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Aula 6 - Escola Neoclássica

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Dirceu Grasel
PENSAMENTO ECONÔMICO TRADICIONAL A ESCOLA NEOCLÁSSICA
Prof. Dr. DIRCEU GRASEL
ECONOMIA/UFMT
 
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Dirceu Grasel
ESCOLA NEOCLÁSSICA
	I – PRINCIPAIS AUTORES
  Em 1870, quase um século depois de Adam Smith, o marginalismo substitui a Escola Clássica;
  Fundadores: Jevons (Inglaterra), Menger (Áustria) e Walras (Suíça);
  A análise marginalista ainda predomina em grande parte dos manuais de microeconomia (exceção de Economia Industrial);
  Triunfou por um século;
  Mas cedeu lugar à economia Keynesiana (1930), na esfera macroeconômica, incluindo: a dinâmica econômica, teorias de crescimento econômico, movimentos gerais dos preços, nível de atividade empresarial e o papel do Estado;
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ESCOLA NEOCLÁSSICA
	I – PRINCIPAIS AUTORES
  A Escola Neoclássica ou Marginalistas surge do esforço de economistas de diversos países:
 1 – Escola Austríaca (Áustria) - ênfase na utilidade:
	a) Carl Menger (1840-1921) – Polonês:
	- foi um dos três fundadores da Escola Marginalista e fundador da escola Austríaca (Áustria);
	- Usa linguagem não matemática;
	- Princípios de Economia Política.
	b) Böhm-Bawerk, Von Wieser, Von Mises, Hayek, Schumpeter (Alguns consideram Schumpeter formador de Escola – Escola Schumpeteriana);
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	I – PRINCIPAIS AUTORES
 2 – Escola de Lauseane (Suíça) - ênfase no Equilíbrio Geral e Parcial:
	a) Léon Walras (1834-1910) – Francês, lecionou em Lauseane (Suíça):
	- foi um dos três fundadores da Escola Marginalista e fundador da escola de Lauseane (Suíça);
	- Usa uma forte linguagem matemática;
	- Elementos de Economia Política Pura.
	b) Pareto, Leontieff; 
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	I – PRINCIPAIS AUTORES
 3 – Escola de Cambridge (Inglaterra) - Síntese da Escola Clássica e Marginalista:
	a) Alfred Marshall (1842-1924) – Inglês:
	- Embora Marshall tenha sido um dos primeiros a ensinar os conceitos marginalistas, lançou seu livro apenas em 1890 (20 anos depois), por isso não é considerado fundador da Escola Neoclássica ou Marginalista.
	- Fundador da escola de Cambridge (Inglaterra), em conjunto com Jevons;
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ESCOLA NEOCLÁSSICA
	I – PRINCIPAIS AUTORES
	3 – Escola de Cambridge (Inglaterra) - Síntese da Escola Clássica e Marginalista:
	- Usa pouco a linguagem matemática, escreveu de forma acessível;
	- O maior economista Inglês de sua época (a Inglaterra teve grandes economistas);
	- Princípios de Economia, passou a ser referência em todas as escolas de economia da Inglaterra e EUA.
	b) William Stanley Jevons (1835-1882) – Inglês e Arthur Cecil Pigou;
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 II – Principais Preocupações
  1 – Estudam as relações entre pessoas e a produção material (coisas):
	a) Restringem o enfoque ao campo da economia pura (não abordam economia política);
	b) Estudam a relação entre pessoas e coisas (produção material) e não a relação entre pessoas e pessoas através das coisas, como faziam os Clássicos;
	c) Aceita a sociedade como um sistema dado, não discute as relações de classe e procura tornar-se operacional no sistema (influência-lo);
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 ESCOLA NEOCLÁSSICA
 II – Principais Preocupações
  1 – Estudam as relações entre pessoas e a produção material (coisas):
	d) Esta mudança de enfoque causou grande contentamento entre os economistas:
	- Alocação ótima de recursos exige certas técnicas (modelos matemáticos), dando a economia ares de verdadeira ciência;
	- Com o êxito do capitalismo não ficava bem abordar temas que poderiam provocar intranqüilidades ao sistema;
	- Assim, conceitos como: excedente econômico e classes sociais desaparecem na economia neoclássica;
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 II – Principais Preocupações
  1 – Estudam as relações entre pessoas e a produção material (coisas):
	e) Segundo eles, seria melhor considerar a sociedade sem distinção de classes sociais:
	- De um lado, as famílias, capazes de fornecer os fatores de produção e;
	- De outro lado, as unidades produtivas, capazes de fornecer bens e serviços;
	- A relação entre as duas unidades se dá através de um fluxo circular:
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 II – Principais Preocupações
  1 – Estudam as relações entre pessoas e a produção material (coisas):
Empresas
Unidade Familiares
Fatores de Produção (trabalho, capital e recursos naturais)
Remuneração dos fatores de produção
Compra de bens e serviços
Bens e serviços
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 II – Principais Preocupações
  1 – Estudam as relações entre pessoas e a produção material (coisas):
	a) O ciclo externo representa o fluxo real (bens materiais);
	b) O ciclo interno representa o fluxo nominal (remuneração dos fatores de produção e serviços);
	c) As unidades de produção (empresas) procuram maximizar seus lucros (no circuito interno);
	d) As unidades familiares procuram maximizar sua utilidade em bens e serviços (no circuito externo);
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 II – PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES
	 2 – Alocação ótima dos recursos disponíveis:
	a) Os recursos são escassos;
	b) As necessidades são ilimitadas;
	c) Sendo assim a função do economista é aplicar tais recursos da melhor forma possível;
	d) A economia se torna, assim, uma técnica para alocação ótima dos recursos escassos entre os diversos usos alternativos;
	d) Isto é uma conseqüência da teoria da Utilidade Marginal (UMg) e da Teoria dos Preços;
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 II – PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES
  Teoria dos Preços/valor:
	a) A teoria do valor Objetivo dos Clássicos não conseguia resolver adequadamente o paradoxo da água e do diamante:
	- A água era extremamente útil (valor de uso) e não tinha poder de compra (valor de troca);
	- Por outro lado, o diamante não é essencial a vida (valor de uso) e possui um preço elevado (valor de troca);
	- Os Clássicos sabiam que o valor nestes casos não poderia ser explicado pelo trabalho. Resolveram a questão afirmando que o trabalho somente explica o valor das mercadoria reproduzidas em escala industrial;
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 II – PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES
  Teoria dos Preços/valor:
	b) A teoria do valor Subjetivo dos Neoclássicos abordou esta questão de forma mais satisfatória:
	- Recorre ao conceito de escassez (já conhecido dos Clássicos) e dos acréscimos marginais (Menger mostra que a utilidade diminui a medida que aumenta a quantidade disponível – considerada a sua maior contribuição a teorias do valor);
	- Portanto, bens econômicos são bens escassos e terão tanto maior valor quanto maior sua escassez;
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 II – PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES
  Teoria dos Preços/valor:
	- O valor de uma mercadoria passa a depender do estado psicológico das pessoas, difere de pessoa para pessoa, de acordo com suas necessidades;
	- O valor passa a ser relacionado com as necessidades das pessoas (com sede, no deserto a água é muito mais valiosa do que o diamante);
	- O valor não está nem na água nem no diamante, mas na necessidade das pessoas de efetuar trocas;
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 II – PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES
  Teoria dos Preços/valor:
	c) Críticas a teoria do valor Subjetivo dos Neoclássicos:
	- Jevons e outros, passaram a dar importância exclusiva á demanda na determinação do valor:
 Mas o preço de um par de sapatos é o mesmo para um rico, quanto para um pobre, embora tenha mais utilidade para o último;
 Além disso, mesmo em condições idênticas de utilidade e escassez, o preço de um automóvel é muito maior do que o preço de um sapato;
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II – PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES
  Teoria dos Preços/valor:
	c) Críticas a teoria do valor Subjetivo dos Neoclássicos:
	- Foi Marshall quem abordou a teoria do valor subjetivo de forma mais adequada, acrescentando que não se podia desconsiderar o lado da oferta (custo de produção);
	- Para ele, o exemplo da água e do diamante não são felizes, porque estes produtos não são industriais, ficando, assim, encoberto o problema dos custos de produção;
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 II – PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES
  Valor e a Teoria da UMg decrescente
	 a) A Utilidade Marginal (Menger) de um bem diminui com o aumento da disponibilidade deste bem, ex. da água:
Quantidade
Utilidade Marginal
1
2
4
3
Utilidade Marginal
Quantidade
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 II – PRINCIPAIS PREOCUPAÇÕES
  Valor e a Teoria da UMg decrescente 	 a) A Utilidade Total de um bem aumenta menos que proporcionalmente com o aumento da oferta do bem.
Quantidade
Utilidade Total
1
2
3
4
Utilidade Total
Quantidade
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  O Equilíbrio:
	a) Existem forças internas que levam o sistema ao equilíbrio na economia (liberalismo econômico ou mão invisível de Smith):
	- Equilíbrio significa oferta e demanda igual com plena utilização dos fatores de produção (aceitam a lei de Say);
	- Walras se preocupa com o equilíbrio geral (equilíbrio da economia como um todo);
	- Marshall com o equilíbrio parcial (equilíbrio de um produto específico);
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  O Equilíbrio Parcial:
	Qual é o preço de equilíbrio no mercado de carne?
	- Supõe-se que, se a concorrência se der através do preço, ao baixarmos o preço a quantidade demandada deve aumentar e a quantidade ofertada deve diminuir (e vice-versa), ex: 
Quantidade (Kg)
Quantidade (Kg)
Preço
Preço
Demanda
Oferta
10
20
10
20
100
150
80
160
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  O Equilíbrio Parcial:
	- Os interesses de vendedor e comprador são antagônicos, mas o mercado faz com que se chegue ao preço de equilíbrio, ex:
 	- Suponhamos que o preço do Kg de carne esteja em R$ 20,00;
	- Neste caso a oferta será de 160 Kg, mas a procura apenas de 100Kg; 
	- Parte da produção não poderá ser vendida e será estocada (60 Kg (160 –100);
	- O estoque fará os preços baixar: 
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  O Equilíbrio Parcial:
	Qual é o preço de equilíbrio no mercado de carne?
	
Quantidade (Kg)
Preço
Demanda
Oferta
20
100
160
10
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  O Equilíbrio Parcial:
	- Continuamos supondo que os interesses do vendedor e comprador são antagônicos, mas o mercado faz com que se chegue ao preço de equilíbrio, ex:
 	- Suponhamos agora o contrário, que o preço do Kg de carne esteja em R$ 10,00;
	- Neste caso a oferta será de 80 Kg, mas a procura será de 150Kg; 
	- Neste caso existe escassez de produto (70 Kg (150 –80);
	- Oferta menor que a demanda, o preço sobe:
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  O Equilíbrio Parcial:
	Qual é o preço de equilíbrio no mercado de carne?
Quantidade (Kg)
Preço
Demanda
Oferta
20
80
150
10
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  O Equilíbrio Parcial:
	- Agora o preço tenderá a subir até chegar ao preço de equilíbrio;
	- O equilíbrio é definido pelo cruzamento das curvas da oferta e demanda: 
Quantidade (Kg)
Preço
Demanda
Oferta
20
80
150
10
15
120
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  O Equilíbrio Parcial:
	Qual é o preço de equilíbrio no mercado de carne?
	- Ao preço de R$ 15,00 não haverá escassez nem excesso de produto no mercado (equilíbrio). Sendo assim, R$ 15,00 é o preço de equilíbrio;
	- Seguidores de Walras não aceitavam este tipo de abordagem (equilíbrio parcial), pois o preço de um bem depende do preço de todos os outros bens (equilíbrio geral). Esta interdependência existe na prática, mas é impossível levar em conta tantas variáveis;
	- Para resolver a questão Marshall propõem constantes todas as fatores que entram na oferta e demanda (ceteris paribus), considerando apenas o preço do bem em estudo (equilíbrio parcial);
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  Ênfase nos Aspectos Microeconômicos
	a) A preocupação dos Neoclássicos, é estudar:
	- As firmas individuais;
	- As unidades familiares e;
	- O relacionamento entre firmas e unidades familiares;
	b) Desaparece a preocupação com o crescimento econômico que os Clássicos tanto procuravam explicar;
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  Aceitação da Lei de Say
  O capital é escasso e as necessidades ilimitadas, em função disso não pode haver superprodução:
	a) A oferta cria sua própria demanda, ou;
	b) Os custos de produção terminam por se destinar direta ou indiretamente para a compra do produto:
 De um lado, produzimos para nós mesmo (demanda garantida) ou para o mercado (que também tem demanda garantida);
 Por outro, remuneramos os fatores de produção, criando poder de compra para outros bens;
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  Aceitação da Lei de Say
	c) Portanto, não pode haver superprodução generalizada, nem desemprego dos fatores de produção:
	- Pode haver desequilíbrios setoriais ou transitórios (devido a erros de cálculo), a economia como um todo é auto reguladora;
	- Se existir desemprego, este será voluntário;
	- Este desequilíbrio será corrigido por mecanismos de mercado:
 O preço do produto baixará, diminuindo o lucro, a taxa de lucro e parte do capital e trabalho se deslocará para outro setor mais lucrativo (mobilidade dos FP);
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  Modelo de Concorrência Perfeita
	a) A economia neoclássica supõem um modelo de concorrência perfeita;
	b) Onde os agentes econômicos se comportam de maneira racional;
  Para que haja concorrência perfeita é necessário os seguintes requisitos:
	1) Produtos homogêneos (não diferenciado por marcas embalagens etc):
	a) Caracterizando concorrência exclusiva através de preço e não por diferenciação;
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  Modelo de Concorrência Perfeita
	2) Empresas pequenas e sem poder de mercado:
 	a) Os vendedor e comprador deve ser tão pequeno que individualmente não consigam determinar e nem influenciar os preços;
 	b) Se uma empresa sair ou entrar no mercado, não afetará a oferta total de produtos e nem o seu preço;
	3) Ausência de restrições externas à mobilidade dos fatores de produção:
 	a)Não pode haver intervenção nas leis de mercado, tais como: tabelamento, fixação de W mínimo etc;
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  Modelo de Concorrência Perfeita
	4) Conhecimento por parte dos agentes econômicos de todos os preços de mercado:
 	a) Para que o comprador e vendedor hajam de forma racional eles devem comparar preços e, portanto conhece-los;
  É evidente que nunca existiu e dificilmente vai existir este tipo de mercado:
 	a) Trata-se de um modelo teórico, que tenta mostrar as principais linhas de força do sistema;
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  Modelo de Concorrência Perfeita
 	b) Que faz abstrações de variáveis menos importantes;
	c) A Ciência não pode prescindir de modelos;
 	d) Na construção de um modelo, o mais importante é saber selecionar as variáveis mais importante
e desconsiderar as outras;
	e) A validade de um modelo vai depender de como ele nos ajuda a compreender a realidade;
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 II – PREOCUPAÇÕES COMUNS
  Modelo de Concorrência Perfeita
	f) A ciência têm por objeto o estudo da realidade (social ou natural) e deve apresentar duas dimensões:
 A coerência interna;
 Correspondência com a realidade;
	g) Os modelos neoclássicos passam tranqüilo pela coerência interna, mas não se pode dizer o mesmo quanto a correspondência com a realidade;
	h) Neste modelos, o consumidor decide. A última palavra é do consumidor, que irá comprar ou rejeitar a mercadoria (a teoria da soberania do consumidor);
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 III – Teoria da Concorrência Imperfeita
  Em 1926, Piero Sraffa, Italiano que imigrou para a Inglaterra e precursor da teoria da concorrência imperfeita, publicou um livro em que criticava as limitações da teoria marginalista em vigor;
	  Em 1933, surgem dois livros que abordam o problema da concorrência imperfeita ou concorrência monopolística:
	Edward Chamberlin ( EUA - Harvard): a teoria da competição monopolística;
	Joan Robinson (Inglaterra – Cambridge): a economia da competição imperfeita;
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 III – Teoria da Concorrência Imperfeita
  O monopólio puro ocorre quando uma empresa produz um produto diferenciado singular, sem substituto próximo (“não tem” concorrência);
  A concorrência monopolística: Chamberlin e Robinson, consideram um caso diferente, em que as empresas produzem um produto singular, diferenciado, mas com substituto próximo:
	- Por isso o termo concorrência monopolística:
 	a) Existe monopólio, porque a empresa produz um produto singular e diferenciado;
 	b) Existe concorrência, porque estes produtos têm substitutos próximos;
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 III – Teoria da Concorrência Imperfeita
  Em 1934, Heinrich von Stackelberg aborda o mesmo problema no seu livro “ Estrutura de mercado e equilíbrio” : 
	a) Acentua mais os problemas de oligopólio;
	b) Já defende a intervenção da Estado na economia;
	c) Esta abordagem mostra que o autor já não confiava nos mecanismos de mercado;
  Em 1953, Joan Robinson já se tornara suficientemente Keynesiana para rejeitar qualquer posição de equilíbrio automático na economia;
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 IV – FALTA DE REALISMO
	  O modelo Neoclássico tradicional não representava a realidade da economia:
	a) Surgiam mega empresas que fugiam completamente do contexto da concorrência perfeita, que muitas vezes tinham um faturamento maior do que o PIB de vários países somados (grande número de pequenas empresas);
	b) Nesta grandes empresas, os preços não eram determinadas pelo mercado;
		- As empresas formavam cartéis (trustes) que determinavam administrativamente os preços dos seus produtos;
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 IV – FALTA DE REALISMO
	  O modelo Neoclássico tradicional não representava a realidade da economia:
	- Não havia concorrência de preços, mas apenas em outros detalhes, como propaganda, embalagens etc;
	- Em períodos de crise os preços em vez de baixar, como determina o modelo neoclássico, subiam;
	- Estas empresas tinham o poder de optar em vender menos a preços maiores, mantendo a taxa de lucro;
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 IV – FALTA DE REALISMO
	  O modelo Neoclássico tradicional não representava a realidade da economia:
	c) Os objetivos das empresas mudaram;
		- Existiam situações em que as empresas não tinha por objetivo maximização de lucro:
		- Com a administração profissional, um dos grandes objetivos passou a ser a ampliação do tamanho da empresa:
		- Empresa grande = prestígio administradores / poder de mercado (pode definir preço ou impor formas de conduta/ competição);
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 IV – FALTA DE REALISMO
	  O modelo Neoclássico tradicional não representava a realidade da economia:
	d) Surgiam os mega sindicatos classistas:
		- Surgiam indícios de que o preço dos salários também não eram mais determinados pelo mercado;
		- Os trabalhadores passaram a exigir seus interesses através de grandes e organizados sindicatos;
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 IV – FALTA DE REALISMO
	  O modelo Neoclássico tradicional não representava a realidade da economia:
	e) Como o modelo neoclássico tradicional passou a ter dificuldade para explicar o contexto real, surgem novas escolas:
		- A macroeconomia com John M. Keynes e os Monetaristas da Escola de Chicago;
		- A nova microeconomia com os Novos Neoclássicos;
		- A Meso economia, para explicar o comportamento das grandes corporações:
			. Organização Industrial;
			. Economia Industrial;
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 V – A Meso Economia 
	  Portanto: com a abordagem do problema da concorrência imperfeita ou concorrência monopolística:
	a) Identifica-se mercados em que o principal fator competitivo não era mais o preço (produto diferenciado);
	b) Identifica-se outros objetivos administrativos (que não eram maximização de lucro), como o objetivo da ampliação do tamanho da empresa (a partir da administração profissional);
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 V - A Meso Economia 
 	 SURGE A NOVA ECONOMIA INDUSTRIAL: 
	a) Inicialmente surge a teoria de organização industrial tradicional, de base neoclássica:
		- Estrutura, conduta e desempenho. A estrutura (tamanho) determina a conduta e o desempenho da empresa;
	 b) Depois a nova economia industrial que aborda a questão estudando o padrão de competição e as respectivas estratégias de competição, assim:
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 V - A Meso Economia 
 	 SURGE A NOVA ECONOMIA INDUSTRIAL: 
	- Existem diversos padrões de competição:
		. Que são definidos através do que o consumidor valoriza no produto;
	- Existem diversas estratégias de competição:
		. As estratégias das empresas são definidas de acordo com as características do padrão de competição em que a empresa atua;
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VII – BIBLIOGRAFIA
	
HOLANDA, N. Introdução à Economia. Rio de Janeiro: Vozes, 1983.
GRASEL, D e SANTANA, E. A. de. Investimento e crescimento em setores de elevada competição: os casos das indústrias de revestimento cerâmico e da agroindústria de carnes. Rio de Janeiro, Revista Arche’typon, Universidade Cândido Mendes (UCAM), v.8, n. 23, p.151-182, maio/agosto/2000.
ARAÚJO, C. R. V. História do Pensamento Econômico: uma abordagem introdutória, São Paulo: Atlas, 1988.
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