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Deficiência Visual

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Ao pensar sobre a educação Inclusiva percebemos que essa discussão muito avançou nos aspectos legais e teóricos, entretanto, ainda evidenciamos alguns ranços no cotidiano escolar, é possível perceber a reprodução de preconceitos principalmente quando se trata da cegueira pois se destaca como uma incapacidade que pode gerar falta de condições de subsistência, ou mesmo impedindo a construção da vida autônoma e convivência harmônica com os demais, os alunos muitas vezes, estão integrados mas não incluídos por diversos fatores: falta de conteúdos e materiais didáticos adequados, preparo dos professores, salas superlotadas, falta de infraestrutura para a educação inclusiva. Diante disso o objetivo do nosso seminário é de elencar alguns pontos sobre, a inclusão desses indivíduos no sistema ensino, as estratégias pedagógicas que podem ser adotadas para o desenvolvimento do aluno, a importância de estimular a habilidade tátil, um dos sentidos mais importante, para o cego, que explorar o mundo com as mãos. E a importância do sistema braille no cotidiano do mesmo.
Conceito de deficiência visual 
A deficiência visual é classificada em dois grupos, cegueira e baixa visão. Segundo os parâmetros curriculares nacionais (PCNs) deficiência visual é a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho e após a melhor correção ótica. E manifesta-se como:
• Cegueira: Que é a perda da visão, em ambos os olhos, de menos de 0,1 no melhor olho após correção, ou um campo visual não excedente a 20 graus, no maior meridiano do melhor olho, mesmo com o uso de lentes de correção, a cegueira pode ser congênita ou adquirida ao longo da vida por diversos motivos. Sob o enfoque educacional, a cegueira representa a perda total ou o resíduo mínimo da visão que leva o indivíduo a necessitar do método braille como meio de leitura e escrita, além de outros recursos didáticos e equipamentos especiais para a sua educação;
• Baixa visão: acuidade visual dentre 6/20 e 6/60, no melhor olho, após correção máxima. Sob o enfoque educacional, trata-se de resíduo visual que permite ao educando ler impressos a tinta, desde que se empreguem recursos didáticos e equipamentos especiais.
Para compreender melhor a condição de cegueira e a forma como ela é vivenciada pelo indivíduo, é importante conhecer a idade e a causa da perda visual. Segundo Amiralian (1997), os cegos que perdem a visão a partir dos cinco anos são considerados cegos adventícios ou adquiridos. Os casos de cegueira anterior a essa idade são chamados de cegueira congênita. A delimitação da idade de cinco anos para o diagnóstico de cegueira adquirida é fruto de pesquisas que não identificaram memória visual em cegos que perderam a visão antes dessa idade. A autora afirma que, quanto mais cedo ocorre a perda da visão, mais essa condição influencia o desenvolvimento do sujeito e, quanto mais tarde a cegueira se apresenta, mais as características de personalidade anteriores à perda têm peso maior na formação do indivíduo. (Nunes e Lomônaco pag. 56)
“Nesse contexto, é necessário, portanto, compreender o que caracteriza a deficiência visual, para podermos identificar as formas mais adequadas de estimular o indivíduo, em prol de uma aprendizagem da alfabetização de forma significativa, vinculada às funções sociais cumpridas pela linguagem verbal em nosso cotidiano. Pontue-se que é possível identificar iniciativas nas escolas das redes regulares de ensino para atendimento da pessoa com deficiência visual em todo o Brasil, seja via intervenções específicas dos docentes ou materiais didáticos adequados. É necessário atentar, contudo, às condições físicas dessas escolas: infraestrutura, mobiliário, bem como sinais táteis e visuais para indicação dos locais que precisam ser implantados em busca de facilitar a mobilidade e a autonomia da pessoa com deficiência visual na escola. Além disso, a perspectiva de inclusão nas escolas, regulares imprime a urgência da preparação dos docentes em geral para a socialização dos saberes acumulados historicamente e instituídos como válidos à sistematização escolar, dentre eles o ler e escrever. (Caderno de educação especial pág. 23)
O professor e as estratégias pedagógicas 
Ao receber um educando cego é preciso que o professor analisa o nível de desenvolvimento cognitivo na qual a criança opera, uma fonte de informações mais importante para o educador traçar sua diretriz de ação junto ao educando saber como ele percebe, age, pensa, fala e sente, e a partir disso criar um plano de atendimento que ofereça oportunidade da criança desenvolver habilidades que favoreça a novas aprendizagens relacionada a formação de conceito e a utilização da leitura e escrita em braille. É importante compreendermos que o desenvolvimento e a aprendizagem de uma criança com a deficiência visual perpassam por momentos que devemos enfatiza a atividade lúdica a utilização do material concreto, e uma didática significativa para o aluno, o professor deve pautar suas aulas em conteúdos a qual o educando tem acessibilidade no seu dia para que o aprendizado seja significativo, e a, a partir disso o aluno poderá se sentir mais confiante em interagir com a turma, pois tem a mesma potencialidade de aprender, 
O deficiente visual percebe a realidade que está a sua volta por meio de seu corpo, na sua maneira própria de ter contato com o mundo que o cerca, Portanto “Vygotsky estabelece os princípios fundamentais que embasam o desenvolvimento da criança com deficiência. Se, por um lado, a deficiência impõe limitações ao indivíduo dificultando seu desenvolvimento, por outro, justamente por ocasionar dificuldades, possibilita o movimento para a compensação, ampliando o desenvolvimento de outras capacidades. Para o autor, o próprio organismo possui um esquema de compensação das funções deficitárias. Ele afirma que se um órgão, por deficiência funcional ou orgânica, encontra-se impossibilitado de realizar sua função, o sistema nervoso central, juntamente com o aparato psicológico, assume o papel de compensar essa função deficiente que, ao entrar em contato com o meio exterior, estabelece um conflito que origina elevadas possibilidades para a compensação e a super compensação. Assim, a deficiência se converte em ponto de partida e força motriz para o desenvolvimento psíquico da criança. Nesta perspectiva, a escola de qualidade, que sabe lidar com a diversidade, busca assegurar às crianças oportunidade de aprenderem juntas, embora tenham objetivos diferentes. A declaração de salamanco defende “que todas as crianças devem aprender juntas”, sempre que possível, para que haja interações e trocas mútuas de experiências enriquecedoras e estimuladoras do desenvolvimento não só cognitivo, como afetivo e social dos educandos. Vygotsky também é um dos defensores deste princípio e explica que a criança com deficiência não é simplesmente menos desenvolvida em determinados aspectos, mas alguém que se desenvolve de uma maneira diferente Percebe-se que os alunos com deficiência visual que possuem dificuldades específicas determinadas pela ausência ou limitação da visão conseguem interagir com os demais colegas, seja nas brincadeiras, na realização das tarefas escolares ou nas interações sociais”. (Texto de MIRANDA)
Os alunos com deficiência visuais devem participar das mesmas atividades, tendo assegurada condição de acessibilidade de acordo com a escolha do estudante. Assim, o professor pode áudio-descrever todas as atividades e utilizar materiais concretos para que eles manipulem. Esses materiais devem ser o mais próximo possível do real, como miniaturas com o nome em braile e materiais táteis. Para os alunos com baixa visão, alguns cuidados podem ser tomados na sala de aula, a fim de melhorar a sua condição de leitura, mas será preciso analisar as necessidades de cada caso. Considerando as diferenças de visualização, não é possível padronizar um único material para todas as crianças. As necessidades de cada caso precisam ser consideradas individualmente. Existe um princípio geral: o alunocom baixa visão não consegue utilizar material impresso comum. O texto fica mais acessível quando é reproduzido eliminando-se os excessos de detalhes e estímulos visuais, deixando a imagem e o texto mais limpos (Reily 2004
Desenvolvimento do tato, Sistema Braille 
Autores como Ochaita e Rosa (1995) destacam que a característica maior da cegueira é a carência ou comprometimento de um dos canais sensoriais de aquisição da informação, trazendo grande consequência sobre a aprendizagem, sendo necessário elaborar sistemas de ensino que possam transmitir, por vias alternativas, a informação que não pode ser apreendida pelos olhos. Com isso, a cegueira traz uma limitação no processo de ensino e aprendizagem, exigindo que as práticas pedagógicas junto a pessoas com deficiência visual sejam pensadas de forma a contemplar suas peculiaridades, através das vias alternativas. Nesse caso, a audição e o tato ocupam um papel fundamental para a aprendizagem, porque são os sistemas sensorial mais importante que a pessoa cega possui, para conhecer o mundo, 
Sendo assim, é imprescindível que no processo de ensino e aprendizagem o educador proporciona atividades para que o educando com deficiência visual possa utilizar esses órgãos do sentido para construir seu conhecimento, sobretudo porque o tato permite o acesso à escrita e à leitura por meio do sistema braille, o qual permiti o educando ter acesso a esse mundo letrado, vale ressaltar que esse processo acontece de uma forma mais lenta, pois a leitura feita através do tato é realizada letra a letra, e não por meio do reconhecimento de palavras completas, como acontece com a leitura visual que é realizada através de rápidos movimentos oculares. 
O sistema Braille é a maneira pela qual o deficiente visual tem para poder escrever e se beneficiar da linguagem, da diversidade de jogos e de exercícios táteis o mais cedo possível. O sistema Braille foi criador por “Louis braille” no século XIX, sendo 63 pontos que representam as letras do alfabeto, os números e outros símbolos gráficos. A combinação dos pontos é obtida pela disposição de seis pontos básicos, organizados espacialmente em duas colunas verticais com três pontos à direita e três à esquerda de uma cela básica denominada cela braille. A escrita braille é realizada por meio de uma reglete e punção ou de uma máquina de escrever braille. A criança com cegueira deve compreender que esta modalidade de escrita é diferente da escrita em tinta, mas tem os mesmos usos e funcionalidades. Ela vincula a fala aos símbolos gráficos, descobre a função da escrita e suas convenções e inicia a conceituação espontânea de letras, de palavras e de frases. Portanto é necessário trabalhar o tato e as habilidades manuais (coordenação motora fina), para que a pessoa possa aprender o braille e se desenvolver com mais facilidade a leitura e a escrita, pois dependem da sensibilidade do tato, o qual é indispensável para seu exercício. Seu aprendizado abre para o indivíduo cego uma ampla perspectiva de comunicação e eficiência as atividades da vida diária. 
No processo de aprendizagem da leitura e escrita
No processo de aprendizagem da leitura e escrita das crianças com deficiência visual, é preciso refletir que essas não poderão contar com o mesmo acesso visual aos objetos e ilustrações considerados atrativos utilizados com as crianças videntes. Será preciso, portanto, pensar em outras situações de motivação e atratividade para essas na reflexão das instâncias do ler e escrever. “Nesse contexto, é importante compreender o desenvolvimento da consciência da escrita em crianças com cegueira, considerando que elas não têm as mesmas possibilidades de contato com a riqueza de material gráfico emergente no universo da escola e da família. Além disso, a preponderância de recursos pedagógicos referenciados na exploração e na comunicação visual e a escassez de material acessível acentuam significativamente esta defasagem
” (DOMINGUES, 2010, p. 47). Ao mesmo tempo, será necessário pensar na familiarização dessas crianças desde cedo com a escrita em braile, em prol da diferenciação dessa e das demais representações táteis que possam estar presentes em livros,
Ao mesmo tempo, será necessário pensar na familiarização dessas crianças desde cedo com a escrita em braile, em prol da diferenciação dessa e das demais representações táteis que possam estar presentes em livros, embalagens ou outros suportes. Essa ação se torna pertinente, sobretudo, para permitir o treino da sensibilidade tátil, necessária às pessoas com deficiência visual no que tange às ações da leitura e da escrita (DOMINGUES, 2010). É preciso pensar também que essa familiarização, se inserida via situações planejadas que conduzam a criança ao reconhecimento de uma e de outra representação da escrita em braile pode levá-la a iniciar as diferenciações entre registros que representem números, pontuações, letras e possíveis relações sonoras que possam ser estabelecidas. Entretanto, apenas apresentar a escrita em braile à criança ou fazê-las reconhecer o registro de cada letra não garante a alfabetização. Da mesma forma que é preciso entender que o processo de alfabetização de crianças que possuem a acuidade visual é pautado em construções conceituais a respeito da escrita, a alfabetização das crianças com deficiência visual também precisa promover a aprendizagem de conceitos, em particular, da apropriação da escrita alfabética. Dentre esses, é preciso destacar a necessidade de compreensão dos princípios do sistema de escrita alfabética e da análise fonológica (MORAIS, ALBUQUERQUE, LEAL, 2005). É relevante pensar que é preciso inserir as crianças com deficiência visual em situações em que a leitura e a escrita sejam utilizadas de forma significativa e de preferência em situações reais, adequadas ao gênero textual e ao contexto de utilização. Se para as crianças que tem uma visão normal as ilustrações passam a ser mais um atrativo, para as com deficiência visual o uso de descrições ou objetos/situações que possam dar vida às situações da leitura e escrita precisa ser promovido. Portanto, a utilização de outros instrumentos que provoquem a exploração dos demais sentidos em prol da aproximação dos alunos com a leitura e a escrita passa a ser primordial nas primeiras experiências das crianças com essas ações (DOMINGUES, 2010, p. 45). A professora Nilma Gonçalves exemplifica essa necessidade ao explorar os contos infantis com crianças cegas e com baixa visão. A professora tece uma introdução acerca das características e personagens dos contos por meio de uma roda de conversa para, posteriormente, realizar outras intervenções:
Os alunos cegos e com baixa visão devem participar das mesmas atividades, tendo assegurada condição de acessibilidade de acordo com a escolha do estudante. Assim, o professor pode áudio-descrever todas as atividades e utilizar materiais concretos para que eles manipulem. Esses materiais devem ser o mais próximo possível do real, como miniaturas com o nome em braile e materiais táteis. Para os alunos com baixa visão, alguns cuidados podem ser tomados na sala de aula, a fim de melhorar a sua condição de leitura, mas será preciso analisar as necessidades de cada caso. Considerando as diferenças de visualização, não é possível padronizar um único material para todas as crianças. As necessidades de cada caso precisam ser consideradas individualmente. Existe um princípio geral: o aluno com baixa visão não consegue utilizar material impresso comum. O texto fica mais acessível quando é reproduzido eliminando-se os excessos de detalhes e estímulos visuais, deixando a imagem e o texto mais limpos (Reily 2004).
Referencias 
Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Caderno de educação especial: a alfabetização de crianças com deficiência: uma proposta inclusiva / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília: MEC, SEB, 2012.[48] p.
BIZETTO, Luciana de S. OLIVEIRA, Marta R. F. de: a inclusão no ensino regular: uma proposta de intervenção com alunos de baixa visão (artigo) disponível em: 
http://www.uel.br/eventos/jornadadidatica/pages/arquivos/III%20Jornada%20de%20Didatica%20-%20Desafios%20para%20a%20Docencia%20e%20II%20Seminario%20de%20Pesquisa%20do%20CEMAD/A%20INCLUSAO%20NO%20ENSINO%20REGULAR%20UMA%20PROPOSTA%20DE%20INTERVENCAO.pdf
Brasil. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Caderno de educação especial: a alfabetização de crianças com deficiência: uma proposta inclusiva / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília: MEC, SEB, 2012. [48] p. disponível em http://pacto.mec.gov.br/images/pdf/Formacao/Educacao_Especial_MIOLO.pdf
NUNES, Sylvia. LOMÔNACO José Fernando Bitencourt: O aluno cego: preconceitos e potencialidades. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, SP. Volume 14, Número 1, Janeiro/Junho de 2010: 55-64. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pee/v14n1/v14n1a06

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