.
Espécies de Constituição
Quanto à origem :        promulgada ou outorgada
Quanto à consistência:          rígidas ou flexíveis
Quanto à forma:            escritas ou costumeiras
§ Escritas – As constituições escritas geralmente apresentam seus dispositivos reunidos em um instrumento já quando da sua promulgação (Constituição Brasileira)
§ Costumeiras – Espécie de constituição que apresenta como característica sua formação “diária”, ou seja, com base nos costumes da sociedade. Vai se formando aos poucos, diferentemente da Constituição do Brasil (C. Inglaterra)
§ Rígidas – Constituição que se altera por processo especial (C. Brasileira)
§ Flexíveis – São alteradas mais facilmente, semelhante à alteração das leis ordinárias. Praticamente inexiste hierarquia entre a Constituição e a Lei Ordinária (C. do Reino da Itália)
§ Promulgadas – Há a constituição de um Poder Constituinte. Este poder é constituído por representantes da sociedade, quando finalizada é promulgada por estes que fizeram parte de sua elaboração e posteriormente aplicada aos administrados.
§ Outorgadas – Geralmente são impostas por uma pessoa ou grupo de pessoas (por um rei, ditador, etc.).
PODER CONSTITUINTE
Tem como efeito a formação de um grupo de representantes eleitos pela sociedade com um único intuito de elaborar, editar, votar e promulgar esta nova Carta Magna aos cidadãos de determinado Estado.  Depois deve ser extinto com seus integrantes voltando para suas atividades anteriores.
O PODER CONSTITUINTE PODE SER:
→        Originário: quando há a edição de uma nova Constituição.
→        Derivado: trata-se da utilização, derivação de uma Constituição já existente, modificando parte dela.
CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS
→ A princípio todos os preceitos da Constituição devem ser seguidos
→ Se a lei for contrária à Constituição, diz-se que a lei é inconstitucional.
→ O efeito da inconstitucionalidade é a não aplicação da lei ao caso concreto.
Processo Legislativo: vem a ser o conjunto de regras que informa a elaboração da lei (MAX & ÉDIS, 2004, p. 46).
“Art. 59 – o processo legislativo compreende a elaboração de:
I.    Emendas à Constituição;
II.    Leis Complementares;
III.    Leis Ordinárias;
IV.    Leis Delegadas;
V.    Medidas Provisórias;
VI.    Decretos Legislativos;
VII.    Resoluções.”
I - Emendas à Constituição: são instrumentos legais, constitucionais, que servem para modificar a Constituição Federal parcialmente. Trata o artigo 60 da Constituição Federal:
“Art. 60. A constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal:
II – do Presidente da República;
III – de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
(...)
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direito e garantias individuais.”
Sendo assim, a Constituição Federal somente poderá ser emendada por iniciativa de acordo com o previstono artigo 60. O artigo 60, § 4º trata-se da chamada “Cláusula Pétrea”, ou seja, da imutabilidade da constituição no tocante aos princípios ali previstos. Jamais poderão ser afastados por emenda a constituição tendente a abolir tais preceitos.
II - Leis Complementares: como o seu próprio nome faz perceber, trata de assuntos que necessitam de complementação posterior, que estão previstos na Constituição Federal.
III - Leis Ordinárias: leis ordinárias são aquelas que servem para regular a vida dos administrados, impondo obrigações por meio da administração, ou de determinar o que é ou não permitido (C. Penal, Civil, etc).
IV - Leis Delegadas: nada mais é do que a admissibilidade pelo Legislativo de delegar ao Presidente da República, poderes para elaborar leis em casos expressos.
V - Medidas Provisórias: são matérias emanadas pelo Executivo, que disciplinam casos denominados urgentes e relevantes. Tem força de lei.
“Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.”
Vale lembrar que as características da “urgência e relevância” são subjetivas, mas que, podemos entender que sendo relevante mas não urgente, então esta deve ser tratada por lei ordinária. Caso contrário estará diante de uma inconstitucionalidade.
VI - Decretos Legislativos e as Resoluções: As resoluções são normas que tratam de assuntos administrativos e políticos de ordem interna do Legislativo. Já os decretos legislativo são “atos normativos administrativos de competência exclusiva do Poder Legislativo, destinados a regular matérias que tenham efeitos externos” segundo MAX & ÉDIS (2004).
Hierarquia Legislativa
Constituição Federal e suas emendas
Leis complementares à Constituição
Leis Federais (Leis ordinárias e delegadas, M. Provisória)
Constituições estaduais e suas emendas
Leis complementares à Constituição Estadual
Leis Estaduais(Leis ordinárias, Decretos)
Leis municipais (Leis ordinárias, Decretos)
A Constituição Federal é a Carta Mãe, Carta Maior, Carta Magna, portanto, tudo o que está abaixo dela deve respeito aos seus princípios, neste sentido pode ser dito que existe uma hierarquia.
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Embora a Constituição Federal em seu Título II trate do artigo 5º ao 17, Direitos e Garantias Fundamentais ( Dos direitos  e deveres individuais e coletivos; Dos direitos sociais; Da nacionalidade; Dos direitos políticos; Dos partidos políticos), trataremos, agora, especialmente do artigo 5º da Constituição Federal, ou seja, dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos.
Antes de outros comentários, é importante fazer uma breve distinção entre Direitos e Garantias. Pode ser dito que “Direitos” são todas as ponderações possíveis e imagináveis do homem natural em sua vida em sociedade de acordo com suas necessidades comuns ao grupo, que em determinadas situações se depara com a necessidade de “Garantias” atribuídas pelo Estado como forma de assegurar sua liberdade destas prerrogativas. Se assim não fosse, teríamos uma vida em sociedade em que imperaria a lei do mais forte. Em se tratando de uma sociedade estruturada politicamente e socialmente não poderia ser de outra forma senão com o liame entre estas duas idéias apresentadas pela Carta Magna.
Podemos perceber, logo abaixo, no corpo do texto constitucional a preocupação em garantir a igualdade entre as pessoas, e, ainda, resguardando cinco princípios constitucionais que regem toda a extensão do artigo 5º da Constituição Federal vinculando-os à todos os incisos que o compõe.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: “
azendo uma cuidadosa leitura de todos os incisos que estão apresentados logo abaixo podemos perceber a preocupação dada a esta Constituição Federal promulgada em 1988, partindo de problemáticas que persistiam ao tempo e aos fatos históricos quanto ao aspecto da “macheza” em que consideravam as mulheres submissas aos homens, passando por aspectos que preocupavam a todos em um período pós-ditadura, tais como: mortes, torturas, coações morais, privações, abusos, etc. Tais aspectos foram cuidadosamente lembrados em nossa constituição com o intuito de garantir a liberdade de uso e gozo dos direitos dos cidadãos, criando, também, direitos e deveres individuais e coletivos como forma de organização social e política da sociedade.
Sendo assim, é importante que se faça uma leitura por todos os incisos do artigo 5º que seguem logo abaixo.
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabeleceráo procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus ;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII - conceder-se-á habeas data :
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancosde dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data , e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Exercício Resolvido:
“O governador Sérgio Cabral afirmou nesta segunda-feira (14) que não vai acatar a sugestão legislativa que prevê a criação da Polícia Comunitária. O documento elaborado pelo deputado Natalino (DEM) e aprovado na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) foi encaminhado ao Palácio Guanabara na última quinta-feira (10). Segundo a sugestão, a Polícia Comunitária seria formada por policiais civis e militares aposentados, que atuariam nas comunidades onde residem. O mesmo contingente que forma as milícias – grupos paramilitares armados que cobram taxas para manter suposta segurança em comunidades do Rio. “Já mandei uma mensagem para a Alerj pedindo para que esses policiais aposentados sejam utilizados em atividades nos batalhões. Fora isso, o projeto que vier eu veto”, enfatizou Cabral. A sugestão legislativa tem caráter indicativo. Ela é apenas uma proposta para que o Executivo elabore um projeto de lei sobre a matéria. Normalmente, ela sugere temas que não caberiam ao legislativo e que correm o risco de serem vetados por inconstitucionalidade.” (Matéria de Alba Valéria Mendonça, Rio, 14/04/08 - 16h15, extraída do site http://g1.globo.com/Noticias)
Conforme determina nossa constituição Federal, a medida proposta pode ser considerada inconstitucional por ferir o dispositivo que prevê:
a) é plena a liberdade de associação para fins ilícitos;
b) é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
c) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
d) ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
e) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
Neste módulo o aluno deverá tomar conhecimento sobre o que dispõe o artigo 5º da Constituição Federal, que trata dos Direitos e Garantias Fundamentais e sobre os Direitos e Deveres Individuais e Coletivos em nosso País.
Propomos a leitura do artigo 5º e seus incisos na integra, através do link abaixo:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm
CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR
Neste módulo trataremos sobre a relação de consumo em nossa sociedade.
O CPDC é inovador na medida em que se diferencia de outras esferas jurídicas no país. De uma forma geral, no direito, aquele que alega o fato tem o ônus da prova. Na relação de consumo estabelecida pelo CPDC, há a inversão do ônus da prova. Neste caso, quando um consumidor alega ter um produto ou um serviço viciado, acaba por transferir ao fornecedor a responsabilidade de provar o contrário e/ou se defender da situação. Popularmente a sociedade diz que o "cliente sempre tem razão". Será que é verdade que o cliente sempre tem razão? E quando alguém agir de má fé. Também tem razão?
A intenção de propor um estudo sobre a relação de consumo, é importante para criar a cultura na sociedade de que seus direitos devem ser respeitados, e a situação mais direta, mais próxima desta lógica é o dia-a-dia do consumidor com aqueles que são denominados como fornecedores pelo CPDC. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire um produto ou um serviço como destinatário final. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira que desenvolva atividade de montagem, construção, importação, distribuição, comercialização etc, de um produto ou de um serviço. Produto é todo bem móvel ou imóvel, material ou imaterial. Serviço, são aqueles obtidos mediante remuneração, inclusive os de natureza bancária, securitária, financeira e de crédito, salvo as decorrentes de caráter trabalhista.
Consumidor - é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Fornecedor - é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Produto - é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
Serviço - é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Dos Direitos Básicos do Consumidor
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,segundo as regras ordinárias de experiências;
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço
O fabricante, o produtor, o construtor e o importador e o fornecedor de serviços respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
O Produto é defeituoso - quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.
- O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
- O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
- O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
- O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
- O comerciante é igualmente responsável, quando:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço
Responsabilidade solidária:
Havendo mais de um responsável por ter causado o dano, todos responderão solidariamente pela reparação. São responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação.
Produtores de bens de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios:
- de qualidade ou quantidade
- que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam
- ou lhes diminuam o valor,
- vícios decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
- ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade.
Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha: (NECESSÁRIO NOTIFICAÇÃO POR ESCRITO)
PRODUTOS:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; (restituição de eventual diferença de preço)
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
SERVIÇOS:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; poderá ser confiada a terceiros;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
As partes podem convencionar o prazo -  não podendo ser inferior a 7 nem superior a 180 dias.
- Produtos in natura - é responsável perante o consumidor o fornecedor imediato - exceto identificado o produtor.
Reparação de qualquer produto - obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor.
Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. – Serão compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.
A garantia legal - vedada a exoneração contratual do fornecedor.
Cláusula que impossibilitem, exonerem ou atenuem a obrigação de indenizar são nulas.
Da Decadência e da Prescrição
O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.
Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.
Obstam a decadência:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;
II - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
Vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.
5 anos para pleitear reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
Fornecedor - recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade: o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
Práticas abusivas:
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque.
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; (amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento)
IV - impingir-lhe seus produtos ou serviços aos ignorantes;
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor. (orçamento tem prazo de dez dias e se aprovado obriga os contraentes - não responde por quaisquer ônus ou acréscimos)
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério.
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido.
Crimes contra as relações de consumo:
- Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos. nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade.
- Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores -conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: deixar de retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente.
- Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade competente.
- Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços.
- Fazer ou promover publicidadeque sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva.
- Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança.
- Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo.
- Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor.
- Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer.
- Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros.
- Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata.
Concorrência - Incide as penas na medida da culpabilidade - o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover o ato criminoso.
Exercício resolvido:
Escribônio adquiriu, após anos de trabalho, o carro de seus sonhos. Ocorre que o carro não consegue sequer sair do lugar, não tendo tal gravíssimo dano sido sanado em que pese já transcorridos mais de 60 dias desde a data em que Escribônio notificou, por escrito, o Fornecedor para que ele sanasse o defeito.
Diante de tal fato o Consumidor (Escribônio) pode exigir:
a) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
b) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
c) o abatimento proporcional do preço;
d) Todas as hipóteses anteriores;
e) Nenhuma das hipóteses anteriores.
Resposta correta: D

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