Buscar

Defesa da Posse

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADES CATHEDRAL
CURSO BACHAREL EM DIREITO
DEFESA DA POSSE
BOA VISTA/RR
ABRIL/2018
FACULDADES CATHEDRAL
CURSO BACHAREL EM DIREITO
ACADÊMICOS
ABILENE VELOSO DA SILVA
JEAN REISON MATOS DE CARVALHO
 LEANDRO DA SILVA CARDOSO JÚNIOR
RONALDO DE OLIVEIRA SANTOS
DEFESA DA POSSE
	
BOA VISTA/RR
ABRIL/2018
					SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO	 4
2.DESENVOLVIMENTO	 5
2.1– Histórico	 5
2.2 – Conceito	7
2.3 – Naturezas Jurídicas	8
2.4 – Aplicações no Direito	9
2.5 – Principais Implicações no Mundo dos Direitos Reais	11
2.5.1- Esbulho, Turbação e Ameaça	11
2.5.2 – Autotutela	13
2.5.3 – Proteção e Ações Possessória	13
EXERCICIO	17
Questão 1	17
Questão 2	20
Questão 3	23
CONCLUSÃO	27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS	28
INTRODUÇÃO
 No presente trabalho pretendemos abordar as questões mais relevantes que envolvem o tema “defesa da posse” e explicar resumidamente as formas de defesa arraigadas na lei, para que o possuidor esbulhado, turbado ou ameaçado possa ajuizar ação adequada por meio de ações possessórias que tendem manter a ordem e a garantia da paz social, impedindo que se faça justiça pelas próprias mãos. 
	Os pontos as quais iremos citar neste trabalho, referem-se ao histórico, conceituação, natureza jurídica, aplicação no Direito e principais implicações no mundo dos direitos reais. Ao final, analisaremos o caso concreto, com apresentação de respostas das questões, fundamentadas em leis, doutrinas e jurisprudências.
O método utilizado para a elaboração do referido trabalho foi através de leituras e pesquisas realizadas em doutrinas especializadas no assunto, bem como, consultas no Código Civil Brasileiro, Novo Código de Processo Civil, jurisprudências do TJ/RR e STJ, além de obras bibliográficas sobre o tema. 
 DESENVOLVIMENTO
2.1 – Histórico 
A defesa da posse teve seu desenvolvimento em Roma, quando o direito romano reconheceu inicialmente a posse da coisa, que consistia na exteriorização do direito de propriedade, principalmente nas antigas formas de organização humana entre indivíduos ou em grupos que tinham a intenção de possuir certo objeto ou coisa. Admitindo-se posteriormente, a proteção possessória e com ele a aplicação dos interditos possessórios em situações que externavam direitos reais limitados e que passaram a ser chamadas de “posse de direito” ou “quase posse”.
 Sobre o assunto, Arnold Wald, Direito Civil, vol.4 - Direito das Coisas, 2015, p. 62, explica que:
“A posse de coisa é também, em certo sentido, uma posse de direitos, pois consiste na posse do direito de propriedade, ou melhor, no exercício de poderes inerentes à propriedade. Chamamos, pois, a posse do direito de propriedade de posse de coisas, enquanto a exteriorização dos outros direitos reais é considerada posse de direitos. A distinção entre ambas só se justifica por razões históricas, havendo forte corrente doutrinária que nega a existência da posse de direitos, declarando que toda é posse de coisa, poder material que se exerce sobre um objeto ao qual a lei reconhece efeitos jurídicos.”
 De acordo com a história, foi o direito romano que assegurou a proteção possessória, recebendo influências do direito medieval e o canônico, estes com grande participação na ampliação e aplicação da proteção possessória aos direitos pessoais. 
A proteção possessória, recurso de direito privado, tornou-se meio de defender os possuidores de terras e os títulos de nobrezas. Com a diversificação de ideias e doutrinas sobre o tema, foi necessário dividi-la em duas teorias fundamentais e que tiveram o objetivo de tutelar a situação de fato originada pela posse, como reflexo da necessidade de evitar a violência, aprofundar, legitimar e promover a posse como defesa da paz social. Como diz Carlos Roberto Gonçalves, vol. 5, Direito Civil Brasileiro – Direito das Coisas, 2014, p.47.
 “Desde os tempos remotos a tutela da situação de fato originada pela posse é um mero reflexo da defesa da paz social”. 
Com base nos ensinamentos tanto de Arnold Wald (2015), como de Carlos Roberto Gonçalves (2014), Venosa (2014), Fábio Ulhoa (2013) e Maria Helena Diniz (2013). As duas teorias que tratam sobre o assunto e a mais expandida entre todas no Direito Civil Brasileiro, quanto à proteção possessória surgiram no império romano no século XIX. Quando a posse tornou-se mais protegida.
A primeira teoria surgiu no século XIX, denominada de teoria subjetiva de Savigny. Ela defendia que a posse nasceu quando houve uma divisão de terras conquistadas pelos romanos durante as batalhas e, que tinham como destino a edificação de cidades com a intenção de serem loteadas em pequenas propriedades a título precário. Não sendo dado aos cidadãos o direito de serem amparados com ação reivindicatória, restrita somente ao dono da propriedade. Com a intenção de proteger a posse destes cidadãos, foi instituído o interdito possessório, direcionado à proteção da posse. Savigny viu na proteção possessória a ordem da defesa e da segurança pública, garantindo a paz social com o intuito de evitar que o povo fizesse justiça pelas próprias mãos, pois todo ato praticado com violência, constituía ato ilegal que deveria por ordem, ser proibido pela justiça. 
 	A teoria objetiva de Ihering, por sua vez, justifica que por motivo de ordem prática, viu na proteção possessória a primeira linha de defesa da propriedade, tratando-se de uma atitude defensiva do proprietário para que houvesse uma aplicação eficiente e menos lenta da justiça, nos casos em que o possuidor se encontrasse turbado, esbulhado ou ameaçado. Essa teoria serviu de embasamento para a criação dos meios para evitar a violação ou ameaça de lesão ao direito de quem detivesse a posse e a propriedade, dando-lhe segurança e boa convivência perante a sociedade. Os romanos entenderam que a posse precisaria ser protegida, mesmo que o possuidor significasse ser proprietário ou não da coisa, precisando a lei aplicar um tratamento jurídico apropriado, uma vez que, protegendo o estado de fato que é a posse, protege-se também o estado de direito que é a propriedade. A teoria de Ihering revelou ser a mais eficaz e adequada ao ordenamento jurídico brasileiro, sendo ela inserida no Código Civil Brasileiro.�
2.2 – Conceito
 A defesa da posse é a possibilidade do possuidor atuar na defesa de seus direitos em caso de ameaça, turbação ou esbulho. Essa possibilidade pode ocorrer quando a situação emergencial reclama uma ação imediata para defender a posse diante de situações em que não seja viável a espera de uma decisão judicial para impedir a lesão ao direito de possuidor. O Código Civil Brasileiro, prevê no art. 1.210:
“O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado”.
Quando a defesa da posse é violada através da turbação, esbulho ou ameaça, usa-se a proteção possessória por meio dos interditos possessórios como um meio indireto de defesa da posse. A proteção possessória na citação de Rudolf Von Ihering,Teoria da Posse, tradução por Ivo de Paula, 2005, pag. 34, que diz:
“[...] a proteção possessória foi instituída a fim de aliviar e facilitar a proteção da propriedade. Em vez da prova da propriedade que o proprietário deve oferecer quando reclama a coisa em poder de terceiros (reivindicatio), bastar-lhe-á a prova da posse, diante daquele que a arrebatou imediatamente”
 Sobre o assunto, Carlos Roberto Gonçalves, Vol.3, Direito das Coisas, coleção Saraiva,2012, pag.32.
“A posse é protegida para evitar a violência e assegurar a paz social, bem como porque a situação de fato aparenta ser uma situação de direito. É,assim, uma situação de fato protegida pelo legislador. Se alguém se instala em um imóvel e nele semantém, mansa e pacificamente, por mais de ano e dia, cria uma situação possessória, que lhe proporciona direito a proteção”. 
Ainda sobre o assunto, Carlos Roberto Gonçalves, Vol.5, Direito Civil Brasileiro - Direito das Coisas, 2014, pag.55, complementa dizendo que:
“[...] a proteção possessória serve de escudo à propriedade, apresenta-se como um complemento de defesa[...]”. 
2.3 – Natureza Jurídica
A natureza Jurídica da Defesa da Posse veio das antigas divergências concernentes à natureza da “posse”. Sendo ela questionada nos textos romanos se era fato ou direito. Nessa discussão entre diversos doutrinadores, houve a divisão dessa doutrina em 3 correntes. 
Sobre o estudo, Maria Helena Diniz, vol. 4, Curso de Direito Civil Brasileiro – Direito das Coisas, 2014, pag. 65, explica que:
“A Primeira sustenta que a posse é um fato sendo seus sequazes Windscheid, Trabucchi, Pacificci-Mazzoni, Dernburg, Bofante,Van Wetter, Voet, De Filis, Donellus, Cujacius. A segunda, amparada por savigny, Merlin, Lafayette, Wodon, Namur, Domat, Ribas, Laurent, Pothier, entende que a posse é um fato e um direito. Para essa concepção, considerada em si mesma (em sua essência) ela seria um fato e quanto aos seus efeitos por ela produzidos - a usucapião e os interditos- um direito, incluindo-se, devido a sua dupla natureza, no rol dos direitos pessoais[...]. A terceira corrente, encabeçada por Ihering, Texeira de Freitas, Cogliolo,Demolombe, Molitor, Stahl, Ortolan, Puchta, afirma que a posse é um direito. Ou, como prefere Ihering, é o interesse juridicamente protegido, [...]. Seria a posse a instituição jurídica tendente á proteção do direito de propriedade, pertencendo ao âmbito do direito das coisas, entre os direitos reais”. 
Percebe-se no trecho de Maria Helena Diniz, acima citado que entre existem inúmeras divergências sobre o assunto. Mas, duas tiveram um mesmo entendimento e propósito, a de Savigny e Ihering que reconheceram a posse como um direito, mesmo que para Savigny ela é também um fato.
As divergências não cessaram, principalmente quanto ao posicionamento no Código Civil, pois para Savigny ela é direito pessoal ou obrigacional e para Ihering é direito real. 
Como afirma, Carlos Roberto Gonçalves, vol. 5, Direito Civil Brasileiro – Direito das Coisas, 2014,pag.73.
“A posse, sendo um direito, diz Ihering, só pode pertencer à categoria dos direitos reais [... ]”.
	
	Ainda sobre o assunto, Aurélio Bezerra de Melo, ed. 5, Direito das Coisas, 2011, pag.29, ensina que:
“Entendemos que a posse é direito real, pois o seu objeto é uma coisa determinada e não a prestação; o direito exerce-se em face de todos e não relativizado na pessoa do devedor, e o exercício é direto, sem necessidade de outras pessoas como acontece nas relações negociais. Logo, pela essência do instituto que se mantém a mesma, nos parece que continuará majoritária a acertada posição que sustenta ser a posse um direito real, tendo em vista a presença das características referidas, todas típicas dos direitos reais”.
	Esse direito de posse decorre de um conjunto de preceitos que regem as relações jurídicas relativas aos bens materiais ou imateriais suscetíveis de apropriação, ameaça e defesa que o autor pede judicialmente para que se reconheça seu devido direito real.
2.4 – Aplicações no Direito
	Sobre a aplicabilidade do direito, Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil, vol.5 – Direitos Reais, 2014, pag. 27, ensina que:
“[...] o direito não pode se furtar de proteger estados de aparência, sob determinadas condições, porque se busca, em síntese, a adequação social. Sempre que o estado de aparência for juridicamente relevante, existirão normas ou princípios gerais de direito a resguardá-lo. Não é, no entanto, a aparência superficial que deve ser protegida, mas aquela exteriorizada com relevância social e consequentemente jurídica.”
	O atual ordenamento jurídico brasileiro adotou à teoria objetiva de Ihering. Como podemos ver vislumbrado no Código Civil Brasileiro, através do seu Livro III, que trata das questões relativas à posse, sua classificação, modos de aquisição, efeitos e perda, destacando o art. 1.196.
"Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.”
 	É com esse conceito de possuidor, que o Código Civil consagra no Livro III da Parte Especial, direito das coisas, de quem tem a posse de algum bem e age como se proprietário fosse, podendo o possuidor também ser o titular do direito da propriedade. Todavia, mesmo o possuidor não sendo o proprietário, poderá possuir certos direitos protegidos pela ordem jurídica. Quanto à tutela da posse, de acordo com o Código Civil no artigo 1.210, em seus parágrafos, são claros ao dizer que:
“ O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
 § 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.”
	 No novo Código de Processo Civil, nos artigos 554 a 568, o alicerce das ações possessórias, as quais são os meios de defesa garantidos pelo ordenamento jurídico com a finalidade de afastar o ataque de quem ameaça, molesta ou esbulha o possuidor. 
	Para esclarecer como se procede à tutela possessória no moderno sistema jurídico brasileiro, deve-se ter em mente quais os requisitos essenciais que devem ser comprovados na inicial das ações possessórias, uma vez que a manifestação precisa destes requisitos incidirá, no deferimento da liminar. Dessa forma, ao ajuizar um dos interditos possessórios é exigido ao autor que prove. De acordo com o CPC, art. 561, que diz:
		“Incumbe ao autor provar: 
		I - a sua posse; 
		II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
		III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção; a perda da posse, na ação de reintegração. 
	Por certo, tais pressupostos relacionados nos incisos do artigo 561, do CPC, são de extrema necessidade na concessão da tutela jurídica da posse, não havendo distinção entre o ajuizamento da ação contra posse nova ou velha. 
– Principais Implicações no Mundo dos Direitos Reis
		“De nada adiantaria possuir um direito se o ordenamento jurídico não fornecesse instrumento, procedimento para resguardá-lo, mantê-lo, protegê-lo e torná-lo eficaz e operativo”. (Sílvio de Salvo Venosa. Vol.5, Direito Civil – Direitos Reais, 2014, pag. 107)
	Um dos mais respeitáveis efeitos descritos na norma para o fato jurídico da posse é o direito de o possuidor a proteger. Sua pretensão é a resposta a atos praticados por quaisquer pessoas, que tenha ou não algum vinculo jurídico prévio, de esbulho, turbação da posse ou simples ameaça.
– Esbulho, Turbação e Ameaça.
	O artigo 1.210, §1º e §2º do Código Civil de 2002 destaca a proteção e defesa ao possuidor no caso de turbação e esbulho:
Art. 1.210, caput - “O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado”.
§ 1º “O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse”.
§ 2º “Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa”.
Esbulho:
		É o ato pelo qual o possuidor se vê desprovido da posse injustamente, seja por violência, por clandestinidade ou por precariedade. O esbulho se constata quando o possuidor perde a posse do bem, de forma violenta ou pacífica. O que interessaé o desapossamento, a impossibilidade de o possuidor continuar a exercitar os direitos inerentes à propriedade. O possuidor esbulhado tem direito a reintegração de posse, a refazer o vinculo de possuidor, retomando a coisa sob seu domínio. De acordo com o Código Civil, no art. 560, que diz:
“O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.”
 	Quando ocorre violência, grave ameaça ou concurso de pessoas, o esbulho é tipificado como crime. De acordo com o Código Penal, art.161,§1º,II:
“[ ...] Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
 				§1º- Na mesma pena incorre quem:
II – Invade, com violência à pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.”
	
	No entendimento tanto de Carlos Roberto Gonçalves (2014) como Marco Aurélio Bezerra (2001), Fábio Ulhoa Coelho (2013) e Silvio de Salvo Venosa (2014) a turbação, o esbulho e a ameaça possuem as seguintes definições:
turbação:
	Trata-se de fato material que impede ou atenta contra o exercício da posse pelo seu verdadeiro possuidor. É positiva quando o turbador invade imóvel, ocupando de forma parcial ou totalmente, não desapossando o legitimo possuidor, porém praticando atos sem o consentimento deste último. É negativa quando o intruso impede que o legítimo possuidor do terreno possa utiliza-lo livremente, lavrando ou fazendo construções. Em sentido jurídico a turbação é todo fato injusto, ou ato abusivo, que venham violar direitos de outra pessoa, impedindo ou procurando impedir o livre exercício. Não basta a simples ameaça e nem ser violento para configurar turbação, basta à conduta do agressor para caracterizar a perda da posse pelo agredido. �
Ameaça
	A ameaça ocorre quando há receio de que a posse sofrerá alguma ameaça, seja pela turbação ou esbulho. Assim sendo, ocorrerá ameaça, ainda que nenhum ato de agravo à posse ainda não tenha sido praticada, quando houver sinais concretos de que poderá ocorrer a agressão à posse. 
	A diferença entre ameaça, esbulho e turbação ocorrem no instante em que o possuidor se protege dos atos com intenção de tomar para si a posse.O possuidor tem direito de defender juridicamente sua posse contra o esbulho para ser reintegrado, a turbação para ser mantido e na simples ameaça para obter ordem judicial que proíba a usurpação. Se a defesa é exercida enquanto o usurpador se prepara para agir, haverá ameaça. Se for praticada após iniciado os atos de violência, mas não atingindo sua finalidade de desapossamento, ocorrerá a turbação. Mas se é praticado pelo desapossado, ocorre o esbulho.
2.5.2 – Autotutela
	Tanto Fábio Ulhoa (2013) como Venosa (2014), Arnold Wald (2015) e Marcos Aurélio Bezerra (2001). O direito de defesa da posse possui duas prerrogativas, a primeira que dá prerrogativas na lei por meio da autotutela, onde o possuidor pode defender sua posse com seus próprios meios, independente de socorro judiciário, a segunda prerrogativa é através do direito subjetivo de mover ação judicial especifica de proteção da posse perante o invasor.� 
	A autotutela é a permissão dada pela lei ao possuidor para proteger sua posse aproveitando-se dos próprios meios, até mesmo com o emprego de força física, para afastar o turbador ou o esbulhador. De acordo com Código Civil, art. 1.210, § 1º:
		“Art. 1.210 [ ...] 
§1º O possuidor turbado, ou esbulhado poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de esforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse”.
	Vale ressaltar, que o possuidor só pode utilizar a autotutela se agir logo, após o esbulho e a turbação e empregar os meios adequados à agressão sofrida. Se demorar agir ou atuar de maneira excessiva, o possuidor ultrapassa o limite legal permitido e acaba prejudicando a si mesma.
2.5.3– Proteção Possessória e Ações Possessórias 
	A proteção possessória é o principal efeito da posse, podendo ocorrer de duas formas: legitima defesa e desforço imediato que é a autotutela, autodefesa ou defesa direta. Podendo o possuidor se manter ou restabelecer sua posse pelos próprios meios. Ou seja, sem recorrer à autoridade policial ou judiciária. 
	É o que afirma o CC, art.1.210,§ 1º:
“O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá, manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o fala logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.” 
		Ainda sobre o assunto Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, vol. 5 – Direito das coisas, 2014, pag. 131, explica:
“Quando o possuidor se acha presente e é turbado no exercício de sua posse, pode reagir, fazendo uso da defesa direta, agindo, então, em legitima defesa. A situação se assemelha à da excludente prevista no Código Penal. Se, entretanto, a hipótese for de esbulho, tendo ocorrido a perda da posse, poderá fazer uso do desforço imediato.”			
 	As ações possessórias, também denominadas de interditos possessórios, têm como elemento a proteção jurídica da Posse, nela não se discute o assunto propriedade, e sim a defesa da posse, seja pelo legítimo possuidor ou pelo proprietário. Existem três tipos de ações possessórias, são elas: Manutenção da Posse, Reintegração da Posse e os Interditos Proibitórios. A Manutenção e a reintegração estão indicadas no Novo Processo Civil no Art. 554 a 566, os interditos proibitórios também no alusivo CPC no Art. 567 e 568. 
	Vale ressaltar, que não se deve confundir ações possessórias com ações petitórias. Como explica Arnold Wald, Direito Civil, vol. 4 – Direito das Coisas, 2015, pag. 51.
“As ações possessórias protegem a posse, e as petitórias, o titulo, o que não impede o proprietário, quando também é possuidor, de recorrer aos interditos, se julgar mais fácil provar a posse do que a propriedade e preferir uma medida defensiva mais imediata.”
Ação de Manutenção da Posse
	É a tutela que o possuidor pode utilizar ao sofrer a turbação, com o objetivo de manter-se na posse, além da possibilidade de receber indenização dos danos sofridos. O processo dos interditos de manutenção inicia com a petição em que o turbado requer ao juiz a concessão de medida interdital, provando a existência de sua posse, cumprindo o que determina o artigo 561 do CPC. Se a violação da posse ocorrer de forma recente, ou seja, menos de ano e dia e esta for comprovada pelo requerente, poderá o juiz conceder imediatamente a medida liminar, contra a qual cabe agravo de instrumento. De acordo com o CPC, art. 562.
“Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração,[ ... ].”
	 Sobre o assunto, Maria Helena Diniz. Curso de Direito Civil Brasileiro, vol. 4 – Direito das Coisas, 2014, p.101, explica que: 
“O possuidor que sofrer embaraço na sua posse, sem, contudo perdê-la, propõe a ação de manutenção de posse, provando a existência da posse e a turbação, sem discutir a qualidade do direito do turbador nem a natureza ou profundidade do dano, requerendo ao magistrado a expedição do competente mandado de manutenção (CPC, art. 562 a 564)”.
	De acordo com o CPC/2015, art. 561,caput, I a IV:
	“Incumbe ao autor provar:
a sua posse;
	II – a turbação ou esbulho praticado pelo réu;
	III – a data da turbação ou do esbulho;
IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.”
	
Reintegração da Posse
	È a ação para quem sofre esbulho, ou seja, a perda injusta da posse, pela forma violenta, clandestinidade ou por abuso de confiança.
De acordo com o Código Civil, em seu art. 1212, o possuidor esbulhado pode pedir indenização não só contra o esbulhador, mas também contra terceiro.
		
“Art. 1.212 O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeua coisa esbulhada sabendo que o era.”
 	A regra para concessão de liminar segue a mesma propositura da ação de manutenção da posse, regulamentada no CPC/15, nos art. 554 a 566, que trata sobre as ações possessórias. 
	É cabível essa ação quando uma pessoa é violentamente retirada de sua posse, ou quando o possuidor descobre que de forma clandestina, a pessoa retirou sua posse. De acordo com o CC/12, art. 1.210: 
“O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.”
Interditos Proibitórios
De acordo com o Art. 567 do novo Código de Processo Civil (CPC): 
“O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito”.
Interdito proibitório é uma ação processual preventiva de defesa, utilizada pelo possuidor receoso para prevenir ataques iminentes que podem vir ameaçar a sua posse. 
 Sobre o assunto, Carlos Roberto Gonçalves. Direito Civil Brasileiro, vol. 5 – Direito das Coisas, 2014, p. 171, explica que:
“[...] o interdito proibitório tem caráter preventivo, pois visa a impedir que se concretize uma ameaça à posse [...],assim, se o possuidor está apenas sofrendo ameaça, mas se sente na iminência de uma turbação ou esbulho, poderá evitar, por meio da referida ação, que venham a consumar-se. 
Sobre o assunto, Arnoldo Wald. Direito Civil, vol. 4 – Direito das Coisas, 2015, p. 122, explica que:
“O interdito proibitório é a ação intentada pelo possuidor receoso de ser molestado, devendo o requerente provar a sua posse, a ameaça de turbação ou de esbulho por parte do réu e o justo receio de que venha a ser violada a sua posse.É uma ação preventiva que visa a estabelecer uma pena pecuniária no caso de transgressão do preceito.” 
Em resumo, o interdito proibitório é uma ordem judicial que visa proteger preventivamente a posse, tem como objetivo de afastar algum tipo de ameaça à posse que está preste a ser molestada sob iminência de sofrê-la, garantindo a devida segurança para impedir que se concretize tal ameaça, acompanhada de pena ou castigo para a hipótese de falta de cumprimento dessa ordem. São requisitos básicos para essa ação: que o autor encontre-se na posse do bem, que haja a ameaça de turbação ou esbulho por parte do réu e que haja o justo receio de que tal ameaça se configure.
3- EXERCICIO
“Com base na reportagem da Folha de Boa vista no dia 14/07/17, que trata sobre “reintegração de posse”, responderemos as questões abaixo, fundamentando-as com base em doutrinas, jurisprudências e leis”.
QUESTÃO 1
 Na hipótese de todas as invasões terem sido realizadas em 01.01.2017, quais medidas judiciais de proteção da posse poderia o proprietário da área tomar no dia da reportagem (14.12.2017)? Explique porque e fundamente em lei, doutrina e jurisprudências do STJ e TJRR.
	Trata-se, de um fato em que o possuidor encontra-se esbulhado pelos invasores no terreno. Logo, a medida judicial a qual o proprietário acionou foi à ação possessória de reintegração de posse com liminar. De acordo com o Novo Código de Processo Civil no art. 560 que diz:
“Art. 560 - O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegração em caso de esbulho”.
	
	Observa-se no caso em tela que o problema amolda-se na segunda parte do artigo acima citado. Mas, antes de referenciar o instituto legal a ser utilizado pelo proprietário do terreno invado é importante identificar o tempo de existência da invasão, para assim melhor enquadrar a ação a ser utilizada pelo proprietário ao retomar a posse de sua propriedade.
Por meio da leitura da questão é possível notar que a ação de esbulho ocorreu a menos de um ano do dia da reintegração de posse. Com isso, é cabível ação possessória de reintegração de posse com pedido de liminar. O amparo legal dessa afirmação encontra-se no art. 558, caput, do novo estatuto processual:
“Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial”.
 
Sobre o tema, Carlos Roberto Gonçalves. Direito Civil Brasileiro, vol. 5 – Direito das Coisas, 2014, p. 155, explica que:
“Exige a lei, em terceiro lugar, a prova da data da turbação ou do esbulho. Dela depende o procedimento a ser adotado. O especial, com pedido de liminar, exige prova da turbação ou esbulho praticados há menos de ano e dia da data do ajuizamento. Passado esse prazo, será adotado o rito ordinário, não perdendo, contudo, o caráter possessório [...]”.
	
O pedido de liminar mencionado pelo autor na citação acima está regulado pelo artigo 562, caput, do CPC/2015, com a seguinte redação:
“Estando à petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado de liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada”.
	Alguns autores processualista classificam em posse nova ou velha, a depender do tempo do pedido de manutenção ou reintegração desta. Posse nova se concretiza quando a ação é ajuizada em menos de ano e dia, de outra banda, a velha é quando esta é suscitada após um ano e um dia. Confirmando esse entendimento Fábio Ulhoa Coelho. Curso de Direito Civil – Direito das Coisas – Direito Autoral, 2013, p. 41, expõem que:
“A posse nova (ou de força nova) é a que se defende em juízo dentro do prazo de ano e dia contado da turbação ou esbulho. Se o interdito possessório é ajuizado depois desse prazo, considera-se a posse velha (ou de força velha). [...] Se a medida judicial for proposta dentro de um ano mais um dia da data da turbação ou esbulho, a posse é nova; se proposta depois disso, velha”.
	Coligindo com o exposto nos parágrafos anteriores é importante citar nesse trabalho as jurisprudências dos excelsos TJRR e STJ, que abaixo se seguem:
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA NÃO MANTIDA. Presentes os requisitos, deve ser concedida a proteção judicial da posse. (TJ-RR 10090134742 RR, Relator: DES. ROBERIO NUNES DOS ANJOS, Data de Julgamento: 14/12/2010, Data de Publicação: 17/12/2010)
REINTEGRAÇÃO NA POSSE. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA EM PROCESSO EM QUEDEFERIDA LIMINAR. EFEITO SUSPENSIVO DO CUMPRIMENTO DO MANDADO DEREINTEGRAÇÃO INEXISTENTE. ALEGAÇÃO, CONTUDO, DE NOVO ESBULHO, APÓSCUMPRIDO O MANDADO. MATÉRIA SITUADA ALÉM DA INTERPRETAÇÃO DO ART. 520, VII, DO CÓD. DE PROC. CIVIL. RECURSO CONHECIDO, MAS, NASITUAÇÃO CONCRETA, IMPROVIDO. 1.- Para efeito de não suspensividade da apelação de sentença que julga procedente a ação, prevista no art. 520, VII, do Cód. de Proc. Civil, o deferimento de liminar possessória equipara-se ao deferimento da antecipação dos efeitos da tutela. 2.- No caso concreto, contudo, tratando-se de alegação de novo esbulho, noticiado vários anos após o cumprimento do mandado de reintegração, trata-se de questão nova, não pre questionada, a ser dirimida previamente pelo Tribunal de origem, pena de infringir o princípio do contraditório. 3.- Recurso Especial conhecido, mas, quanto ao caso concreto, por fundamento diverso, improvido. (STJ – REsp : 1127684 PA 2009/0045024-6, Relator: Ministro SIDNEI BENETI, Data de Julgamento: 11/10/2011, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 27/10/2011)
	Diante do arguido acima se pode inferir que no caso mencionado na questão, foi possível o pedido de liminar para reintegração de posse, já que o esbulho ocorreu a menos de ano e dia. O proprietário estava amparado pelo art. 560 c/c 561, do CPC/2015, pois este comprovou a data do esbulho.
“Art.560- O possuidor tem direito a ser mantido na posse emcaso de turbação e reintegração em caso de esbulho.”
	
	“Art. 561 - Incumbe ao autor provar:
a sua posse;
	II – a turbação ou esbulho praticado pelo réu;
	III – a data da turbação ou do esbulho;
IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.”
QUESTÃO 2
Na hipótese de todas as invasões terem sido realizadas em 01.01.2016, quais medidas de autotutela da posse poderia o proprietário da área tomar no dia da reportagem (14.12.2017)? Explique porque e fundamente em lei, doutrina e jurisprudências do STJ e TJRR.
	O caso acima retrata um o instituto civil da posse velha, pelo fato da invasão ter ocorrido a mais de ano e dia, não podendo mais ser impetrado o pedido de liminar nem tão pouco a tutela antecipada. Como o esbulho ocorreu há quase dois anos o proprietário está proibido de utilizar o mandamento civil intitulado de desforço imediato insculpido no art. 1210, § 1° do CC que diz:
“O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contando que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podendo ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse”.
Coadunando o subscrito acima e diferenciando o que seja posse nova e velha, Marco Aurélio Bezerra de Melo. Direito das Coisas, 2011, p. 43, explana que:
“Posse nova é aquela em que o possuidor está com o bem há menos de ano e dia e velha se estiver há mais de ano e dia”.
	Para sedimentar o entendimento de posse velha e fazer um link com o que está exposto na questão em estudo, Fábio Ulhoa Coelho. Curso de Direito Civil – Direito das Coisas – Direito Autoral, 2013, p. 41, resume que:
“Em suma, o procedimento judicial de manutenção ou reintegração de posse nova prevê medidas destinadas ao pronto socorro ao direito do desapossado. Ultrapassado o prazo de ano e dia, a turbação ou esbulho só pode ser defendido mediante ação tramitada pelo procedimento ordinário”.
Transcorrido o prazo legal que diferencia posse nova e velha, aquele serve de marco para o desapossado ajuizar a ação correta para ter seu imóvel restituído e poder goza do deito de posse. O doutrinador Carlos Roberto Gonçalves. Direito Civil Brasileiro, vol. 5 – Direito das Coisas, 2014, p. 155 e 156, confirma que:
“Nesse sentido a jurisprudência: É cabível a ação possessória mesmo superada o ano e dia, com a única alteração relativa ao descabimento da concessão liminar da manutenção ou reintegração“. 
“O prazo de ano e dia é de decadência; portanto, fatal e peremptório, ou seja, não se suspende, nem pode ser ampliado ou reduzido pela vontade das partes. É por ele que se estabelece a distinção entre as ações de força nova e as de força velha”.
	Para cessar qualquer duvida sobre posse nova ou velha coligem-se nesse estudo as jurisprudências do TJRR e do STJ infra mencionadas:
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REINTEGRACAO DE POSSE - PRELIMINARES - NULIDADE DA AUDIENCIA DE JUSTIFICACAO - AUSENCIA DE CITACAO - ART. 249, § 1, CPC - AUSENCIA DE PREJUIZO - PRELIMINAR REJEITADA - ILEGITIMIDADE ATIVA - AREA EM LITIGIO PERTENCENTE AO MUNICIPIO/AGRAVADO - PREFACIAL AFASTADA - INCOMPETENCIA EM RAZAO DA MATERIA - JUSTIÇA COMPETENTE ESTADUAL - PRELIMINAR PREJUDICADA - MERITO -ALEGACAO DE POSSE VELHA - ONUS DO AGRAVANTE - AUSENCIA DE COMPROVACAO - DEPOIMENTO TESTEMUNHAL CONTRADITORIO - PERICULUM IN MORA E FUMUS BONI IURES DEMONSTRADOS - ESBULHO DA AREA EM LITIGIO - CORRETO DEFERIMENTO DO PEDIDO LIMINAR - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. (AGRAVO DE INSTRUMENTO AG 7302001003000550 RR (TJ-RR): Des. Almiro Padilha).
EMENTA: PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DECISÃO. ANTECIPAÇÃO DETUTELA. CABIMENTO. AÇÃO POSSESSÓRIA. POSSE VELHA. REQUISITOS. ART273, CPC. POSSIBILIDADE. 1. O ART. 527 DO CPC PERMITE A NEGATIVA DE SEGUIMENTO DO AGRAVO SEMA AUDIÊNCIA DA PARTE CONTRÁRIA (INCISO I), PORQUE TAL DECISÃO NÃO ALTERA A SITUAÇÃO JURÍDICA DO AGRAVADO. O PROVIMENTO DO RECURSO, TODAVIA, SEJA ELE POR DECISÃO SINGULAR OU COLEGIADA, NÃO PRESCINDE DA PRÉVIA INTIMAÇÃO DA PARTE ADVERSÁRIA (INCISO V). PRECEDENTE DA CORTE ESPECIAL - RESP 1.148.296/SP, SUBMETIDO AO RITO DOS RECURSOS REPETITIVOS. 2. ESTA CORTE, EM SINTONIA COM O DISPOSTO NA SÚMULA 735 DO STF (NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA ACÓRDÃO QUE DEFERE MEDIDA LIMINAR), ENTENDE QUE, VIA DE REGRA, NÃO É CABÍVEL RECURSO ESPECIAL PARA REEXAMINAR DECISÃO QUE DEFERE OU INDEFERE LIMINAR OU ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, EM RAZÃO DA NATUREZA PRECÁRIA DA DECISÃO, SUJEITA À MODIFICAÇÃO A QUALQUER TEMPO, DEVENDO SER CONFIRMADA OU REVOGADA PELA SENTENÇA DE MÉRITO. 3. HIPÓTESE EM QUE SE TRATA DE VIOLAÇÃO DIRETA AO DISPOSITIVO LEGAL QUE DISCIPLINA O DEFERIMENTO DA MEDIDA ( CPC , ART. 273 ), RAZÃO PELA QUAL É CABÍVEL O RECURSO ESPECIAL. 4. É POSSÍVEL A ANTECIPAÇÃO DE TUTELA EM AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE EM QUE O ESBULHO DATA DE MAIS DE ANO E DIA (POSSE VELHA), SUBMETIDA AO RITO COMUM, DESDE QUE PRESENTES OS REQUISITOS QUE AUTORIZAM A SUA CONCESSÃO, PREVISTOS NO ART. 273 DO CPC, A SEREM AFERIDOS PELAS INSTÂNCIAS DE ORIGEM. 5. RECURSO ESPECIAL PROVIDO (STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1139625 RJ 2009/0089363-7 (STJ) Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI).
Com isso, entende-se que nesse caso é cabível a ação de reintegração de posse ao verdadeiro proprietário. Entretanto, este não poderá requerer pedido liminar, por se tratar de posse velha, ou seja, exerceu seu direito de reaver a posse, quando já havia ultrapassado um ano e um dia. É notório esse tempo, pois a invasão se deu em 01.01.2016 e a ação de reintegração no dia 14.12.2017.
QUESTÃO 3
Na reportagem, uma senhora disse o seguinte: “São muitas famílias que estão morando aqui. Muitas delas há mais de dez anos e outras novatas de venezuelanos. Não acreditamos nessa liminar e não vamos sair daqui. Iremos continuar na área, nas nossas casas e lutar pelo que é nosso”, disse. (E.S) 
Explique se a Sra. E. S. tem razão ou não. Fundamente sua resposta e argumentações em leis, doutrinas (pelo menos 3 doutrinadores, sendo dois de nossa bibliografia básica) e jurisprudências do STJ e TJRR.
 A questão enunciada trata-se de uma modalidade de usucapião Ordinária que consiste na aquisição de propriedade ou de outros direitos reais à posse continuada ao longo do tempo. 
 		Diante do Sra. E. S. tem razão em afirmar que a propriedade, a qual ela e outras famílias fixaram moradia há mais de dez anos já lhes pertencem. Desde que, eles tenham morado na área invadida de forma ininterrupta, mansa, pacífica, de boa-fé, justo título e que tenham realizado alguma benfeitoria. De acordo com o CC, nos art. 1.238, parágrafo único e 1.242, que diz:
“Art. 123 - [...]
Parágrafo único: O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.”
“Art. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, continua e incontestadamente, com justo titulo e boa-fé, o possuidor por dez anos.”
	Sobre o assunto, Marcos Aurélio Bezerra de Melo, Direito das Coisas, 5ª Ed, 2011, pag. 105, esclarece que:
“A firmeza da atividade física do homem sobre a coisa que a tem sob sua ordem e vontade, empregando nela atividade, movimentando-a, e investindo trabalho, benfeitorias, sujeitando-a ao seu poder, tem em devolução o fruto econômico às suas necessidades com emprego de recursos, dentro do circulo vicioso de exercer-se o meio ordinário de labor, mantendo fisicamente a coisa e a restituição desta em recursos à subsistência econômica. Nesse movimento contínuo e ininterrupto no correr dos anos cria e fortalece o calor cada vez mais saliente do domínio, que a cada dia mais se proteja, criando e transformando a crisálidade em sua real imagem.”
	Para reforçar o entendimento sobre o assunto, Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, vol. 5 – Direito das Coisas, 2014, pg. 104, que diz:
“Posse ad usucapionem é a que se prolonga pordeterminado lapso de tempo estabelecido na lei, deferindo ao seu titular a aquisição do domínio. É de suma, aquela capaz de gerar o direito de propriedade.”
“Ao fim de um período de dez anos, aliados a outros requisitos, como o ânimo de dono, o exercício contínuo e de forma mansa e pacífica, além do justo título e boa-fé, dá origem à usucapião ordinária [...].” 
	No mais, resta dizer que as famílias invasoras do terreno, além de exercer a intenção de titular da propriedade possuída, deverão por meio da modalidade de usucapião, comprovar de forma declaratória os requisitos legais para configura o direito de propriedade.	 
	Sobre o assunto, esclarece Fábio Ulhoa Coelho, Curso de Direito Civil, vol.4 – Direito das Coisa, 2013, pag.98;
“A ação de usucapião, destaco, é declaratória, porque basta o entendimento dos requisitos estabelecidos na lei para que o possuidor adquira desde logo a propriedade da coisa.”
 	Para reforçar os esclarecimentos quanto ao assunto estudado, segue as jurisprudências do TJRR e do STJ infra mencionadas :
Ementa: AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. USUCAPIÃO NÃO COMPROVADA. ALTERAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 7 DO STJ. AGRAVO IMPROVIDO. 1. A instância ordinária, ao dirimir a controvérsia, assentou o entendimento de que estão presentes os requisitos legais para a concessão da reintegração de posse e, ainda, afastou, com base na análise no acervo fático-probatório dos autos, que os elementos da usucapião pleiteada, por igual, não se demonstraram. 2. Nesse contexto, reverter a conclusão do Tribunal local para acolher a pretensão recursal quanto ao reconhecimento da usucapião demandaria o revolvimento do acervo fático-probatório dos autos, o que se mostra inviável ante a natureza excepcional da via eleita, consoante enunciado da Súmula n. 7 do Superior Tribunal de Justiça. 3. Agravo improvido.
Encontrado em: AgInt no AREsp 882877 SP 2016/0086663-1 (STJ) Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE
Ementa - AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE USUCAPIÃO. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS LEGAIS. REVISÃO. MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. SÚMULA 7 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. DECISÃO MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. O conteúdo do art. 221, II, da Lei 6.015 de 1973 não guarda pertinência temática com as questões debatidas no processo, demonstrando a deficiência, no ponto, da fundamentação do apelo especial, circunstância que atrai a incidência da Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal. 2. No caso dos autos, a Corte de origem, analisando o acervo fático-probatório dos autos, concluiu pelo não preenchimento dos requisitos necessários para o reconhecimento da usucapião, qual seja a posse mansa e pacífica caracterizadora do animus domini, uma vez que a recorrente recebera o imóvel em questão do antigo mutuário, contra quem já haviam sido propostas várias ações judiciais. Nesse contexto, a inversão do que foi decidido pelo Tribunal de origem, tal como pleiteada nas razões recursais, demandaria novo exame do conjunto fático-probatório dos autos, providência vedada em sede de recurso especial, a teor da Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça. 3. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt nos EDcl no REsp 1459752/PE, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 15/12/2016, DJe 07/02/2017) Diante do exposto, nos termos do art. 253, parágrafo único, II, b, do RISTJ, conheço do agravo para negar provimento ao recurso especial. Publique-se. Brasília (DF), 20 de março de 2017. MINISTRO RAUL ARAÚJO Relator
(STJ - AREsp: 1055257 RS 2017/0029394-9, Relator: Ministro RAUL ARAÚJO, Data de Publicação: DJ 10/04/2017)
Ementa:APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO REIVINDICATÓRIA - CONEXÃO - AÇÃO DE USUCAPIÃO - POSSE INJUSTA E DE MÁ-FÉ DO USUCAPIENTE - NÃO COMPROVAÇÃO - JULGAMENTO SIMULTÂNEO EM AÇÕES CONEXAS - DESNECESSIDADE - SENTENÇA MANTIDA. 1. Reivindicatória. Ação real cujo fundamento do pedido é a posse, tendo como base título de propriedade e o direito de sequela inerente a ela. Visa à restituição da coisa. Ação de quem tinha posse de proprietário e a perdeu. 2. Usucapião. Ação real capaz de converter a posse ad usucapionem em propriedade. É modo de aquisição de propriedade, por via da qual o possuidor torna-se proprietário, favorecendo o possuidor contra o proprietário, sacrificando o antigo proprietário. 3. Ações reais conexas. Ação de Usucapião e Ação Reivindicatória e Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes forem comuns o objeto ou a causa de pedir (CPC:art. 103). Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim que sejam decididas simultaneamente (CPC:art. 105). 5. Alegação de nulidades das sentenças. Inocorrência. Pelo que consta nos autos, quando da elaboração da primeira sentença, as ações conexas estavam apensadas, e só foram desapensadas no momento em que o cartório juntou a cópia da sentença de Usucapião e tornou o processo da Ação Reivindicatória concluso para o Magistrado a quo proferir sentença. Sobre o tema, precedentes do Superior Tribunal de Justiça: REsp 1255498 , AgRg nos EDcl no AREsp 37470. 6. O julgamento de apenas um dos feitos reunidos por conexão não induz, necessariamente, a nulidade da decisão ou a redistribuição do processo, uma vez que cabe ao magistrado a avaliação de julgamento simultâneo das ações, inspirado pelos objetivos da conexão de evitar decisões conflitantes e privilegiar a economia processual. 7. Não comprovação da posse injusta, na Ação de Usucapião, e por via reflexa, na Ação Reivindicatória. 8. Apelação conhecida e não provida.
(TJ-RR - AC: 0010051004512, Relator: Des. GURSEN DE MIRANDA, Data de Publicação: DJe 13/03/2013)
CONCLUSÃO
 
O presente trabalho buscou abordar os aspectos no que tange as manifestações exercidas no ordenamento jurídico pelo possuidor, através das ações possessórias, como: os interdito proibitório, manutenção de posse e reintegração de posse. 
Vimos que a defesa da posse originou-se no império romano, quando o direito romano reconheceu a posse da coisa. Admitindo-se posteriormente, a proteção possessória e com ele a aplicação dos interditos possessórios.
Entre as teorias subjetivas de Savigny e a objetiva de Ihering o ordenamento jurídico brasileiro atual adotou a teoria objetiva de Ihering, afirmando que a posse é um direito. Foram Inúmeras divergências que transcorreram em torno da defesa da posse que acabou em um mesmo entendimento e propósito, onde ambos (Savigny e Ihering) reconheceram a posse como um direito, mesmo que para Savigny ela é também um fato.
Compreendemos a importância da proteção possessória, como meio indireto de defesa da posse, quando esta for molestada por outrem. Sendo esta proteção dada pelos interditos possessórios, como forma de proteção jurídica da posse.
Destarte, almejou-se ter esclarecido os aspectos mais importantes deste trabalho com relação à defesa da posse, assim como sua relação junto aos interditos possessórios que atende exclusivamente em proteger o possuidor que sofreu alguma uma ameaça, turbação ou esbulho de um bem.
�
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
WALD, Arnoldo , Ana Elizabeth L.W.Cavalcanti e Liliana Minardi Paesani – Direito Civil – Direito das Coisas – 14. Ed, Volume IV, São Paulo: Editora Saraiva, 2015.
GONÇALVES, Carlos Roberto – Direito Civil Brasileiro –Direito das Coisas - 9. Ed, Volume V, São Paulo: Editora Saraiva, 2014.
VENOSA, Sílvio de Salvo – Direito Civil – Direitos Reais – 14. Ed, Volume V, São Paulo: Atlas, 2014.
MELO, Marcos Aurélio Bezerra - Direito das Coisas – 5ª Ed, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001.
COELHO, Fabio Ulhoa Coelho – Curso de Direito Civil – Direito das Coisas – 5ª Ed,São Paulo: Editora Saraiva, 2013.
DINIZ, Maria Helena – Curso de Direito Civil Brasileiro – Direito das Coisas – 29ª Ed, vol. 4, São Paulo: Editara Saraiva
BRASIL, Código Civil. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (com as devidas atualizações).CIVIL, Novo Código de Processo. Lei 13.105, de 16 de março de 2015 (com as devidas atualizações)
Trabalho para fins de conhecimento e avaliação sistemática de Direito Civil IV, ministrada pelo Prof. Vilmar Antônio da Silva. 
�Qual é a fonte destas informações? De leitura em doutrinas diversas e fazendo das partes principais uma citação indireta.
�Fonte? doutrinas diversas e fazendo das partes principais uma citação indireta. Segue acima a citação das fontes
�Fonte? leitura em doutrinas diversas e fazendo das partes principais uma citação indireta.

Outros materiais