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SUA PETICAO S2

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Direito Civil
SEÇÃO 2
SUA PETIÇÃO
Seção 2
Direito Civil
Sua causa!
Caro aluno, é muito bom termos a oportunidade de estarmos 
juntos novamente. E aí, estão animados para aprender mais 
uma peça processual? Agora, você assumirá o patrocínio da 
causa em nome da transportadora ré, com base em argumentos 
levantados por esta para se opor aos pedidos da autora. A 
defesa de outro ponto de vista, baseando-se pela inicial que 
vocês tiveram acesso na Seção 1, será interessante, pois 
vocês partirão de uma outra versão dos fatos e com provas. 
Certamente, a inicial e a peça processual de defesa que vocês 
farão é uma das mais importantes do processo, pois é a partir 
do universo formado nela que os demais atos processuais 
serão praticados. Com base nas duas, somente fatos novos 
trazidos ao processo podem alterar o panorama. Portanto, é 
essencial a utilização da técnica processual apurada. Então, 
vamos dar andamento? Segue o jogo!
Apresentamos agora os dados da petição inicial e a versão da 
transportadora e as provas existentes que nortearão a sequência 
processual que será elaborada por vocês nesta seção.
A Empresa Viação Meteoro Ltda. recebeu a citação da ação 
de indenização ajuizada perante a Vara Cível de Bauru/SP pela 
empresa Caipira Hortaliças Ltda.-ME. Constava no mandado 
advertência para comparecimento à audiência de conciliação 
designada para o dia 15/02/2018. A ação tinha como valor 
2
NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
 DIREITO CIVIL - SUA PETIÇÃO - SEÇÃO 2
da causa a quantia de R$ 1.000,00 (mil reais), e aduzia, em 
síntese, que no dia 11/02/2017, o representante legal da 
autora conduzia um veículo Pick-up Ford Ranger, Placa GGG-
1123, pela Rodovia BR 345, em seu km 447, quando perdeu a 
aderência na pista. A autora afirma que, naquele dia, a pista 
estava coberta por uma camada de óleo, chovia bastante e 
havia uma forte neblina. Em razão desses fatores, o seu veículo 
derrapou e permaneceu parado na pista. Alega a autora que, 
embora tenha perdido o controle, o veículo permaneceu em 
sua mão direcional, sem invadir a pista contrária. 
Alega ainda que, enquanto o preposto da autora tentava mover 
o seu veículo para o acostamento, surpreendeu-se com a 
invasão do veículo ônibus placa GPW-1336, de propriedade 
da ré, Viação Meteoro, Ltda., que trafegava na mão contrária. 
Afirma que o preposto da ré teria perdido o controle do veículo, 
invadido a contramão direcional e colidido com o Veículo da 
Autora. Com o choque, o veículo da autora foi projetado a 
cerca de 10 (dez) metros da pista e bateu em um barranco.
Diante dos fatos e danos narrados e com base nos arts. 186, 
927 e 932, 402 e 403, do Código Civil, cumulados com os 
arts. 28, 29 e 34, do Código de Trânsito Brasileiro, a autora 
pede a procedência dos pedidos para condenação da ré no 
pagamento de indenização por danos materiais, no valor de R$ 
35.000,00 (trinta e cinco mil reais), referentes ao conserto do 
veículo, e mais as quantias de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), 
pelos lucros cessantes ocorridos, em virtude do acidente que 
ocasionou os danos ao veículo, a paralisação do veículo e, por 
conseguinte, a impossibilidade da prática de suas atividades 
comerciais e a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais), como 
danos emergentes.
De imediato, o coordenador da empresa Viação Meteoro 
entrou em contato com o setor de tráfego da empresa, que 
lhe forneceu um relatório preparado pela Seguradora e por 
colaboradores da própria empresa.
33
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
Segundo relatos do motorista da empresa Viação Meteoro 
Ltda., ele vinha trafegando normalmente pela via, quando, de 
repente, se surpreendeu com o veículo Pick Up Ford Ranger. 
O referido veículo perdeu o controle na curva, e vinha 
em sua direção totalmente fora de controle. Em razão da 
manobra efetuada, o motorista optou por fazer uma manobra 
brusca, virando o veículo para a esquerda, como forma de 
se desvencilhar de uma colisão. No entanto, não houve 
tempo hábil, pelo que o ônibus colidiu com o veículo, que 
foi arremessado para o canteiro central da pista. O motorista 
cita ainda que duas testemunhas que estavam nos primeiros 
lugares do ônibus tiveram também essa impressão. 
O motorista relata também que, durante os trabalhos dos 
policiais e dos peritos, estes foram inconclusivos em relação 
ao causador do acidente. Um dos policiais afirmou que a 
culpa seria do ônibus, o outro entendia que, pelas posições 
dos veículos, poderia se inferir que a causa preponderante do 
acidente teria sido o deslocamento da Pick Up em direção à 
via por onde trafegava o ônibus.
O conteúdo do referido relatório indicava que, como a perícia 
policial foi inconclusiva, por não poder colher as marcas de 
frenagem dos veículos envolvidos no acidente, não havia 
como se afirmar a versão relatada na inicial do processo. 
O relatório, através da posição dos veículos e de relatos de 
passageiros, indica uma outra versão para o acidente. 
O coordenador realizou levantamentos ainda dos danos 
sofridos pelo ônibus da empresa. Com o acidente, a parte 
dianteira do ônibus sofreu avarias, e os faróis e as setas do 
lado esquerdo ficaram quebrados. Foi ainda apurado, através 
da análise do tacógrafo do veículo, que este trafegava em 
velocidade compatível com a via de trânsito. Portanto, com 
base nessa conclusão, este entendeu pela não realização 
de qualquer acordo. Cabe lembrar que a transportadora só 
possuía seguro contra terceiros, pelo que a sua apólice não 
cobria os danos em seu veículo. O coordenador obteve ainda 
44
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
fotocópia da apólice de seguros, junto ao setor de contratos 
da empresa. Ressalte-se que houve pedido da apólice original, 
mas se recusaram a fornecer.
Diante dos fatos e situações apresentadas, o coordenador da 
empresa procurou você em seu escritório e relatou toda a 
situação citada anteriormente. Apresentou, também, como 
provas o boletim de ocorrência, o relatório da Seguradora 
Trafegar, relato do motorista, laudo pericial realizado pelos 
peritos da polícia rodoviária federal e endereços e dados 
pessoais dos passageiros, Senhor Lauro Carlos Santos e Maria 
Moreira, a Apólice de Seguro da Seguradora Trafegar S/A e 
os três orçamentos do seu veículo. O primeiro orçamento 
elaborado constatou que o conserto ficaria em R$ 25.000,00 
(vinte e cinco mil reais); o segundo, relatou as avarias e 
concluiu que os reparos ficariam em R$ 40.000,00 (quarenta 
mil reais). O terceiro, da Oficina Rodocar Ltda., entendeu que 
o orçamento ficaria em R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais). 
Apresentou ainda o instrumento de procuração.
Após obter fotocópias dos autos na íntegra, junto ao Fórum, 
houve a constatação de que não foi juntada a procuração e 
os atos constitutivos da empresa autora. A empresa informou 
ainda que tem interesse no comparecimento da audiência de 
conciliação a ser realizada.
Considerando as informações prestadas, você, como 
advogado da Viação Meteoro Ltda., deverá elaborar a peça 
processual cabível para se opor aos pedidos da empresa 
Caipira Hortaliças Ltda. ME. 
55
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
1- PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA E A 
CONTESTAÇÃO
O direito de acesso à justiça é consagrado na Constituição Federal 
Brasileira, como um consectário do princípio da inafastabilidade 
do Poder Judiciário, ressalvadas as hipóteses de convenção 
de arbitragem (art. 5, XXXV CRFB/88). Os jurisdicionados têm 
direito ao devido processo legal (art. 5º, LIV CRFB/88), como 
garantia constitucional. O Devido processo legal abrange 
diversas dimensões, que impactam signifi cativamente no Direito 
Processual Civil.
Esse direito de ir a juízo deduzir as suas pretensões, por outro 
lado, traz também o direito ao contraditório e à ampla defesa 
(art. 5º, LV CRFB/88),também previstos na Constituição, que 
pode ser exercido através dos meios previstos em lei.
Cada vez mais, o Direito Processual Civil evolui para se coadunar 
às normas constitucionais brasileiras. O Novo Código de Processo 
Civil trouxe mecanismos para o exercício das prerrogativas 
previstas em lei. Como observou Nery Júnior, “o intérprete deve 
buscar a aplicação do direito ao caso concreto, sempre tendo 
como pressuposto o exame da Constituição Federal” (2004, p. 
25, destaques nossos).
O devido processo legal, em sentido genérico, como bem 
defi ne Nery Júnior (2004, p. 63) signifi ca a garantia de tutela da 
vida, da liberdade ou propriedade. Por outro lado, esse direito 
traz também a garantia de igualdade entre as partes, garantia de 
direito de ação, respeito ao direito de defesa e ao contraditório.
Não obstante, o jurisdicionado ter o direito de apresentar sua 
pretensão em juízo, ao réu é assegurado o direito ao contraditório 
e ampla defesa, com todos os meios e recursos previstos em lei, 
Fundamentando!
66
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
como é garantido pelo art. 5, inciso LV, da Constituição Federal 
de 1.988 (BRASIL, 1.988).
Nery Júnior define que “por contraditório deve entender-se, 
de um lado, a necessidade de conhecimento da existência da 
ação e de todos os atos do processo às partes, e, de outro, 
a possibilidade de as partes reagirem aos atos que lhe sejam 
desfavoráveis.” (2004, p. 172, destaque nossos).
Nery Júnior observa que o princípio do contraditório “tem 
íntima ligação com o da igualdade das partes e o direito de 
ação, pois o texto constitucional, ao garantir aos litigantes o 
contraditório e a ampla defesa, quer significar tanto o direito 
de ação quanto o direito de defesa são manifestações do 
princípio do contraditório [...]” (2004, p. 170, destaques nossos).
Na condição de réu, o exercício do contraditório e a ampla 
defesa se fazem através da apresentação de defesa, produção 
de provas e de interposição dos recursos necessários a se opor 
à pretensão da parte autora.
A peça de contestação afigura-se como um dos momentos 
essenciais para que o réu deduza a sua resistência à pretensão 
autoral. É a partir dela que as provas destinadas à demonstração 
de insubsistência do pedido da autora são apresentadas ao juízo.
Pessoal, agora que vocês já possuem todos os subsídios em suas 
mãos, vamos partir para a ação! Certamente, a peça que vocês 
elaborarão é uma das que exige maior técnica e observação do 
advogado, pois ele deve observar todas as circunstâncias que 
cercam a lide.
2- QUESTÕES A SEREM OBSERVADAS NA ELABORAÇÃO DA 
CONTESTAÇÃO
2.1- TEMPESTIVIDADE DA PEÇA PROCESSUAL
A coisa mais importante é apresentar a peça processual dentro 
do prazo legal, bem como análise quanto à correta utilização pela 
77
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
autora do procedimento processual adequado. Por exemplo, 
para a contestação no procedimento comum, o prazo previsto 
no art. 335, do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015), é de 15 
(quinze) dias, mas o início da sua contagem depende de uma 
série de circunstâncias, descritas no mesmo dispositivo, que 
merecem exame atento:
TERMO INICIAL DO PRAZO DE CONTESTAÇÃO
- Se houve opção das partes pela audiência de conciliação, o prazo inicia-se da realização da 
audiência. Se uma das partes não comparecer, o prazo inicia-se da última, caso não haja acordo.
- Se a parte ré se manifestar expressamente pelo seu desinteresse na realização de audiência, 
o prazo inicia-se da data do protocolo da petição. Importante comentar que, nesse caso, o 
prazo de quem contesta é autônomo, ou seja, este se inicia para a parte, independentemente da 
situação ou manifestação do outro réu.
- Caso essa hipótese não ocorra ou os procedimentos não permitirem, será de acordo com 
o art. 231, ou seja, a partir da data de juntada aos autos do mandado de citação ou do AR, ou 
publicação do Edital, se for o caso. 
Fonte: adaptado do Código de Processo Civil.
Importante assinalar também que, havendo dois ou mais réus, 
representados por escritórios distintos, o prazo só começa a 
contar da juntada do último AR ou mandado de citação e será 
contabilizado em dobro, caso os autos sejam físicos. Se o processo 
for eletrônico, não há contagem em dobro dos prazos.
Caso haja a desistência com relação a um dos réus que ainda não havia 
sido citado, o prazo inicia-se da homologação dessa desistência.
88
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
PONTO DE ATENÇÃO
O Novo Código de Processo Civil alterou regras quanto à 
contagem em dobro dos prazos em caso de partes com 
procuradores integrantes de escritórios diferentes. Atenção! 
De acordo com o art. 229, do Código de Processo Civil, 
quando o processo for eletrônico, os prazos não são contados 
em dobro! Quando os autos ainda forem físicos, o prazo 
será contado em dobro, quando os procuradores forem de 
escritórios distintos. Esse conceito é um pouco impreciso, 
portanto, deve ter cuidado para não haver perda de prazos.
Portanto, fi que atento ao prazo!
Antes de iniciar a peça processual, o advogado deve examinar várias 
situações, consideradas como Preliminares de Mérito, previstas no 
art. 337, do Código de Processo Civil, relatadas a seguir:
2.2- QUESTÕES PRELIMINARES
2.2.1- PRESCRIÇÃO
Primeiramente, o advogado de defesa deve verifi car o momento 
em que a inicial foi ajuizada e a data em que o fato narrado 
ocorreu, para verifi cação de eventual prescrição. Caso seja 
constatada tal situação, a prescrição fulmina a pretensão da 
autora, pois é um reconhecimento de que a pretensão não 
pode mais ser apreciada pelo Poder Judiciário, pelo decurso 
do prazo prescrito em lei. Portanto, vocês devem constatar a 
natureza da pretensão jurídica buscada na inicial, e procurá-la 
no Código Civil Brasileiro ou em outras legislações que tratem 
especifi camente de tal assunto, qual é o prazo prescricional. 
Se houver a prescrição, esta deve ser informada no juízo, como 
“preliminar de mérito”. Lembre-se, na oportunidade, de que a 
99
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
prescrição causa a extinção do feito, com resolução do mérito, 
a teor do art. 487, inciso II, do Código de Processo Civil.
2.2.2- INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO E CAUSAS DE IMPEDIMENTO 
E SUSPEIÇÃO
Após essa verificação, vocês devem analisar qual a natureza da 
competência (relativa ou absoluta), bem como se a autora da 
ação respeitou as regras de competência dispostas no Código de 
Processo Civil ou legislação especial. Portanto, consulte o art. 42 
em diante, do CPC/2.015 (BRASIL, 2015). Caso você entenda que 
a autora utilizou a regra incorreta, cabe, na hipótese, a alegação 
de incompetência do juízo, prevista nos arts. 64 e seguintes, do 
Código de Processo Civil. 
Conforme o art. 64, a alegação deve ser realizada como questão 
preliminar na contestação. A incompetência absoluta pode ser 
alegada a posteriori, em qualquer tempo e grau de jurisdição, e 
pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, ou seja, mesmo que as 
partes não provoquem o juízo, este pode entender e remeter ao 
juízo competente. 
Deve também o causídico averiguar se o juízo por onde tramita 
a causa possui alguma causa de suspeição ou impedimento que 
impeça aquela causa de ser conhecida naquele foro.
2.2.3- INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA
Após verificar a competência, vocês devem também constatar se 
o valor atribuído à causa está de acordo com os critérios previstos 
no art. 291 e seguintes, do Código de Processo Civil. Caso vocês 
constatem que o valor da causa está incorreto, para mais ou 
para menos, deve manifestar, como preliminar da contestação, a 
1010
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
impugnação ou incorreção ao valor da causa, nos moldes do art. 
293 do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015).A importância do questionamento quanto ao valor da causa, em 
muitos casos, é importante, pois o acréscimo ou decréscimo 
do valor da causa pode impactar nas custas processuais e 
honorários de advogado, que podem ser fixados a partir do valor 
atualizado da causa, conforme preceitua o art. 85, do Código 
de Processo Civil (BRASIL, 2015). Dependendo da capacidade 
financeira da parte contrária, o acréscimo de custas pode até 
mesmo significar a extinção da ação, ante a dificuldade de 
complementação de custas. Isso também é importante para 
mensurar o risco do ônus financeiro com a demanda. Se o valor 
da causa foi atribuído por um valor muito superior ao objeto 
da demanda, o réu deve questioná-la para reduzir os valores 
de honorários e custas que eventualmente sejam devidos em 
virtude de uma condenação.
O advogado deve ainda atentar para a possibilidade de alegação 
de outras preliminares, que devem ser apreciadas antes do 
julgamento do mérito da causa. Algumas preliminares podem 
provocar a imediata extinção do processo, sem resolução do 
mérito, outras podem provocar determinação de correção de 
pendências, sob pena de extinção.
A primeira delas diz respeito à possibilidade de haver inépcia 
da inicial. 
2.2.4- INÉPCIA DA INICIAL
Inépcia da petição inicial consiste em defeitos da petição inicial 
que podem causar a sua extinção, sem exame do mérito. As 
hipóteses de inépcia estão descritas no art. 330, parágrafo 
primeiro do Código de Processo Civil. Verifique se a peça inicial 
apresenta algum dos defeitos, que podem ser alegados.
1111
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
Não é demais ressaltar que o Novo Código de Processo Civil 
prestigiou a primazia da decisão de mérito, ou seja, que todos os 
vícios possíveis de serem sanados, com vistas a proporcionar à 
parte uma decisão de mérito. Foi também introduzido o princípio 
da cooperação (art. 6 e 9 do CPC/2015), o qual o juiz deve 
sempre oportunizar a manifestação nos autos antes de tomar 
qualquer decisão. Assim, no caso das preliminares dilatórias, a 
parte terá a oportunidade de adequar o vício alegado. Contudo, 
se este não for adequado no prazo legal, o processo poderá ser 
extinto, sem resolução de mérito. 
2.2.5- PEREMPÇÃO 
É importante verificar se a autora já havia ajuizado esse pedido 
anteriormente e se a causa foi extinta sem resolução do mérito 
e o número de vezes que isso ocorreu. 
Caso a autora dê causa à extinção do processo, por três vezes, 
por abandono da causa, ou seja, por não tomar as providências 
determinadas para sanar os defeitos apontados pelo juízo no 
prazo legal, pode ser declarada a perempção como dispõe o art. 
486, parágrafo terceiro, do Código de Processo Civil. 
2.2.6- LITISPENDÊNCIA
Vocês devem também verificar se existe em curso ação idêntica 
à que foi ajuizada que ainda tramite neste juízo ou em outra 
comarca, pois o Judiciário não pode sofrer o risco de adotar 
soluções distintas para uma mesma situação. Trata-se de da 
litispendência, prevista no artigo 337, parágrafos 2º e 3º, do 
Código de Processo Civil. Essa análise leva em conta a identidade 
de partes, causa de pedir e pedido. Neste caso, a situação deve 
ser relatada como preliminar, impedindo assim que o mérito da 
1212
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
demanda seja julgado em virtude de estar tramitando demanda 
com objeto idêntico em outro juízo.
2.2.7- COISA JULGADA
Caso vocês identifiquem a existência de uma demanda anterior 
que possua as mesmas partes e causa de pedir, que já esteja 
julgada e transitada em julgado, ou seja, que não há mais 
recurso cabível, tal situação deve ser relatada em juízo, pois 
não pode haver rediscussão da causa que já teve a atuação do 
Poder Judiciário encerrada por decisão de mérito, da qual não 
há mais recurso.
2.2.8- CONEXÃO OU PEDIDO DE SUSPENSÃO COM 
PREJUDICIALIDADE
Importante também verificar se existe conexão, que ocorre 
quando duas ou mais ações têm em comum o pedido ou a causa 
de pedir, a teor do art. 55, do CPC. Caso exista tal situação, deve 
haver o pedido para que as causas sejam reunidas, para evitar 
decisões conflitantes.
O advogado deve verificar ainda se existe alguma ação ajuizada 
envolvendo as partes (que não pode ser reunida por questões 
de competência) que possa interferir no julgamento do outro 
processo. Essa situação indica a necessidade de fazer um 
requerimento de suspensão, no sentido de que a demanda 
só possa ser julgada depois da outra ser sentenciada, pois o 
resultado de uma ação tem impacto na outra. A essa situação, 
chamamos de prejudicialidade, que está prevista no art. 313, 
inciso V, alínea a, do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015).
1313
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
2.2.9- INCAPACIDADE DE PARTE, DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO 
OU FALTA DE AUTORIZAÇÃO
Quanto a essa preliminar, vocês devem primeiro verificar se a 
parte que está ajuizando a ação possui capacidade processual, 
que deve ser analisada sob o prisma do art. 70 e seguintes, do 
Código de Processo Civil. No caso, os incapazes devem ser 
representados por seus curadores ou tutores, se for o caso. Se 
não houver essa representação, não podem litigar em juízo.
Por outro lado, pode ser o caso de uma irregularidade ou 
defeito de representação, em que não foram juntados aos autos 
os instrumentos de procuração ou contrato social, no caso de 
pessoa jurídica. Nesse caso, o juiz deve oportunizar à parte a 
possibilidade de juntar os respectivos documentos no prazo 
legal, sob pena de extinção do feito.
2.2.10- CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM
Caso as partes tenham realizado convenção de arbitragem, 
eventual demanda deve ser dirimida em Câmara de Arbitragem, 
a teor da lei 9.307/96 (BRASIL, 1996), e não cabe ao Judiciário 
prolatar sentença, em virtude de ausência de interesse de agir, 
pois, se a parte optou por dirimir as controvérsias através da 
arbitragem, não poderia levar ao Judiciário a decisão do conflito.
2.2.11- AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE OU INTERESSE 
PROCESSUAL
A legitimidade das partes é uma importante análise, pois, 
como aduz o art. 18, do Código de Processo Civil, “ninguém 
poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando 
autorizado pelo ordenamento jurídico” (destaques nossos). 
Assim, vocês deverão verificar, pelo exame dos autos do processo, 
1414
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
se a autora realmente é a titular da pretensão deduzida em juízo. 
Caso não seja o titular do total ou de parte da pretensão, deve 
ser alegada, em questão preliminar, a ilegitimidade passiva ou 
até ativa da parte de estar em juízo. Caso acolhida, a decisão 
será de extinção, sem resolução do mérito.
Por outro lado, o interesse processual está ligado à demonstração 
de que houve um conflito de interesses entre as partes e a resistência 
de uma em relação à pretensão da outra. Como exemplo de 
ausência de interesse de agir, podemos afirmar que não pode haver 
a cobrança de saldo devedor de um contrato cuja prestação não 
está vencida, ou que já foi quitado pela parte anteriormente.
2.2.12- FALTA DE CAUÇÃO OU OUTRA PRESTAÇÃO QUE A LEI 
EXIGE COMO PRELIMINAR
No caso de haver exigência legal da prestação de caução ou 
outra que a lei exija como condição para o ajuizamento da 
demanda, a sua ausência implica em possível impedimento para 
o prosseguimento do feito. No novo CPC, temos três casos que 
exigem caução: 1) Art. 83 do CPC (BRASIL, 2015), autor nacional 
ou estrangeiro que residir fora do brasil deve prestar caução 
suficiente para custas e honorários; 2) Art. 486, parágrafo 2° do 
CPC (BRASIL, 2015), com exigência de pagamento de custas em 
processo idêntico extinto sem resolução do mérito e 3) Art. 968, 
II do CPC (BRASIL, 2015), que exige caução em ação rescisória. 
No caso de o processo ser extinto por ausência de depósito da 
caução, a parteque se omitiu deve pagar as custas e eventuais 
honorários advocatícios de sucumbência. 
2.2.13- INDEVIDA CONCESSÃO DO PEDIDO DE JUSTIÇA 
GRATUITA
É muito importante essa verificação, pois a concessão do benefício 
implicará na ausência de pagamento pela autora de custas 
processuais, honorários de perito e honorários de advogado. 
No Código de Processo Civil de 2015, a justiça gratuita é abordada 
nos artigos 98 e seguintes.
1515
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
Nessa seara, é importante que você tenha em mente a 
diferença entre justiça gratuita e assistência judiciária gratuita. 
A justiça gratuita significa a isenção do pagamento de custas 
processuais em razão da hipossuficiência econômica. A 
assistência judiciária gratuita, diz respeito a possibilidade da 
parte ser representada por defensor público ou por advogado 
ad hoc designado pelo juízo, em razão da impossibilidade 
deste de poder pagar um advogado. 
Convém mencionar também que a justiça gratuita pode ser 
deferida parcialmente, ou pontualmente, para um determinado 
ato processual, e que não isenta pagamento de multas 
processuais eventualmente concedidas durante o pleito. 
Ademais, solvendo uma divergência jurisprudencial, o CPC aduz 
que o fato da parte ter procurador particular constituído nos 
autos não a impede de requerer o benefício da justiça gratuita.
Ressalve-se que, o pedido de justiça gratuita pode ser realizado 
não só na inicial, como em outros momentos processuais, 
cabendo à parte interessada, por petição, impugnar o pedido de 
justiça gratuita ao longo do processo, consoante o art. 100, do 
Código de Processo Civil (BRASIL, 2015).
No caso concreto, caso haja elementos para refutar a concessão, 
deve a parte fazê-lo em preliminar, pois a sua concessão implicará 
em possível ausência de pagamento de honorários ao próprio 
advogado vencedor da causa, além de uma redução do risco 
da causa. Portanto, caso haja concessão da justiça gratuita, essa 
deve ser impugnada em preliminar da contestação.
2.3- CONTRAPOSIÇÃO AO MÉRITO DA AÇÃO
2.3.1- ANÁLISE QUANTO À NECESSIDADE DE INCLUSÃO DE 
PARTES OU DE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NO PROCESSO
Questão relevante, que merece atenção, consiste em analisar, 
no caso concreto, se há necessidade de solicitar que terceiros 
que não estavam inseridos no polo passivo sejam inseridos 
no processo, seja pela natureza jurídica da questão envolvida, 
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
seja por determinação legal. A essa possibilidade, chamada 
instauração de litisconsórcio ulterior, muitas vezes ocorre em 
razão da unicidade do direito discutido e do impacto em relação 
aos terceiros. 
O Código de Processo Civil (BRASIL, 2015) aduz no art. 113 e 
seguintes, as formas de litisconsórcio ativo e passivo permitidos. 
Eles podem ser facultativo ou obrigatório; esse último em 
razão de disposição de lei ou natureza da relação jurídica, seja 
necessário que as partes estejam inseridas em um dos polos da 
demanda. O litisconsórcio é simples, quando, embora estejam 
no polo ativo ou passivo, as soluções da lide podem ser distintas 
em relação a eles. Por outro lado, a teor do art. 116, do Código 
de Processo Civil (BRASIL, 2015), o litisconsórcio é unitário, 
quando, em razão da natureza da relação jurídica, o juízo deve 
decidir a lide de maneira uniforme para todas as partes.
Existem também situações em que a parte, por economia 
processual, necessita trazer à lide uma relação jurídica acessória 
que possa lhe garantir direito de regresso em relação ao direito 
discutido nos autos. A essa possibilidade, podemos chamar de 
Intervenção de Terceiros. O Código de Processo Civil prevê, no 
art. 119 e seguintes, as modalidades de intervenção de terceiros, 
a saber: Assistência (Simples e Litisconsorcial), Denunciação 
da Lide, Chamamento ao Processo, Desconsideração da 
Personalidade Jurídica e Amicus Curiae. A Oposição foi 
deslocada para os procedimentos especiais pelo Novo CPC, e 
é uma ação própria, distribuída por dependência ao processo 
em que se busca, através dela, avocar para si o direito discutido 
pelos demais.
Pedimos especial cuidado no nosso caso concreto quanto a 
uma dessas possibilidades!
Vocês devem estar sempre atentos se é necessário utilizar um 
desses mecanismos, pois, muitas vezes, eles podem amenizar 
os efeitos de uma eventual condenação ao seu cliente, seja 
por tornar solidária uma obrigação, seja pela necessidade de 
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
cobertura dos valores em razão de um contrato que proporcione 
tal possibilidade.
Primeiramente, vocês devem ter a noção de que a defi nição do 
futuro do seu cliente depende do que for alegado na sua peça 
processual, com relação aos fatos e pedidos iniciais.
Neste caso, vocês devem concentrar todas as alegações e suas 
vinculações a provas para apresentar argumentos impeditivos, 
modifi cativos ou extintivos do direito da Autora, na contestação.
Aqui, é importante relembrarmos dois princípios essenciais 
para a contestação: o do ônus de impugnação especifi cada e 
o da eventualidade.
PONTO DE ATENÇÃO
O ônus da impugnação especifi cada diz respeito à 
necessidade de o réu impugnar todos os fatos e argumentos, 
com contraposição de outros que sejam impeditivos, 
modifi cativos ou extintivos dos alegados pelo autoro. Esse 
ônus está descrito no art. 341, do Código de Processo 
Civil (BRASIL, 2015). Caso não haja impugnação específi ca, 
presumem-se verdadeiras as alegações do autor, salvo as 
exceções dispostas nos incisos do mesmo dispositivo legal.
Quanto ao princípio da eventualidade, considerando que as 
concentrações das razões do réu para se opor ao pedido 
ocorrem na contestação, essa deve ser estruturada de 
maneira que, ainda que um argumento restar vencido pelo 
entendimento do juízo, que outros argumentos possam ser 
apreciados para oposição aos fatos e argumentos alegados 
pelo autor. 
Ou seja: na eventualidade de se entender por uma situação, 
não deve ser da maneira pretendida pela autora. Exemplo: 
pede-se a improcedência do pedido. Contudo, ainda que se 
entenda por procedência, que não seja pelo valor pretendido. 
1818
 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
Portanto, deve-se estruturar a defesa para que, se superada 
uma estratégia, que as outras possam surtir efeito.
Diante desses princípios, é de boa praxe que vocês estabeleçam 
distinções na peça, chamando um tópico de “DOS FATOS” 
ou “DAS ALEGAÇÕES DA AUTORA”, aduzindo, em tópicos, os 
fatos e argumentos colocados por ele, detalhando também 
os pedidos. 
Essa prática ajuda bastante o advogado a não se esquecer de 
impugnar qualquer um dos fatos ou pedidos do autor. Após, 
deve-se afi rmar que não procedem os pedidos iniciais.
A seguir, vocês podem adotar uma forma interessante: Dividir 
a petição baseada nos tópicos alegados pela parte autora e 
impugnar cada um dos fatos ou argumentos, apresentando 
suas alegações e identifi cando as provas necessárias para 
demonstrar a improcedência do pedido ou alegando a ausência 
de provas hábeis para o pedido que foi realizado. 
PONTO DE ATENÇÃO
Lembre-se de verifi car a questão do ônus da prova, ou seja, 
a quem cabe as provas dos fatos! O art. 373, do Código de 
Processo Civil, dispõe a respeito desses ônus. Lembre-se 
também de que, em situações especiais, como o art. 6 da 
Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor) ou do art. 
373, parágrafos primeiro a quarto, pode haver distribuição 
diversa do ônus da prova em situações peculiares ou quando 
houver convenção das partes, pelo que a sua contestação 
deve-se levar em conta tal distribuição, pois não basta 
alegar que não existem provas, quando o ônus de produzi-
las é do seu cliente!
Caso haja algum pedido de tutela provisória, deve-se 
resumir a argumentação para refutá-lo, caso ainda nãotenha sido deferido.
Por fi m, deve-se apresentar uma conclusão, na qual o réu deve 
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
PONTO DE ATENÇÃO
Ao fi nal, deve-se pedir o deferimento, informar data e local, 
OAB e assinatura, lembrando que, para efeitos do Exame de 
Ordem, não deve haver a sua identifi cação na peça.
pedir pelo acolhimento de suas preliminares, se for o caso, 
pela improcedência dos pedidos, e, se houver a alegação de 
princípio da eventualidade, apresentar pedidos em que não 
sejam totalmente acolhidos os pedidos iniciais, pelas razões 
dispostas na contestação. Ao fi nal, o réu deve informar as provas 
que pretende produzir para a comprovação de suas alegações.
Outra questão importante! Caso a parte ré tenha algum pedido 
em relação à autora, ela poderia ajuizar uma ação própria. 
Todavia, por questão de economia processual, o Código de 
Processo Civil dispõe de um mecanismo para proporcionar a 
discussão do pedido do réu no mesmo processo ajuizado, que 
é a reconvenção, prevista no art. 343 e seguintes, do Código 
de Processo Civil. As únicas exigências processuais para a 
reconvenção são a identidade de procedimentos e competência.
A reconvenção poderá abranger pedidos que tenham relação 
com a causa ajuizada contra o autor e outros não relacionados 
à pretensão autoral, desde que possam ser opostos a ele. Pode, 
até mesmo, ser ajuizada ação contra outras partes além do autor.
A reconvenção pode utilizar os fatos e argumentos já deduzidos 
para o réu se opor ao pedido do autor, e elaborar pedidos em 
seu favor, baseado em direitos que este entende possuir em 
relação ao autor. É importante que a reconvenção respeite todos 
requisitos da petição inicial, já tratados anteriormente
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
PONTO DE ATENÇÃO
A reconvenção deve possuir todos os requisitos da petição 
inicial, abrangendo os fatos, direito em que se fundamenta 
a pretensão, pedidos, especifi cação de provas e valor 
da causa! Não se esqueça também de pagar as custas 
processuais inerentes ao seu pedido! 
Pronto! Seguindo esses passos, a sua peça estará completa!
PRIMEIRA FASE! 
1. O Código de Processo Civil prevê diversas questões 
preliminares, que devem ser dirimidas pela parte ré antes de 
adentrar ao mérito. Sobre as preliminares, marque a alternativa 
CORRETA:
a) O defeito de representação causa a extinção do feito, 
independentemente de nova intimação da parte para sanar 
o feito.
b) A impugnação ao pedido de justiça gratuita deve ser 
realizada através de incidente processual, em apenso aos 
autos principais. 
c) A denunciação da lide deve ser processada em preliminar. 
d) A litispendência ocorre quando existe em curso ação 
idêntica à que foi ajuizada, ainda que tramite neste juízo ou 
em outra comarca. 
e) Ocorre a conexão quando duas ou mais ações têm em comum 
o pedido, independentemente das partes ou causa de pedir.
RESPOSTA CORRETA: LETRA D. 
Caro aluno, essa questão tinha por objetivo compreender as 
questões preliminares que podem ser alegadas antes do mérito 
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
de uma contestação. No caso em exame, a alternativa correta 
é aquela que aduz que ocorre a litispendência, quando exista 
em curso ação que foi ajuizada e que ainda esteja em curso no 
juízo ou em outra comarca. Neste sentido, dispõe o art. 240, do 
Código de Processo Civil (BRASIL, 2015):
“Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por 
juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a 
coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto 
nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 
2002”. (grifos nossos)
O art. 337, parágrafo primeiro, do Código de Processo Civil aduz 
ainda que:
“§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se 
reproduz ação anteriormente ajuizada” (grifos nossos).
As demais questões estão incorretas, pois, no caso de defeito 
de representação, a parte deve ser intimada a sanear o vício. 
Somente há extinção do feito, caso não haja o cumprimento da 
diligência dentro do prazo. Quanto à impugnação ao pedido de 
justiça gratuita, a teor do art. 337, trata-se de questão preliminar, 
que deve ser manejada na própria contestação. Quanto à 
denunciação à lide, trata-se de modalidade de intervenção 
de terceiros, e não de questão preliminar que pode impedir o 
julgamento do mérito. Quanto à conexão a teor do art. 55, do 
CPC (BRASIL, 2015), “reputam-se conexas 2 (duas) ou mais 
ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir” 
(grifos nossos).
2. O Código de Processo Civil possui diversos mecanismos 
voltados à economia processual. Entre eles, a Reconvenção é 
um mecanismo voltado à oposição de pedidos em relação ao 
autor, e pode ser realizado dentro da própria peça de defesa.
Sobre a reconvenção, marque a alternativa CORRETA:
a) A Reconvenção pode ser manejada somente contra a parte 
que ajuizou a demanda. 
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
b) O objeto da Reconvenção deve limitar-se à relação jurídica 
manejada nos autos. 
c) A desistência ou extinção da ação principal que impeça o 
exame do mérito não obsta o prosseguimento da reconvenção. 
d) A parte ré pode interpor Reconvenção somente se ele 
contestar o feito.
e) Na reconvenção, é desnecessário atribuir valor à causa ou 
pagar custas processuais.
RESPOSTA: LETRA C.
A resposta correta da questão é a de que a desistência ou 
extinção da ação principal que impeça o exame do mérito não 
obsta o prosseguimento da reconvenção.
Ora, a reconvenção é uma ação manejada dentro do mesmo 
procedimento, mas possui autonomia para ser julgada, não 
obstante o rumo do processo ajuizado. Lembre-se de que o 
instituto decorre de economia processual, e a ré poderia manejar 
ação autônoma contra o autor. Neste sentido, dispõe o art. 343, 
parágrafo segundo, do Código de Processo Civil (BRASIL, 2015):
“§ 2o A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva 
que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento 
do processo quanto à reconvenção” (grifos nossos).
As demais alternativas estão incorretas, tendo em vista que, por 
se tratar de um pleito autônomo, o mesmo art. 343, do CPC 
(BRASIL, 2015) aduz que a reconvenção pode ser manejada 
contra o autor, corréu e ainda terceiros. O mesmo dispositivo, 
aduz ainda que o objeto da reconvenção pode ser o mesmo 
ou até mais amplo que a ação ajuizada. A alternativa quanto 
à contestação também está incorreta, pois o fato do réu não 
ter contestado não o impede de reconvir, a teor do art. 343, 
parágrafo 6, do CPC (BRASIL, 2015). Por fim, é incorreta a 
assertiva de que é desnecessário atribuir valor à causa ou pagar 
custas processuais, pois, em se tratando de ação autônoma, esta 
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
Vamos peticionar!
Caro aluno, vamos trazer agora algumas orientações para que 
você possa elaborar, com tranquilidade, a sua peça processual.
Como você visualizou pela leitura do material, foi ajuizada em 
face do seu cliente uma Ação de Indenização por danos materiais 
e perdas e danos em face do seu cliente, pelo que você deve 
elaborar a peça processual cabível. Por outro lado, como existem 
danos a reparar, você deve utilizar o mecanismo processual 
adequado para buscar, no mesmo processo, uma reparação 
lastreada nos mesmos argumentos de defesa. Como foi abordado 
anteriormente, o Código de Processo Civil de 2015 permite que 
você possa deduzir essa pretensão dentro da própria peça de 
defesa, e a Reconvenção pode ser buscada da mesma maneira 
A primeira questão consiste no direcionamento da peça 
processual. Para tanto, você deve ter o cuidado de endereçar a 
peça processual para o mesmo juízo para qual foi distribuída a 
ação, e inserir também o número do processo. Nesse ponto,deve-
se avaliar se o procedimento escolhido pelo réu está adequado, 
bem como se o juízo escolhido por ele foi o adequado. 
se sujeita às mesmas regras do procedimento comum. Nesse 
norte, os art. 292 e 343, todos do CPC.
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 Direito Civil - Sua Petição - Seção 2NPJ 
PONTO DE ATENÇÃO
É importante a correta inserção do juízo para o qual foi 
distribuída a ação, bem como o número do processo de 
forma correta. Caso você insira com o número incorreto, 
poderá haver transtornos, como a não juntada da peça 
processual nos autos e transtornos processuais, como a 
decretação da revelia, que depois teriam que ser justifi cadas 
para tentar tornar tempestiva a peça processual. Cuidado!
Após a leitura do caso e do material de apoio, vocês devem 
ter percebido que temos algumas preliminares. Neste sentido, 
pergunta-se: a competência está correta? O valor da causa está 
correto, de acordo com o pedido da ação? A representação 
processual na ação está correta? A parte juntou aos autos os 
atos constitutivos que comprovam a legitimidade para outorgar 
procuração? Existe alguma questão de ilegitimidade de parte?
Após a análise dessas situações, temos que pensar a respeito: Existe 
informação da existência de Apólice de Seguros em vigor a favor 
de sua cliente? De que forma podemos assegurar esse direito de 
regresso no mesmos autos que a contestação será apresentada?
No que tange às questões de mérito, observa-se que existem 
versões distintas para o acidente ocorrido, e a sua missão é 
demonstrar e argumentar, pelas provas que possui, que a versão 
do seu cliente é a que deve prevalecer. Lembre-se de, em cada 
um dos tópicos, relacionar a prova que será usada para desfazer 
o argumento da outra parte, bem como citar os artigos jurídicos 
que poderão dar amparo às suas alegações. E mais: considerando 
a prevalência da sua tese, o seu cliente informou a existência de 
diversos prejuízos que a Transportadora Meteoro Ltda. teve com 
o acidente. Como podemos cobrá-lo no mesmo processo? Bom, 
acreditamos que, com essas dicas, você já está preparado para 
redigir a sua peça processual. Vamos começar a escrever?
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