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AULA 01 PROCESSO CIVIL Conforme Novo CPC

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Aula 01
Conforme Novo CPC p/ TRTs
Professores: Equipe Gabriel Borges, Gabriel Borges
 Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges ʹ Aula 01 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 106 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Capítulo II: Continuação da aula 00: Normas fundamentais do 
processo civil. Jurisdição. 
02 
2. Resumo 79 
3. Questões comentadas 88 
4. Lista das questões apresentadas 101 
5. Gabarito 106 
 
CAPÍTULO II: DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL. JURISDIÇÃO. 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL: DO 
CONTRADITÓRIO 
1. CONTRADITÓRIO CONCEITO TRADICIONAL: INFORMAÇÃO E 
POSSIBILIDADE DE REAÇÃO 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
(...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados 
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes. 
O contraditório é formado por dois elementos: informação e possibilidade de 
reação. Tão relevante é esse princípio que a doutrina moderna o trata como 
elemento do próprio conceito de processo. 
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL. JURISDIÇÃO. 
 Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges ʹ Aula 01 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 106 
Para esses doutrinadores, a relação jurídica processual representa a projeção 
e a concretização da exigência constitucional do contraditório. ³$V� IDFXOGDGHV� 
poderes, deveres, ônus e estado de sujeição das partes no processo significam que 
esses sujeitos estão envolvidos numa relação jurídica, que se desenvolverá em 
contraditório. São suas as facetas de uma mesma realidade, não havendo razão 
para descartar a relação jurídica ou o contraditório na conceituação de processo.´�
(Neves, 2011, pág. 50). 
Para efetivar esse direito, por óbvio, os sujeitos do processo devem ter 
ciência de todos os atos processuais, tendo eles o direito de reação como garantia 
de participação na defesa de seus interesses em juízo. O princípio do contraditório, 
sendo aplicável a ambas as partes, é também comumente chamado de 
³ELODWHUDOLGDGH�GD�DXGLrQFLD´��UHSUHVHQWDWLYD�GH�SDULGDGH�GH�DUPDV�HQWUHV�RV�VXMHLWRV�
que a contrapõem em juízo. 
 
(TCDF 2012-Cespe) O princípio do contraditório consiste em um verdadeiro 
diálogo entre as partes do processo, ou seja, deve se conceder a oportunidade 
de participar do procedimento a todo aquele cuja esfera jurídica possa ser 
atingida pelo resultado do processo. 
a) Certo 
b) Errado 
COMENTÁRIOS: 
É isso mesmo. Questão correta! 
A informação exigida pelo princípio [do contraditório] associa-se, portanto, à 
necessidade de a parte ter conhecimento do que está ocorrendo no processo para 
que se posicione de maneira positiva ou não sobre os fatos. Fere o contraditório a 
regra que exige comportamento do sujeito processual, sem que se tenha 
instrumentalizado [viabilizado] formas para que ele tenha conhecimento da 
situação. 
 Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges ʹ Aula 01 
 
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Há duas formas de comunicação dos atos processuais: a citação e a 
intimação e, extensivamente, a notificação. A citação tem o objetivo de informar o 
demandado [contra quem se pede] da existência de demanda judicial contra ele e o 
integrar à relação processual. A intimação, por sua vez, busca dar ciência a alguém 
dos atos e termos do processo, para que este faça ou não alguma coisa. 
Citação Intimação Notificação 
Art. 238. Citação é o ato 
pelo qual são convocados 
o réu, o executado ou o 
interessado para integrar a 
relação processual. 
Sem a citação a relação 
processual não se 
completará e a sentença 
será inútil. 
Em qualquer momento, o 
réu poderá alegar 
independentemente de 
ação rescisória, nulidade 
da decisão do juiz pela 
falta de citação. 
Art. 239. Para a validade 
do processo é 
indispensável a citação do 
réu ou do executado, 
ressalvadas as hipóteses 
de indeferimento da 
petição inicial ou de 
improcedência liminar do 
pedido. 
Na definição do código: é o ato 
pelo qual se dá ciência a alguém 
dos atos e dos termos do 
processo. (art. 269). 
O juiz determinará de ofício as 
intimações em processos 
pendentes, salvo disposição em 
contrário. (art. 271). 
Objetiva prevenir 
responsabilidades e eliminar 
a possibilidade de 
alegações futuras de 
desconhecimento. É uma 
medida preventiva. 
- Art. 726. Quem tiver 
interesse em manifestar 
formalmente sua vontade a 
outrem sobre assunto 
juridicamente relevante 
poderá notificar pessoas 
participantes da mesma 
relação jurídica para dar-
lhes ciência de seu 
propósito. 
 
 
 Direito Processual Civil 
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§1º O comparecimento 
espontâneo do réu ou do 
executado supre a falta ou 
a nulidade da citação, 
fluindo a partir desta data 
o prazo para apresentação 
de contestação ou de 
embargos à execução. 
§ 2º Rejeitada a alegação 
de nulidade, tratando-se 
de processo de: 
I - conhecimento, o réu 
será considerado revel; 
II - execução, o feito terá 
seguimento. 
 
Mas, atenção! Não misturem as coisas... 
O princípio do contraditório oportuniza que a parte de fato exteriorize suas 
posições, que ela dialogue, mas não impõe que as partes se manifestem de maneira 
efetiva em relação aos atos do processo. 
 
(TCDF 2012-Cespe) O princípio do contraditório é uma garantia constitucional 
ligada ao processo, mas não impõe que as partes se manifestem de maneira 
efetiva em relação aos atos do processo, bastando que a elas seja concedida 
essa oportunidade. 
Gabarito: Certo 
 Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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No tocante à reação, ela depende da vontade da parte, que pode optar por 
reagir ou se omitir emrelação à demanda, lembrando que a regra processual, nesse 
caso, limita-se aos direitos disponíveis, que são aqueles que a parte pode abrir mão 
de exercê-los. Portanto, nos casos de direito disponíveis, está garantido o 
contraditório, mesmo não se verificando concretamente a reação, pois basta que a 
parte tenha tido a oportunidade de reagir. 
Nas demandas em que o objeto são direitos indisponíveis, o princípio do 
contraditório exige a efetiva reação, criando-se mecanismos processuais, para que 
mesmo diante da inércia da parte, crie-se uma ficção jurídica de que houve reação. 
Dessa forma, os fatos apresentados pelo demandante perante a revelia (ausência) 
do demandado, quando a demanda versar sobre direitos indisponíveis, não se 
presumem verdadeiros. 
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: 
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei 
considere indispensável à prova do ato; 
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou 
estiverem em contradição com prova constante dos autos. 
 
Então, temos que nos casos de direitos disponíveis a reação só ocorre 
quando faticamente a parte reagir; sendo que nos direitos indisponíveis a reação é 
jurídica, de maneira que mesmo a parte não reagindo faticamente, há normas que 
preveem os efeitos jurídicos da reação. 
Vamos repetir para deixar mais claro: O contraditório terá efeitos distintos 
quando o litígio versar sobre direitos disponíveis ou indisponíveis. Ora, isso é de fácil 
presunção, porque se há a figura dos direitos indisponíveis no Direito brasileiro, é 
presumível que não se permitirá que a parte deixe de ter a titularidade desses 
direitos porque não compareceu em juízo. 
Pergunta: Mas professor, por que há esta extrema proteção aos direitos 
indisponíveis ao ponto de impedir-se os efeitos da revelia? 
 Direito Processual Civil 
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Ótima pergunta. Importante dizer, em primeiro lugar que, em linhas gerais, a 
revelia ocorre quando a parte não contesta em juízo as alegações que foram 
realizadas contra si. Os direitos indisponíveis formam um grupo de relevância tão 
grande para a pessoa que dele ela não pode abrir mão. São os direitos relativos à 
vida, a liberdade, a saúde, a dignidade. Um exemplo: uma pessoa não pode vender 
um órgão do seu corpo, ainda que, obviamente, lhe seja seu. 
Os direitos disponíveis que, em regra, são os demais, podem ser dispostos 
pela parte, ou seja, a parte pode deles abrir mão. 
A figura dos direitos indisponíveis é tão forte que o Direito brasileiro impediu 
que o contraditório fosse formado pela simples e efetiva possibilidade de que seu 
titular se defendesse em juízo. Quando se tratar desses direitos, o juiz deverá 
estender as regras de participação da parte, de maneira que haja uma reação 
jurídica, conforme previsão legal para cada caso. 
De todo o exposto até agora, podemos extrair um ensinamento para o 
contraditório em sua acepção formal: 
A plena realização do princípio do contraditório requer uma igualdade entre as partes 
processuais para que as reações possam igualar suas situações no processo. 
Todas as decisões somente serão proferidas depois de ouvidos os sujeitos 
envolvidos, em contraditório que lhe seja franqueado. O NCPC assim dispõe 
expressamente: 
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja 
previamente ouvida. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; 
III - à decisão prevista no art. 701. 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em 
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se 
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
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2. PODER DE INFLUÊNCIA DAS PARTES NA FORMAÇÃO DO 
CONVENCIMENTO DO JUIZ 
Observem que o conceito de contraditório, fundado no binômio informação e 
possibilidade de reação, garante tão somente o aspecto formal desse princípio. 
Para garantia do aspecto substancial, não é suficiente informar e permitir a reação, 
é necessário que a reação no caso concreto haja real poder de influenciar o 
magistrado na construção do seu convencimento. 
A reação deve efetivamente conseguir influenciar o magistrado na formação 
da decisão, caso contrário, o princípio do contraditório não teria grande significação 
prática. Dessa forma, o poder de influência se junta aos elementos informação e 
reação, tornando-se o terceiro elemento do contraditório. Essa nova visão passa a 
reconhecer a participação dos sujeitos na formação do convencimento do juiz. 
Desse modo, contraditório = (informação + reação) + poder de influência 
 
 Acepção Formal Material (Substancial) 
Para que o contraditório alcance seu aspecto material, há a necessidade de a 
reação ter efetividade na formação do convencimento do juiz. A participação das partes 
no convencimento do juiz é uma nova acepção do contraditório. 
 
3. CONTRADITÓRIO: FORMA DE EVITAR SURPRESA ÀS PARTES 
Durante o desenrolar procedimental todos os atos processuais serão 
informados aos sujeitos do processo, dando a eles o direito de defesa. A conclusão 
lógica é a de que a observância do contraditório seja capaz de evitar a prolação da 
decisão que possa surpreender as partes. 
A dificuldade em aplicar essa regra ocorre, por exemplo, quando se trata de 
matéria de ordem pública, ao admitir fundamentação jurídica ± estranha ao processo 
± até o momento da prolação da decisão, e situações em que são levados fatos 
secundários ao processo pelo próprio juiz ± matérias e temas que o juiz pode 
conhecer de ofício. Ainda assim, essas situações serão consideradas ofensivas ao 
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princípio do contraditório toda vez que o tratamento de tais matérias surpreender as 
partes do processo. 
Pelo princípio do contraditório, o juiz não pode basear-se em fundamentos não 
debatidos nem que não tenham sido previamente conhecidos das partes. É providência 
possível ao magistrado, de ofício, levar matéria ao processo, devendo em casos em que 
julgar ser possível surpreender as partes, ouvi-las antes de sentenciar. Conduta essa 
consagrada, por exemplo, na legislação francesa e portuguesa. 
 
4. CONTRADITÓRIO INÚTIL 
O princípio do contraditório é considerado absoluto, sendo proibido seu 
afastamentono caso concreto tanto pelo legislador como pelo operador de direito. 
De fato, não se pode olvidar que o contraditório foi formatado para a proteção das 
partes no desenrolar do processo, mas não causa nulidade dos atos e do processo, 
se o seu desrespeito não gerar prejuízo à parte em relação ao direito que seria 
protegido pela sua observação. 
Exemplo: O autor não foi intimado da juntada pelo réu de um documento e a 
seu respeito não se manifestou. Nesse caso houve violação ao princípio do 
contraditório, mas seria relevável se o autor saísse vitorioso da demanda. 
Percebam que, no caso concreto, a virtual ofensa ao contraditório não gera 
nulidade em todas as situações. Em alguns casos pontuais, o afastamento do 
contraditório não é só admitido, como também recomendável. 
Permite-se, em determinados casos, que o contraditório seja afastado pelo 
SUySULR� SURFHGLPHQWR�� HYLWDQGR� R� FKDPDGR� ³FRQWUDGLWyULR� LQ~WLO´�� ([HPSOo: Uma 
sentença proferida inaudita altera parte ± isto é, a sentença proferida sem a 
participação da outra parte ± julga o mérito em favor do réu que não foi citado. 
Nesse caso, é evidente o desrespeito ao contraditório formal, já que o réu não é 
informado da existência da demanda; contudo, percebam que materialmente o 
contraditório esteve presente, pois o juiz decidiu a favor do réu ± sinal de que havia 
elementos que contribuíram para o convencimento a favor do réu. 
Vejam a previsão do NCPC para situações do gênero: 
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Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente 
da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de 
Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de 
Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou 
de assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, 
desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. 
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da 
sentença, nos termos do art. 241. 
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com 
a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para 
apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. 
 Em lugar da classificação doutrinária: contraditório inútil, entendemos que 
melhor seria nomear contraditório exclusivamente material. 
 
5. CONTRADITÓRIO ANTECIPADO 
O contraditório antecipado é a regra no Processo Civil. Os sujeitos participam 
de todo o desenrolar do processo. O juiz não decide a causa sem antes ocorrer 
ampla participação dos sujeitos processuais. O convencimento do juiz surge depois 
da oitiva das partes, ou seja, todas as decisões são tomadas depois da efetiva 
manifestação das partes. Exemplo é o do desenrolar do processo de conhecimento. 
 
6. CONTRADITÓRIO DIFERIDO OU POSTECIPADO (OU POSTERGADO) 
A estrutura básica do princípio do contraditório: 
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Esses elementos podem ser percebidos na estrutura do processo de 
conhecimento: 
 
Essa estrutura do contraditório parece ser a mais adequada ao 
desenvolvimento do processo, uma vez que a decisão ocorre somente após a 
oportunidade de as partes se manifestarem a respeito da matéria. Apesar de 
preferível, essa ordem pode ser afastada pelo legislador em casos excepcionais. 
Exemplo é o que ocorre na concessão de tutela de urgência inaudita altera partes 
(sem oportunidade da parte manifestar-se), situação na qual a decisão do juiz deve 
anteceder a informação e a reação, portanto, só poderá ocorrer após a prolação da 
decisão. 
1HVVH� FDVR�� RFRUUH� R� ³FRQWUDGLWyULR� GLIHULGR´�� $SHVDU� GH� RV� HVVHQFLDLV�
elementos do princípio continuarem a existir, há antecipação da decisão para o 
momento imediatamente posterior ao pedido da parte. 
A finalidade da antecipação da decisão e da postergação da defesa se deve 
ao risco de ineficácia a que algumas decisões podem estar subordinadas. Ex: 
Imaginem que uma construção venha a prejudicar o escoamento de água da chuva 
numa região. Suponham que contra essa construção insurjam os moradores 
vizinhos a ela, que solicitam imediata manifestação do juiz, já que o período de 
chuvas está próximo. O juiz pode, verificando a plausibilidade do pedido e a 
necessidade de interrupção imediata da obra, conceder a tutela pleiteada sem ouvir 
o réu, sob o risco de que a demora em proferir uma decisão possa causar prejuízos 
± o alagamento das casas vizinhas à obra ± de difícil reparação. 
Vejamos como é a estrutura do contraditório diferido: 
 Direito Processual Civil 
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Percebam que a decisão no contraditório diferido pode ser alterada depois de 
ouvida a outra parte, de maneira que ela tem em seu primeiro momento um caráter 
precário. 
Ordinariamente associado às tutelas de urgência inaudita altera partes, o 
contraditório diferido não se esgota nessas situações. Exemplo disso é o 
procedimento monitório (vide quadro abaixo), pelo qual o magistrado, perante as 
alegações na petição inicial e convencido, por meio de cognição sumária, da 
existência do direito alegado pelo demandante, expede o mandado monitório (vide 
quadro abaixo), determinando, que no prazo de 15 dias, o demandado entregue o 
bem ou realize o pagamento. Já citado, o demandado poderá ingressar com 
embargos, no prazo de 15 dias. No mandado monitório antes de citar o réu, já há 
XPD�GHFLVmR�SURIHULGD��HP�FODUD�DSOLFDomR�GR�³FRQWUDGLWyULR�GLIHULGR´� 
Conceito: ação monitória é um procedimento de cognição sumária de rito 
especial tendo como objetivo central o alcance do título executivo, de maneira 
antecipada e sem as delongas naturais do processo de conhecimento. 
³e� XPD� HVSpFLH� GH� WXWHOD� GLIHUHQFLDGD�� TXH� SRU� PHLR� GD� DGRomR� GH� WpFQLFD� GH�
cognição sumária (para a concessão do mandado monitório) e do contraditório diferido 
(permitindo a prolação de decisão antes da oitiva do réu), busca facilitar em termos 
procedimentais a obtenção de um título executivo quando o credor tiver prova suficiente 
para convencer o juiz, em cognição não exauriente, da provável existência de um 
GLUHLWR�´��0RQWHQHJUR�)LOKR� Misael) 
 
Também é cabível na tutela de evidência D�WpFQLFD�GR�³FRQWUDGLWyULR�GLIHULGR´��sendo ou não tutela de urgência. Mas o que vem a ser tutela de evidência? Tutela 
de evidência é aquela baseada na probabilidade (verossimilhança) de a parte ter o 
direito que alega. Não seria plausível, de acordo com o princípio do acesso à ordem 
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jurídica justa, a parte ter que esperar findar o processo para ter a tutela concedida. O 
que ocorre nesses casos é a concessão da tutela primeiramente para então informar 
o réu, tendo este a possibilidade de reagir. 
O contraditório diferido é excepcional, pois a prolação da decisão sem a oitiva 
do réu seria uma violência. No entanto, seja por causa do perigo de ineficácia da 
decisão tardia ou pela probabilidade de haver o direito, o contraditório diferido 
atende sim o art. 5º, LV, CF. 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes. 
 
Vamos entender mais sobre o princípio do contraditório... 
A doutrina moderna afirma que sem o princípio do contraditório não é possível 
a existência do processo, pois não haveria um julgamento justo. Derivado do devido 
processo legal, o contraditório é aplicável tanto no âmbito jurisdicional como nos 
âmbitos administrativo e negocial (contratual). 
Este princípio está consagrado no art. 5°, LV, da CF, caracteriza-se por 
possuir um aspecto jurídico e outro político. 
Pelo aspecto jurídico, ele permite que as partes do processo tenham, ao 
longo do seu curso, conhecimento de todos os fatos e atos que venham a ocorrer, 
para que possam se manifestar sobre os acontecimentos, em obediência ao devido 
processo legal. 
O aspecto político consiste na participação de todos os interessados no 
processo, surge da possibilidade de que todos os sujeitos do processo possam 
manifestar-se na medida de seu interesse jurídico. A garantia política conferida às 
partes legitima o poder jurisdicional exercido pelo Estado. 
O contraditório é reflexo do princípio democrático na estruturação processual, 
uma vez que a democracia significa participação, e a participação no processo 
ocorre pela efetivação do princípio da garantia do contraditório. 
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Assim, como se divide em aspecto jurídico e político, o contraditório pode ser 
analisado sob a ótica de duas garantias: participação e possibilidade de influenciar 
na decisão. Aquela [garantia de participação] caracteriza a dimensão formal do 
princípio, já analisamos, e conceitua-VH� FRPR� D� JDUDQWLD� GH� ³VHU� RXYLGR´�� GH� VHr 
comunicado e de participar do processo. Seguindo-se essa linha, o órgão 
jurisdicional garante a aplicação do princípio do contraditório ao ouvir a parte. Já 
pela dimensão substancial, sobre a qual também falamos em linhas anteriores, 
deve-se dar ao contrDGLWyULR� R� ³SRGHU� GH� LQIOXHQFLDU´�� RX� VHMD�� D� SDUWH� GHYH� VHU�
ouvida em condições de ter a possibilidade de influenciar no conteúdo decisório. 
Exemplificando: 
Como poderia o Estado-juiz impor multa a alguém sem que este sujeito tenha 
tido a chance de manifestar-se acerca dos fundamentos da imposição? A ele tem que 
ser dado o direito de comprovar que os fatos em que o juiz se funda não permitem a 
aplicação de multa. 
Se isso não ocorresse, teríamos restrição de direito sem o contraditório. Em 
regra, qualquer restrição de direito sem que o demandado e o demandante manifestem-
se, previamente, com a possibilidade de influenciar o resultado do processo é ilícita. 
Outro exemplo de aplicação do princípio está no inciso II do art. 772, CPC: o 
juiz pode, em qualquer momento do processo: 
(...) II - advertir o executado de que seu procedimento constitui ato atentatório 
à dignidade da justiça; 
Podemos observar que antes de punir a parte, o magistrado a adverte sobre o 
comportamento temerário para que esta possa se explicar. 
No mesmo sentido o art. 77 do NCPC: 
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de 
seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do 
processo: 
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; 
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II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que 
são destituídas de fundamento; 
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à 
declaração ou à defesa do direito; 
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou 
final, e não criar embaraços à sua efetivação; 
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o 
endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa 
informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; 
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. 
§ 1° Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas 
mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à 
dignidade da justiça. 
§ 2° A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à 
dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e 
processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da 
causa, de acordo com a gravidade da conduta. 
§ 3° Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no § 
2° será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado 
da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução 
fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97. 
§ 4° A multa estabelecida no § 2° poderá ser fixada independentemente da 
incidência das previstas nos arts. 523, § 1°, e 536, § 1°. 
§ 5° Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no § 
2° poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo. 
§ 6° Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria 
Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2o a 5o, devendo 
eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou 
corregedoria, ao qual o juiz oficiará. 
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§ 7° Reconhecidaviolação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o 
restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos 
autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2o. 
§ 8° O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir 
decisão em seu lugar. 
Esse artigo demonstra que o juiz deverá, ao expedir a ordem para o 
cumprimento da diligência, avisar ao responsável (partes, terceiros) que a violação a 
determinada norma gerará multa. Caso não ocorra essa advertência prévia do 
magistrado, a multa, se aplicada, será considerada inválida, por desrespeito ao 
princípio do contraditório. Ou seja, é necessário avisar ao responsável sobre as 
possíveis consequências de sua conduta, para que possa manifestar-se sobre a 
razão de não ter cumprido a ordem. 
³2�FRQWUDGLWyULR�VH�SHUID]�FRP�D� LQIRrmação e o oferecimento 
de oportunidade para influenciar no conteúdo da decisão; 
participação e poder de influência são as palavras-chave para 
D� FRPSUHHQVmR� GHVVH� SULQFtSLR� FRQVWLWXFLRQDO�´� (Didier Jr., 
2011, pág. 52) 
Vejamos um julgado do STJ que faz um paralelo dos pronunciamentos 
judiciais e o princípio do contraditório: 
³(PHQWD�� 352&(668$/� &,9,/�� /,7,*Æ1&,$� '(� 0È-FÉ. REQUISITOS 
PARA SUA CONFIGURAÇÃO: 1. Para a condenação em litigância de má-fé, faz-se 
necessário o preenchimento de três requisitos, quais sejam: que a conduta da parte 
se subsuma a uma das hipóteses taxativamente elencadas no art. 17 do CPC; que à 
parte tenha sido oferecida oportunidade de defesa (CF, art. 5º, LV); e que da sua 
FRQGXWD�UHVXOWH�SUHMXt]R�SURFHVVXDO�j�SDUWH�DGYHUVD�´ (STJ - RECURSO ESPECIAL 
REsp 250781 SP). 
Sabemos que as questões de fato e de direito pautam os pronunciamentos 
judiciais ± o magistrado, para formar sua decisão, examina, em primeiro lugar, as 
questões de fato e em seguida as questões de direito. 
Há questões fáticas que o magistrado poderá, ex officio, apreciar. O juiz 
poderá apontar, trazer ou conhecer fatos que não tenham sido alegados no 
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processo, mas não poderá decidir sobre um fato trazido ao processo de ofício, sem 
que as partes manifestem-se acerca dele. 
Exemplificando: 
No litígio o juiz decide, após ouvir A e B, basear-se em um fato não alegado 
nem discutido pelos sujeitos do processo, mas que veio aos autos. Esse fato, trazido 
pelo juiz, auxilia na fundamentação da decisão com base no art. 171 c/c com o art. 
493 do NCPC. 
Art. 171. No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o 
conciliador ou mediador informará o fato ao centro, preferencialmente por meio 
eletrônico, para que, durante o período em que perdurar a impossibilidade, não haja 
novas distribuições. 
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, 
modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz 
tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de 
proferir a decisão. 
Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes 
sobre ele antes de decidir. 
Ora, se a decisão do magistrado é tomada com base em fato desconhecido 
das partes, fere-se o princípio do contraditório ± o fato não foi submetido ao prévio 
debate entre os sujeitos. Nesse caso, as partes não exerFHUDP� R� ³SRGHU� GH�
LQIOXrQFLD´�� Há, em regra, a necessidade de ouvir quem será prejudicado pelos 
novos fatos trazidos ao processo, se deles não tinha conhecimento. 
Vimos análise sobre a questão de fato, partimos agora para a questão de 
direto. Sabemos que o órgão jurisdicional não pode tomar uma decisão tendo como 
base um argumento não exposto pelos sujeitos do processo. 
Exemplificando: 
O órgão jurisdicional toma conhecimento de que a lei em que o autor baseou 
a demanda é inconstitucional. O réu, no entanto, alega que esta norma não se aplica 
ao caso concreto e não que a lei seja inconstitucional. O juiz decide com base na 
inconstitucionalidade da norma ± diz que o fundamento do pedido do autor é 
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inconstitucional e julga improcedente a demanda. O órgão jurisdicional pode fazer 
isso, mas deve, antes, submeter essa abordagem às partes, ou seja, intimá-las para 
manifestar-se a respeito, evitando a prolação de uma decisão-surpresa. 
Outro exemplo, mais grave, seria um Tribunal de Justiça sentenciar com base 
em fato não apresentado pelas partes e sem prévia manifestação delas, restando, 
nesse caso, somente os recursos extraordinários. Esse exemplo é frequente nos 
7ULEXQDLV�GHYLGR�j�³HQWUHJD�GH�PHPRULDLV´��0XLWDV�YH]HV�RV�DGYRJDGRV�GDV�SDUWHV�
acrescentam um argumento novo no processo que não constará nos autos, uma vez 
que os memoriais são entregues nos gabinetes dos juízes. 
³(VVD� QRYD� GLPHQVmR� GR� SULQFtSLR� GR� FRQWUDGLWyULR� UHGHILQH� R� PRGHOR� GR�
SURFHVVR�FLYLO�EUDVLOHLUR��2�SURFHVVR�Ki�GH�VHU�FRRSHUDWLYR�´ (Didier Jr., 2011, pág. 
55) É o exercício democrático e cooperativo do poder jurisdicional. 
Nesse momento, paramos para realizar uma observação importante acerca 
do princípio da cooperação. Estudamos o devido processo legal e vimos que ele é a 
base para os diversos modelos de direito processual. A maioria da doutrina aponta 
dois modelos de processo na civilização ocidental influenciados pelo iluminismo: o 
inquisitivo e o dispositivo. Há, contudo, parte da doutrina que identifica um terceiro 
modelo, o cooperativo, que, de maneira breve, iremos comentá-lo. 
O princípio do cooperativo baseia-se nos princípios do devido processo legal, da 
boa-fé processual e do contraditório. Com a função de definir o modo como o processo 
civil estrutura-se no direito brasileiro, o princípio da cooperação caracteriza-se pelo 
redimensionamento do princípio do contraditório ± inclui o Estado-juiz como sujeito do 
dialogo processual e não como um espectador do duelo entre as partes. 
Dessa forma, o princípio do contraditório volta a ter sua valoração como meio 
indispensável ao aprimoramento da decisão judicial, e não apenas como um 
normativo de observação obrigatória para a validade da decisão processual. 
Observem que a condução do processo passa a ser cooperativa, já que não é 
determinada somente pelas partes nem pela formação assimétrica da relação entre 
o órgão jurisdicional e as partes. Não ocorre destaque de nenhuma das partes no 
processo. O que ocorre é o surgimento de deveres de conduta tanto das partes 
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como do órgão jurisdicional, que passa a exercer uma dupla posição: torna-se 
paritário no diálogo processual e assimétrico na decisãoprocessual. O Estado-juiz 
conduz o processo levando em consideração as partes, por meio de uma visão 
partidária, com diálogo e equilíbrio. 
Vejam que essa paridade não ocorre no momento do resultado ± os sujeitos 
não têm a prerrogativa de decidir juntamente com o magistrado, isso é função 
exclusiva dele. A decisão judicial é fruto da atividade cooperativa exercida durante 
todo o arco procedimental; a decisão é a manifestação do poder do órgão 
jurisdicional ± a sentença é um ato, essencialmente, de poder do judiciário. 
Lembrem-se: assimetria não quer dizer que o órgão jurisdicional encontra-se 
em uma posição fundada somente em poderes processuais. O princípio do devido 
processo legal determina ao magistrado uma série de deveres-poderes que o torna 
sujeito do contraditório. 
O exercício jurisdicional deve obedecer ao devido processo legal, significando 
a assimetria, nesse caso, que este possui uma função originária e que é conteúdo 
de um poder que lhe é exclusivo. 
A eficácia normativa do princípio da cooperação independe de normas 
expressas, por exemplo, se há ausência de normas que determinam a coerência do 
órgão jurisdicional no processo, garantindo às partes segurança processual, o 
princípio da cooperação imputará ao magistrado essa prerrogativa. Assim, o 
princípio da cooperação torna devidos os comportamentos destinados à ocorrência 
de um processo que seja leal e cooperativo. 
Há vários deveres processuais que decorrem desse princípio, entre eles estão 
os deveres de esclarecimento, lealdade e proteção. Vejamos duas manifestações 
desses deveres em relação às partes. 
a) Dever de esclarecimento das partes: 
Parágrafo único, art. 330 §1º, NCPC: Considera-se inepta a petição inicial 
quando: 
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se 
permite o pedido genérico; 
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III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. 
- os sujeitos devem redigir a PI de modo coerente e com clareza, sob pena 
de inépcia. 
b) Dever de lealdade das partes: 
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que: 
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; 
II - alterar a verdade dos fatos; 
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; 
VI - provocar incidente manifestamente infundado; 
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
 Os sujeitos do processo não podem litigar de má-fé; mediante observância 
dos deveres processuais, que engloba o princípio da boa-fé. 
Além desse, fala-se no dever de consulta e no dever de prevenção, uma 
variante do dever de proteção. O dever de consulta seria o dever de o juiz 
consultar as partes sobre determinada questão não debatida no processo antes de 
tomar uma decisão. Já o dever de prevenção consiste na obrigação de o 
magistrado avisar sobre as deficiências das postulações das partes, para que essas 
possam ser supridas. 
O dever de prevenção tem um escopo bem amplo e vale para situações em 
que o êxito da demanda possa ser frustrado pelo inadequado uso do processo. 
Existem quatro áreas de aplicação desse dever: 1) explicação de pedidos pouco 
claros, 2) o caráter lacunar da exposição dos fatos relevantes, 3) a necessidade de 
adequar o pedido formulado à situação concreta e 4) a sugestão de uma 
determinada atuação pela parte. 
Pois bem, acabamos de entender a relação entre o princípio do contraditório e 
o da cooperação. Vamos agora, comentar a integração entre o contraditório e outro 
princípio muito próximo a ele: o da ampla defesa. Os dois princípios estão dispostos 
em um único dispositivo da Constituição Federal de 1988 ± art. 5°, LV. 
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 Entre as diversas características do princípio do contraditório, encontramos a 
de indicar uma garantia fundamental da justiça, inseparável a uma justiça 
organizada, o princípio da audiência bilateral, que encontra expressão no brocardo 
romano audiatur et altera pars. Este está tão ligado ao exercício do poder, que a 
doutrina moderna o considera inerente até mesmo à própria noção de processo. 
³$�ELODWHUDOLGDGH�GD ação gera a bilateralidade do processo. Em 
todo processo contencioso há pelo menos duas partes: autor e 
réu. O autor (demandante) instaura a relação processual, 
invocando a tutela jurisdicional, mas a relação processual só se 
completa e põe-se em condições de preparar o provimento 
MXGLFLDO�FRP�R�FKDPDPHQWR�GR�UpX�D�MXt]R�´ (Cintra, 2011, pág. 
61) 
O magistrado, como vimos, coloca-se entre as partes invocando o seu dever 
de imparcialidade ± ouvindo uma, não pode deixar de ouvir a outra, de maneira a 
permitir a ambas a oportunidade de expor suas razões e apresentar suas provas 
para influir na decisão do juiz. É por meio da parcialidade das partes (uma 
representando a tese e a outra a antítese) que o juiz poderá chegar à síntese de um 
processo dialético. 
Dessa forma, as partes não têm papel antagônico em relação ao magistrado, 
PDV�VLP�GH�³FRODERUDGRUHV�QHFHVViULRV´�± cada sujeito do processo age em função 
do seu próprio interesse, mas a combinação da ação dos dois permite à justiça 
eliminar o litígio que os envolve. 
No Brasil, o princípio do contraditório estava sendo construído, na instrução 
criminal, em expressa garantia constitucional, a partir da própria Constituição e, 
indiretamente, para o Processo Civil. Igual postura adotava-se em relação à ampla 
defesa, que o princípio do contraditório possibilita e mantém uma relação direta, 
traduzindo-se na expressão inauditus damnari potest (segundo o qual ³ninguém 
pode ser condenado sem ser ouvido´) 
Decorre dos princípios do contraditório e da ampla defesa a necessidade de 
que se dê ciência dos atos praticados pelo magistrado aos litigantes. No Processo 
Civil a ciência dos atos processuais ocorre por meio da citação, intimação e 
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notificação. No entanto, esses três instrumentos não constituem os únicos meios 
para o funcionamento do contraditório. 
O contraditório constitui-se, como detalhamos, de dois elementos: informação 
e reação (plenamente possibilitada nos casos de direitos indisponíveis). Ele não 
admite exceções ± até nos casos de urgência, em que o magistrado, no intuito de 
evitar o periculum in mora, provê inaudita altera parte, caberá ao demandado, demodo sucessivo, desenvolver a atividade processual plena e sempre antes que o 
provimento se torne definitivo. 
O contraditório, em virtude da sua natureza constitucional, não deve ser 
observado apenas pelo aspecto formal, mas, sobretudo pelo aspecto substancial, 
sendo de se considerar inconstitucionais as normas que o desrespeitem. 
 Vejamos mais um exemplo da atuação do princípio do contraditório: 
Sabemos que o inquérito policial é um procedimento administrativo que tem como 
objetivo a colheita de provas para informações sobre o fato infringente da norma e 
sua autoria. Nessa etapa não há de se falar em acusado, mas após o indiciamento, 
surge o conflito de interesses, havendo, assim, litigantes. Por isso, se não houver o 
contraditório, os elementos probatórios do inquérito não serão aproveitados 
no processo, salvo provas antecipadas de natureza cautelar, em que o contraditório 
é diferido. Somado a isso, os direitos fundamentais do indiciado devem ser tutelados 
no inquérito. 
Como vimos, portanto, no exemplo anterior, no inquérito policial não se pode 
assegurar o princípio do contraditório e da ampla defesa, somente após o 
indiciamento é que estes incidirão sobre o processo. 
³2FRUUH�� WRGDYLD�� TXH� PXLWR� HPERUD� QmR� VH� IDOH� QD� LQFLGrQFLD�
do princípio durante o inquérito policial, é possível visualizar 
alguns atos típicos de contraditório, os quais não afetam a 
natureza inquisitiva do procedimento. Por exemplo, o 
interrogatório policial e a nota de culpa durante a lavratura do 
auto de prisão em flagrante.´��/HQ]D��������SiJ������� 
 
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Obs.: A redação constitucional viabiliza a interpretação de que o contraditório e a 
ampla defesa são garantidos no processo administrativo não punitivo, em que não 
há acusados, mas litigantes (titulares de conflitos de interesses), de modo que 
mesmo no inquérito policial o debate tem influenciado a favor da atenção aos 
princípios mencionados, aplicando-se a essa situação o contraditório diferido. 
Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo 
legal. Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
asseguram-se o contraditório e a ampla defesa, corolário do devido processo legal, 
com os meios e recursos a ela inerentes. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL: DA AMPLA 
DEFESA 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
(...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados 
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos 
a ela inerentes. 
Esse princípio corresponde à dimensão substancial do contraditório, ou 
seja, o direito de participação efetiva na construção do convencimento do julgador 
por meio do acesso aos elementos de alegações e de provas disponibilizados pela 
Lei. 
A ampla defesa é uma garantia que se estende tanto ao réu quanto ao autor, 
dela decorrendo, assim, a característica de amplitude do direito de ação e o 
tratamento isonômico ± princípio da isonomia. 
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(TCU 2011) O princípio da ampla defesa pressupõe que as partes devem litigar 
em pé de igualdade. O juiz, por seu lado, deve colocar-se de forma 
equidistante em relação às partes, garantindo-lhes a produção de prova dos 
fatos alegados. 
a) Certo 
b) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Boa questão. É isso mesmo, a ampla defesa impõe o tratamento processual 
isonômico, de maneira que as partes possam litigar em condições de igualdade e de 
fato apresentar os argumentos que entendam necessários para formação da 
convicção do julgador. 
 Gabarito: Certo 
Faz-se oportuno discorrer acerca do princípio da isonomia. Princípio este de 
suma importância no Direito Processual Civil. 
Também chamado de princípio da igualdade, o princípio da isonomia, 
consagrado no caput do art. 5° da CF ± ³WRGRV�VmR�LJXDLV�SHUDQWH�D�OHL´�±, relaciona-
se com a ideia de um processo justo, em que os sujeitos processuais recebam um 
tratamento isonômico. 
Essa igualdade não deve ser interpretada de modo absoluto. As diversidades 
existem, por isso, obedecem à regra: ³WUDWDU�RV�LJXDLV�QD�PHGLGD�GH�VXDV�LJXDOGDGHV�
e RV� GHVLJXDLV� QD� PHGLGD� GDV� VXDV� GHVLJXDOGDGHV´� É somente assim que se 
garante a correta aplicação do princípio da isonomia. 
O Novo Código de Processo Civil tem vários dispositivos que versam sobre a 
aplicação desse princípio. O art. 139��,��DGX]�TXH�³o juiz dirigirá o processo conforme 
as disposições deste Código, competindo-lhe assegurar às partes igualdade de 
tratamento´� 
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O art. 178, II, do CPC é um dispositivo que claramente assegura a igualdade 
substancial��GL]HQGR�TXH�³compete ao Ministério Público intervir nas causas em que 
há interesses de incapazes´� 
O princípio da isonomia respeita as desigualdades, no intuito de superá-las e 
igualar os homens perante o ordenamento jurídico. 
 
Agora que entendemos um pouco mais do princípio da isonomia, vamos 
voltar ao princípio da ampla defesa... 
Não podemos deixar de mencionar a relação da ampla defesa e do disposto 
no art. 332: 
 Ao ver de muitos doutrinadores e do Conselho Federal da OAB esse 
dispositivo é inconstitucional. Vejam sua redação: 
 Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, 
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido 
que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal 
de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal 
de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas 
ou de assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se 
verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. 
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da 
sentença, nos termos do art. 241. 
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, 
com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para 
apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze)dias. 
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Por meio do art. 332 criou-se a possibilidade de resolução liminar do mérito, 
ou seja, fica a citação dispensada, podendo a sentença ser proferida imediatamente. 
O legislador quis, com isso, garantir o qXH�DGX]�R�LQFLVR�/;;9,,,��GR�DUW���ƒ�GD�&)��³a 
todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do 
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação´�� 
Vejam que a intenção é preservar a efetividade dos princípios da 
razoabilidade e da celeridade processual. No entanto, há questionamentos sobre a 
violação por esse procedimento dos princípios da ampla defesa e do dispositivo. 
Ao julgar liminarmente improcedente o pedido do autor, retira-se do réu a 
possibilidade de expressar-se sobre os fatos, o que leva à veracidade dos fatos 
exteriorizados na inicial. Além disso, subtrai-se do réu a faculdade de confessar os 
fatos ou reconhecer a procedência do pedido. 
Se a causa versa sobre direito disponível, o art. 332 violaria o princípio do 
dispositivo em nome da celeridade processual ± o Estado-juiz coloca-se entre os 
sujeitos processuais obstruindo o exercício do direito do autor e as prerrogativas do 
réu. Igualmente estaria violando o princípio da amplitude do direito de ação, pois ao 
trancar liminarmente ação, retira-se do autor a prerrogativa de influir o 
convencimento do juiz por meio da prática de atos posteriores à petição inicial. 
Essa é uma discussão sobre a qual falamos anteriormente, e ela tem outro 
lado. Recordam-se de quando falamos de situações em que o juiz pode deixar de 
atender ao contraditório formal porque entende presentes condições que levam à 
formação de convicção favorável ao réu? Esta é uma dessas situações. Percebam 
que se estão presentes elementos que favorecem o demandado, que na hipótese 
em tela ainda não é réu, entende-se que o contraditório substancial, material, 
ocorreu, no momento em que o juiz indeferiu o pedido do autor. 
³&HOHULGDGH� QmR� p� VLQ{QLPR� GH� HIHWLYLGDGH�� 'HVVD� IRUPD�� VRE� D� SUHWHQVD�
materialização do princípio da celeridade, não se podem aniquilar garantias outras das 
partes, sob pena de não representar efetividade, ou, no mínimo, efetividade malsã, 
voltada apenas ao resultado.´�(Donizetti, 2011, pág. 92) 
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STF: Súmula Vinculante nº 3 (Que utiliza o antigo CPC em suas explicações) 
 
Processos Perante o Tribunal de Contas da União - Contraditório e Ampla 
Defesa - Anulação ou Revogação de Ato Administrativo - Apreciação da 
Legalidade do Ato de Concessão Inicial de Aposentadoria, Reforma e Pensão 
 Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o 
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou 
revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação 
da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. 
Comentários 
Está pacificado, como vimos exaustivamente, o entendimento de que são 
observados o contraditório e a ampla defesa nos processos administrativos. 
Vamos ver como essa regra se aplica a uma das competências do Tribunal 
de Contas da União: a apreciação da legalidade dos atos de admissão de pessoal, a 
qualquer título, na administração direta e indireta, conforme inciso III, art. 71 da 
CF/88: 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
(...) 
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de 
pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de 
provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas 
e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal 
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do ato concessório. 
 
No texto do enunciado nº 3 da Súmula Vinculante do STF, vê-se que o 
contraditório e a ampla defesa devem ser observados no processo de anulação ou 
revogação de ato administrativo, não sendo, contudo considerados quando da 
concessão inicial da aposentadoria, reforma ou pensão. Isso significa que quando se 
vier a questionar a concessão da aposentadoria, que estiver em seu início, não serão 
observados os mencionados princípios. 
Destacamos que o mérito para concessão de aposentadoria e de pensão é 
analisado por ato de autoridades administrativas, não pelo TCU, que tem o dever 
unicamente de verificar a legalidade do ato. 
Se, ao fazer a verificação que lhe é cabida, o Tribunal de Contas conclui pela 
existência de vício que afete o ato, determinará prazo para que o órgão responsável 
adote as providências ao necessário cumprimento da lei. 
O ato que concede aposentadoria e pensão é, portanto, complexo, sendo 
que o TCU fica responsável unicamente por sua análise de adequação legal. 
Em suma, aos atos praticados pelo TCU serão aplicados os princípios 
constitucionais do contraditório e ampla defesa, não sendo observados, contudo, na 
concessão de aposentadoria e pensão. Por que não? Porque são atos complexos, 
em que o TCU verificará a legalidade do ato. Assim, a autoridade administrativa 
concede a pensão, como concede a aposentadoria, mas sempre seu ato será 
condicionado ao julgamento de legalidade pelo Tribunal de Contas. Sem o parecer 
favorável do TCU, o ato não produzirá seus efeitos e não gerará mais do que 
expectativa de direito. 
Atenção! Gravem essa exceção: nos processos perante o Tribunal de 
Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa, excetuada a 
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e 
pensão 
 
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STF: Súmula Vinculante nº 5 
Falta de Defesa Técnica por Advogado no Processo Administrativo Disciplinar - 
Ofensa à Constituição 
 A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar 
não ofende a constituição. 
x Comentários 
Muito se questiona sobre a constitucionalidade desse enunciado. O 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tem questionadojunto 
ao STF seu cancelamento, sob o argumento de que a falta de defesa técnica no 
processo administrativo disciplinar, em razão da possibilidade de implicar aplicação 
de pena ao servidor, devem ser observados os princípios constitucionais do devido 
processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Segundo a Ordem, somente 
aquele que efetivamente conhece o processo em sua complexidade poderia 
desempenhar um trabalho em respeito pleno aos direitos fundamentais. 
Coloquem um asterisco em mais um aspecto desses princípios: Importantíssimo 
mencionar que: 
* Há igualmente previsão legal para os princípios do contraditório, ampla 
defesa, entre outros, na Administração Pública. Lei do Processo Administrativo, nº 
9.784/99, caput do art. 2º: 
 Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da 
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, 
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
 
 
Também se aplica no Processo Administrativo, inclusive nos 
PAD e Sindicâncias (com resultados punitivos) o princípio do 
contraditório e da ampla defesa. 
Vejamos o que aduz o art. 2° da Lei 9784/ 99 e os art. 153 e 
156 da Lei 8112/90. 
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Lei 9784/ 99 
A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos 
princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, 
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, 
segurança jurídica, interesse público e eficiência (art. 2°). 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão 
observados, entre outros, os critérios de: 
(...) 
 VIII ± observância das formalidades essenciais à garantia 
dos direitos dos administrados; 
- direito de manifestar-se acerca de todos os fatos do 
processo, respeitando assim o contraditório e a ampla defesa. 
 X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação 
de alegações finais, à produção de provas e à interposição de 
recursos, nos processos de que possam resultar sanções e 
nas situações de litígio; 
 Lei 8112/90 
O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do 
contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a 
utilização dos meios e recursos admitidos em direito (art. 153). 
É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo 
pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e 
reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e 
formular quesitos, quando se tratar de prova pericial (art. 156). 
Dessa forma, como mesmo aduz o art. 5°, LV, CF, o princípio 
do contraditório deve ser garantido tanto no processo 
judicial como no administrativo. 
 
 
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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL: DO JUIZ NATURAL 
 
O princípio do juiz natural apresenta duas facetas: a primeira relacionada ao 
órgão jurisdicional e a segunda com a pessoa do juiz ± a imparcialidade do 
magistrado. 
O primeiro aspecto do princípio quer assegurar que os processos sejam 
julgados pelo juízo competente, ou seja, que a competência constitucional 
preestabelecida seja cumprida. Já o segundo aspecto surge para garantir que o juiz 
responsável pelo julgamento da demanda seja imparcial. Trata-se da essencial 
exigência de imparcialidade que permite que o julgamento do processo seja justo. 
Em razão dessa segunda faceta, as leis processuais estabelecem as causas de 
impedimento e suspeição do magistrado. 
Não cabe aqui nos alongarmos sobre a questão, mas em linhas gerais, nos 
dois casos, o juiz deve declarar parcialidade no julgamento, quando ele deveria ser 
imparcial. Costumamos dizer que o impedimento tem caráter objetivo e absoluto, 
enquanto a suspeição é subjetiva e relativa. Isso quer dizer que no caso do 
impedimento, por ser absoluto, pode ser questionado, pela parte, a qualquer tempo, 
enquanto a suspeição pode ser sanada. 
O impedimento é ocorrência mais grave, é uma situação em que a relação 
do juiz com o caso é mais perceptível, de maneira que o motivo para que ele se 
afaste do julgamento é indiscutível e inafastável ± tanto que o juiz sendo tido como 
impedido, estará proibido de julgar. Em casos de suspeição, o juiz deve declarar-se 
subjetivamente ligado ao caso, mas é uma presunção relativa, que não 
necessariamente irá interferir no julgamento. 
x Hipóteses de Impedimento do Juiz 
 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no 
processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou 
como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
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III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou 
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou 
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, 
inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa 
jurídica parte no processo; 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das 
partes; 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de 
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, 
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o 
terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor 
público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes 
do início da atividade judicante do juiz. 
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento 
do juiz. 
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato 
conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado 
que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha 
diretamente no processo. 
 
x Hipóteses de Suspeição do Juiz 
 
Art. 145. Há suspeição do juiz: 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou 
depois de iniciadoo processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da 
causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; 
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou 
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem 
necessidade de declarar suas razões. 
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
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I - houver sido provocada por quem a alega; 
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação 
do arguido. 
 
Não nos prendamos a esses institutos, apenas gravem que eles existem e 
que há um grau de presunção de envolvimento do magistrado diferente entre eles. 
Voltando a falar do juiz natural em seus aspectos gerais, ele se constitui 
numa cláusula do devido processo legal. É uma garantia fundamental implícita que 
se origina da conjugação dos seguintes dispositivos constitucionais: o dispositivo 
que proíbe o tribunal ou juízo de exceção (art. 5°, XXXVII) e o que determina que 
ninguém poderá ser processado senão pela autoridade competente (art. 5°, LIII). Ele 
se caracteriza pelo aspecto formal, objetivo, substantivo e material. 
 
(TCU ± Cespe 2011) O princípio processual do juiz natural, segundo a CF, 
consiste na garantia de julgamento por juiz competente. 
a) Certo 
b) Errado 
COMENTÁRIOS: 
Exatamente o juiz natural, conforme previsão constitucional, como vimos, é o 
princípio que impede o tribunal de exceção e determina que o julgamento se dê por 
órgão judicial competente. 
Os critérios para determinação de um juízo não podem ser definidos após a 
ocorrência do fato que será julgado nem definidos segundo as características 
pessoais de alguma das partes. Assim, os critérios para a determinação do juízo 
devem ser impessoais, objetivos e pré-estabelecidos. 
Gabarito: Certo 
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A garantia do juiz natural advém dos princípios da imparcialidade e da 
independência atribuída aos magistrados ± daí a importância de estabelecer-se os 
institutos da suspeição ou impedimento, quando houver dúvida sobre a 
imparcialidade do julgador. As garantias do juiz natural são respeitadas por meio das 
regras de distribuição ± critérios prévios, objetivos, gerais e aleatórios para a 
identificação do juízo responsável pela causa. O desrespeito ao princípio da 
distribuição implicará incompetência absoluta do juízo. 
Não viola o princípio do juiz natural a criação de varas especializadas, as 
regras por prerrogativa de função, a instituição de Câmaras de Férias em tribunais. 
Dúvida: Por que não há violação ao princípio do juiz natural nos casos 
citados? Porque os três casos (varas especializadas, as regras por prerrogativa de 
função, a instituição de Câmaras de Férias em tribunais) acima referem-se a 
situações em que as regras são gerais, abstratas e impessoais. 
 
- Art. 5º, CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: 
[...] XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção. 
Comentários: 
Aos Tribunais de exceção (juízo extraordinário) contrapõe-se 
o juiz natural, pré-constituído pela Constituição Federal e por 
Lei. 
Em uma primeira acepção, o princípio do juiz natural 
apresenta duplo significado: 
1) Somente o juiz é o órgão investido de jurisdição; 
2) Impede a criação de Tribunais de Exceção e ad hoc, 
para o julgamento de causas penais e civis. 
Indo um pouco além, pode-se afirmar que modernamente 
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este princípio passa a englobar a proibição de subtrair o juiz 
competente. Assim, a garantia desdobra-se em três 
conceitos: 
1) Só são órgãos jurisdicionais os instituídos pela CF; 
2) Ninguém pode ser julgado por tribunal constituído 
após a ocorrência do fato; 
3) Entre os juízes pré-constituídos vigora a ordem 
taxativa de competências que exclui qualquer 
alternativa deferida à discricionariedade de quem 
quer que seja. 
Vejamos: 
O tribunal (ou juízo) de exceção é aquele formado 
temporariamente para julgar: 
a) Um caso específico ± Tribunal ad hoc; 
b) Após o delito ter sido cometido designa o juízo ± ex 
post facto; 
c) Para um indivíduo específico ± ad personam. 
Exemplo de Tribunal de exceção: Tribunal de Nuremberg 
criado pelos aliados para julgar os nazistas pelos crimes 
cometidos na 2° Guerra Mundial. 
É constituído ao oposto dos princípios constitucionais do 
Direito Processual Civil ± do contraditório e da ampla defesa, 
do juiz natural. 
E qual o problema dos tribunais de exceção? O primeiro é 
que eles invariavelmente não são imparciais. O segundo é 
que a pessoa, ao ser julgada por um tribunal de exceção, 
perde algumas das garantias do processo, como a do duplo 
grau de jurisdição e do juiz natural. 
Terceiro, o Tribunal de exceção não necessariamente é 
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formado por juristas, podendo ser composto por qualquer 
pessoa, ferindo, dessa forma a garantia constitucional do 
juiz competente: 
 [...] LIII - ninguém será processado nem sentenciado 
senão pela autoridade competente (art. 5°). 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL: DA ISONOMIA 
Também chamado de princípio da igualdade, o princípio da isonomia, 
consagrado no caput do art. 5o da CF ± ³WRGRV�VmR�LJXDLV�SHUDQWH�D�OHL´�±, relaciona-
se com a ideia de um processo justo, em que os sujeitos processuais recebem um 
tratamento isonômico. 
Essa igualdade não deve ser interpretada de modo absoluto. As 
GLYHUVLGDGHV�H[LVWHP�H��SRU�LVVR��REHGHFHP�D�UHJUD��³WUDWDU�RV�LJXDLV�QD�PHGLGD�GH�
VXDV� LJXDOGDGHV� H� RV� GHVLJXDLV� QD� PHGLGD� GD� VXDV� GHVLJXDOGDGHV´�� e� VRPHQWH�
assim que se garante a correta aplicação do princípio da isonomia. 
No Código de Processo Civil dispõe de vários artigos que versam sobre a 
aplicação desse princípio. O art. 139��,��DGX]�TXH�³R�MXL]�GLULJLUi�R�SURFHVVR�FRQIRUPH�

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