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ECOLOGIA PROVA 1 MAPA MENTAL PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA A produtividade primária é a taxa na qual a energia química ou solar é capturada e convertida em ligações químicas pela fotossíntese ou quimiossíntese. A produtividade primária revela-nos quanta energia está disponível em um ecossistema. Um conceito associado é o standing crop (“massa em pé”) de um ecossistema, que é a biomassa de produtores encontrados no ecossistema em uma determinada área e momento do tempo. Por exemplo, o standing crop de uma floresta é a massa total de árvores, arbustos, herbáceas e gramíneas que estão em uma área da floresta em um determinado dia. Os ecossistemas com alta produtividade primária podem ou não ter um alto standing crop. Em lagos onde as algas têm uma alta produtividade, os consumidores podem comê-las aproximadamente quase tão rápido quanto elas crescem, e, assim, o standing crop de algas permanecerá baixo. Os ecólogos identificam dois tipos de produtividade primária: produtividade primária bruta e produtividade primária líquida. A produtividade primária bruta (PPB) é a taxa na qual a energia é capturada e assimilada pelos produtores em uma área específica. Nós geralmente expressamos a produtividade em unidades de joules (J) ou quilojoules (kJ) por metro quadrado por ano. Desse total, os produtores utilizam alguma parte da energia assimilada para o seu próprio metabolismo, que é medido em termos da quantidade de respiração dos produtores. O resto da energia assimilada é convertido em biomassa do produtor, o que inclui o crescimento e reprodução. A taxa de energia assimilada pelos produtores e convertida em sua biomassa em uma área específica é a produtividade primária líquida (PPL). Podemos também mostrar isso na forma de uma equação: PPL = PPB – Respiração Considerando a taxa na qual o Sol provê energia, a fotossíntese não é um processo muito eficiente. Como ilustrado na Figura 20.1, aproximadamente 99% de toda a energia solar disponível aos produtores ou são refletidos neles ou passam por seus tecidos sem ser absorvida. De 1% da energia solar que os produtores absorvem e usam para a fotossíntese – ou seja, a produtividade primária bruta – cerca de 60% são usados para a respiração. Isso significa que somente 40% da energia solar absorvida vão para a produtividade primária líquida – o crescimento e reprodução dos produtores. Por exemplo, se medirmos a produtividade de uma floresta na América do Norte em unidades de quilogramas de carbono por metro quadrado por ano, uma floresta dessas deveria ter uma PPB de 2,5 kg C/m2/ano. Desse total, a floresta usará em torno de 1,5 kg C/m2/ano para a respiração, deixando 1,0 kg C/m2/ano para o crescimento e a reprodução, o que representa a PPL da floresta. Produtividade primária Taxa na qual a energia solar ou química é capturada e convertida em ligações químicas pela fotossíntese ou quimiossíntese. Standing crop (“massa em pé”) A biomassa de produtores encontrados em uma determinada área no ecossistema em um específico momento no tempo. Produtividade primária bruta (PPB) Taxa na qual a energia é capturada e assimilada pelos produtores em uma determinada área. Produtividade primária líquida (PPL) Taxa de energia assimilada pelos produtores e convertida em biomassa do produtor em uma determinada área. Figura 20.1 Produtividade primária bruta e produtividade primária líquida. Em torno de 99% da energia solar é refletida pelos produtores ou passa por entre seus tecidos sem ser absorvida. Somente cerca de 1% é capturado pela fotossíntese para a produtividade primária bruta (PPB, GPP). Da PPB total, aproximadamente 60% são usados pelos produtores para a respiração. Os 40% restantes estão disponíveis aos produtores para crescimento e reprodução, o que é conhecido como a produtividade primária líquida (PPL, NPP). MENSURAÇÃO DA PRODUTIVIDADE PRIMÁRIA A produtividade primária é a fundação para o fluxo de energia por meio de teias alimentares e ecossistemas. Ser capaz de medir a produtividade primária possibilita-nos rastrear como ela muda em um ecossistema com o tempo, além da variação dela em diferentes ecossistemas por todo o planeta. Visto que a produtividade primária é uma taxa, podemos medi-la quantificando a variação da biomassa dos produtores ao longo do tempo, bem como o movimento do dióxido de carbono ou o movimento de oxigênio, ambos no tempo. Em ecossistemas terrestres, normalmente aferimos a produtividade das plantas, mas, nos aquáticos, podemos mensurar a produtividade de plantas, das grandes kelps ou das pequeninas espécies de algas. Como veremos, a escolha de como medir a produtividade primária depende do ecossistema específico sendo estudado. Ao aferir a produtividade primária, é crítico determinar se nossas medidas representam uma produtividade primária líquida ou bruta. Em alguns casos, podemos calcular a produtividade primária líquida e a respiração separadamente, e, então, usar esses valores para estimar a bruta. Assim, discutiremos diversos métodos comuns para medir a produtividade primária tanto nos ecossistemas terrestres quanto nos aquáticos. Mensuração das mudanças na biomassa do produtor Um dos modos mais simples de mensurar a PPL é medindo a biomassa do produtor em uma área no início e no fim da estação de crescimento Por exemplo, nos ecossistemas de pradaria, os pesquisadores normalmente medem a quantidade de novos crescimentos de plantas que se acumularam no fim da estação de crescimento do verão, enquanto nos aquáticos, os ecólogos aferem a biomassa dos grandes produtores aquáticos como as kelps. Os pesquisadores podem coletar o crescimento de uma estação, deixá-lo secar e, então, pesá-lo para determinar quanto crescimento ocorreu durante a estação. Quando os cientistas medem uma colheita para determinar sua biomassa, assumem que não há uma herbivoria significativa, ou que a mortalidade dos tecidos ocorreu durante o período do crescimento do produtor, ou ainda estimam a quantidade de biomassa perdida para esses dois processos e incluem essa estimativa na produtividade primária líquida. Ao realizarem a colheita, os pesquisadores tanto secam e pesam as plantas dos ecossistemas aquáticos ou terrestres quanto podem somente coletar a parte da planta que vive acima do solo. Contudo, a quantidade de biomassa abaixo do solo para algumas plantas pode ser significativa. Por exemplo, as gramíneas perenes com extensos sistemas radiculares têm duas vezes mais massa abaixo do solo do que acima. Por outro lado, a maioria das árvores apresenta cerca de cinco vezes mais massa acima do solo que abaixo. Figura 20.3 Mensuração da assimilação e da liberação de CO2. A. Em um recipiente selado iluminado pela luz, sensores podem detectar uma queda no CO2 do ar à medida que a folha processa a fotossíntese. Essa queda ocorre porque a fotossíntese da planta consome o CO2 em uma taxa mais rápida do que a respiração da planta produz CO2. B. Quando a luz é desligada, os sensores detectam um aumento no CO2 do ar, pois a folha executa somente a respiração. Em uma escala maior, como em um campo ou em uma floresta, os pesquisadores desenvolveram técnicas para medir a assimilação e a liberação de CO2 usando torres que amostram a concentração de CO2 em diferentes alturas acima do solo. Medindo a concentração de CO2 que se move para cima a partir da vegetação abaixo, em comparação com a concentração de CO2 na atmosfera, os pesquisadores podem estimar as taxas de fotossíntese e de respiração que estão ocorrendo em uma determinada área. Mensuração da assimilação e da liberação de O2 Nos ecossistemas aquáticos, os produtores dominantes são tipicamente as células algais. Como a maioria das algas são pequeninas, elas nem sempre são viáveis para coletar e medir sua biomassa a fim de apurar a produtividade primária líquida. Quantificaras variações na concentração de CO2 também não é um modo viável de aferir a produtividade primária, porque o CO2 dissolvido na água rapidamente se converte em íons bicarbonato, como discutimos no Capítulo 2. Contudo, como os produtores liberam O2 durante a fotossíntese e assimilam O2 com a respiração, podemos estimar a PPL e a PPB medindo a assimilação e a liberação de O2. Para calcular a produtividade primária usando a concentração de O2 na água, podemos usar um processo semelhante à estimativa da produção primária com base no CO2, ou seja, é possível conduzir um experimento de garrafa clara-escura. Começamos imergindo duas garrafas sob a superfície da água para coletar as algas. Uma garrafa é clara, possibilitando que a luz solar penetre. Nessa, medimos o aumento líquido da produção de O2 que ocorre com os efeitos combinados de fotossíntese e respiração pelas algas. A outra garrafa é opaca e, assim, a luz do Sol não pode penetrar. Nessa, as algas não podem fotossintetizar, mas são capazes somente de respirar e reduzir a concentração O2. Como as medidas da garrafa clara de PPL e a da garrafa opaca mensuram somente a respiração, podemos estimar a PPB adicionando os valores obtidos de cada uma. Sensoriamento remoto As técnicas que discutimos medem a produtividade primária líquida e bruta em escalas espacialmente pequenas, variando de uma única folha até uma pequena área de terra ou pouco volume de água. Além disso, se quiséssemos avaliar a produtividade em escalas espaciais muito grandes, incluindo mudanças na produtividade em continentes ou oceanos? Uma solução para esse desafio é o sensoriamento remoto. O sensoriamento remoto é uma técnica que possibilita medir as condições na Terra a partir de um local distante, geralmente usando satélites ou aviões, que tiram fotografias de grandes áreas do globo. Essas imagens ajudam os cientistas a determinar como diferentes comprimentos de onda de luz são refletidos ou absorvidos. Como discutimos no Capítulo 3, os pigmentos de clorofila absorvem comprimentos de onda na faixa do vermelho e do azul, mas refletem os comprimentos de onda na faixa do verde. Portanto, as imagens de satélites de ecossistemas que mostram um padrão de alta absorção de luz azul e vermelha e alta reflectância de luz verde indicam ecossistemas com alta vegetação em pé de produtores. Variações na biomassa do produtor ao longo do tempo podem, portanto, ser usadas para estimar a produtividade primária líquida. Figura 20.3 Mensuração da assimilação e da liberação de CO2. A. Em um recipiente selado iluminado pela luz, sensores podem detectar uma queda no CO2 do ar à medida que a folha processa a fotossíntese. Essa queda ocorre porque a fotossíntese da planta consome o CO2 em uma taxa mais rápida do que a respiração da planta produz CO2. B. Quando a luz é desligada, os sensores detectam um aumento no CO2 do ar, pois a folha executa somente a respiração. Em uma escala maior, como em um campo ou em uma floresta, os pesquisadores desenvolveram técnicas para medir a assimilação e a liberação de CO2 usando torres que amostram a concentração de CO2 em diferentes alturas acima do solo. Medindo a concentração de CO2 que se move para cima a partir da vegetação abaixo, em comparação com a concentração de CO2 na atmosfera, os pesquisadores podem estimar as taxas de fotossíntese e de respiração que estão ocorrendo em uma determinada área. Mensuração da assimilação e da liberação de O2 Nos ecossistemas aquáticos, os produtores dominantes são tipicamente as células algais. Como a maioria das algas são pequeninas, elas nem sempre são viáveis para coletar e medir sua biomassa a fim de apurar a produtividade primária líquida. Quantificar as variações na concentração de CO2 também não é um modo viável de aferir a produtividade primária, porque o CO2 dissolvido na água rapidamente se converte em íons bicarbonato, como discutimos no Capítulo 2. Contudo, como os produtores liberam O2 durante a fotossíntese e assimilam O2 com a respiração, podemos estimar a PPL e a PPB medindo a assimilação e a liberação de O2. Para calcular a produtividade primária usando a concentração de O2 na água, podemos usar um processo semelhante à estimativa da produção primária com base no CO2, ou seja, é possível conduzir um experimento de garrafa clara-escura. Começamos imergindo duas garrafas sob a superfície da água para coletar as algas. Uma garrafa é clara, possibilitando que a luz solar penetre. Nessa, medimos o aumento líquido da produção de O2 que ocorre com os efeitos combinados de fotossíntese e respiração pelas algas. A outra garrafa é opaca e, assim, a luz do Sol não pode penetrar. Nessa, as algas não podem fotossintetizar, mas são capazes somente de respirar e reduzir a concentração O2. Como as medidas da garrafa clara de PPL e a da garrafa opaca mensuram somente a respiração, podemos estimar a PPB adicionando os valores obtidos de cada uma. Sensoriamento remoto As técnicas que discutimos medem a produtividade primária líquida e bruta em escalas espacialmente pequenas, variando de uma única folha até uma pequena área de terra ou pouco volume de água. Além disso, se quiséssemos avaliar a produtividade em escalas espaciais muito grandes, incluindo mudanças na produtividade em continentes ou oceanos? Uma solução para esse desafio é o sensoriamento remoto. O sensoriamento remoto é uma técnica que possibilita medir as condições na Terra a partir de um local distante, geralmente usando satélites ou aviões, que tiram fotografias de grandes áreas do globo. Essas imagens ajudam os cientistas a determinar como diferentes comprimentos de onda de luz são refletidos ou absorvidos. Como discutimos no Capítulo 3, os pigmentos de clorofila absorvem comprimentos de onda na faixa do vermelho e do azul, mas refletem os comprimentos de onda na faixa do verde. Portanto, as imagens de satélites de ecossistemas que mostram um padrão de alta absorção de luz azul e vermelha e alta reflectância de luz verde indicam ecossistemas com alta vegetação em pé de produtores. Variações na biomassa do produtor ao longo do tempo podem, portanto, ser usadas para estimar a produtividade primária líquida. PRODUÇÃO SECUNDÁRIA A produtividade primária é a fundação da teia alimentar, porque representa a fonte de energia para os herbívoros. Para compreender como a energia move-se dos produtores para os consumidores, precisamos considerar diversas vias diferentes, mostradas na Figura 20.4. Começamos com os produtores que os herbívoros consomem. Estes consomem somente uma pequena fração da quantidade total da biomassa dos produtores disponível e podem somente digerir uma parte da energia consumida. Por exemplo, muitos frutos contêm sementes duras que os herbívoros não podem digerir, e, assim, as sementes são excretadas por inteiro. Vimos um exemplo disso no fim do Capítulo 17, quando discutimos as tartarugas de Aldabra que foram introduzidas em uma ilha na República de Maurício. Essas tartarugas alimentam-se frutos da árvore de ébano e dispersam as sementes quando defecam. A parte da energia consumida excretada ou regurgitada é conhecida como energia egestada. Por outro lado, a parcela de energia que um consumidor digere e absorve é conhecida como energia assimilada. Da energia assimilada por um consumidor, a parte usada para a respiração é conhecida como energia respirada. O resto pode ser utilizado para crescimento e reprodução. Por exemplo, os consumidores como as aves frugívoras precisam de uma grande dose de energia para a respiração com o propósito de manter uma temperatura corporal constante, enquanto as tartarugas frugívoras de mesma massa necessitam de muito menos energia para a respiração, porque são ectotérmicas. Em consequência, as aves reservam mais de sua energia assimilada para a respiração do que as tartarugas.Como a taxa de energia assimilada dos consumidores é a quantidade de energia empregada na respiração, no crescimento ou na reprodução, ela é análoga ao conceito de PPB para os produtores. Se considerarmos a energia assimilada dos consumidores e subtrairmos a energia usada para a respiração, terminamos com a energia usada para acumulação de biomassa; a taxa de acumulação de biomassa dos consumidores em uma determinada área é chamada produtividade secundária líquida. Como a produtividade secundária líquida depende da produtividade primária como fonte de energia, poderíamos esperar que um aumento na produtividade primária líquida causasse um aumento da produtividade secundária líquida. Os pesquisadores compilaram estimativas de produtividade primária e secundária líquida de uma ampla gama de biomas terrestres. Como mostrado na Figura 20.5A, aumentos da produtividade primária líquida estão correlacionados positivamente com aumentos na produtividade secundária líquida. Nos ecossistemas aquáticos, os pesquisadores também descobriram que aumentos na produtividade do fitoplâncton – um produtor dominante em muitos biomas aquáticos – estão positivamente correlacionados com a produtividade do zooplâncton herbívoro consumidor de algas, o que é possível de observar na Figura 20.5B. Sensoriamento remoto Técnica que possibilita medir as condições na Terra a partir de um local distante, geralmente usando satélites ou aviões, que tiram fotografias de grandes áreas do planeta. Energia egestada Parte da energia consumida que é excretada ou regurgitada. Energia assimilada Parte da energia que um consumidor digere e absorve. Energia respirada Parte da energia assimilada que um consumidor usa para a respiração.
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