Buscar

POLÍTICAS ECONÔMICAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

�PAGE �
�PAGE �1�
POLÍTICAS ECONÔMICAS
A gestão da economia visa atender às necessidades de bens e serviços da sociedade e atingir determinados objetivos sociais e macroeconômicos, como pleno emprego, distribuição de riqueza, estabilidade de preços e crescimento econômico. Para tanto, o governo atua na economia por meio de políticas econômicas, identificadas pela Política Monetária, Política Fiscal, Política Cambial e Política de Rendas. 
Os instrumentos das políticas econômicas são mais eficientes quando aplicados em mercados financeiros mais desenvolvidos. Em mercados menos evoluídos, cuja pequena dimensão e alta concentração de riqueza limitam os efeitos desses instrumentos econômicos, o governo costuma promover maior intervenção no mercado, por meio, principalmente, da fixação das taxas de juros, controle direto do crédito e subsídios ao setor produtivo. 
1. POLÍTICA MONETÁRIA
Tem como objetivo controlar a oferta de moeda na economia. A política monetária enfatiza sua atuação sobre os meios de pagamento, títulos públicos e taxas de juros, modificando o custo e o nível de oferta do crédito. A política monetária é geralmente executada pelo Banco Central de cada país, o qual possui poderes e competência próprios para controlar a quantidade de moeda na economia.
A política monetária, ao controlar os meios de pagamento, está visando estabilizar o nível de preços geral da economia. Os governos que necessitam diminuir a taxa de inflação reduzem a oferta monetária e aumentam a taxa de juros. Esse mecanismo controla o nível de preços. Mas, se as taxas de juros permanecerem elevadas por um período longo, a economia pode deixar de elevar o crescimento econômico.
A lógica da política monetária consiste em controlar a oferta de moeda (liquidez) para determinar a taxa de juros de referência do mercado.
O Banco Central administra a política monetária por intermédio dos seguintes instrumentos clássicos de controle monetário:
Recolhimento Compulsórios;
Operações de mercado aberto – open market;
Políticas de redesconto bancário e empréstimos de liquidez.
Uma política monetária é Expansionista quando eleva a liquidez da economia, injetando maior volume de recursos nos mercados e elevando, em consequência, os meios de pagamentos. Com isso, são dinamizados o consumo e o investimento agregados com reflexos positivos sobre a expansão da atividade econômica. Essa situação é geralmente adotada em momentos de retração do nível da economia, em que se produz um hiato deflacionário.
Por outro lado, uma política monetário é Restritiva quando as autoridades monetárias promovem reduções dos meios de pagamentos da economia, retraindo a demanda agregada (consumo e investimento) e a atividade econômica. As medidas restritivas são tomadas sempre que o crescimento da demanda e dos investimentos empresariais se situarem acima da capacidade da oferta de moeda da economia, visando anular os efeitos de um hiato inflacionário. Essa política visa, em essência, restringir a oferta de crédito e elevar seu custo de forma a adequar o consumo e o investimento agregados à oferta monetária da economia.
1.1. RECOLHIMENTOS COMPULSÓRIOS
Os Recolhimentos Compulsórios representam o percentual incidente sobre os depósitos captados pelos bancos comerciais que devem ser colocados à disposição do Banco Central. É um instrumento de controle monetário bastante eficiente, já que atua diretamente sobre os meios de pagamento por meio do multiplicador bancário. Os depósitos compulsórios podem incidir não somente sobre os depósitos a vista dos bancos, mas, também, sobre os diferentes tipos de depósitos a prazo.
Sempre que as autoridades monetárias alterarem as taxas de recolhimento compulsório, é modificado o multiplicador bancário e, consequentemente, os meios de pagamento da economia, determinando uma expansão ou retração da atividade econômica. Uma redução das taxas desses depósitos, por exemplo, libera recursos para a atividade econômica, aumentando o fluxo dos meios de pagamento e reduzindo o custo do crédito.
Ao contrário, medidas monetárias restritivas podem ser acionadas por elevações nos depósitos compulsórios. Com maior volume de recursos esterilizados no Banco Central, a atividade econômica retrai-se, reduzindo a demanda agregada.
MEIOS DE PAGAMENTO: Na verdade, existem, na literatura econômica, várias formas de conceituar meio de pagamento. O conceito mais utilizado é chamado de M1, que é o total de moeda que não rende juros e é de liquidez imediata (moeda com o público mais depósito a vista). Contudo, dependendo do objetivo, são utilizados os conceitos de M2, M3 e M4, que incluem ativos financeiros que rendem juros e são de alta liquidez (embora não imediata):
M2 = M1 + títulos públicos federais, estaduais e municipais em poder do público, fundos do mercado monetário (fundos de aplicação financeira e de renda fixa de curto prazo e depósitos especiais remunerados).
M3 = M2 + depósitos em caderneta de poupança.
M4 = M3 + depósitos a prazo e títulos privados (letras de câmbio e imobiliárias, CDB e RDB).
1.2. OPERAÇÕES DE MERCADO ABERTO
As operações de mercado aberto (open market) funcionam como um instrumento bastante ágil de política monetária a fim de melhor regular o fluxo monetário da economia e influenciar os níveis das taxas de juros a curto prazo.
Em termos de política monetária, a grande contribuição das operações de mercado aberto centra-se em seu maior dinamismo e flexibilidade, podendo com isso produzir, de forma mais eficiente e rápida, os resultados almejados. Isso se explica, principalmente, pelo caráter de controle mais permanente da liquidez do sistema econômico, comparativamente aos outros instrumentos de política monetária (redesconto, depósitos compulsórios, etc.), os quais não se adaptam com a mesma agilidade às variações diárias que ocorrem normalmente nas reservas monetárias da economia. 
Primeiramente, essas operações são fundamentadas por meio de compra e venda de títulos da dívida pública no mercado, processadas pelo Banco Central na qualidade de agente monetário do governo. O mecanismo de funcionamento desse instrumento é relativamente simples. Com vistas, por exemplo, em uma expansão no volume dos meios de pagamento da economia, de forma a elevar sua liquidez e reduzir as taxas de juros, as autoridades monetárias intervêm no mercado, resgatando (adquirindo) títulos públicos em poder dos agentes econômicos. De modo contrário, ao desejar limitar a oferta monetária (reduzir a liquidez do mercado) e, ao mesmo tempo, elevar as taxas de juros vigentes a curto prazo, a postura assumida é de emitir e colocar em circulação novos títulos da dívida pública.
Seu impacto sobre a liquidez na economia pode ser resumido em dois simples exemplos:
Exemplo 1: Banco Central compra títulos públicos do mercado, fazendo o pagamento em reais. Nesse caso, a oferta de moeda aumenta, pois o BACEN está retirando um ativo (título) que não é meio de pagamento e fornecendo ao mercado um ativo líquido (moeda), no caso, Real.
Essa operação, realizada em grande quantidade, tem como objetivo aumentar a oferta de moeda e conseqüentemente diminuir a taxa de juros do mercado.
Exemplo 2: Banco Central vende títulos públicos ao mercado, recebendo o pagamento em reais. Ocorre o caso inverso do exemplo anterior. O BACEN está ofertando um ativo menos líquido (títulos) e retirando do mercado (economia) um ativo mais líquido (moeda).
Essa operação, realizada em grande escala, tem como finalidade diminuir a oferta monetária e conseqüentemente aumentar a taxa de juros e com isso controlar o nível de preços.
Podem ser relacionados os seguintes principais objetivos possíveis de ser alcançados pelas operações de mercado aberto:
Controle diário do volume de oferta de moeda, adequando a liquidez da economia à programação monetária do governo;
Manipulação das taxas de juros a curto prazo (não só em decorrência do volume da oferta da moeda, comotambém das taxas pagas pelas autoridades monetárias em suas operações com títulos públicos negociados);
Permite que as instituições utilizem suas disponibilidades monetárias ociosas em diversas operações financeiras (aplicações) de curto e curtíssimo prazos;
Criação de liquidez para os títulos públicos, motivando as negociações com todos os demais títulos.
1.2.1. Mercado Primário e Mercado Secundário
Os operações de mercado aberto, processam-se inicialmente por meio da colocação (ou resgate) de títulos públicos, permitindo que as autoridades monetárias executem a política de expansão ou retração dos meios de pagamento da economia. Se o Banco Central vende esses títulos, ocorre uma contração dos meios de pagamento. Em caso contrário, ao adquirir títulos da dívida pública, provoca uma expansão da liquidez da economia. 
As colocações desses títulos, quando realizadas pela primeira vez, constituem o chamado Mercado Primário. Em outras palavras, o mercado primário é representado pela negociação direta (e primária) entre o emitente dos títulos (governo) e seus adquirentes (instituições financeiras).
Diante dos objetivos retratados, o mercado primário contribui para a realização dos dois primeiros; ou seja, o Banco Central, negociando diretamente com os agentes econômicos títulos de emissão pública, influi, dentro da periodicidade em que são negociados esses ativos, no volume dos meios de pagamento e no custo do crédito.
As colocações primárias dos títulos públicos costumam desenvolver-se por meio de leilões periódicos, coordenados pelo Banco Central, nos quais são estabelecidas a priori as principais características da oferta (quantidade de títulos colocados em circulação, etc.). Os leilões podem ser do tipo Formal, em que participam todas as instituições financeiras interessadas e Informal, em que os negócios são realizados primeiramente com os Dealers, instituições financeiras legalmente credenciadas a atuar no mercado em nome do Banco Central, e repassados, em seguida, às demais instituições financeiras do mercado.
Os Brokers são corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, legalmente habilitadas a operar pelo Banco Central, que tem por função básica promover a intermediação dos títulos entre os Dealers e os demais agentes do mercado.
No denominado Mercado Secundário, verifica-se a transferência (ou renegociação) para terceiros dos títulos adquiridos no mercado primário, no qual não ocorre a negociação direta entre o órgão público emitente do título e os poupadores.
Em realidade, o mercado secundário constitui-se em importante fonte de financiamento das carteiras de aplicações formadas pelas instituições financeiras. Por exemplo, se uma instituição adquire determinado título com um prazo de resgate de 182 dias, a determinada taxa de juros, procurará financiar essa posição por meio da revenda do título a uma taxa naturalmente inferior àquela que obteve em sua aplicação. Como o financiamento ocorre naturalmente e prazos bem curtos (geralmente, inferiores ao prazo de resgate do título negociado), a instituição financeira, passado o tempo de colocação pactuada. Em momento posterior à recompra, inicia-se novamente o processo de revenda do título, que se repetirá até a data de vencimento (resgate) definida na aquisição original (182 dias).
É interessante comentar, ainda, as conhecidas operações Overnight, que se desenvolvem dentro do âmbito do mercado aberto. Nessa modalidade, o poupador adquire títulos no mercado secundário com o compromisso de negociá-los no dia seguinte, sendo a taxa de juros fixada livremente entre as partes. Como as demais operações do mercado secundário, o overnight apresenta prazo e preço de recompra predeterminados, diferenciando-se somente pelo seu curtíssimo prazo (um dia).
Instituições financeiras geralmente se utilizam do overnight, visando compor o equilíbrio de seu caixa; apresentando reservas insuficientes, vendem títulos, comprando-os quando ocorrem sobras de caixa. Os resultados são determinados com base nos juros pagos pelos títulos públicos que lastreiam as operações e aqueles calculados no overnight.
As transações do mercado aberto são controladas e custodiadas no Selic – Sistema Especial de Liquidação e Custódia, que registra os débitos e os créditos correspondentes às decisões de compra e venda de títulos públicos nas contas das instituições financeiras. No final do dia, cada instituição interligada ao Selic recebe um extrato de sua posição financeira, o qual tem como reflexo as operações realizadas. Esquematicamente, quando se processa uma operação de compra (ou venda) de títulos, à parte vendedora (financiada) é debitado prontamente o volume negociado, ocorrendo simultaneamente a transferência do direito de posse dos títulos para o cliente aplicador.
1.2.2. Redesconto Bancário e Empréstimo de Liquidez
O Banco Central costuma realizar diversos empréstimos, conhecidos por Empréstimos de Assistência a Liquidez, às instituições financeiras, visando equilibrar suas necessidades de caixa diante de um aumento mais acentuado de demanda por recursos de seus depositantes. A taxa de juros cobrada pelo Banco Central nessas operações é denominada de Taxa de Redesconto.
A definição de Taxa de Redesconto por parte das autoridades monetárias age, ao mesmo tempo, sobre o nível da liquidez monetária da economia e, também, sobre as taxas de juros praticadas pelos bancos. Se a taxa cobrada no redesconto for inferior àquela adotada pelo mercado, as instituições financeiras são incentivadas a elevar a oferta de crédito, apurando maiores lucros pelo diferencial entre a taxa cobrada dos depositantes e a taxa de redesconto paga ao Banco Central. Ao se elevar a taxa de redesconto, reduz-se, em consequência, a oferta de crédito no mercado, incentivando um aumento das taxas de juros.
O instrumento de redesconto é muito utilizado como forma de incentivar a atividade econômica, elevando a oferta de empréstimos a longo prazo para determinados setores estratégicos ao desenvolvimento econômico. No entanto, essa política no Brasil vem sendo mais adotada como um auxílio financeiro aos bancos que passam eventualmente por dificuldades financeiras, colaborando para o saneamento de seu caixa.
2. POLÍTICA FISCAL
A política fiscal centraliza suas preocupações nos gastos do setor público e nos impostos cobrados da sociedade, procurando, por meio de maior eficácia no equilíbrio entre a arrecadação tributária e as despesas governamentais, atingir determinados objetivos macroeconômicos e sociais.
O governo, ao modificar a carga tributária dos consumidores, influencia também em sua renda disponível e, em consequência, no consumo agregado. Tendo de pagar mais impostos, por exemplo, o consumidor é levado a reduzir seus níveis de poupança e, muito provavelmente, a quantidade de bens e serviços que costuma adquirir. Logo, um aumento de impostos tem por contrapartida esperada uma redução do consumo da população (demanda agregada).
Se o governo elevar a cobrança de impostos das empresas, duas importantes repercussões estão previstas: redução dos resultados, o que torna o capital investido menos atraente, e também menor capacidade de investimentos, por acumular menores fluxos de caixa, tornando a empresa mais dependente de empréstimos para financiar sua atividade.
Pode-se concluir que alterações na política de cobrança de impostos promovem modificações na demanda da economia para consumo e investimento e, identicamente, na situação de equilíbrio da renda nacional. Por outro lado, gastos maiores nas despesas do governo costumam promover incremento na demanda agregada, alterando de forma positiva a renda nacional.
Sempre que se verificarem alterações na política fiscal, por meio de impostos e gastos, isso se reflete também no orçamento do Governo. Por exemplo, ao adotar uma política de redução de impostos e aumento de suas despesas para incrementar o crescimento econômico pelo lado da demanda, os resultados dessas medidas oneramo orçamento da União, promovendo um Déficit. Esse resultado negativo é coberto pelo Governo geralmente mediante a emissão de moedas ou de títulos públicos, aumentando a dívida pública.
No orçamento fiscal do Governo, estão incluídas as Receitas tributárias, determinadas pelos diversos impostos e taxas cobrados dos agentes econômicos (IR, PIS, COFINS, IOF, ICMS, IPI, etc.), e as Despesas de consumo e investimento realizadas. Ocorrendo déficit nesse orçamento, ocasionado por um volume de gastos superior às receitas de impostos previstas, essa necessidade deve ser coberta mediante novas emissões monetárias e de títulos públicos, de maneira a promover o equilíbrio do orçamento.
Tanto a colocação de títulos públicos como a emissão de moedas tem reflexos no equilíbrio do sistema monetário, alterando o volume dos meios de pagamento e o nível das taxas de juros do mercado. É importante, diante disso, que as políticas fiscal e monetária sejam estabelecidas de forma complementar, minimizando os desequilíbrios que cada uma das políticas econômicas impõe isoladamente aos mercados.
2.1. Dívida Pública
O governo financia suas necessidades financeiras mediante aumento de impostos, emissões monetárias, inclusive aquelas determinadas por empréstimos internacionais, e colocação de títulos no mercado. Com exceção do aumento dos impostos, essas medidas criam dívidas ao tesouro nacional, comprometendo uma parte maior de sua arrecadação tributária.
É com base nas Receitas Líquidas de Impostos (deduzidas dos juros da dívida pública, subsídios e dotações à previdência social) que uma economia pode financiar suas despesas correntes de consumo. Se as receitas de impostos excederem aos gastos de consumo do governo, há a formação da denominada Poupança em Conta Corrente. Ao excluírem ainda da poupança do governo os investimentos públicos, chega-se ao Superávit ou Déficit Público, ou seja:
		Receitas Brutas de Impostos
		( - ) Transferências do Governo
		( = ) Receitas Líquidas de Impostos
		( - ) Gastos Correntes de Consumo do Governo
		( = ) Poupança em Conta Corrente
		( - ) Investimento Governamental
		( = ) Superávit ou Déficit Público
Outra medida relevante do orçamento público é o Déficit ou Superávit Primário, calculado pela diferença entre as receitas de natureza não financeira e as despesas também não financeiras, ou seja:
Déficit ou Superávit Primário = Receitas Não Financeiras ( - ) Despesas Não Financeiras
O indicador é uma referência de como está sendo implementada a política fiscal, relacionando as receitas formadas pelos impostos com as despesas correntes (custeio) e de investimentos do governo, desconsiderando as influências das taxas de juros da dívida sobre as necessidades financeiras públicas.
O aumento da dívida pública pelo financiamento do déficit traz como preocupação o comprometimento do caixa do governo e o aumento dos juros da economia, prejudicando o setor produtivo e onerando, ainda, suas metas de crescimento econômico. Numa situação de elevação do déficit das contas nacionais, qualquer decisão de financiamento que venha a ser tomada embute repercussões sobre os agregados macroeconômicos.
A elevação dos impostos atua como um freio ao consumo e aos investimentos, retraindo suas atividades produtivas. Outra opção de financiar os gastos excessivos do Governo, a emissão de moeda, é inflacionária à medida em que o volume de bens e serviços disponíveis na economia não acompanhar o montante de dinheiro em circulação. A colocação de títulos públicos, por seu lado, costuma vir acompanhada de aumento de juros, encarecendo o custo final dos bens e serviços. Em verdade, a economia entra num círculo vicioso ao financiar seu déficit público crescente: títulos promovem juros maiores, que são amortizados por novas emissões de títulos ou, até mesmo, por emissões monetárias, desequilibrando novamente o sistema econômico.
Nesse processo, o governo, ao melhor remunerar os poupadores com juros mais elevados nos títulos de sua emissão, desvia recursos do setor privado para cobrir suas despesas correntes, desestimulando a atividade produtiva da economia. O mercado torna-se mais especulativo e menos interessante aos investimentos empresariais, sacrificando a expansão do produto interno.
Déficit Público
O déficit público acontece quando os gastos do governo são superiores à sua arrecadação. Ocorre o superávit quando a arrecadação do governo supera seus gastos.
Déficit Total ou Nominal
O déficit total também é chamado Necessidades de Financiamento do Setor Público Não Financeiro – Conceito Nominal. Esse conceito indica o fluxo de novos financiamentos obtidos pelo setor público não financeiro nas três esferas de governo (União, Estados e Municípios), empresas estatais e Previdência Social. Inclui os juros e as correções monetárias e cambiais pagas sobre a dívida pública.
Déficit Primário ou Fiscal
Para se obter o déficit primário, exclui-se do déficit total a correção monetária e cambial e os juros das dívidas anteriormente contraída. Na verdade, o déficit primário constitui-se dos gastos públicos menos o total da arrecadação tributária corrente. Esse conceito mostra a condução da política fiscal do governo ao apurar somente a arrecadação de impostos e os gastos correntes e de investimento, independente da dívida pública.
Déficit Operacional
O déficit operacional também é denominado Necessidades de Financiamento do Setor Público. O déficit operacional constitui-se no déficit nominal menos as correções monetárias e cambiais pagas sobre a dívida pública. Constitui-se, portanto, do déficit primário acrescido dos juros reais da dívida contraída anteriormente. 
2.2. Financiamento do Déficit Fiscal
O déficit público do governo pode ser financiado das seguintes maneiras:
1. Emissão de Moeda – “Criação de Dinheiro”. O Tesouro Nacional (União) com a autorização do Banco Central recorre à emissão monetária, ou seja, pode emitir moeda a qualquer momento, gerando Imposto Inflacionário. O Imposto Inflacionário representa uma receita para o governo, devido ao monopólio que possui sobre as emissões. O governo praticamente não é afetado pela perda do valor do estoque de moeda, pois, para pagar seus compromissos, basta emitir mais moeda. O imposto inflacionário é justamente a receita que o Banco Central obtém ao emitir moeda a custo zero.
Como as classes sociais mais baixas praticamente não tem aplicações financeiras, não tem defesas para essa taxação implícita, ou seja, os mais pobres pagam proporcionalmente mais imposto inflacionário que os mais ricos. Em grande medida, o imposto inflacionário explica um fato que tem ocorrido nos recentes planos antiinflacionários no Brasil quando, ao derrubar as taxas de inflação, ocorre uma grande elevação do consumo, principalmente das classes menos favorecidas, justamente porque deixaram de pagar esse imposto.
2. Emissão de Títulos da Dívida Pública – Consiste na emissão de Títulos da Dívida Pública. Essa decisão, no entanto, reduz a quantidade de dinheiro no mercado que poderia ser destinada aos investimentos privados, tendendo a aumentar as taxas de juros. Um título público é um contrato em que o Tesouro Nacional promete pagar determinado valos dentro de um determinado prazo. A venda é feita por leilão.
3. Tributação – É a principal e maior forma de receita do Governo. Os impostos são uma imposição do Estado a indivíduos e empresas para que paguem determinada quantia em dinheiro para cada ato econômico como consumo, salários, lucros, etc. Para isso, o Estado usa sua ferramenta máxima: a coerção. Caso os cidadãos não paguem seus impostos, serão punidos: multas, sanções legais e administrativas, confisco de bens, proibição do inadimplente de usar certos serviços públicos ou participar de processos de contratação governamentais, etc.
Classificação dos Impostos
Diretos – São aqueles que afetam a riqueza dos contribuintes, incidindo diretamente sobre o patrimônio e a renda. Exemplo: Impostosobre a Renda Física e Jurídica (IR), Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana (IPTU) e Imposto sobre a Propriedade de Veículo (IPVA).
Indiretos – Decorrente da produção e comercialização, geralmente incide sobre as vendas, produtos industrializados, importação, etc. ou seja, sobre bens e serviços adquiridos pelas pessoas. Exemplo: ICMS, IPI, PIS e COFINS.
4. Empréstimos Externos – O Governo também utiliza muito os empréstimos a organismos internacionais, a exemplo do FMI e o BIRD, entre outros. 
3. POLÍTICA CAMBIAL
A Política Cambial está baseada na administração das taxas de câmbio, promovendo alterações das cotações cambiais, e, de forma mais abrangente, no controle das transações internacionais executadas por um país. É fixada de maneira a viabilizar as necessidades de expansão da economia e promover seu desenvolvimento econômico.
Identicamente às demais políticas econômicas, a política cambial deve ser administrada, evitando-se conflitos com outros agregados macroeconômicos. Por exemplo, uma forte expansão das exportações pode promover, pela conversão de divisas em moeda nacional, um crescimento acentuado da base monetária, gerando pressões inflacionárias na economia e prejudicando o controle dos juros.
A principal característica do comércio internacional reside na utilização de diferentes moedas, representativas das economias envolvidas nas operações. Gera-se, com isso, uma necessidade de estabelecer a conversibilidade de uma moeda em outra, definida por Taxa de Câmbio.
Em verdade, a moeda de uma economia é como se fosse um produto,negociável no mercado, que pode ser comprado ou vendido a determinado preço em relação a outra moeda. 
A Taxa de Câmbio representa o valor com que a autoridade monetária de um país aceita negociar sua moeda, ou seja, vender a moeda de sua emissão (compra de moeda estrangeira) ou adquiri-la (vender moeda estrangeira).
Nesse contexto, entende-se que Taxa de Câmbio é a quantidade de moeda nacional necessária para se adquirir moeda estrangeira.
O Banco Central de um país deve adquirir moeda estrangeira e pagar em moeda nacional os exportadores de bens e serviços e os devedores que tenham obtido empréstimos no exterior. As operações de venda de moeda estrangeira vinculam-se a diversos pagamentos internacionais, como importações, amortizações de dívidas internacionais etc.
3.1. Câmbio Fixo, Câmbio Flutuante e Currency Board
Uma Taxa de Câmbio é Fixa é um sistema de câmbio em que o Banco Central de um país estabelece um valor fixo para a paridade entre a moeda local e o dólar. O valor da moeda passa, assim, a ser expresso em determinada quantidade desses padrões de maneira fixa. Quando ocorrem pressões para alterar a cotação da moeda, o ajuste para se manter a taxa de câmbio inalterada é processado, coma modificação da quantidade de moeda negociada no mercado. Por exemplo, fortes pressões de venda da moeda nacional no mercado desequilibram sua paridade diante de outras moedas, exigindo um enxugamento quantitativo dessa oferta, para evitar sua desvalorização.
As taxas de câmbio fixas permitem maior nível de certeza ao comércio internacional, por revelarem, previamente, o valor futuro da moeda. No entanto, a manutenção desse padrão é de maior risco aos governos, obrigando, em momentos de desequilíbrio, que gastem elevadas somas de suas reservas cambiais para manter a cotação da moeda nacional.
Por outro lado, o Câmbio Flutuante (ou flexível), apesar de menos disciplinador, permite maior liberdade às economias na execução de suas políticas monetárias. Atribui, também, agilidade no tratamento de eventuais desequilíbrios econômicos, promovendo alterações nas taxas de câmbio em consonância com as variações da oferta e procura de moeda no mercado. No modelo de câmbio flutuante, as taxas acompanham livremente as oscilações da economia, ajustando-se alterações em seus valores.
Valorizações ou desvalorizações do câmbio provocam diversas conseqüências relevantes para a economia. Por exemplo, uma desvalorização cambial permite maior competitividade ao produto nacional no exterior, estimulando as exportações do país; por elevar a quantidade de moeda nacional necessária para comprar divisas internacionais, há um encarecimento das importações, desestimulando essa forma de comércio; os investimentos estrangeiros no país também ganham incentivos, dado que com o mesmo volume de moeda estrangeira é possível adquirir maior quantidade de recursos nacionais; a desvalorização encarece ainda o empréstimo no exterior, dificultando os pagamentos da dívida.
Em diferentes momentos, diversas economias emergentes tem adotado o controle do câmbio, o qual define unilateralmente quem pode ou não trocar a moeda local pela moeda estrangeira de maior poder de compra. Em geral, a adoção do câmbio centralizado pelo governo é feita em crises econômicas de grandes repercussões, de forma a evitar a saída maciça de moeda forte da economia, o que fragiliza a capacidade de pagamento do país.
Essa medida, no entanto, apesar de ser eventualmente justificada no horizonte de curto prazo, não sobrevive às críticas e deformações que promove no ambiente econômico em prazos mais longos. Em verdade, o controle cambial costuma promover maior desconfiança aos investidores, principalmente com relação ao resgate do capital investido, tornando a economia menos atraente para investidores estrangeiros.
O Brasil, após um longo período de fortes turbulências econômicas, adota atualmente o sistema cambial de bandas, que permite uma oscilação da taxa cambial dentro de certos limites mínimos e máximos estabelecidos. Toda vez que o valor da moeda evidenciar sinais de exceder esse intervalo, o Banco Central intervém no mercado adquirindo dólares, na hipótese de a taxa cambial recuar para níveis mais baixo do limite mínimo, ou vendendo dólares, no caso de a moeda nacional valorizar-se acima do máximo.
3.2. Balanço de Pagamentos
O Balanço de Pagamentos registra os valores de todas as transações internacionais efetuadas por um país, destacando os pagamentos pelos vários tipos de operações realizados entre residentes e não residentes em determinado período.
Sua estrutura segue o sistema contábil de partidas dobradas, em que são registrados os débitos e seus respectivos créditos. Assim, quando uma empresa importa computadores, por exemplo, há uma conseqüente exportação de moeda estrangeira para o pagamento, anulando-se o saldo da conta.
A estrutura do Balanço de Pagamentos apresenta-se da forma seguinte:
		
BALANÇA COMERCIAL
Exportações (FOB)
Importações (FOB)
BALANÇA DE SERVIÇOS
Viagens Internacionais
Transportes (Fretes)
Seguros
Renda de Capital: Lucros, Dividendos e Juros
Serviços Governamentais
Serviços Diversos
TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS
SALDO EM CONTA CORRENTE ( A + B + C)
MOVIMENTO DE CAPITAIS
Investimentos Diretos
Reinvestimentos
Empréstimos e Financiamentos
Amortizações
Outros
ERROS E OMISSÕES
SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (D + E + F)
BALANÇA COMERCIAL. Registra o saldo apurado das exportações menos as importações. Essas transações são fixadas por seu valor FOB – Free on Board -, ou seja, pelo valor de embarque das mercadorias não estando incluídos fretes e seguros.
BALANÇA DE SERVIÇOS. Corresponde aos vários pagamentos e recebimentos realizados entre residentes no país com o resto do mundo e relativos a seguros, fretes, royalties e assistência técnica, viagens internacionais, lucros e dividendos, lucros reinvestidos, gastos governamentais com embaixadas e organismos internacionais etc.
TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS. Referem-se às doações de mercadorias e assistência, remessas de imigrantes etc.
SALDO EM CONTA CORRENTE. É o resultado da soma do saldo da balança comercial, balança de serviços e transferências unilaterais. O saldo dessa conta revela se o país está exportando ou importando poupança. 
Um saldo negativo nessa conta mostra que o país está financiandoseus investimentos internos por meio de poupança externa. Ou seja, a poupança interna é insuficiente, tendo de recorrer a recursos externos para viabilizar sua formação de capital.
Quando as reservas monetárias de um país não forem suficientes para cobrir o déficit em conta corrente, as decisões para solução do desequilíbrio devem ser bastante rápidas, de maneia que não se agrave a crise cambial instaurada. Algumas medias que podem ser acionadas:
Renegociação da dívida externa com os credores;
Negociação de novos empréstimos emergenciais;
Medidas de controle de saída de divisas fortes do país, principalmente nos itens de conta de serviços;
Desvalorização cambial visando estimular as exportações e provocar um superávit na balança comercial.
É importante avaliar que essas e outras medidas saneadoras do déficit, ao mesmo tempo que ajudam a promover o equilíbrio das contas externas do país, podem estimular problemas internos, como o encarecimento de certos produtos básicos importados (petróleo etc.) e a inflação.
Um superávit nessa conta demonstra que o país está enviando para o exterior excedentes de poupança interna, colaborando para financiar investimentos do restante do mundo.
MOVIMENTOS DE CAPITAIS. Englobam os recursos que entraram no país sob a forma de investimentos diretos, empréstimos e financiamentos contratados pelos diversos setores da economia, amortizações, repatriações de investimentos etc.
SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS. Resultado final líquido das várias transações realizadas entre residentes no país e não residentes. Se positivo, tem-se um superávit, indicando que entraram mais divisas no país do que saíram. Se negativo (déficit), indica um volume maior de saídas em relação à entrada de divisas.
3.3. Títulos Brasileiros no Mercado Internacional
Os principais motivos de interesse do Brasil (governo e iniciativa privada) na captação internacional de recursos são:
Diversificação dos investidores e elevada capacidade de poupança dos mercados externos;
Diferencial do custo do dinheiro no país (mais elevado) em relação às taxas praticadas no mercado externo;
Prazos mais longos disponíveis nas operações externas.
Por outro lado, a principal preocupação dos tomadores nacionais de recursos é o risco cambial determinado pela flutuação da moeda brasileira em relação às divisas internacionais.
O governo brasileiro vem captando recursos em diversos mercados internacionais, principalmente por meio da emissão de títulos públicos – títulos soberanos brasileiros. A iniciativa privada brasileira aproveita essa presença do setor público para também captar poupança externa através da colocação de títulos de dívida de sua emissão.
Os títulos brasileiros pagam geralmente juros nominais anuais acrescidos de certa margem de risco (spread) do país. Esse spread é calculados em pontos-bases acima da remuneração oferecida pelos títulos emitidos pelo governo dos EUA, considerados o de menor risco do mundo. Cada ponto-base equivale a 0,01%; por exemplo, 1.450 pontos-bases representam 14,5%. Além desses encargos, o título pode ainda ser colocado no mercado com desconto sobre seu valor de face (valor a ser pago no vencimento), o que eleva a remuneração efetiva paga.
Assim, se o tomador brasileiro oferecer no mercado de capitais internacional juro nominal de 6,25% a.a., mais um spread de 610 pontos-bases, o rendimento do título atinge 12,35% a.a. (6,25% + 6,10%).
Os títulos do governo brasileiro no mercado internacional são conhecidos por Globais, quando emitidos em dólares e com negociação em todos os mercados; Eurobônus quando emitidos em euros no mercado europeu. Samurai, quando lançados no Japão em ienes.
4. POLÍTICA DE RENDAS
Essa política consiste, basicamente, em conter o aumento dos preços e das rendas (aluguéis, juros, salários, impostos e margens de lucro) através de um Pacto Social entre empregadores e empregados, ou seus sindicatos, e cuja execução seja garantida pelo governo. Consegue-se assim romper a espiral inflacionária e conter a concentração de rendas dela resultante, sem gerar desemprego, recessão e demais inconvenientes das soluções convencionais.

Outros materiais