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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA COEFICIENTE DE DESCARGA TOLEDO/PR 2014 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA MATHEUS ALLAN MAIOR MATHEUS PIASECKI PEDRO VINICIUS DE SIQUEIRA THIAGO HENRIQUE JORIS COEFICIENTE DE DESCARGA TOLEDO/PR 2014 Relatório entregue como requisito parcial de avaliação da disciplina de Laboratório de Engenharia Química I do curso de Engenharia Química da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus Toledo. Profª Dra. Márcia Teresinha Veit. 1 RESUMO Em escoamentos turbulentos, geralmente há uma perda de carga devido ao atrito com as paredes da tubulação. Para considerar-se essa perda nos cálculos de vazão, utiliza-se o coeficiente de descarga, que varia conforme o bocal utilizado no reservatório para o escoamento. O experimento tem como objetivo calcular o coeficiente de descarga em cada um dos sete bocais utilizados no módulo experimental, que variam entre si em comprimento e área da secção transversal, procurando identificar a influência de ambas no valor do coeficiente. Para isso, mede-se o tempo em que o fluido percorre certa altura no reservatório, plotando um gráfico relacionando a raiz quadrada do nível de água pelo tempo. Calcula-se o coeficiente de descarga, então, a partir do coeficiente angular da reta de tendência do gráfico. Após o cálculo do coeficiente de descarga, pode-se perceber que o comprimento do bocal influencia fortemente o coeficiente de descarga, uma vez que influencia na altura em que o fluido é descarregado, enquanto que a área tem pouca influência no valor do coeficiente, uma vez que a área dos bocais é menor que 1/10 da área do reservatório, concluindo que a experiência foi bem sucedida. 2 ÍNDICE LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... 3 LISTA DE TABELAS .......................................................................................... 4 NOMENCLATURA ............................................................................................. 5 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 6 1.1 Objetivos ............................................................................................... 6 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 6 3. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................. 8 3.1 Materiais empregados ................................ Erro! Indicador não definido. 3.2 Metodologia aplicada ................................................................................ 8 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 9 4.1 Área do reservatório .................................................................................. 9 4.2 Área dos bocais ......................................... Erro! Indicador não definido. 4.2.1 Erro no diâmetro .................................. Erro! Indicador não definido. 4.2.2 Erro no cálculo das áreas ................................................................. 10 4.3 Altura total de descarga ........................... Erro! Indicador não definido.1 4.3.1 Erro na altura .................................... Erro! Indicador não definido.1 4.3.2 Raiz quadrada da altura .................... Erro! Indicador não definido.1 4.3.2.1 Erro na raiz quadrada da altura ................................................. 12 4.4 Medida do tempo para a variação na altura do fluido Erro! Indicador não definido.2 4.4.1 Bocal 1 ............................................... Erro! Indicador não definido.2 4.4.2 Bocal 2 .............................................................................................. 13 4.4.3 Bocal 3 .............................................................................................. 14 4.4.4 Bocal 4 .............................................................................................. 14 4.4.5 Bocal 5 .............................................................................................. 15 4.4.6 Bocal 6 .............................................................................................. 15 4.4.7 Bocal 7 .............................................................................................. 16 4.5 Cálculo do coeficiente de descarga ......... Erro! Indicador não definido.6 4.6 Discussão dos resultados ........................................................................ 17 5. CONCLUSÃO ............................................................................................... 18 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 19 APÊNDICES ..................................................................................................... 19 3 Apêndice I – Tabelas montadas e utilizadas no experimento ...................... 19 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Bocais utilizados no experimento ........................................................ 8 Figura 2: Módulo experimental ........................................................................... 9 Figura 3: Gráfico de raiz do nível de água x tempo para o bocal 1 .............. Erro! Indicador não definido. Figura 4: Gráfico de raiz do nível de água x tempo para o bocal 2 .................. 13 Figura 5: Gráfico de raiz do nível de água x tempo para o bocal 3 .................. 14 Figura 6: Gráfico de raiz do nível de água x tempo para o bocal 4. ................. 14 Figura 7: Gráfico de raiz do nível de água x tempo para o bocal 5. ................. 15 Figura 8: Gráfico de raiz do nível de água x tempo para o bocal 6. ................. 15 Figura 9: Gráfico de raiz do nível de água x tempo para o bocal 7. ................. 16 4 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Medidas de diâmetro interno e área dos bocais ............. Erro! Indicador não definido. Tabela 2: Altura dos bocais e do sistema total com cada bocal .................................. 10 Tabela 3: Valores de coeficiente de descarga calculados para os bocais 1-7 ............. 10 Tabela 4: Comparação de comprimento, área e coeficiente de descarga entre os bocais ......................................................................................................................... 10 Tabela 5: Erros propagados no cálculo da área .......................................................... 10 Tabela 6: Valores de tempo e raiz da altura para o bocal 1 ........................................ 10 Tabela 7: Valores de tempo e raiz da altura para o bocal 2 ........................................ 10 Tabela 8: Valores de tempo e raiz da altura para o bocal 3 ........................................ 10 Tabela 9: Valores de tempo e raiz da altura para o bocal 4 ........................................ 10 Tabela 10: Valores de tempo e raizda altura para o bocal 5 ...................................... 10 Tabela 11: Valores de tempo e raiz da altura para o bocal 6 ...................................... 10 Tabela 12: Valores de tempo e raiz da altura para o bocal 7 ...................................... 10 5 NOMENCLATURA Símbolo Descrição/Unidade Letras latinas A0 Área da secção transversal do bocal (m²) A Área da secção transversal do reservatório (m²) b Coeficiente angular da reta √ x t ( ) Cc Coeficiente de contração Cd Coeficiente de descarga Cv Coeficiente de velocidade dh Diferencial de altura (m) dt Diferencial de tempo (s) g Constante gravitacional (m/s²) h Nível de água no reservatório que causa escoamento (m) h0 Altura total da água no instante inicial (m) P Pressão (Pa) Q Vazão volumétrica instantânea da água (m³/s) t Tempo (s) v Velocidade (m/s) Letras gregas Viscosidade dinâmica. (g/cm.s) 6 Densidade do fluido. (kg/m³) 1. INTRODUÇÃO. O estudo do coeficiente de descarga é muito importante na indústria química e outra áreas que trabalham com fluidos. Pois cada fluido apresenta propriedades próprias. Neste parâmetro existe uma diferença entre a velocidade real e a velocidade máxima de um fluxo, devido a perdas de carga por atritos durante o escoamento. A perda de carga corresponde à parcela de energia mecânica do escoamento que é irreversivelmente convertida em energia térmica por causa do atrito viscoso entre as duas secções. Em uma descarga por envolver escoamentos turbulentos, para que não ocorra danificação da tubulação e outros equipamentos envolvidos são necessários o conhecimento da vazão e do coeficiente de descarga para escolher o bocal mais apropriado (CREMASCO, 2002). Para a medição do coeficiente de descarga utilizam-se orifícios ou bocais. Os orifícios são aberturas feitas, geralmente de forma geométrica, abaixo da superfície livre do líquido em paredes de reservatórios, tanques ou canais. Servem principalmente para controlar vazões e o esvaziamento do recipiente. Já os bocais são pequenos tubos indicados para altas velocidades de escoamento ou para altas temperaturas, devido à menor possibilidade de sofrerem deformações. São usados também para direcionar o jato de fluido e regular a vazão. A Equação de Bernoulli é uma das equações mais utilizadas na Mecânica dos Fluidos. Ela implica que, se um fluido estiver escoando em um estado de fluxo contínuo, então a pressão depende da velocidade do fluido. Quanto maior a velocidade do fluido menor será a pressão no fluido. Isto considerado para uma mesma altura (MASSEY, 2002). 1.1. Objetivos. A prática tem o objetivo de determinar coeficiente de descarga para orifícios circulares, variando-se os diâmetros de saída e a altura de descarga. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. O princípio de Bernoulli afirma que para um fluxo sem viscosidade, um aumento na velocidade do fluido ocorre simultaneamente com uma diminuição na pressão ou uma diminuição na energia potencial do fluido. A velocidade de um fluido varia de ponto para ponto. Para calcular a velocidade teórica do jato no orifício, pode-se utilizar a Equação de Bernoulli, desconsiderando a perda de carga, como mostra a equação (1) (PIMENTA, 1981). (1) 7 Para um sistema de escoamento, o coeficiente de descarga pode variar de acordo com o bocal utilizado. Para orifícios pequenos de área inferior a 1/10 da superfície do recipiente (tanque), pode-se desprezar a velocidade de escoamento v1 do líquido. Como a superfície do recipiente e a agua que escoa pelo orifício estão nas mesmas condições de pressão atmosférica, assim a Equação de Bernoulli de reduz à equação (2). √ (2) Observa-se que a velocidade real é um pouco menor que a velocidade teórica, devido à viscosidade. Por isso, para relacioná-las, utiliza-se o coeficiente de velocidade, como mostra a equação (3). √ (3) Assim sendo, o jato, que consequentemente sai tem uma área (A) menor do que a área (A0) do orifício, a relação entre elas, demonstrada na equação (4) é chamada de coeficiente de contração (CC). Em média o valor do coeficiente oscila entre 0,62 e 0,64. (4) A partir da equação da continuidade, e considerando o fluido incompressível e regime permanente, tem-se a equação (5): (5) onde, v foi determinado na equação (3) e . Assim, determinamos a equação (6) √ (6) Como coeficiente de vazão ou descarga corresponde ao produto entre o coeficiente de velocidade e o coeficiente de contração, obtém-se a equação (7) (THOMAZIELLO, 1999). √ (7) Para calcular o coeficiente de descarga (Cd) é necessário realizar um balanço de massa considerando a densidade constante, em um intervalo de tempo dt, conforme mostra na equação (8) (LIVI, 2004). (8) Substituindo o valor de Q pela equação (7) e integrando dH/dt, obtém-se a equação (9). 8 √ √ [ √ ] (9) Representando graficamente a variação linear de √ em função do tempo t, obtém-se o coeficiente angular da reta, o que permite calcular o coeficiente de descarga Cd pela seguinte equação (10). √ (10) O coeficiente de descarga não é constante. Para um dado dispositivo, ele varia com o número de Reynolds. Além disso, a determinação do coeficiente de descarga depende de diversas variáveis como: área do orifício; forma do orifício; carga h sobre o centro do orifício; condições da borda; localização do orifício; condições da veia à jusante, com jato livre, afogado total ou parcialmente; e viscosidade do líquido. 3. MATERIAIS E MÉTODOS. 3.1. Materiais utilizados. Os materiais utilizados no experimento foram: Tubo de acrílico contendo no fundo um encaixe para bocais Sete bocais de comprimento e diâmetro diferentes (Figura 1 e Tabela 1) Cronômetro Termômetro Água Paquímetro. Figura 1. Bocais utilizados no experimento. 3.2. Metodologia aplicada. 9 O módulo experimental utilizado para determinar o coeficiente de descarga é apresentado na Figura 2. Primeiro conectou-se o primeiro bocal no tanque acrílico. Em seguida encheu-se o tanque com água até a marca de 35 cm. Liberou-se a saída da água e simultaneamente acionou-se o cronômetro, anotou-se o tempo percorrido a cada 10 cm no abaixamento do nível do tanque. Esse procedimento foi repetido para os outros seis bocais em duplicata. Figura 2. Módulo Experimental. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO. O fluido empregado no experimento foi a água, à uma temperatura de 24ºC. Nessas condições, a sua densidade é igual a 0,99721 g.cm-3 e a sua viscosidade vale 9,124x10-2 g.cm-1.s-1. 4.1. Área do reservatório. Para determinar-se a área do reservatório, mediu-se três vezes o seu diâmetro interno, tirando-se então a média dos valores. O valor médio do diâmetro encontrado foi de Di = 0,196 m. Calculou-se, então, a área da secção transversal do reservatório, segundo a equação (11) a seguir. ( ) (11) ( ) 10 4.2. Área dos bocais. Determinou-se também as áreas da secção transversal dos bocais, medindo-se seus diâmetros internos três vezes e fazendo-se a média. Calculou-se a área dos bocais utilizando-se a equação (11)anterior, e relacionou-se todos os valores de diâmetro interno e área da secção transversal na Tabela 1. Para efeitos de demonstração, calculou-se a área do bocal 1, de diâmetro interno Di = 4,38 mm. ( ) ( ) Tabela 1: Medidas de diâmetro interno e área dos bocais. Nº do bocal Diâmetro interno (mm) Área da secção (mm²) 1 4,26 14,25 2 4,38 15,07 3 4,52 16,05 4 4,29 14,45 5 5,65 25,07 6 7,54 44,65 7 13,69 147,20 Percebe-se que o diâmetro interno dos bocais 1-4 permanecem aproximadamente constantes, enquanto que o valor vai aumentando para os bocais 5-7. 4.2.1. Erro no diâmetro. Como o diâmetro foi medido por um paquímetro digital, considera-se o erro como sendo metade da menor escala, ou seja, 0,05 cm. 4.2.2. Erro no cálculo das áreas. Para calcular-se o erro nas áreas do reservatório e dos bocais, utiliza-se a equação (12), baseada em diferenciais. Demonstra-se o erro calculado para 11 a área do reservatório. Todos os erros encontram-se na Tabela 5 no Apêndice I. ( ) (12) ( ) ( ) 4.3. Altura total de descarga. Fez-se a medida da altura dos bocais, medindo-se duas vezes e tirando a média. Mediu-se também a altura do reservatório três vezes, tirando a média dos valores, encontrando uma altura de 39,4 cm, que engloba os 35 cm milimetrados e a diferença de altura entre o fim da milimetragem e o início do bocal. Então, calculou-se a altura total h do sistema de descarga, somando a altura do bocal e do reservatório. Todos os valores das alturas estão relacionados na Tabela 2. Tabela 2: Altura dos bocais e do sistema total com cada bocal. Nº do bocal Altura do bocal (cm) Altura total (cm) 1 4,97 44,37 2 17,10 56,50 3 27,53 66,94 4 31,10 70,50 5 30,85 70,25 6 31,25 70,65 7 31,40 70,80 Pode-se perceber que a altura vai aumentando nos bocais 1-4, até atingir um valor aproximadamente constante para os bocais 6-12. A partir da altura total, inicia-se o experimento de descarga, anotando o tempo para cada 5 cm milimetrados no reservatório. 4.3.1. Erro na altura. Por medir-se a altura utilizando-se uma régua analógica, considera-se o erro como metade da menor escala. Assim, o erro propagado na medida da altura é de 0,05 cm. 4.3.2. Raiz quadrada da altura. 12 Para o cálculo do coeficiente de descarga, calculamos a raiz quadrada da altura total do fluido. Como a altura do fluido vai diminuindo com o passar do tempo, calcula-se a raiz quadrada para cada altura marcada. O cálculo é feito segundo a equação abaixo. Demonstra-se o cálculo para a altura de 39,57 cm. √ √ √ Repetiu-se os cálculos para as outras alturas, relacionando os valores nas Tabelas 6-12 no Apêndice I, cada uma referente a um bocal. 4.3.2.1. Erro na raiz quadrada da altura. Para o cálculo do erro propagado na raiz quadrada da altura, aplica-se a equação (13) a seguir. O erro na altura total é considerado como metade da menor escala do paquímetro utilizado na medição, ou seja, 0,5 cm. Demonstra- se o cálculo para a altura total de 39,67 cm. As Tabelas 6-12 expõem os valores de erro para as demais alturas. (13) ( ) ( ) 4.4. Medidas de tempo para variação de altura do fluido. Com o decorrer do experimento, mediu-se o tempo que o fluido levou para percorrer cada 5 cm da altura total, e dispondo os valores nas Tabelas 6- 12 presentes no Apêndice I. Então, relacionou-se a raiz quadrada da altura do fluido com o tempo de escoamento de forma linear, montando o gráfico de distribuição e encontrando-se a equação da reta. Por ter sido feito em duplicada, o tempo utilizado para cada bocal é a média de ambos os tempos, considerando o desvio padrão como o erro do tempo. 4.4.1. Bocal 1. 13 Para o bocal 1, os tempos e raiz quadrada do nível de água estão relacionados na Tabela 6 do Apêndice I. Com os valores, utilizando técnicas estatísticas, montou-se o gráfico relacionado na Figura 3, e encontrou-se a equação da reta relacionada. O mesmo se aplica aos demais bocais, cada qual com sua tabela e figura demonstrando o gráfico plotado. Figura 3: Gráfico de raiz do nível de água x tempo para o bocal 1. 4.4.2. Bocal 2. Figura 4: Gráfico de raiz do nível de água x tempo para o bocal 2. 14 4.4.3. Bocal 3. Figura 5: Gráfico de raiz quadrada do nível de água x tempo para o bocal 3. 4.4.4. Bocal 4. Figura 6: Gráfico de raiz quadrada do nível de água x tempo para o bocal 4. 15 4.4.5. Bocal 5. Figura 7: Gráfico de raiz quadrada do nível de água x tempo para o bocal 5. 4.4.6. Bocal 6. Figura 8: Gráfico de raiz quadrada do nível de água x tempo para o bocal 6. 16 4.4.7. Bocal 7. Figura 9: Gráfico de raiz quadrada do nível de água x tempo para o bocal 7. 4.5. Cálculo do coeficiente de descarga. Com os valores dos coeficientes angulares encontrados nas equações da reta de cada um dos sete bocais, calculou-se o coeficiente de descarga, utilizando a equação (10) descrita anteriormente. Considera-se cada equação da reta como na forma y = a – bx, logo, considera-se apenas o valor do coeficiente, desprezando o sinal negativo. Demonstra-se o cálculo do coeficiente de descarga para o bocal 1, cuja área da secção do bocal está explícita na Tabela 1. A área da secção do reservatório é de 3,017x10-2 m, e a aceleração da gravidade é de 9,81 m/s². √ √ √ Os demais valores para o coeficiente de descarga estão dispostos na Tabela 3 a seguir. 17 Tabela 3: Valores de coeficiente de descarga calculados para os bocais 1-7. Nº do bocal Coeficiente angular (m1/2/s) Coeficiente de descarga 1 9x10-4 0,8604 2 8x10-4 0,7232 3 7x10-4 0,5941 4 7x10-4 0,6599 5 1,3x10-3 0,7064 6 2,2x10-3 0,6712 7 7,6x10-3 0,7033 4.6. Discussão dos resultados. Analisando-se os erros propagados, pode-se considerar que os mesmos tiveram pouca influência nos resultados finais. Para uma melhor visualização dos resultados comparados, montou-se a Tabela 4, relacionando comprimento e área de secção transversal dos bocais e seus respectivos coeficientes de descarga. Tabela 4: Comparação de comprimento, área e coeficiente de descarga entre os bocais. Nº do bocal Comprimento do bocal (cm) Área da secção transversal (cm²) Coeficiente de descarga 1 4,97 0,1425 0,8604 2 17,10 0,1507 0,7232 3 27,53 0,1605 0,5941 4 31,10 0,1445 0,6599 5 30,85 0,2507 0,7064 6 31,25 0,4465 0,6712 7 31,40 1,4720 0,7033 Com base na Tabela 4, pode-se perceber que o aumento do comprimento do bocal, mantendo-se a área da secção aproximadamente constante, causa uma diminuição no coeficiente de descarga. Quando se aumenta a secção transversal, mantendo o comprimento do bocal aproximadamente constante, pode-se considerar que o coeficiente de descarga mantém-seaproximadamente constante, podendo variar pra mais ou para menos. Contudo, se desprezarmos o bocal 5, presenciamos um leve aumento no coeficiente de descarga, dada uma grande variação na área da secção transversal. 18 Assim, pode-se inferir que o comprimento tem grande influência no valor de coeficiente de descarga, enquanto que a área da secção transversal não mostra um padrão de variação no coeficiente. Esse fenômeno pode ser explicado com base nas equações (6) e (7) descritas anteriormente, relacionando o coeficiente de descarga ao coeficiente de velocidade e ao coeficiente de contração. Como o coeficiente de velocidade relaciona a velocidade real com a teórica, e como a velocidade depende da altura em que o fluido é descarregado (equações 2 e 3), logo, o coeficiente de descarga vai depender da altura em que o fluido é descarregado. Como, quanto menor o comprimento do bocal, maior é a altura de descarregamento do fluido, logo, maior é a velocidade real, então maior é o coeficiente de velocidade (equação 3), o que resulta num maior coeficiente de descarga. Em suma, as equações (2) e (3) provam que o comprimento do bocal é inversamente proporcional ao coeficiente de descarga. A mesma análise é feita para a área da secção transversal do bocal. Para a equação (4), o coeficiente de contração depende da área do reservatório e da área do bocal. Aumentando-se a área do bocal, tem-se uma diminuição do coeficiente de contração, logo, ter-se-ia uma diminuição no coeficiente de descarga. Entretanto, como a razão entre a área do orifício e a área do tanque é menor que 0,1 (chega a ser da ordem de 10-4), a velocidade de escoamento pode ser desprezada. Assim, o coeficiente de descarga seria aproximadamente o mesmo para os bocais. Comparando-se com outros coeficientes de descarga encontrados na literatura (TASCHIN et al., 2012), percebe-se que os valores encontrados para os bocais em que se variam a altura são ligeiramente maiores, embora sejam aproximadamente os mesmos para a variação da área de secção transversal, o que reforça ainda mais a hipótese levantada anteriormente. 5. CONCLUSÃO. Após analisar-se os dados, os cálculos e os resultados obtidos, pode-se concluir que o coeficiente de descarga varia consideravelmente com o comprimento do bocal utilizado, embora tenha pouco efeito na variação da área da secção transversal. A utilização de bocais com secções transversais maiores poderia ajudar a identificar uma variação no coeficiente de descarga, uma vez que, para razões entre área do bocal e do reservatório menores que 0,1, pode-se desprezar a velocidade de escoamento do fluido. Comparando-se com valores na literatura, percebe-se que os valores encontrados são parecidos com os encontrados em outros experimentos, o que indica que a experiência foi bem sucedida. 19 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. CREMASCO, M. A. Fundamentos de transferência de massa. Segunda edição, Editora Unicamp - Campinas, SP , 2002. LIVI, C. P. Fundamentos de Fenômenos de Transporte. Editora LTC, Rio de Janeiro - RJ, 2004. MASSEY, B. S. Mecânica dos Fluidos. Ed. Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa, 2002. PIMENTA, C.F., Curso de Hidráulica geral, Rio de Janeiro, Editora Guanabara, 4ª Edição, 1981. THOMAZIELLO, A.C.F.B. Coeficiente de descarga para “manifolds” e perfis de lâmina d’água em canaletas para fins hidropônicos, Campinas, 1999, DISSERTAÇÃO DE MESTRADO. Unicamp. TASCHIN, A.R.; CHIMBIDA, J.; SARTORI, P.E., TEIXEIRA, S.M. Relatório de Laboratório de Engenharia Química I: Coeficiente de descarga, Toledo, 2012. VEIT, M. T. Apostila dos Roteiros da Disciplina de Laboratório de Engenharia Química I. Toledo – PR, 2010. APÊNDICES Apêndice I – Tabelas montadas e utilizadas no experimento. Tabela 5: Erros propagados no cálculo da área. Nº do bocal Erro propagado na área (cm²) 1 3,346 x10-2 2 3,440 x10-2 3 3,550 x10-2 4 3,369 x10-2 5 4,439 x10-2 6 5,923 x10-2 7 1,075 x10-1 20 Tabela 6: Valores de tempo e raiz da altura para o bocal 1. Nível da água (m) Raiz quadrada da altura total (m1/2) Erro da Raiz Quadrada da Altura Total (m1/2) Tempo (s) Erro do Tempo (s) 0,4437 0,6661 0,003063 0 0 0,3937 0,6275 0,003156 41,50 0,50 0,3437 0,5863 0,003265 85,00 0 0,2937 0,5419 0,003396 132,00 0 0,2437 0,4937 0,003558 183,50 0,50 0,1937 0,4401 0,003768 239,50 0,50 0,1437 0,3791 0,004060 303,50 0,50 0,0937 0,3061 0,004519 378,00 0 Tabela 7: Valores de tempo e raiz da altura para o bocal 2. Nível da água (m) Raiz quadrada da altura total (m1/2) Erro da Raiz Quadrada da Altura Total (x10-3 m1/2) Tempo (s) Erro do Tempo (s) 0,565 0,7517 0,002884 0 0 0,515 0,7176 0,002951 43,00 1,0 0,465 0,6819 0,003027 90,50 0,5 0,415 0,6442 0,003115 138,50 0,5 0,365 0,6042 0,003216 189,50 0,5 0,315 0,5612 0,003337 244,00 0 0,265 0,5148 0,003484 304,00 1,0 0,215 0,4637 0,003671 369,00 1,0 Tabela 8: Valores de tempo e raiz da altura para o bocal 3. Nível da água (m) Raiz quadrada da altura total (m1/2) Erro da Raiz Quadrada da Altura Total (m1/2) Tempo (s) Erro do Tempo (s) 0,6694 0,8182 0,002764 0 0 0,6194 0,7870 0,002818 44,21 0,16 0,5694 0,7546 0,002878 91,63 0,20 0,5194 0,7207 0,002945 140,21 0,10 0,4694 0,6851 0,003020 191,25 0,24 0,4194 0,6476 0,003107 245,00 0,32 0,3694 0,6078 0,003207 302,04 0,12 0,3194 0,5652 0,003325 360,62 0,06 21 Tabela 9: Valores de tempo e raiz da altura para o bocal 4. Nível da água (m) Raiz quadrada da altura total (m1/2) Erro da Raiz Quadrada da Altura Total (m1/2) Tempo (s) Erro do Tempo (s) 0,705 0,8396 0,002728 0 0 0,655 0,8093 0,002779 44,21 0,08 0,605 0,7778 0,002835 91,63 0,18 0,555 0,7450 0,002896 140,21 0,02 0,505 0,7106 0,002966 191,25 0,05 0,455 0,6745 0,003044 245,00 0,22 0,405 0,6364 0,003134 302,04 0,53 0,355 0,5958 0,003239 360,62 0,38 Tabela 10: Valores de tempo e raiz da altura para o bocal 5. Nível da água (m) Raiz quadrada da altura total (m1/2) Erro da Raiz Quadrada da Altura Total (x10-3 m1/2) Tempo (s) Erro do Tempo (s) 0,7025 0,8382 0,002731 0 0 0,6525 0,8078 0,002782 23,50 0,50 0,6025 0,7762 0,002838 49,00 0 0,5525 0,7433 0,002900 75,50 0,50 0,5025 0,7089 0,002969 103,00 0 0,4525 0,6727 0,003048 132,00 0 0,4025 0,6344 0,003139 162,00 0 0,3525 0,5937 0,003245 194,00 0 Tabela 11: Valores de tempo e raiz da altura para o bocal 6. Nível da água (m) Raiz quadrada da altura total (m1/2) Erro da Raiz Quadrada da Altura Total (x10-3 m1/2) Tempo (s) Erro do Tempo (s) 0,7065 0,8405 0,002727 0 0 0,6565 0,8102 0,002777 13,00 0 0,6065 0,7788 0,002833 28,00 0 0,5565 0,7460 0,002895 42,00 0 0,5065 0,7117 0,002963 58,00 0 0,4565 0,6756 0,003041 74,00 0 0,4065 0,6376 0,003131 91,00 0 0,3565 0,5971 0,003235 109,00 0 22 Tabela 12: Valores de tempo e raiz da altura para o bocal 7. Nível da água (m) Raiz quadrada da altura total (m1/2) Erro da Raiz Quadrada da Altura Total (m1/2) Tempo (s) Erro do Tempo (s) 0,708 0,8414 0,002725 0 0 0,658 0,8112 0,002776 3,88 0,19 0,608 0,7797 0,002831 8,19 0,22 0,558 0,7470 0,002893 12,31 0,29 0,508 0,7127 0,002961 16,87 0,10 0,458 0,6768 0,003039 21,57 0,02 0,408 0,6387 0,003128 26,45 0,13 0,358 0,59830,003232 31,77 0,11
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