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DIETOTERAPIA NA DOENÇA CARDIOVASCULAR PARTE II Profª Me. Mariana Carrapeiro – Adaptado por Chris Barroso Sistema Circulatório Coração Veias Vênulas Artérias Arteríolas Capilares Coração Doenças Cardiovasculares Aterosclerose Dislipidemias Hipertensão Arterial Síndrome Metabólica Doenças Cardiovasculares Aterosclerose Dislipidemias Hipertensão Arterial Síndrome Metabólica Doenças isquêmicas do coração Insuficiência Cardíaca Infarto Agudo do Miocárdio Doenças Cerebrovasculares Acidente Vascular Encefálico Doença Arterial Coronariana Doença Arterial Coronariana - DAC Estreitamento das artérias que irrigam o coração por acúmulo de placas de ateroma Redução do fluxo sanguíneo: Parcial Angina Total Infarto Agudo do Miocárdio Angina pectoris Angina Pectoris Dor em decorrência da falta de oxigenação do músculo cardíaco; Angor = Medo (latim). Estável; Dor em queimação ou constrição, induzida por esforço ou estresse emocional; Curta duração e remissão com repouso ou medicamentos; Padrão regular, pode ser prevista. Instável; Dor em padrão crescente (intensidade, duração, etc.) que pode acontecer mesmo durante o repouso; Duração prolongada, não desaparece com o uso de medicamentos. Variável. Infarto Agudo do Miocárdio Infarto Agudo do Miocárdio IAM – Fatores de risco Herança genética Sexo masculino HAS, DM 2 Tabagismo Dislipidemia Obesidade Estresse Alterações homeostáticas Idade: Homens: > 45 anos Mulheres : > 55 anos IAM – Conduta Dietoterápica Necessidades de energia: Harris – Benedict (Fator injúria de acordo com o estado nutricional) 20 – 30 Kcal/kg/dia Fracionamento: 4- 6 refeições ao dia Consistência : líquida IAM – Conduta Dietoterápica Recomendações de macronutrientes e fibras: semelhantes às recomendações para Dislipidemias Se desnutrição: suplementos orais hipercalóricos Necessidade hídrica: Adulto: 1500 ml/dia (30ml/kg/de peso) Idoso: 1700 ml/dia (30 ml/kg/de peso) Acidente Vascular Encefálico Acidente Vascular Encefálico Diversos danos cerebrais Limitações físicas que podem ou não ser permanentes. 2 formas de manifestação: AVE isquêmico: Trombo bloqueia a irrigação sanguínea e o fornecimento de oxigênio a uma parte do cérebro AVE hemorrágico: Um vaso sanguíneo do cérebro se rompe AVE – Fatores de risco Idade Etnia afro-americana Peso Corporal Diabetes Fatores Genéticos Doença Cardíaca Hipertensão Tabagismo Dislipidemias Infecções bacterianas Idade Etnia afro-americana Peso Corporal Diabetes Fatores Genéticos Doença Cardíaca Hipertensão Tabagismo Dislipidemias AVE Isquêmico AVE Hemorrágico AVE – Complicações Nutricionais Disfagia Risco de aspiração da alimentação Baixa ingestão de líquidos Desidratação Redução de peso Desnutrição Limitações físicas Impossibilidade de alimentação autônoma (SNG) Redução do gasto energético Acúmulo de peso AVE – Conduta Dietoterápica Objetivos: Manter o estado nutricional adequado (especialmente quando há complicações relacionadas à nutrição); Controlar doenças secundárias; Controlar a hipertensão arterial como forma de prevenir a ocorrência de outros AVEs. AVE – Conduta dietoterápica Recomendações: Similar às recomendações pra outras doenças cardiovasculares e hipertensão De acordo com a causa do AVE De acordo com o grau de comprometimento neurológico. Insuficiência Cardíaca Insuficiência Cardíaca Síndrome clínica complexa sistêmica Resultante da incapacidade dos ventrículos em bombear quantidades adequadas de sangue Via final comum da maioria das doenças do coração. Insuficiência Cardíaca Insuficiência Cardíaca - Causas Qualquer doença que afeta o coração (anormalidades na estrutura, função, ritmo, e condução dos impulsos) Infarto do miocárdio Hipertensão Disfunção ventricular – causa mais comum Miocardiopatia dilatada idiopática e alcoólica Doença de Chagas Insuficiência Cardíaca - Causas Dados do estudo MESA (Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis): Diabetes e hipertensão são os responsáveis pela maior incidência de IC em afroamericanos. IL-6, PCR e macroalbuminúria: preditores independentes do desenvolvimento de IC. Outros fatores de risco para IC: Infecção e proliferação do vírus da imunodeficiência adquirida Medicações para tratamento de neoplasias malignas SBC, 2012 Insuficiência Cardíaca - Fisiopatologia Fisiopatologia Quando ocorre queda da func ̧ão cardi ́aca, mecanismos adaptativos são estimulados procurando corrigir a disfunc ̧ão ventricular Quando afetado de forma importante, esses mecanismos nao sao suficientes. O contínuo estímulo leva a um círculo vicioso de sobrecarga e deterioração do músculo cardíaco. 1. Mecanismo de Frank-Starling 2. Hipertrofia miocárdica (proliferação do intersti ́cio e fibrose) 3. Citocinas e RI Fisiopatologia Córtex adrenal a liberar aldosterona Induz retenção e aumento de sódio e água no volume sanguíneo circulante Angiotensina: Útil no começo Se persistir sem correção: Agravar a IC: o coração se esforça para bombear contra um volume aumentado. Fisiopatologia Aumento da pressão diastólica do ventrículo (pré-carga) Aumento do trabalho de ejeção e do volume ejetado durante a contração Dilatação Ventricular Estirando as fibras do músculo cardíaco Ventrículo aceite o aumento do volume intravascular Músculo estira além dos limites ideais: redução da contratilidade Insuficiência Cardíaca - Sintomas Dilatação compensatória do coração. Sintomas dependem do lado afetado. Lado direito: Acúmulo de sangue nos tecidos periféricos e no abdome. Arritmias Dor torácica Problemas digestivos Edema periférico Lado esquerdo: Acúmulo de sangue nos pulmões. Edema pulmonar Falta de ar Insuficiência respiratória IC – Consequências nutricionais Lado direito: Distúrbios digestórios Hepatomegalia Lado esquerdo: Fraqueza dos membros Fadiga Insuficiência cardíaca terminal Caquexia cardíaca Caquexia Cardíaca Aumento do gasto energético em repouso > trabalho cardíaco > trabalho ventilatório Baixa ingestão Prejuízo na absorção Aumento do catabolismo Caquexia Cardíaca - Diagnóstico Pacientes com IC que apresentem: Redução ≥ 5% do peso corporal não edematoso não planejada em 12 meses ou menos OU IMC < 20kg/m2 na presença de pelo menos 3 dos critérios: Diminuição da força muscular Fadiga Anorexia Baixo % de massa magra Sinais de inflamação, anemia, baixo [ ] sérica de albumina IC – Objetivos da Dietoterapia Preservar a composição corporal e/ou limitar os efeitos do catabolismo Atingir as necessidades nutricionais Evitar a sobrecarga de fluidos e controlar edemas Identificar o quadro de caquexia para evitar ou reverter a perda de peso Manter o estado funcional e qualidade de vida Contribuir para diminuição de medicação e redução da progressão da doença Contribuir para minimizar as descompensações e internações IC – Avaliação nutricional O equilíbrio hídrico alterado dificulta a avaliação do paciente com IC. O peso pode ser normal ou aumentado em pacientes desnutridos com ICC, devido a retenção de líquidos Aumentorepentino e inesperado de 2 ou mais kg em curto período (3 dias), pode indicar retenção hídrica. IC – Avaliação nutricional Ajuste de peso para pacientes com edema: Edema Excesso de peso hídrico + Tornozelo 1 kg ++ Joelho 3 a 4 kg +++ Raiz da Coxa 5 a 6 kg ++++ Anasarca 10 a 12 kg IC – Avaliação nutricional Avaliação bioquímica Proteínas séricas (20-30% apresentam hipoalbuminemia) Contagem linfocitária Índice creatinina-altura Hematócrito/hemoglobina Perfil lipídico Avaliação nutricional subjetiva IC – Necessidade nutricionais Cálculo do gasto energético basal (GEB): Harris-Benedict Peso atual Ideal para pacientes desnutridos Ajustado para pacientes acima do peso Hipermetabolismo: ↑ necessidades em 20% a 30% do basal Conduta dietoterápica na IC Pacientes podem apresentar: Anorexia Saciedade precoce Ascite Alteração do paladar Cansaço ao se alimentar Suporte nutricional muito agressivo pode piorar a IC, resultando em edema pulmonar. Refeições leves e fracionadas! IC – Recomendações Nutricionais Calorias: Fase inicial: 20 a 25 Cal/kg de peso/dia (pacientes críticos) Fase anabólica: 25 a 30 Cal/kg de peso/dia (ESPEN, 2006; SBC, 2009) IC – Recomendações Nutricionais Carboidratos 50-55% do VCT ou 4-7g/kg de peso/dia Carboidratos integrais com baixa carga glicêmica Evitar os carboidratos simples (resistência à insulina) Evitar a hiperglicemia porque está relacionada ao estresse oxidativo. Proteínas 15 a 20% do VCT 1,0 a 1, 5 g de proteínas/kg de peso/dia 1,5 a 2,0 g/kg/dia Quadro de caquexia (observar função renal). (SBC, 2009) IC – Recomendações Nutricionais Lipídios 20-30% do VCT Não ultrapassar 2g/ kg de peso/ dia Ênfase às gorduras mono e poliinsaturadas Reduzir de gorduras saturadas e trans Aumentar o teor de ácido graxos Omêga-3 devido à propriedades antiinflamatórias. (SBC, 2009) IC – Recomendações Nutricionais Sódio – Polêmica!! Dieta com baixo teor de sódio (2 g): foi associada à redução de ingestão de proteína, ferro, zinco, selenio, vitamina B12, e aumento da ativação neuro-hormonal, o que pode ser prejudicial para estado nutricional do paciente. Dieta com restrição para 3 g: só beneficiou pacientes com IC avançada. Dieta com teor normal de sódio: foi associada à melhor evolução. Outros estudos mostraram benefício da restrição de sódio. Recomendação ideal de sódio para pacientes com IC não está bem definida: adaptar à situação clínica individual. (SBC, 2012) IC – Recomendações Nutricionais Restrição hídrica Individualizada: pode variar de 500 a 1500 ml Nem sempre é necessária, irá depender da gravidade do quadro. Buscar um balanço hídrico negativo inicial, até que se alcance um estado normovolêmico. Considerar: água, chás, leite, sucos, refrigerantes, café, iogurtes, mingaus, sopas, caldos, gelatina e sorvetes. IC – Recomendações Nutricionais Micronutrientes: Recomendações similares à de indivíduos sadios. Atenção especial: Ferro, ácido fólico e vit. B12 Ocorrência de anemia devido à hemodiluição, baixa ingestão, má-absorção ou perda crônica. Potássio Uso de diuréticos aumenta sua excreção. Relacionado à função miocárdica. Caquexia Cardíaca – Recomendações Nutricionais Calorias: 30 -40 kcal/kg de peso/dia 40 a 45 kcal/kg de peso/dia Proteínas: 1,5 - 2,0 g/kg/peso/dia Sódio: 2 g/dia (?) Fluidos: 1000 - 1500 ml/dia Fracionamento. Anker SD Sharma R Inter J Cardiol 2002;85:51-66 Terapia Nutricional na IC Nutrição enteral por infusão contínua: promove ganho de massa muscular em pacientes desnutridos com IC sem prejuízo da função cardíaca. (ASPEN) Fórmula polimérica: preferir alta densidade energética (1,5 a 2,0 kcal/ml) intolerância a grandes volumes Fórmula semi-elementar: má-absorção; alta osmolaridade Terapia Nutricional na IC Caquexia cardíaca: NE é recomendada para parar ou reverter o quadro de perda de peso Terapias complementares: suplementos alimentares hipercalóricos hiperprotéicos (1-3 unid./dia)
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