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Mobilidade no Século XXI

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Mobilidade no Século XXI
A mobilidade urbana está entre os maiores desafios para as cidades modernas. Os problemas nesta área causam perdas econômicas expressivas, desperdiçam o tempo e energia das pessoas em deslocamentos de rotina e sobrecarregam a atmosfera com poluentes.
No caso brasileiro as dificuldades da mobilidade surgem devido às grandes mudanças ocorridas a partir de meados do século XX, que promoveram o aumento da concentração urbana mediante os fluxos migratórios do campo para as cidades: atualmente 81% da população residem em áreas urbanas.
Nesse processo de concentração populacional, a estruturação das cidades brasileiras foi caracterizada por um padrão de ocupação horizontal, com ausência de planejamento dos sistemas de transporte e circulação. Com o crescimento exagerado das cidades, as fronteiras urbanas ficaram cada vez maiores e mais distantes umas das outras. Isto contribuiu para o aumento da ineficiência das condições de mobilidade, já que as necessidades de deslocamentos não foram acompanhadas por políticas de ampliação e garantia do acesso ao transporte coletivo.
Além disso, houve a adoção de políticas que priorizaram e incentivaram o modelo de transporte individual, como carros e motos. Para ter uma ideia, a frota de automóveis no Brasil saltou de 26 milhões de veículos em 1995 para mais de 75 milhões e 100 mil em 2012 (dados do Departamento Nacional de Trânsito).
Outro tópico que tem gerado grande problema na mobilidade urbana são os altos preços das passagens. O modelo de financiamento das operações de transporte público é um dos grandes responsáveis pelo seu alto custo e falta de investimentos no setor. No modelo atual, o valor da tarifa é resultante do custo total do sistema dividido pelo número de passageiros pagantes equivalentes do sistema. Sendo assim, é possível explicar as causas do aumento tarifário de mais de 67% acima da inflação nos últimos 12 anos, afirma o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). O custo do diesel, por exemplo, cresceu 129% acima da inflação de 2000 a 2012 e mais que dobrou o peso desse item sobre os custos da tarifa.
Houve também uma queda de 20% no volume de passageiros pagantes em relação ao final do século passado como consequência das políticas de priorização de transporte individual aliado ao barateamento dos meios privados (automóveis e motocicletas) e ao aumento de renda da população.
A partir do avanço do transporte individual, o valor da tarifa torna-se cada vez mais alto para compensar a diminuição do número de passagens pagas, induzindo novas perdas de demanda e retroalimentando o ciclo, pois todos tendem a buscar formas alternativas de transporte.

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